quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

50 tons mais escuro (capítulo- 8)

Sawyer fala em sua manga novamente.
— Taylor, Sr. Grey entrou no apartamento. — Ele recua e pega o fone de
ouvido, puxando-o para fora de sua orelha, provavelmente recebendo alguns
insultos poderosos de Taylor.
Oh não, se Taylor está preocupado. . .
— Por favor, deixe-me entrar. — Eu imploro.
— Desculpe senhorita Steele. Isto não vai demorar muito. — Sawyer tinha
as duas mãos em um gesto defensivo. — Taylor e sua equipe estão entrando no
apartamento agora.
Oh. Eu me sinto tão impotente. Parada e imóvel, eu espero avidamente pelo
menor ruído, mas tudo o que ouço é minha respiração. É alta e rasa, sinto meu
couro cabeludo se arrepiar, minha boca esta seca, e eu me sinto fraca. 
Por favor, Christian esteja bem, eu oro em silêncio.
Eu não tenho ideia de quanto tempo passou, e ainda não ouvimos nada.
Certamente, nenhum som é bom, pois não há tiros. Eu começo a andar ao redor
da mesa na casa e examino as pinturas nas paredes para me distrair. 
Eu realmente nunca olhei para elas antes. Todas as pinturas figurativas,
todas religiosas, a Madonna e a criança, todos os 16. O quão raro é isso? 
Christian não é religioso, não é? Todos os quadros na sala grande são
abstratas. Estas são tão diferentes. Elas não me distraem por muito tempo. - Onde
está Christian?
Eu olho para Sawyer e ele me observa impassível.
— O que está acontecendo?
— Sem notícias, Srta. Steele.
De repente, a maçaneta se moveu. Sawyer gira e pega uma arma do coldre


em seu ombro.
Eu congelo. Christian aparece na porta.
— Tudo certo. — Ele diz, franzindo a testa para Sawyer, que coloca a arma
imediatamente e recua para trás para me deixar entrar.
— Taylor está exagerando. — Christian resmunga enquanto estende a mão
para mim. 
Eu fico o olhando boquiaberta, incapaz de me mover, devorando cada
pequeno detalhe. Seu cabelo rebelde, seus olhos apertados, a mandíbula tensa, os
dois primeiros botões de sua camisa desfeita. Acho que ele envelheceu dez anos.
Christian ficou carrancudo ante a minha preocupação, seus olhos escuros.
— Está tudo bem, bebê. — Ele se move em minha direção, envolvendo-me
em seus braços, e beijando meu cabelo. — Vamos lá, você está cansada. Cama.
— Eu estava tão preocupada. — Murmurei contente com seu abraço e
inalando seu cheiro doce, com minha cabeça contra seu peito.
— Eu sei. Estamos todos nervosos.
Sawyer desapareceu, provavelmente foi para o interior do apartamento.
— Honestamente, suas ex-namoradas estão provando ser muito
desafiadoras, Sr. Grey. — Eu murmuro ironicamente. Christian relaxa.
— Sim. Elas estão.
Ele me libera e toma minha mão, me leva pelo corredor ao quarto grande.
— Taylor e sua equipe estão verificando todos os armários. Eu não acho
que ela está aqui.
— Por que ela estaria aqui? — Não faz nenhum sentido.
— Exatamente.
— Ela poderia entrar?
— Eu não vejo como. Mas Taylor é cauteloso demais, às vezes.
— Você já procurou no seu quarto de brinquedos? — Eu sussurro.
Christian olha rapidamente para mim com a testa enrugada. 
— Sim, ele é bloqueado, mas Taylor e eu verificamos.
Eu respiro profundamente.
— Você quer uma bebida ou qualquer coisa? — Christian pergunta.
— Não. — A fadiga percorre meu corpo, eu só quero ir para a cama.
— Venha. Deixe-me colocá-la na cama. Você parece exausta. — A expressão


de Christian abranda.
Eu franzo a testa. Ele não está vindo também? Será que ele quer dormir
sozinho? 
Fico aliviada quando ele me leva para seu quarto. Eu coloco minha bolsa
na cômoda e abro para esvaziar o conteúdo. Olho a nota da Sra. Robinson.
— Aqui. — Eu passo para Christian. — Eu não sei se você quer ler isso. Eu
quero ignorá-lo.
Christian verifica brevemente apertando sua mandíbula.
— Eu não tenho certeza de que ela possa preencher os espaços em branco.
— Ele diz com desdém. — Eu preciso falar com Taylor. — Ele olha para mim. —
Deixe-me abrir seu vestido.
— Você vai chamar a polícia sobre o carro? — Eu pergunto enquanto me
virava.
 Ele coloca meu cabelo de lado, passa os dedos suavemente nas minhas
costas nuas, e puxa o meu zíper para baixo.
— Não. Eu não quero os policiais envolvidos. Leila precisa de ajuda, não da
intervenção da polícia, e eu não quero eles aqui. Nós apenas temos que redobrar
os nossos esforços para encontrá-la. — Ele se inclina e planta um beijo suave no
meu ombro.
— Vá para a cama. — Ele ordena e se vai.
Eu fico olhando para o teto, esperando ele retornar. Tanta coisa aconteceu
hoje, tanto para processar. Por onde começar?
Eu acordo assustada e desorientada. Eu dormi? Piscando para a luz fraca
do corredor eu olho através da porta do quarto entreaberto, e noto que Christian
não esta comigo. Onde ele está? Olho para cima. No pé da cama vejo uma sombra.
Uma mulher, talvez? Vestida de preto? É difícil de dizer. 
No meu estado confuso, eu ligo a luz da cabeceira, em seguida, volto a
olhar, mas não havia ninguém lá. Sacudo a cabeça. Eu imaginei? Sonhei?
Sento-me e olho ao redor da sala, um mal-estar vago e traiçoeiro me agarra,
mas eu estava completamente sozinha. 
Esfrego meu rosto. Que horas são? Onde está Christian? O alarme diz que
é duas e quinze da manhã
Saio meio grogue da cama e vou procura-lo, desconcertada com minha


imaginação hiperativa. Eu estou vendo coisas agora. Deve ser uma reação aos
acontecimentos dramáticos da noite.
A sala principal estava vazia, a única luz que emanava era das três
lâmpadas em forma de pêndulo acima da mesa de café da manhã. Mas a porta
esta entreaberta, e o ouço no telefone.
— Eu não sei por que você está ligando a esta hora. Não tenho nada a
dizer. . . Bem, você pode me dizer agora. Você não tem que deixar uma mensagem.
Eu fico imóvel atrás da porta. Com quem ele está falando?
— Não, escute. Eu lhe pedi, e agora eu estou lhe dizendo. Deixe-a sozinha.
Ela não tem nada a ver com você. Você entendeu?
Ele soa agressivo e irritado. Eu hesito em bater.
— Eu sei o que você faz. Mas quero dizer, Elena, deixe-a em paz! Preciso
dizer pela terceira vez? Você está me ouvindo?... Bom. Boa noite. — Ele bate o
telefone na mesa.
Oh merda. Eu bato provisoriamente na porta.
— O quê? — Ele rosna, e eu quase quero correr e me esconder.
Ele se senta em sua mesa com a cabeça entre as mãos. Ele olha para cima,
sua expressão feroz, mas seu rosto suaviza imediatamente quando ele me vê. Seus
olhos estão arregalados e cautelosos. De repente, ele parece tão cansado e meu
coração aperta.
Ele pisca, e seus olhos descem para minhas pernas e logo retoma para
cima. Eu estou vestindo uma de suas camisetas.
— Você deve vestir cetim ou seda, Anastásia. — Ele respira. — Mas, mesmo
na minha camiseta você está linda.
Oh, um elogio inesperado. 
— Senti sua falta. Venha para a cama.
Ele sai lentamente da cadeira ainda na sua camisa branca e calça preta.
Mas agora seus olhos estão brilhando e cheio de promessas. . . Mas há um traço
de tristeza, também. Ele está na minha frente, olhando atentamente, mas não me
toca.
— Você sabe o que você significa para mim? — Ele murmura. — Se alguma
coisa acontecer com você, por minha causa. . . — Sua voz tensa e suas
sobrancelhas se contraem, e deixa transparecer a dor que atravessa seu rosto e se


torna quase palpável. Ele parece tão vulnerável, seu medo muito aparente.
— Nada vai acontecer comigo. — Eu lhe tranquilizo, com minha voz calma.
Eu chego e acaricio seu rosto, correndo os dedos através da barba. É
inesperadamente suave. — Sua barba cresce rápido. — Eu sussurro incapaz de
esconder o encantamento da minha voz a este belo homem fodido que está diante
de mim.
Traço a linha de seu lábio inferior, em seguida, arrasto meus dedos em sua
garganta, até a mancha de batom fraco na base do pescoço. Ele olha para mim,
ainda não me tocando, seus lábios se separaram. Eu corro o meu dedo indicador
ao longo dessa linha, e ele fecha os olhos. Sua suave respiração se acelera. Meus
dedos alcançam a borda de sua camisa, até chegar ao botão apertado da sua
blusa.
— Eu não vou tocar em você. Eu só quero desfazer sua camisa. — Eu
sussurro.
Seus olhos arregalados me olham com alarme. Mas ele não se move, e não
me impede. Muito lentamente eu solto o botão, segurando o material longe de sua
pele, e movo provisoriamente o botão para o lado, repetindo o processo lentamente,
concentrando-me no que estou fazendo. 
Eu não quero tocá-lo. Bem, eu quero. . . Mas não vou. No quarto botão,
reaparece uma linha vermelha, e eu sorrio timidamente para ele.
— De volta ao território familiar. — Eu traço a linha com os meus dedos
antes de desfazer o último botão. Abro sua camisa e me movo para seus punhos,
tirando as negras abotoaduras de pedra polida, uma por vez.
— Posso tirar sua camisa? — Eu peço. Minha voz baixa.
Ele acena com a cabeça, os olhos ainda arregalados, enquanto eu alcanço e
puxo sua camisa sobre os ombros. Ele libera as mãos, ficando nu na minha frente,
da cintura para cima. Com sua camisa tirada, ele parece recuperar o seu
equilíbrio. Ele sorriu para mim.
— E minhas calças, Srta. Steele? — Ele pergunta, levantando uma
sobrancelha.
— No quarto de dormir. Eu quero você na cama.
— Você quer agora? Srta. Steele, você é insaciável.
— Eu não posso imaginar o por que. — Eu agarro sua mão, tirando-o de


seu estudo, e o levo para seu quarto. 
O quarto está frio.
— Você abriu a porta da varanda? — Ele pergunta, franzindo a testa para
mim quando chegamos a seu quarto.
— Não. — Eu não me lembro de fazer isso. Lembro-me de olhar por todo o
quarto quando eu acordei e a porta estava definitivamente fechada.
Oh merda. . . Todo o sangue sumiu do meu rosto, e eu olho para Christian
com a minha boca ficando aberta.
— O quê? — Ele parou me encarando.
— Quando eu acordei. . . Havia alguém aqui. — Eu sussurrei. — Eu pensei
que fosse minha imaginação.
— O quê? — Ele olha horrorizado e corre para a porta da varanda, olha lá
fora, e então volta para dentro do quarto e tranca a porta atrás dele. — Você tem
certeza? Quem? — Ele perguntou com voz firme.
— Uma mulher, eu acho. Estava escuro. Eu tinha acabado de acordar.
— Se vista. — Ele rosna pra mim no seu caminho de volta. — Agora!
— Minhas roupas estão lá em cima. — Eu choramingo.
Ele abre uma das gavetas e puxa um par de calças de moletom.
— Coloque estas. — Elas eram muito grandes, mas eu não quis discutir
com ele.
Ele tira uma camiseta também, e rapidamente puxou-a sobre sua cabeça.
Agarrando o telefone da cabeceira, aperta dois botões.
— Ela ainda está aqui, porra. — Ele sussurra ao telefone.
Aproximadamente três segundos depois, Taylor e um dos caras da
segurança, entram no quarto de Christian. Ele fala brevemente o que aconteceu.
— Quanto tempo atrás? — Questiona Taylor, me encarando todo
profissional. Ele ainda estava usando sua jaqueta. Será que este homem nunca
dorme?
— Cerca de dez minutos. — Eu murmuro por algum motivo me sinto
culpada.
— Ela conhece o apartamento como a palma de sua mão. — Diz Christian.
— Eu estou levando Anastásia para fora agora. Ela está se escondendo aqui em
algum lugar. Encontre-a. Quando Gail voltará?


— Amanhã à noite, senhor.
— Ela não vai voltar até que este lugar esteja seguro. Entendeu? 
— Sim, senhor. Você irá para Bellevue? 
— Eu não vou levar este problema para os meus pais. Reserve-me algum
lugar.
— Sim. Eu te ligo.
— Não estamos todos exagerando um pouco? — Eu pergunto.
Christian me olha furioso. 
— Ela pode ter uma arma. — Ele rosna.
— Christian, ela estava de pé no final da cama. Ela poderia ter atirado em
mim, se era isso que ela queria fazer.
Christian faz uma pausa por um momento para conter seu temperamento,
eu acho. Com uma voz ameaçadoramente suave ele diz: — Eu não estou preparado
para assumir o risco. Taylor, Anastásia precisa de sapatos.
Christian desaparece em seu armário enquanto o cara da segurança me
observava. Eu não consigo lembrar seu nome, Ryan talvez. Ele olha
alternadamente para o hall e as janelas de sacada. Christian surge um par de
minutos mais tarde, com uma bolsa de couro, vestindo jeans e blazer listrado. Ele
coloca uma jaqueta jeans em torno de meus ombros.
— Venha. — Ele aperta minha mão com força, e eu tive que praticamente
correr para acompanhar seus passos largos para o quarto grande.
— Eu não posso acreditar que ela poderia se esconder em algum lugar
aqui. — Eu resmungo, olhando para as portas da varanda.
É um lugar grande. Você não viu tudo ainda.
— Por que você não liga para ela. . . Diga-lhe que quero falar com ela? 
— Anastásia, ela é instável, e ela pode estar armada. — Ele disse, irritado.
— Então nós só vamos fugir?
— Por enquanto, sim.
— Supondo que ela tente atirar em Taylor?
— Taylor sabe e entende de armas. — Ele diz com desgosto. — Ele é mais
rápido com uma arma que ela.
— Ray esteve no exército. Ele me ensinou a atirar.
Christian levanta as sobrancelhas e por um momento parece totalmente


confuso. 
— Você, com uma arma? — Ele disse, incrédulo.
— Sim. — Eu fico ofendida. — Eu posso atirar Sr. Grey, então é melhor
você tomar cuidado. Não é apenas com sua ex-louca que você precisa se
preocupar.
— Eu vou ter isso em mente, Srta. Steele. — Ele responde secamente,
divertido, e é bom saber que mesmo nesta situação ridiculamente tensa, posso
fazê-lo sorrir.
Taylor nos encontra no hall de entrada e me entrega minha pequena mala e
minhas sapatilhas negras. Eu estou surpresa por ele ter embalado algumas
roupas. Eu sorrio para ele timidamente com gratidão, e ele me devolve um sorriso
rápido e tranquilizador. Antes que eu consiga me parar, eu o abraço, e ele tomado
pela surpresa fica corado em ambas as faces.
— Tenha cuidado. — Murmuro.
— Sim, senhorita Steele. — Resmungou.
Carrancudo Christian olha para mim e depois olha interrogativamente para
Taylor, que sorri muito pouco e ajusta a gravata.
— Deixe-me saber onde estou indo. — Christian diz.
Taylor enfiou a mão no casaco, tira a carteira, e coloca nas mãos de
Christian um cartão de crédito.
— Você pode querer usar isso quando chegar lá.
Christian concorda. 
— Boa ideia.
Ryan se junta a nós. 
— Sawyer e Reynolds não encontraram nada. — Ele disse para Taylor.
— Acompanhe Grey e a Srta. Steele para a garagem. — Ordenou Taylor.
A garagem esta deserta. Bem, é quase três da manhã. Christian me
introduz no banco de passageiro do R8 e coloca meu estojo e sua bolsa no porta-
malas na frente do carro. O Audi ao nosso lado está uma bagunça, pneus
cortados, tinta branca espalhada por todo ele. É arrepiante e fico grata que
Christian esta me levando para outro lugar.
— O substituto chegará à segunda-feira. — Christian diz friamente
enquanto se senta ao meu lado.


— Como ela soube que era o meu carro?
Ele olha ansiosamente para mim e suspira. 
— Ela tinha um Audi A3. Eu compro um para todas as minhas submissas,
é um dos automóveis mais seguros da sua classe.
Oh. 
— Então, não foi um presente de formatura.
— Anastásia, apesar do que eu esperava você nunca foi minha submissa,
por isso, tecnicamente, é um presente de formatura. — Ele sai do espaço do
estacionamento e acelera para a saída.
Apesar do que ele esperava. Ah, não. . . Meu subconsciente sacudiu a
cabeça tristemente. Isto é o que voltamos a todo o tempo.
— Você ainda está esperando? — Eu sussurro.
O telefone do carro vibra.  
— Grey. — Christian fala, bruscamente.
— Fairmont Olympic. Em meu nome.
— Obrigado, Taylor. E, Taylor, tenha cuidado.
Taylor faz uma pausa. 
— Sim, senhor. — Disse calmamente, e Christian desliga.
As ruas de Seattle estão desertas, e Christian entra na Quinta Avenida em
direção à I-5. Uma vez nas interestaduais, ele pisa no acelerador, em direção ao
norte. Ele acelera tão depressa que eu fui momentaneamente jogada de volta no
meu lugar. 
Eu dou uma olhadinha para ele. Ele esta num pensamento profundo,
irradiando um silêncio mortal. Ele não respondeu minha pergunta. Olha com
frequência no espelho retrovisor, e eu percebo que ele esta verificando se não
estamos sendo seguidos. Talvez seja por isso que estamos na I-5. Eu pensava que
o hotel Fairmont só existia em Seattle. 
Eu olho para fora da janela, tentando racionalizar, minha mente está
exausta e hiperativa. Se ela queria me machucar, ela teve muita oportunidade no
quarto.
— Não. Não é o que eu espero, não mais. Pensei que era óbvio. — Christian
interrompeu minha introspecção, sua voz era suave.
Eu pisco para ele, puxando sua jaqueta jeans em volta de mim, e eu não sei


se o frio esta emanando dentro de mim, ou do meio ambiente.
— Preocupa-me que, você sabe. . . Que eu não seja suficiente.
— Você é mais que suficiente. Pelo amor de Deus, Anastásia, o que mais eu
tenho que fazer? 
Diga-me sobre você. Diga que me ama.
— Por que você acreditou que eu iria te deixar quando eu disse que Dr.
Flynn tinha me dito tudo o que havia para saber sobre você?
Ele suspira profundamente, fecha os olhos por um momento, e durante um
tempo ele não responde. 
— Você não pode entender as profundezas da minha depravação,
Anastásia. E não é algo que eu quero compartilhar com você.
— E você realmente acha que eu o deixaria, se eu soubesse? — Minha voz é
alta, incrédula. Ele não entende que eu amo ele?  — Você pensa tão pouco de
mim?
— Eu sei que você vai me deixar. — Ele disse, infelizmente.
— Christian. . . Eu acho muito improvável. Eu não posso me imaginar sem
você. — Nunca. . .
— Você me deixou uma vez e eu não quero que aconteça novamente.
— Elena disse que viu você no sábado passado. — Eu sussurro baixinho.
— Eu não a vi. — Ele franziu a testa.
— Você não foi vê-la, quando eu saí?
— Não. — Ele disse irritado. — Eu já disse que não gosto de ser posto em
dúvida. — Ele me repreende. — Eu não fui a qualquer lugar na semana passada.
Sentei-me e fiz o planador que você me deu. Levou-me uma eternidade.  —
Acrescenta ele calmamente.
Meu coração se aperta de novo. A Sra. Robinson disse que o viu. 
Ele foi ou não foi? Ela está mentindo. Por quê?
— Ao contrário do que Elena pensa, eu não corro para ela com todos os
meus problemas, Anastásia. Eu não corri para ninguém. Você pode não ter
notado, mas eu não sou muito de conversa. — Ele aperta suas mãos no volante.
— Carrick me disse que você não falou durante dois anos.
— Ele disse? — A boca de Christian fica tensa, numa linha dura.
— Eu meio que lhe bombardeei para obter informações. — Envergonhada,


eu encaro meus dedos.
— Então, o que mais papai disse?
— Ele disse que sua mãe era a médica que o examinou quando foi trazido
para o hospital. Depois que você foi descoberto no seu apartamento.
A expressão de Christian permaneceu cuidadosamente. . . Inexpressiva.
— Ele disse que aprender a tocar piano o ajudou. E Mia.
Seus lábios enrolaram em um sorriso apaixonado, na menção do nome
dela. Depois de um momento ele me diz.
— Ela tinha cerca de seis meses de idade, quando cheguei. Fiquei
emocionado, Elliot ficou menos. Ele já tinha que lidar com a minha chegada. Ela
era perfeita. — O temor, doce e triste em sua voz estava afetando-o. — Exceto
agora, é claro. — Ele resmunga, e me lembro de suas tentativas bem-sucedidas
para impedir nossas intenções lascivas. Começo a rir.
Christian me dá um olhar de relance. 
— Você acha divertido, Srta. Steele?
— Ela parecia determinada em nos manter afastados.
Ele ri desconsolado. 
— Sim, ela é bem assim. — Ele aperta o meu joelho. — Mas conseguimos,
lá no final. — Ele sorri, então olha no espelho retrovisor, mais uma vez. — Eu não
acho que nós fomos seguidos. — Ele sai da I-5 e volta para o centro de Seattle.
— Posso te perguntar uma coisa sobre Elena?— Estávamos parados em um
semáforo.
Ele olha para mim com cautela. 
— Se você quer. — Ele resmunga emburrado, mas eu não me deixo
dissuadir com sua irritabilidade.
— Você me disse há muito tempo que ela te amava de uma maneira que
você encontrou aceitável. O que isso significa? 
— Não é óbvio? — Ele pergunta.
— Não para mim.
— Eu estava fora de controle. Eu não suportava ser tocado. Eu não posso
suportá-lo agora. Para um garoto de quinze anos de idade adolescente com os
hormônios em fúria, foi um tempo difícil. Ela me mostrou uma maneira de
desabafar.


Oh. 
— Mia me disse que você era um brigão.
— Cristo, o que há com a minha família tagarela? Na verdade, é você. —
Paramos em mais um sinal e ele aperta os olhos para mim. — Você seduziu as
pessoas para conseguir informações. — Ele balança a cabeça com um desgosto
simulado.
— Mia me ofereceu essa informação. Na verdade, ela foi muito aberta. Ela
estava preocupada com a possibilidade de começar uma briga na marquise, se
você não me ganhasse no leilão. — Eu resmungo indignada.
— Oh, bebê, não havia perigo. Em hipótese alguma eu deixaria alguém
dançar com você.
— Você deixou o Dr. Flynn.
— Ele é sempre uma exceção à regra.
Christian entra na entrada de automóvel impressionantemente arborizada
do Hotel Fairmont Olympic e para perto da porta da frente, ao lado de uma fonte
de pedra singular.
— Venha. — Ele sai do carro e recupera nossa bagagem. Um manobrista
correu em nossa direção, olhando surpreso, sem dúvida a nossa chegada tardia.
Christian atira-lhe as chaves do carro.
— Em nome de Taylor. — Ele diz. O manobrista acena com a cabeça e não
pode conter sua alegria quando salta para o R8 e vai embora. Christian pega a
minha mão e vamos para o saguão.
Quando estou ao lado dele no balcão da recepção, sinto-me completamente
e totalmente ridícula. Aqui estou eu, no mais prestigiado hotel de Seattle, vestindo
uma jaqueta jeans grande demais, usando um moletom grande demais, e uma
velha camiseta, ao lado deste elegante e bonito deus grego. Não é de admirar que a
recepcionista esteja olhando para mim e para o Christian como se a equação não
tivesse sentido. Claro, ela está super impressionada pelo Christian. Eu desvio o
olhar enquanto ela fica rubra e gagueja. Caramba, até mesmo suas mãos estão
tremendo.
— Você. . . Você precisa de ajuda. . . Com as suas malas, Sr. Taylor? — Ela
pergunta, ficando escarlate novamente.
— Não, a Sra. Taylor e eu podemos levar.


A Sra. Taylor! Mas eu não estou usando um anel. Eu coloco minhas mãos
atrás das costas.
— Você está na Suíte Cascata, Sr. Taylor, décimo primeiro andar. O nosso
funcionário irá ajudar com as malas.
— Nós estamos bem. — Christian diz secamente. — Onde estão os
elevadores?
A Senhorita-rubor-carmesim explica, e Christian pega minha mão mais
uma vez. Olha brevemente ao redor do átrio, impressionante suntuoso cheio de
cadeiras estofadas, que está deserto, exceto por uma mulher de cabelos escuros
sentada em um sofá aconchegante, alimentando seu cachorro. Ela olhou para
cima e sorriu para nós, nós nos encaminhando para o elevadores. Assim, o hotel
permite animais de estimação? Estranho para um lugar tão grandioso!
A suíte tem dois quartos, uma sala de jantar formal, e se completa com um
piano de cola. A lareira arde na sala principal enorme. Eita. . . Esta suíte é maior
que meu apartamento.
— Bem, Sra. Taylor, eu não sei sobre você, mas eu realmente gostaria de
uma bebida. — Christian murmura, fechando a porta da frente de forma segura.
No quarto, ele coloca meu casaco e sua mochila sobre a poltrona ao pé da
cama king-size com dossel e me leva pela mão até a sala principal, onde o fogo
estava queimando brilhantemente. É uma visão bem-vinda. Eu paro para aquecer
minhas mãos, enquanto Christian pega uma bebida.
— Conhaque?
— Por favor.
Depois de um momento, ele se junta a mim a beira do fogo e me dá um
copo de conhaque de cristal.
— Foi um longo dia, hein?
Concordo com a cabeça e seus olhos cinzentos olham para mim
minuciosamente preocupados.
— Eu estou bem. — Eu sussurro de forma tranquilizadora. — E você?
— Bem, agora eu gostaria de beber isso e, então, se você não estiver muito
cansada, levá-la para a cama e me perder em você.
— Eu acho que isso pode ser arranjado, Sr. Taylor. — Eu sorrio
timidamente, enquanto ele retirava seus sapatos e suas meias.


— Sra. Taylor, pare de morder o lábio. — Ele sussurra. 
Eu coro. O conhaque é delicioso, deixando um calor queimante enquanto
desliza suavemente em minha garganta. Quando eu olho para Christian, ele esta
tomando seu conhaque, me olhando, com seus olhos escuros com fome.
— Você nunca deixa de me surpreender, Anastásia. Depois de um dia como
hoje ou ontem, você não se lamentou ou fugiu para as montanhas gritando. Eu a
respeito. Você é muito forte.
— Você é um bom motivo para ficar. — Murmurei. — Eu disse a você,
Christian, eu não vou a lugar nenhum, não importa o que você fez. Você sabe
como me sinto sobre você.
Sua boca se torce enquanto ele duvida de minhas palavras, e sua testa
franze como se o que eu estava dizendo fosse doloroso para ele ouvir. Oh,
Christian, o que eu tenho que fazer para fazer você perceber como me sinto? 
O deixe bater em você, meu subconsciente tira onda com minha cara. Eu
faço uma cara feia interiormente para ele.
— Onde você vai pendurar os retratos que José tirou de mim? — Eu digo
tentando aliviar o clima.
— Isso depende. — Ele contrai os lábios demonstrando que, obviamente,
este é um tema de conversa muito mais saboroso para ele.
— Do quê?
— Das Circunstâncias. — Diz ele misteriosamente. — A exposição dele
ainda não acabou. Então eu não tenho que decidir logo.
Eu coloco minha cabeça para o lado e estreito os olhos.
— Você pode me olhar com a severidade que quiser Sra. Taylor. Eu não
estou dizendo nada. — Ele brinca.
— Eu posso conseguir a verdade torturando você.
Ele levanta uma sobrancelha. 
— Realmente, Anastásia, eu não acho que você deve fazer promessas que
não pode cumprir.
Oh meu Deus, é isso que ele acha? Eu coloco meu copo em cima da lareira,
chego mais perto, e para surpresa de Christian, tomo o seu copo e coloco ao meu
lado.
— Nós teremos que trabalhar nisso. — Murmuro. Muito corajosamente,


encorajada pelo conhaque, sem dúvida, pego a mão de Christian e o puxo para o
quarto. Ao pé da cama eu paro. Christian está tentando esconder sua diversão.
— Agora você me tem aqui, Anastásia, o que você vai fazer comigo? Ele
brinca, em voz baixa.
— Eu vou começar a despir você, quero terminar o que comecei mais cedo.
— Começo pelas lapelas de sua jaqueta, cuidando para não tocá-lo, e ele não se
mexe, mas está prendendo a respiração. 
Suavemente, eu empurro seu casaco sobre os ombros, e seus olhos se
mantém fixos aos meus, agora sem os traços de humor, a medida que crescem,
queimando dentro de mim, cautelosos e necessitados? Há tantas interpretações de
seu olhar. O que ele está pensando? Coloco o casaco sobre a poltrona.
— Agora a sua camisa. — Eu sussurro e a levanto pela barra. Ele coopera,
erguendo os braços e recuando, tornando mais fácil para eu retirá-la. Uma vez
fora, ele olha para mim, intensamente, vestindo apenas jeans que penduram de
forma tão provocante em seus quadris. A borda das cuecas boxer é visível. 
Meus olhos se movem avidamente em sua barriga esticada para os restos
da linha de batom, desbotada e manchada, então até o peito. Eu não quero nada
mais do que correr a minha língua por meio de seu peito cabeludo para saborear o
seu gosto.
— E agora? — Sussurra com os olhos brilhando.
— Eu quero beijar você aqui. — Eu levo meu dedo à sua barriga.
Seus lábios partem quando ele respira fortemente. 
— Eu não vou impedir. — Ele respira.
Tomo sua mão. 
É melhor você se deitar então. — Eu murmuro e o levo ao lado da cama
de dossel. Ele parece desnorteado, e me ocorre que talvez ninguém assumiu a
liderança com ele desde então. . . Ela. Não, não vou pensar nisto. 
Ele se senta na beirada da cama, olhando para mim, esperando... Sua
expressão está cautelosa e séria. Eu estou diante dele e tiro minha jaqueta jeans e
deixo cair no chão, então eu tiro suas calças de moletom. 
Ele esfrega o polegar sobre as pontas de seus dedos. Ele está louco para me
tocar, eu posso dizer, mas ele suprime o desejo. Respiro profundamente e com
coragem, alcanço a barra da minha camiseta e a levanto sobre minha cabeça,


ficando nua diante dele. Seus olhos não deixam os meus, mas ele engole e abre
seus lábios.
— Você é Afrodite, Anastásia. — Ele murmura.
Eu aperto seu rosto em minhas mãos, inclino sua cabeça para cima, e
dobro para beijá-lo. Ele geme baixo em sua garganta. 
Enquanto eu coloco minha boca na sua, ele agarra meus quadris, e antes
que eu perceba, estou presa debaixo dele, suas pernas forçam as minhas a se
separarem de modo que ele está embalado contra o meu corpo entre as minhas
pernas. Ele está me beijando, devastando minha boca, nossas línguas
entrelaçadas. Sua mão percorre minha coxa, por cima do meu quadril, ao longo da
minha barriga, em meu seio, apertando, amassando, e puxando tentadoramente
no meu mamilo.
Eu gemo e inclino minha pélvis involuntariamente contra ele, encontro um
atrito delicioso contra a emenda de sua braguilha e sua ereção crescente. Ele para
de me beijar e olha para baixo para mim confuso e sem fôlego. Ele flexiona os
quadris empurrando sua ereção para mim. . . . Sim. Bem ali.
Eu fecho meus olhos e gemo, e ele faz isso de novo, mas desta vez eu
empurro de volta, saboreando seu gemido enquanto ele me beija outra vez. Ele
continua o movimento delicioso lentamente, esfregando e me torturando. E ele está
certo, perdo-me, é inebriante não pensar em mais nada. Todas as minhas
preocupações são apagadas. 
Eu estou com ele neste momento, meu sangue bate em minhas veias,
vibrando alto em meus ouvidos, misturado com o som de nossas respirações
ofegantes. Eu enterro as minhas mãos em seu cabelo, segurando-o à minha boca,
consumindo-o, a minha língua ansiando pela sua. Eu arrasto meus dedos para
baixo, até a parte inferior das costas para o cós da calça jeans e empurro minhas
mãos gananciosas, pedindo-lhe uma outra vez, para que esqueçamos de tudo,
exceto nós.
— Você vai me matar, Ana. — Ele sussurra de repente, se afastando e
ajoelhando-se. Ele rapidamente puxa para baixo a calça jeans e me entrega um
pacote de papel alumínio.
— Você me quer bebê, e eu com certeza eu quero você. Você sabe o que
fazer.


Com ansiedade, meus dedos hábeis rasgam o envelope e desenrolo o
preservativo sobre ele. Ele sorri para mim, a boca aberta, com olhos nebulosos e
cheia de promessas carnais. Debruçando-se sobre mim, ele esfrega o nariz contra
o meu, de olhos fechados, e deliciosamente, pouco a pouco, ele entra em mim. 
Eu agarro seus braços e inclino o meu queixo para cima, desfrutando da
sensação esquisita e plena de sua posse. Ele corre os dentes ao longo do meu
queixo, se retrai, e então desliza em mim de novo, tão lento, tão doce, tão terno,
seu corpo pressionando-me, os cotovelos e as mãos de cada lado do meu rosto.
— Você me faz esquecer tudo. Você é a melhor terapia. — Ele respira,
movendo a um ritmo dolorosamente lento, saboreando cada centímetro de mim.
— Por favor, Christian rápido. — Murmuro, querendo mais, agora.
— Oh não, bebê. Eu preciso disto lento. — Ele me beija docemente,
suavemente morde meu lábio inferior, absorvendo meus gemidos suaves.
Eu passo as minhas mãos em seu cabelo e me entrego ao seu ritmo lento, e
seguramente meu corpo sobe mais e mais alto, em seguida, cai forte e rápido.
— Oh, Ana. — Ele respira enquanto solta meu nome numa bênção, em
seus lábios enquanto ele encontra a sua libertação.
Sua cabeça repousa sobre minha barriga, os braços em volta de mim. Meus
dedos cobrem seus cabelos indisciplinados, e nós nos encontramos assim não sei
por quanto tempo. É tão tarde e eu estou tão cansada, mas eu só quero desfrutar
dessa calma serena após o fulgor de fazer amor com Christian Grey, porque é isso
que fizemos: Amor, suave e doce. 
Ele percorreu um longo caminho, como eu, em tão pouco tempo. É quase
demais para absorver. Com todas as coisas fodidas, eu estou perdendo de vista
sua jornada, simples e honesta comigo.
— Eu nunca me canso de você. Não me deixe. — Ele murmura e beija a
minha barriga.
— Eu não vou a lugar nenhum, Christian, e eu me lembro de que eu queria
beijar sua barriga. — Eu resmungo sonolenta.
Ele sorri na minha pele. 
— Nada impede você agora, bebê.
— Eu não acho que eu posso me mover. Eu estou tão cansada.
Christian suspira e se move com relutância, chegando ao meu lado com a


cabeça no cotovelo e arrastando as cobertas sobre nós. Ele olha para mim, seus
olhos brilhando, caloroso, amoroso.
— Durma agora, bebê. — Ele beija meu cabelo e mantém o braço em volta
de mim e eu fico à deriva.
Quando eu abro meus olhos, a luz está enchendo a sala, fazendo-me
piscar. Minha cabeça está confusa com a falta de sono. Onde eu estou? Oh no
hotel. . .
— Oi. — Christian murmura, sorri carinhosamente para mim. Ele está ao
meu lado, completamente vestido, em cima da cama. Há quanto tempo ele está
aqui? Será que ele estava me estudando? De repente, eu me sinto incrivelmente
tímida e meu rosto aquece sob o seu olhar firme.
— Oi. — Murmuro grata que eu estou deitada com a barriga para baixo. —
Há quanto tempo você está me olhando?
— Eu podia ver você dormir por horas, Anastásia. Mas eu só estive aqui
cerca de cinco minutos. — Ele se inclina e me beija suavemente. — Dra. Greene
estará aqui em breve.
— Ah. — Eu tinha esquecido a intervenção inadequada de Christian.
— Você dormiu bem? — Ele indaga levemente. — Certamente, pareceu para
mim, depois do tanto que você roncou.
Oh, provocações do brincalhão Cinquenta.
— Eu não ronco! — Eu faço um beicinho petulante.
— Não. Você não ronca. — Ele sorri para mim. A linha tênue do batom
vermelho ainda é visível no pescoço.
— Será que você já tomou banho?
— Não. Estou esperando por você.
— Oh. . . Tudo bem.
— Que horas são?
— Dez e quinze. Eu não tive coragem de acordá-la cedo.
— E você me disse que não tinha um coração.
Ele sorri, mas infelizmente não responde.
— O café da manha está aqui. Panquecas e bacon. Venha, levante-se, eu
estou me sentido solitário na sala. — Ele bate e esmaga fortemente meu traseiro,
fazendo-me saltar, e levantar da cama.


Hmm. . .Versão Christian de afeto. 
Enquanto eu me estico, fico ciente que estou toda dolorida . . . Sem dúvida,
um resultado de todo o sexo, dança e caminhadas em caros sapatos de salto alto.
Eu cambaleio para fora da cama e caminho para o suntuoso banheiro, listando os
acontecimentos do dia anterior na minha mente. Quando eu saio, eu visto um dos
roupões de banho super-macios que estava pendurado num cabide de bronze no
banheiro.
Leila, a menina que se parece comigo, essa é a imagem mais surpreendente
que meu cérebro conjura, a sua presença estranha no quarto de Christian. O que
ela queria? Eu? Christian? Para fazer o quê? E por que diabos ela destruiu meu
carro? 
Christian disse que eu teria outro Audi, como todas as suas submissas. O
pensamento é indesejado. Como eu fui tão generosa com o dinheiro que ele me
deu, não posso fazer nada. 
Ando pelo quarto principal da suíte sem sinal de Christian. Finalmente o
localizo na sala de jantar. Eu pego um assento e fico grata pelo pequeno e
impressionante café da manhã colocado diante de mim. Christian está lendo os
jornais de domingo e bebendo café, o café da manhã terminou. Ele sorriu para
mim.
— Coma. Você vai precisar de sua força hoje. — Ele brinca.
— Mas por quê? Você vai me trancar no quarto? — Aos empurrões minha
deusa interior acorda de repente, toda desgrenhada, com um olhar somente puto.
— Apesar dessa ideia ser atraente, eu pensei em sair hoje. Pegar um pouco
de ar fresco.
É seguro? — Eu pergunto inocentemente, tentando e não conseguindo
manter a ironia da minha voz.
O rosto de Christian cai e pressiona a boca em uma linha. 
— Para onde vamos, é. E este assunto não é para se brincar. — Acrescenta
severamente, estreitando os olhos.
Eu olho para o meu pequeno café da manhã. Não acho que deva ser
repreendida após todo o drama vivido na noite anterior.  Eu como meu café da
manhã em silêncio, me sentindo petulante. 
Meu subconsciente está balançando a cabeça para mim. Cinquenta não


brincar sobre minha segurança, eu deveria saber disso agora. Eu quero virar meus
olhos para ele, mas me contenho. 
Ok, eu estou cansada e irritada. Tive um longo dia ontem e não dormi o
suficiente. Por que, oh por que ele começa a parecer tão fresco como uma
margarida? A vida não é justa.
Alguém bate na porta.
— Deve ser a doutora. — Christian resmunga, obviamente, ainda chateado
com a minha ironia. Ele sai da mesa.
Não podemos apenas ter uma manhã calma e normal? Eu suspiro
pesadamente, deixando metade do meu café da manhã e levanto para
cumprimentar a Doutora Depo-Provera.
Estamos no quarto, e a Dra. Greene está me olhando de boca aberta. Ela
está vestida mais casualmente do que a última vez, um conjunto duplo cashmere
rosa pálido e calças pretas, e seu cabelo bem loiro está solto.
— E você apenas parou de tomá-lo? Como assim? 
Eu me sinto uma tola.
— Sim. — Poderia minha voz ser mais baixa?
— Você poderia estar grávida. — Ela diz com naturalidade.
O quê! O mundo caiu aos meus pés. Meu subconsciente caiu no chão
vomitando, e eu acho que vou ficar doente também. Não!
— Aqui, vá fazer xixi. — Ela é toda negócios hoje, sem levar nenhum
prisioneiro.
Humildemente, eu aceito o pequeno recipiente de plástico que ela me
oferece e ando em direção ao banheiro. Não. Não. Não. De jeito nenhum.  De jeito
nenhum... Por favor, não. Não. 
O que Cinquenta vai fazer? Eu estou pálida. Ele vai enlouquecer. 
Não, por favor! Eu sussurro numa oração silenciosa.
Eu dou a Dra. Greene minha amostra, e ela coloca cuidadosamente um
pequeno bastão branco nele.
— Quando começou seu período?
Como é que eu vou pensar sobre essas peculiaridades, quando tudo o que
posso fazer é olhar ansiosamente para o bastão branco?
— Er. . . Quarta-feira? Não a passada, a anterior. Primeiro de Junho. 


— E quando você parou de tomar a pílula?
— Domingo. No domingo passado.
Ela franze os lábios.
— Você deve estar bem. — Diz ela bruscamente. — Eu posso dizer pela sua
expressão que uma gravidez não planejada não seria uma boa notícia. Então
medroxiprogesterona é uma boa ideia se você não consegue se lembrar de tomar a
pílula todos os dias. — Ela me dá um olhar severo, e eu cedo sob seu brilho
autoritário. Pegando o bastão branco, ela olha para ele.
— Você está limpa. Você não ovulou ainda, então desde que você tenha
tomado ás devidas precauções, você não deve estar grávida. Agora, deixe-me
aconselhá-la sobre esse fato. Nós descartamos da última vez por causa dos efeitos
colaterais, mas, francamente, os efeitos colaterais de uma criança são de longo
alcance e dura anos. — Ela sorri satisfeita consigo mesma de sua piada, mas eu
não posso responder estou muito atordoada.
Dra. Greene começa a falar sobre os efeitos colaterais, e eu fico paralisada
com o alívio, sem prestar a atenção ao que ela fala. Toleraria qualquer quantidade
de mulheres estranhas no pé da minha cama, em vez de confessar a Christian que
eu possa estar grávida.
— Ana! — Dra. Greene me chama. — Vamos fazer isso. — Ela me puxa
para fora de meu devaneio, e eu de bom grado arregaço a manga.




Christian fecha a porta atrás dela e olha para mim com cautela. 
— Tudo bem? — Ele pergunta.
Aceno mudamente, e ele inclina a cabeça para um lado, seu rosto tenso de
preocupação.
— Anastásia, o que é? O que a Dra. Greene disse? 
Sacudo a cabeça. 
— Você está pronto para ir em sete dias. — Eu murmuro.
— Sete dias?
— Sim.


— Ana, o que há de errado?
Eu engulo. 
— Não, nada para se preocupar. Por favor, Christian, apenas deixe para lá.
Christian aparece na minha frente. Ele agarra meu queixo, inclinando a
cabeça para trás, e olha enfaticamente nos meus olhos, tentando decifrar o meu
pânico.
— Diga-me. — Ele se encaixa com insistência.
— Não há nada para contar. Eu gostaria de me vestir. — Eu puxo meu
queixo para fora de seu alcance.
Ele suspira e passa a mão pelos cabelos, franzindo a testa para mim. 
— Vamos para o chuveiro. — Ele diz finalmente.
— Claro. — Eu murmuro, distraída, e ele torce sua boca.
— Venha. — Ele diz, amuado, apertando minha mão com firmeza. Ele vai
em direção ao banheiro enquanto eu me arrasto atrás dele. Eu não sou a única de
mau humor, aparentemente. Aquecendo a ducha, Christian rapidamente sai antes
de ligar para mim.
— Eu não sei o que está chateando você, ou se você está apenas mal-
humorada por falta de sono. — Ele diz, enquanto solta meu manto. — Mas eu
quero que você me diga. Minha imaginação está fugindo de mim, e eu não gosto
disso.
Reviro os olhos para ele, e ele me encara de volta, estreitando os olhos.
Merda! Ok. . . Aqui vai.
— Dra. Greene me repreendeu sobre não ter tomado a pílula. Ela disse que
eu poderia estar grávida.
— O quê? — Ele empalidece, e congela as mãos quando olha para mim, de
repente pálido.
— Mas eu não estou. Ela fez um teste. Foi um choque, isso é tudo. Eu não
posso acreditar que eu fui tão estúpida.
Ele visivelmente relaxa. 
— Você tem certeza que não está?
— Sim.
Ele toma uma respiração profunda. 
Ótimo. Sim, eu posso ver que notícias como essa poderia ser muito


perturbadora.
Eu franzo a testa. . . . Perturbador? 
— Eu estava mais preocupada com sua reação.
Ele enrugou a testa para mim, perplexo. 
— Minha reação? Bem, naturalmente eu estou aliviado. . . Seria um grande
descuido e falta de modos engravidá-la.
— Então, talvez devêssemos ficar em abstinência. — Eu desabo.
Ele olha para mim por um momento, perplexo, como se eu fosse algum tipo
de experimento científico. 
— Você definitivamente, está de mau humor esta manhã.
— Foi apenas um choque, ok. — Repito petulante.
Juntando as lapelas do meu manto, ele me puxa para um abraço, beija
meu cabelo e aperta minha cabeça contra seu peito. Fico distraída com os cabelos
no seu peito que me faziam cócegas no rosto. Oh, se eu pudesse apenas lhe
acariciar!
— Ana, eu não estou acostumado a isso. — Ele murmura. — Minha
inclinação natural é te dar umas batidinhas, mas eu duvido seriamente que você
queira isso.
Puta merda. 
— Não, não gostaria. Isso ajuda. — O aperto em um abraço e é estranho
estar com Christian nu e eu envolta em uma manta. Fico mais uma vez afetada
pela sua honestidade. Ele não sabe nada sobre relacionamentos, e nem eu, exceto
o que eu aprendi com ele. Bem, ele pediu para eu ter fé e paciência, talvez eu
devesse fazer o mesmo.
— Venha, vamos ao chuveiro. — Diz Christian, eventualmente, liberando-
me.
Voltando atrás, ele tira minha manta, e eu o sigo até a água que cai em
cascata, segurando meu rosto para a torrente. Há espaço para nós dois sob o
chuveiro gigantesco. Christian pega o xampu e começa a lavar o cabelo. Entrega
para mim e eu sigo o exemplo.
Oh, isso parece bom. Fechando os olhos, eu sucumbo à limpeza e à água
aquecida. Enquanto enxaguo o xampu, sinto as mãos em mim, ensaboando meu
corpo, meus ombros, meus braços, meus seios, minhas costas. Delicadamente, ele


gira em torno de mim e me puxa contra ele, enquanto ele continua no meu corpo,
minha barriga, os dedos hábeis entre as minhas pernas hum meu traseiro. Oh, me
sinto tão, é tão intimo. Ele me vira para encará-lo novamente.
— Aqui. — Ele diz calmamente, entregando-me a bucha. — Eu quero que
você lave os restos do batom.
Meus olhos se abrem espantados e olho rapidamente os seus. Ele está me
olhando atentamente, todo molhado e bonito, seus gloriosos e brilhantes olhos
cinzentos não dando nada de graça.
— Não se desvie muito da linha, por favor. — Ele resmunga firmemente.
— Ok. — Eu sussurro, tentando absorver a enormidade do que ele me
pediu para fazer. Para tocá-lo na borda da zona proibida. 
Eu espremo uma pequena quantidade de sabão na minha mão, esfrego
uma na outra para criar espuma, em seguida, coloco sobre seus ombros e lavo
cuidadosamente afastando da linha de batom em cada lado. Ele se acalma e fecha
os olhos, o rosto impassível, mas ele está respirando rapidamente, e eu sei que não
é a luxúria, mas medo. 
Com dedos trêmulos, eu cuidadosamente sigo a linha para o lado do peito,
ensaboando e esfregando suavemente, e ele engole, sua mandíbula tensa, com os
dentes estão cerrados. Oh! Meu coração se contrai e minha garganta se aperta. Oh
não, eu vou chorar. 
Eu paro para adicionar mais sabão na minha mão e sinto-o relaxar em
frente de mim. Eu não posso olhar para ele. Eu não posso suportar ver sua dor é
demais. Eu engulo.
— Pronto? — Murmuro e a tensão é alta e clara na minha voz.
— Sim. — Ele sussurra com sua voz rouca, misturada com medo.
Gentilmente, eu coloco minhas mãos em cada lado do peito, e ele congela
novamente. 
É muito. Estou impressionada com a sua confiança em mim, dominada pelo
medo, pelo dano causado a este belo homem. 
Lágrimas piscam em meus olhos e derramam pelo meu rosto, perdendo-se
na água do chuveiro. Oh, Christian! Quem fez isso com você?
Seu diafragma move-se rapidamente com cada respiração superficial, seu
corpo está todo tenso, rígido irradiando dele em ondas enquanto minhas mãos se


movem ao longo da linha, apagando-a. Oh, se eu pudesse apagar sua dor, eu o
faria, faria qualquer coisa, eu apenas gostaria de beijar cada cicatriz de seu corpo,
para afastar aqueles anos terríveis de negligência. Mas eu sei que não posso, e
minhas lágrimas caem espontaneamente pelo meu rosto.
— Não. Por favor, não chore. — Ele murmura, a voz angustiada enquanto
ele me envolve firmemente em seus braços. — Por favor, não chore por mim. — E
eu explodo em desabrochados soluços, enterrando meu rosto contra o pescoço,
pensando no menino perdido em um mar de medo e dor, negligenciado, abusado,
machucado além de toda a paciência.
Afastando-se, ele aperta minha cabeça com as duas mãos inclinam para
trás, e se abaixa para me beijar.
— Não chore. Ana, por favor. — Ele murmura contra a minha boca. — Foi
há muito tempo. Estou dolorido por você tocar em mim, mas eu simplesmente não
posso suportar isso. É muito. Por favor, por favor, não chore.
— Eu quero tocar em você também. Mais do que você jamais saberá. Para
vê-lo assim. . . Tão machucado e com medo, Christian. . . Fere-me profundamente.
Eu te amo tanto.
Ele corre o dedo no meu lábio inferior. 
— Eu sei. Eu sei. — Ele sussurra.
— Você é muito fácil de amar. Você não vê isso?
— Não, querida, eu não sou.
É. E o amo assim como sua família. Assim como Elena e Leila, eles têm
uma maneira estranha de mostrar isso, mas elas o amam. Você é digno.
— Pare. — Ele coloca o dedo sobre meus lábios e balança a cabeça, uma
expressão angustiada no rosto. — Eu não posso ouvir isso. Eu não sou nada,
Anastásia. Eu sou a sombra de um homem. Eu não tenho um coração.
— Sim, você tem. E eu quero tudo isso. Você é um bom homem, Christian,
um homem muito bom. Nunca duvide disso. Olhe para o que você fez. . . O que
você conseguiu. — Eu soluço. — Olhe o que você fez para mim. . . O que você virou
as costas, para mim. — Eu sussurro. — Eu sei. Eu sei como você se sente sobre
mim.
Ele olha para mim, os olhos arregalados e em pânico, e tudo o que podemos
ouvir é o fluxo contínuo de água que flui sobre nós no chuveiro.


— Você me ama. — Eu sussurro.
Seus olhos aumentam ainda mais e sua boca se abre. Ele respira muito
profundamente, como se estivesse sem fôlego. Ele me olha torturado e vulnerável.
— Sim. — Ele sussurra. — Eu a amo.

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