quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

50 tons mais escuros( capitulo-7)

Puta merda, eu fiz isso? Deve ser o álcool. Bebi champanhe, além de mais
quatro copos de vinhos. Levanto o olhar para Christian, que está ocupado
aplaudindo. 
Merda, ele deve estar com muita raiva, e estávamos tão bem. Meu
subconsciente decidiu finalmente fazer uma aparição, seu rosto está igual ao O
grito12 de Edvard Munch.
Christian se inclina para mim, um grande sorriso falso estampado em seu
rosto. Ele beija minha bochecha e, em seguida, aproxima-se e sussurra no meu
ouvido de uma forma muito fria, com sua voz controlada.
— Eu não sei se me rendo aos seus pés ou te bato até merda sair de você.
Oh... Sei o que quero agora. Eu olho para ele, piscando através da minha
máscara. Eu só desejaria poder ler o que está em seus olhos.
— Eu aceitarei a segunda opção, por favor,— eu sussurro freneticamente
enquanto os aplausos morrem. Seus lábios se apertam enquanto ele respira
fortemente. Oh, essa boca cinzelada, eu a quero em mim, agora. Sofro por ele. Ele
me dá um sorriso radiante e sincero que me deixa sem fôlego.
— Sofrendo? Vamos ver o que podemos fazer sobre isso, — ele murmura
enquanto corre os dedos ao longo do meu queixo. 
Seu toque ecoa profundamente em mim, onde essa dor é gerada e cresce.
Eu quero saltar em cima dele, aqui e agora, mas nos sentamos para assistir ao
leilão do seguinte lote.
Eu mal consigo ficar quieta. Christian joga um braço ao redor dos meus
ombros, seu polegar ritmicamente acariciando minhas costas, enviando arrepios
                                                           
12 Refere-se a  quadro do mesmo título de Munch.


deliciosos na minha espinha. Sua mão livre agarra minhas mãos, levando-a aos
seus lábios, em seguida, deixando-a descansar em seu colo.
Lenta e secretamente, por isso eu não percebo o seu jogo até que seja tarde
demais, ele desliza a minha mão até sua perna e contra sua ereção. Eu suspiro, e
meus olhos se giram em pânico ao redor da mesa, mas todos os olhos estão fixos
no palco. Graças a Deus pela minha máscara. 
Aproveitando o máximo, eu lentamente acaricio-o, deixando meus dedos
explorar. Christian mantém sua mão sobre a minha, escondendo meus dedos
safados, enquanto passa o polegar suavemente sobre a minha nuca. Sua boca se
abre enquanto ele respira suavemente, e é a única reação que eu posso ver por
meu toque inexperiente. Mas isso significa muito. Ele me deseja. Tudo a abaixo do
meu umbigo se contrai. Isso está se tornando insuportável.
Uma semana no Lago Adriana em Montana é o lote final do leilão. Claro que
o Senhor e a Dra. Grey tem uma casa em Montana, e a licitação aumenta
rapidamente, mas eu mal estou ciente disso. Eu o sinto crescer sob os meus
dedos, e isso me faz sentir tão poderosa.
— Vendido, por cento e dez mil dólares!— O MC declara vitorioso. O salão
inteiro explode em aplausos, e relutantemente, eu aplaudo juntamente com
Christian, arruinando a nossa diversão.
Ele se vira para mim e contrai os lábios. — Pronta?— ele gesticulou com a
boca sobre o arrebatador aplauso.
— Sim, — eu gesticulo de volta.
— Ana! — Mia chama. — Está na hora!
O quê? Não. De novo não! 
— Hora para quê?
— O Leilão da Primeira Dança. Vamos lá! — Ela se levanta e estende a mão.
Eu olho para Christian que está, penso eu, franzindo o cenho para Mia, e
eu não sei se devo rir ou chorar, mas é o riso que ganha. Eu sucumbo a uma
enorme risata, enquanto somos frustrados mais uma vez pela super poderosa Mia
Grey. Christian olha para mim, e depois de um segundo, há um aparecimento de
um sorriso nos lábios.
— A primeira dança será comigo, ok? E não vai ser na pista de dança, —
ele murmura lascivamente no meu ouvido. Minha risada diminui enquanto a


antecipação lança chamas sobre minha necessidade. Oh, sim! Minha deusa
interior realiza um perfeito Salchow13 triplo em seus patins de gelo.
— Estou ansiosa por isso. — Eu me inclino e dou-lhe um beijo suave, casto
em sua boca. Olhando em volta, percebo que os convidados na mesa estão
surpresos. Claro, eles nunca viram Christian com namorada antes.
Ele sorri para mim. E ele parece. . . Feliz. Uau.
— Vamos lá, Ana, — Mia resmunga. Tomando sua mão estendida, eu a sigo
para o palco onde dez mulheres jovens se reúnem, e constato com uma vaga
inquietação que Lily é uma delas.
— Senhores, o ponto culminante da noite! — O MC ressoa acima do
murmúrio de vozes. — O momento em que todos nós esperamos! Estas doze
senhoritas encantadoras concordaram em leiloar sua primeira dança para o maior
lance! 
Ah, não. Ruborizo-me da cabeça aos pés. Eu não tinha percebido o que isso
significava. Que humilhante!
É por uma boa causa, — Mia sussurra para mim, sentindo o meu
desconforto. — Além disso, Christian vai ganhar. — Ela gira os olhos. — Eu não
posso imaginar que ele deixe alguém ganhar dele. Ele não tirou os olhos de você a
noite toda.
Sim, focar na boa causa, e Christian é obrigado a ganhar. Sejamos
realistas, não é um centavo ou dois. 
Mas isso significa gastar mais dinheiro contigo! Meu subconsciente
resmunga para mim. Mas eu não quero dançar com ninguém, eu não posso
dançar com mais ninguém... e não estará gastando dinheiro comigo, estará doando
para a caridade. Como os vinte e quatro mil dólares que ele já gastou? Meu
subconsciente entrecerra os olhos.
Merda. Parece que fui muito longe com meu lance impulsivo. Por que eu
estou discutindo comigo mesma?
— Agora, senhores, se reúnam em volta, e deem uma boa olhada no que
poderia ser seu para uma primeira dança. Doze garotas formosas e dóceis.
Nossa! Eu sinto que estou em um mercado de carne. Vejo, horrorizada,
enquanto pelo menos vinte homens fazem seu caminho para a área do palco,
                                                          
13 Salto criado pelo patinador sueco Ulrico Salchow. É um dos saltos mais fáceis e básicos


incluído Christian, movendo-se fácil e com graça entre as mesas e fazendo uma
pausa para dizer uns poucos “olá” no caminho. Uma vez que os ofertantes estão
reunidos, o MC começa.
 — Senhoras e Senhores, pela tradição das máscaras, vamos manter o
mistério por trás das máscaras e manter apenas o nome de batismo. Primeiro
temos a adorável Jada.
Jada está rindo como uma colegial, também. Talvez eu não seja a única
deslocada. Ela está vestida dos pés à cabeça com um tafetá azul marinho e uma
máscara correspondente. Dois jovens dão um passo adiante e param. Sortuda
Jada.
— Jada fala japonês fluentemente, é uma piloto de caça qualificada, e uma
ginasta olímpica. . . humm. — O MC pisca. — Cavalheiros, qual o lance?
Jada fica boquiaberta, e olha atônica para o MC, obviamente, ele está
falando puro lixo. Ela sorri timidamente de volta para os dois concorrentes.
— Mil dólares!— Uma fala.
 Muito rapidamente a oferta sobe para cinco mil dólares.
— Dou-lhe uma. . . dou-lhe duas. . . vendido! — o MC declara em voz alta,
— ao senhor de máscara! —E, claro, todos os homens estão usando máscaras por
isso há buzinas de aplausos, risos e aplausos. Jada sorri para seu comprador e sai
rapidamente do palco.
— Vê? Isso é divertido! — Mia sussurra. — Espero que Christian ganhe
você, no entanto. . . Não queremos ver uma briga, — acrescenta.
— Briga? — Eu respondo horrorizada.
— Oh sim. Ele era muito cabeça-quente quando era jovem. — Ela
estremece.
Christian brigando? Refinado, sofisticado, igual-a-música-de-coral-Tudor
Christian? Eu não posso imaginar. O MC me distrai com a sua próxima
apresentação, uma jovem em vermelho, com longo cabelo cor de azeviche.
— Senhores, gostaria de apresentar a maravilhosa Mariah. O que vamos
fazer em relação a Mariah? Ela é uma toureira experiente, toca violoncelo em
concerto, e ela é uma campeã de saltos...  Que tal isso, senhores? Qual é o lance,
por uma dança com a deliciosa Mariah?
Mariah olha para o MC e alguém grita, bem alto. 


— Três mil dólares!— É um homem mascarado, com cabelos loiros e barba.
Há uma contra oferta, e Mariah foi vendida por quatro mil dólares.
Christian está me olhando como um falcão. Um brigão Trevelyan14-Grey
quem poderia imaginar?
— Faz quanto tempo? — eu pergunto a Mia.
Ela olha para mim, perplexa.
— Faz quanto tempo que Christian brigou?
— No início da adolescência. Ele deixava nossos pais loucos, voltando para
casa com os lábios cortados e os olhos escuros. Ele foi expulso de duas escolas.
Ele infligiu alguns danos sérios em seus adversários.
Olhei-a boquiaberta.
— Não te disse? — Ela suspira. — Ele ficou com a reputação bastante ruim
entre os meus amigos. Foi realmente uma persona non grata por uns poucos anos.
Mas ele parou quando tinha cerca de quinze ou dezesseis anos. — Ela encolheu os
ombros.
Puta merda. Outra peça do quebra-cabeça se encaixa.
— Então, qual o lance para a linda Jill?
— Quatro mil dólares, — chama uma voz profunda do lado esquerdo. Jill
grita de alegria.
Eu parei de prestar atenção no leilão. Então, Christian tinha esse tipo de
problemas na escola, brigando. Eu me pergunto por quê. Eu fico olhando
fixamente para ele. Lily está nos observando.
— E agora, permitam-me apresentar a bonita Ana.
Oh merda, sou eu. Olho nervosamente para Mia e ela me faz sinais para o
centro do palco. Felizmente, eu não caio, mas fico totalmente envergonhada ao ser
o centro da atenção de todos. Quando eu olho para Christian, ele está sorrindo
para mim. Bastardo.
— A maravilhosa Ana toca seis instrumentos musicais, fluente em
mandarim, e está interessada em yoga. . . bem, meus senhores — Antes que ele
possa até mesmo terminar a sua sentença, Christian o interrompe, olhando para o
MC através de sua máscara.
                                                           
14 Trevelyan: Alec Trevelyan (006) o principal vilão do filme de James Bond, GoldenEye,



— Dez mil dólares. — Ouço Lily suspirar totalmente incrédula.
Oh Porra.
— Quinze.
O quê? Nós todos nos viramos para um homem alto, impecavelmente
vestido, parado à esquerda do palco. Eu pisco para Cinquenta. Merda, o ele que
fará sobre isso? Mas ele está coçando o queixo e dando um estranho sorriso
irônico. É óbvio que Christian o conhece. O estranho acena educadamente a
Christian.
— Bem, senhores! Temos grandes jogadores na casa esta noite. — A
excitação do MC emana através de sua máscara de arlequim enquanto ele se vira
para Christian. Este é um grande show, mas é às minhas custas. Eu quero
protestar.
— Vinte — replica Christian tranquilamente.
O murmúrio da multidão morreu. Todo mundo está olhando para mim,
Christian, e o Senhor Misterioso.
— Vinte e cinco, — o estranho diz.
Poderia isto ser mais embaraçoso?
Christian olha para ele impassível, mas ele está se divertindo. Todos os
olhos estão em Christian. O que vai fazer? Meu coração está na minha boca. Sinto-
me mal.
— Cem mil dólares, — ele diz, sua voz soando alta e clara através da
marquise.
— Mas que porra? — Lily sibila audivelmente atrás de mim, e um suspiro
geral de consternação e diversão ondulam através da multidão. O estranho levanta
suas mãos em derrota, rindo, e Christian sorri para ele com soberbia. Pelo canto
do meu olho, eu posso ver Mia saltando, subindo e descendo com alegria. Meu
subconsciente está olhando para Christian, completamente desalentada.
— Cem mil dólares para a linda Ana! Dou-lhe uma. . . Dou-lhe duas... — O
MC olha para o estranho que balança a cabeça com simulado pesar e acena
cavalheiresco.
— Vendido! — O MC grita triunfante.
Em uma rodada ensurdecedora de aplausos e aclamações, Christian se
adianta para tomar minha mão e me ajudar a sair do palco. Ele olha para mim


com um sorriso divertido enquanto eu faço o meu caminho para baixo, beija as
costas da minha mão, então a coloca na curva de seu braço e me leva em direção a
saída da marquise.
— Quem era? — Eu pergunto.
Ele olha para mim. 
— Alguém que você pode encontrar mais tarde. Agora, eu quero lhe mostrar
uma coisa. Temos cerca de 30 minutos até a conclusão do leilão da Primeira
Dança. Então nós temos que estar de volta na pista de dança para que eu possa
desfrutar da dança pela qual paguei.
— Uma dança muito cara, — eu resmungo em desaprovação.
— Eu tenho certeza que vai valer a pena cada centavo. — Ele sorri para
mim maliciosamente. Ah, ele tem um sorriso glorioso, e a excitação está de volta,
desabrochando no meu corpo.
Estamos fora, sobre o gramado. Pensei que estávamos indo a cobertura,
mas lamentavelmente parece que nos dirigimos para a pista de dança onde a
grande banda está se preparando. Há pelo menos uns vinte músicos e alguns
convidados andando e furtivamente fumando, mas uma vez que a maioria das
ações está atrás da marquise, não atraímos muita atenção.
Christian me leva para a parte traseira da casa e abre uma janela francesa
que conduz a uma sala de estar grande e confortável que eu não tinha visto antes.
Ele caminha pelo corredor deserto em direção à escadaria, que possui um elegante
corrimão de madeira polida. Pegando minha mão na curva do braço, ele me leva
até o segundo andar onde há um outro lance de escadas para o terceiro. Abrindo
uma porta branca, me faz passar para um dos quartos.
— Este era meu quarto, — ele diz calmamente, parando na porta e
trancando-a. 
É grande, simples e escassamente mobiliada. As paredes são brancas,
assim como é o mobiliário, há uma espaçosa cama de casal, uma mesa e cadeira,
prateleiras repletas de livros e painéis com vários troféus de boxe como se nota. As
paredes estão decoradas com cartazes de filmes: The Matrix, Clube da Luta, O
Show de Truman, e dois cartazes emoldurados apresentando lutadores de boxes.
Um deles se chama Guiseppe DeNatale. Eu nunca ouvi falar dele.
Mas o que me chama a atenção é a placa branca com alfinetes sobre a


mesa, repleta de uma infinidade de fotografias, bandeirinhas de Marinheiros e
recados. É um pedaço do jovem Christian. Meus olhos se voltam para o homem
magnífico, bonito agora em pé no centro da sala. Ele vem até a mim
sombriamente, chocante e sexy.
— Eu nunca trouxe uma garota aqui, — ele murmura.
— Nunca? — Sussurro.
Ele balança a cabeça. Eu engulo seco, a ânsia que vem me incomodando no
último par de horas está rugindo agora, crua e desejosa. Vendo-o ali no tapete azul
royal naquela máscara. . . Está além do erótico. Eu o quero. Agora. De qualquer
maneira que eu possa tê-lo. Eu tenho que resistir em lançar-me para ele e rasgar
suas roupas. Ele caminha para mim, como uma valsa, lentamente.
— Nós não temos muito tempo, Anastásia, e do jeito que eu estou me
sentindo neste exato momento, não precisaremos muito tempo. Vire-se. Deixa-me
tirar esse teu vestido.
Viro-me e encaro a porta, grata por estar trancada. Abaixando-se, ele
sussurra baixinho no meu ouvido: — Mantenha a máscara.
Eu gemo enquanto meu corpo se aperta em resposta. Ainda nem mesmo
me tocou. 
Alcança a parte superior do meu vestido, seus dedos deslizando na minha
pele, e o toque reverbera através de meu corpo. Em um movimento rápido, ele abre
o zíper. Segurando meu vestido, ele me ajuda a sair dele, então se vira e o coloca
cuidadoso no encosto de uma cadeira. Removendo o paletó, ele coloca sobre o meu
vestido. Faz uma pausa, e me olha por um momento, devorando-me. Eu estou só
de calcinha e sutiã, e me deleito em seu olhar sensual.
— Você sabe, Anastásia, — ele diz baixinho enquanto vem em minha
direção, desfazendo a gravata para que fique de ambos os lados do pescoço, em
seguida, desfez os três primeiros botões de sua camisa. — Eu estava tão irritado
quando comprou o meu lote do leilão. Todos os tipos de ideias passaram pela
minha cabeça. Tinha que me lembrar que a punição está fora do cardápio. Mas
então você pediu voluntariamente. — Ele olha para mim através de sua máscara.
— Por que você fez isso? — Ele sussurra.
— Ser voluntária? Eu não sei. Frustração. . . Muito álcool. . . Causa
nobre,— eu modestamente murmuro, encolhendo os ombros. — Talvez para


chamar sua atenção? 
Eu precisava dele, então. Eu preciso dele ainda mais agora. A dor está pior,
e eu sei que ele pode acalmar isso, acalmar esta besta estrondosa e salivante em
mim com a besta que existe nele. Sua boca endurece numa linha, e ele lentamente
lambe o lábio superior.  Quero que essa língua em mim.
— Eu jurei a mim mesmo que eu não iria bater em você de novo, mesmo
que você me pedisse.
— Por favor, — eu imploro.
— Mas então eu percebi que você está provavelmente muito desconfortável
no momento, e não é algo que você está acostumada. — Ele sorriu para mim
conscientemente, bastardo arrogante, mas eu não me importo porque ele está
absolutamente certo.
— Sim, — suspiro.
— Então, pode haver um certo. . . controle. Se eu fizer isso, você deve me
prometer uma coisa.
— Qualquer coisa.
— Você vai usar a palavra de segurança se você precisar, e eu só vou fazer
amor com você, ok?
— Sim. — respiro rapidamente. Quero suas mãos em mim.
Ele engole, em seguida, pega a minha mão, e se move em direção à cama.
Jogando o edredom de lado, ele se senta, pega um travesseiro, e coloca-o ao lado
dele. Ele olha para mim de pé ao lado dele e de repente puxa forte em minha mão
para que eu caia em suas pernas. Move-se um pouco para que meu corpo
descanse na cama, meu peito sobre o travesseiro, o meu rosto para um lado.
Debruçando-se sobre, ele tira o meu cabelo sobre meu ombro e passa os dedos
através da pluma de penas na minha máscara.
— Ponha as mãos atrás das costas, — ele murmura. Oh! Ele tira a gravata
e a usa para rapidamente juntar os pulsos, de modo que minhas mãos estão
atadas atrás de mim, descansando um pouco nas minhas costas.
— Você realmente quer isso, Anastásia?
Eu fecho meus olhos. Esta é a primeira vez desde que eu o conheci que eu
realmente quero isso. Eu preciso disso.
— Sim, — eu sussurro.


— Por quê? — Ele pergunta baixinho enquanto acaricia minhas costas com
a palma da mão.
Eu gemo assim que sua mão faz contato com minha pele. Eu não sei por
quê. . . Você me disse para eu não pensar demais. Depois de um dia como hoje,
discutindo sobre o dinheiro, Leila, Sra. Robinson, ele sobre mim, o mapa na sua pele,
essa grande festa, as máscaras, o álcool, as bolas de prata, o leilão. . . Eu quero
isso.
— Preciso de um motivo?
— Não, bebê, não precisa, — ele diz. — Eu só estou tentando entender
você. — Sua mão esquerda curvou-se em volta da minha cintura, segurando-me
no lugar enquanto a palma da mão saía do meu traseiro e cai forte, logo acima da
junção das minhas coxas. A dor se conecta diretamente com a dor na minha
barriga
Oh, Deus. . . Eu gemo alto. Ele me bate de novo, exatamente no mesmo
lugar. Eu gemo novamente.
— Dois, — ele murmura. — Faremos 12.
Oh, meu Deus! Isso parece diferente da última vez, tão carnal, tão. . .
Necessário. Ele acaricia o meu traseiro com os dedos longos, e eu estou indefesa,
amarrada e pressionada contra o colchão, à sua mercê, e por minha própria
vontade. Ele me bate de novo, ligeiramente no lado e, novamente, no outro lado,
em seguida, faz uma pausa enquanto ele lentamente despe minha calcinha e
puxa-a. Ele gentilmente passa a palma de sua mão em meu traseiro de novo antes
de continuar me batendo – cada tapa pungente me empurrando até a borda da
minha necessidade, ou alimentando-a. Eu não sei. Eu me rendo ao ritmo dos
golpes, absorvendo cada um, saboreando cada um.
— Doze, — ele murmura em voz baixa e áspera. Ele acaricia o meu traseiro
novamente e arrasta os dedos para baixo em direção ao meu sexo e afunda
lentamente dois dedos dentro de mim, movendo-os em um círculo, voltas e voltas,
me torturando.
Eu gemo alto enquanto o meu corpo explode, e mais e mais,
convulsionando em torno de seus dedos. É tão intenso, inesperado e rápido.
— Certo, bebe, — ele murmura apreciativamente. Ele desamarra meus
pulsos, mantendo os dedos dentro de mim enquanto estou deitada ofegante em


cima dele.
— Eu ainda não terminei com você, Anastásia, — ele diz e se move sem
retirar os dedos. Ele baixa meus joelhos no chão de modo que agora estou
inclinada sobre a cama. Ele se ajoelha no chão atrás de mim e abaixa o zíper. Ele
desliza os dedos para fora de mim, e eu ouço o barulho familiar de um pacote de
papel alumínio. —Abra as pernas, — ele resmunga e eu obedeço. Acaricia meu
traseiro e coloca com cuidado em mim.
— Isso vai ser rápido, bebê,— ele murmura e agarrando meus quadris, ele
se afasta um pouco e então desliza dentro de mim.
— Ah! — Eu grito, mas a plenitude é celestial. Ele está levando minha dor
na barriga para longe, mais e mais, erradicando isso com cada impulso intenso e
doce. A sensação é alucinante, justamente o que eu preciso. Eu empurro de volta
para encontrá-lo, impulso por o impulso.
— Ana, não, — ele resmunga, tentando me parar. Mas eu o quero demais, e
me movendo contra ele, correspondendo impulso por impulso.
— Ana, merda, — ele sibila enquanto goza, e o som torturante me faz
alcançar o orgasmo novamente, em espiral, em um gozo cru que sobe e sobe, me
consome e me deixa sem fôlego.
Christian se curva e beija meu ombro, em seguida, sai de mim. Colocando
os braços em volta de mim, ele descansa a cabeça no meio das minhas costas, e
nós ficamos assim, os dois de joelhos à beira da cama, por quanto tempo?
Segundos? Minutos, enquanto acalmamos a nossa respiração. Minha dor na
barriga desapareceu, e tudo o que eu sinto é uma serena e calma satisfação.
Christian se move e beija minhas costas. — Eu acredito que você me deve
uma dança, Srta. Steele, — ele murmura.
— Hmm, — eu respondo, saboreando a ausência de dores e desfrutando o
crepúsculo.
Ele se senta sobre os calcanhares e me puxa para fora da cama para o seu
colo. 
— Nós não temos muito tempo. Vamos. — Ele beija o meu cabelo e me
obriga a ficar de pé.
Eu resmungo, mas sento na cama e recolho minha calcinha do chão e
coloco-a. Preguiçosamente, eu ando para a cadeira para recuperar o meu vestido.


Vejo com desapaixonado interesse que eu não tirei os sapatos durante o nosso
encontro ilícito. Christian está amarrando sua gravata, tendo terminado de se
ajeitar e a cama.
Enquanto eu deslizo meu vestido novamente, eu confiro as fotos no quadro.
Christian como um adolescente mal-humorado era lindo, mesmo então:
com Elliot e Mia nas pistas de esqui, sozinho em Paris, o Arco do Triunfo servindo
como plano de fundo, em Londres, Nova York, o Grand Canyon; Sydney Opera
House, até na Grande Muralha da China. O Sr. Grey viajou bastante quando
jovem. 
Há canhotos de ingressos de vários concertos: U2, Metallica, The Verve,
Sheryl Crow, a Filarmônica de New York desempenhando Romeu e Julieta de
Prokofiev, nossa uma mistura bem eclética! E no canto, há uma fotografia do
passaporte de uma jovem mulher. É preta e branca. Ela parece familiar, mas eu
não posso identificá-la. Não é Sra. Robinson, graças a Deus.
— Quem é? — Pergunto.
— Ninguém importante, — resmunga quando ele desliza sua jaqueta e
endireita a gravata-borboleta. — Devo fechar o seu?
— Por favor. Então, por que ela está em sua placa? 
— Um descuido da minha parte. Como está a minha gravata? — Ele levanta
o queixo como um menino pequeno. Eu sorrio e endireito-a para ele.
— Agora está perfeita.
— Assim como você, — ele murmura e me agarra, me beijando
apaixonadamente. — Sente-se melhor?
— Muito, muito obrigada, Sr. Grey.
— O prazer foi todo meu, Srta. Steele.




Os convidados estão amontoados sobre a pista de dança. Christian sorri
para mim – fizemos isto no tempo exato e ele me leva para o chão xadrez.
— E agora, senhoras e senhores, é hora da primeira dança. Sr. e Sra. Grey,
estão prontos? — Carrick acena com a cabeça em concordância, com os braços em


torno de Grace.
— Senhoras e senhores da Primeira Dança do Leilão, vocês estão prontos?
— Acenamos todos em acordo. Mia está com alguém que eu não reconheço. Eu me
pergunto o que aconteceu com Sean?
— Então vamos começar. Comece Sam! 
Um jovem passeia sobre o palco em meio a aplausos calorosos, se volta
para a banda por trás dele e estala os dedos. As notas familiares de —I Got You
Under My Skin — encher o ar.
Christian sorri para mim, me pega em seus braços, e começa a se mover.
Oh, ele dança muito bem, tornando fácil segui-lo.  Sorrimos uns para os outros
como idiotas enquanto ele gira-me em torno da pista de dança.
— Eu amo essa música, — Christian murmura, olhando para mim. —
Parece muito apropriada. — Ele não estava mais sorridente, mas sério.
— Você está sob minha pele também, — eu respondo. — Ou você estava em
seu quarto.
Ele aperta os lábios, mas é incapaz de esconder seu divertimento.
— Srta. Steele, — ele adverte me provocando: — Eu não tinha ideia que
você poderia ser tão grosseira.
— Sr. Grey, nem eu. Acho que são todas as minhas recentes experiências.
Elas têm sido uma aula.
— Para ambos. — Christian está sério, é como se fosse apenas nós dois e a
banda. Nós estamos em nossa própria bolha privada.
Quando a música termina, ambos aplaudimos. Sam, o cantor curva-se
graciosamente e apresenta sua banda.
— Posso interromper?
Eu reconheço o homem que ofereceu os lances para mim no leilão.
Christian me deixa ir a contragosto, mas ele está sorrindo, também.
À vontade. Anastásia, este é John Flynn. John, Anastásia.
Merda! 
Christian sorriu para mim e se afasta para um lado da pista de dança.
— Como vai você, Anastásia? — Dr. Flynn diz suavemente, e eu percebo
que ele é britânico.
— Olá,— Gaguejo.


A banda toca outra música, e Dr. Flynn atrai-me para seus braços. Ele é
muito mais jovem do que eu imaginava, embora eu não possa ver seu rosto. Ele
está usando uma máscara semelhante à de Christian. Ele é alto, mas não tão alto
quanto Christian, e ele não se move com a ligeira graça de Christian.
O que eu digo para ele? Por que Christian é tão fodido? Por que ele deu
lances para mim? É a única coisa que quero perguntar a ele, mas de alguma forma
parece rude.
— Estou contente por finalmente conhecê-la, Anastásia. Você está se
divertindo? — ele pergunta.
— Eu estava, — Sussurro.
— Oh. Espero que eu não seja responsável por sua mudança. Ele me dá
um breve e caloroso sorriso que me deixa um pouco mais à vontade.
— Doutor Flynn, você é o psiquiatra. Você me diz.
Ele sorri. 
— Esse é o problema, não é? A parte psiquiatra?
Eu sorrio. 
— Estou preocupada com o que eu poderia revelar, por isso estou um
pouco autoconsciente e intimidada. E realmente eu só quero lhe perguntar sobre
Christian.
Ele sorri. 
— Primeiro, isto é uma festa e eu não estou de plantão. — ele sussurra
conspirando. — E segundo, eu realmente não posso falar com você sobre
Christian. Além disso, — ele brinca, — nós temos até o Natal.
Eu suspiro em estado de choque.
— Isso é piada de médico, Anastásia.
Eu coro, envergonhada, e depois senti um pouco de ressentimento. Ele está
fazendo uma piada à custa de Christian. 
— Você apenas confirmou o que eu venho dizendo a Christian. . . Que você
é um charlatão caro, — eu o adverti.
Dr. Flynn bufa com o riso. 
— Você poderia estar no caminho certo.
— Você é inglês?
— Sim. Oriundo de Londres.


— Como veio parar aqui?
— Circunstâncias felizes.
— Você não fala muito, não é?
— Não há muito o que dizer. Eu sou realmente uma pessoa muito maçante.
— Isso é muito auto-depreciativo.
É uma característica britânica. Parte do nosso caráter nacional.
— Ah.
— E eu poderia acusá-la do mesmo, Anastásia.
— Que eu sou uma pessoa tediosa, também, Dr. Flynn?
Ele bufa. 
— Não, Anastásia, que você não fala muito.
— Não há muito o que dizer. — Eu sorrio.
— Eu sinceramente duvido. — Ele inesperadamente franze a testa.
Eu coro, mas a música acaba e Christian mais uma vez está ao meu lado.
Dr. Flynn me libera.
— Foi um prazer conhecê-la, Anastásia. — Ele me dá seu sorriso caloroso
de novo, e eu sinto que passei em algum tipo de teste oculto.
— John. — Christian acena para ele.
— Christian. — Dr. Flynn retorna seu aceno, começa a andar, e desaparece
no meio da multidão.
Christian atrai-me para seus braços para a próxima dança.
— Ele é muito mais jovem do que eu esperava, — sussurro para ele. — E
muito indiscreto.
Christian vira a cabeça para um lado. 
— Indiscreto?
— Oh sim, ele me contou tudo, — eu o provoco.
Christian fica tenso. 
— Bem, nesse caso, eu vou pegar sua mala. Tenho certeza que você não
quer nada mais comigo, — ele diz em voz baixa.
Eu paro. 
— Ele não me disse nada! — Minha voz se enche de pânico.
Christian pisca antes de o alívio inundar seu rosto. Ele atrai-me para seus
braços novamente. 


— Então vamos aproveitar essa dança. — Ele sorrir irradiante, me segura,
então me gira. 
Por que ele disse que eu iria querer ir embora? Não faz nenhum sentido.
Nós dançamos mais duas músicas, e eu percebo que preciso ir ao banheiro.
— Eu não vou demorar muito.
Enquanto faço meu caminho para o banheiro, eu me lembro que eu deixei
minha bolsa na mesa de jantar, então eu vou até a marquise. Quando eu entro,
esta ainda está acesa, mas bastante deserta, exceto por um casal do outro lado,
que realmente precisa de um quarto! Eu procuro a minha bolsa.
— Anastásia?
A voz suave me assusta, e dirijo-me para ver uma mulher vestida em um
longo e apertado vestido de veludo preto. Sua máscara é única. Ele cobre o seu
rosto até o nariz, mas também cobre seus cabelos. Está impressionante, com o
elaborado filigrana dourado.
— Estou tão feliz por você estar sozinha, — ela diz em voz baixa. — Eu
estava querendo falar com você à noite toda.
— Desculpe-me, eu não sei quem você é.
Ela puxa a máscara de seu rosto e libera seu cabelo.
Merda! É a Sra. Robinson.
— Desculpe-me, se eu a assustei.
Eu fico boquiaberta. Caralho, que porra essa mulher quer comigo? 
Eu não sei quais as convenções sociais para encontrar uma conhecida
molestadora de crianças. Ela está sorrindo docemente e gesticulando para que eu
sente na mesa. E por está tão atordoada, eu faço o que ela me pede por educação,
fico grata de ainda estar usando minha máscara.
— Eu vou ser breve, Anastásia. Eu sei o que você pensa de mim. . .
Christian me disse.
Eu olho para ela, impassível, nada revelando, mas eu estou contente que
ela saiba. Isto me salva de lhe dizer, e ela está indo direto ao ponto.  Parte de mim
está muito de intrigada sobre o que ela teria a dizer.
Ela faz uma pausa, olhando por cima do meu ombro. — Taylor está nos
observando.
Eu olho ao redor para vê-lo observando a porta. Sawyer está com ele. Eles


estão olhando para qualquer lugar, exceto para nós.
— Olha, não temos muito tempo, — ela diz apressadamente. — Deve ser
óbvio para você que Christian está apaixonado por você. Eu o nunca vi assim
antes, nunca. — Ela enfatiza a última palavra.
O quê? Ele me ama? Não. Por que ela está me dizendo? Para me
tranquilizar? Não estou entendendo.
— Ele não irá lhe dizer por que ele provavelmente não percebe que ele
próprio está amando, não obstante o que eu disse para ele, mas este é o Christian.
Ele não é muito sintonizado com os sentimentos positivos e emoções que ele possa
ter. Ele vive obcecado demais pela negatividade. Mas então você provavelmente já
comprovou isso por si mesma. Ele não acha que é digno de você.
Estou em choque. Christian me ama? Ele não disse isso, e esta mulher esta
me dizendo como ele se sente? Isso é tão bizarro. 
Centenas de imagens dançam na minha cabeça: o IPAD, o planador,
voando para me ver, todas as suas ações, sua possessividade, cem mil dólares por
uma dança. Isso é amor? 
E ouvir isto desta mulher, tendo-a confirmando isto para mim é,
francamente, indesejável. Eu prefiro ouvir isso dele. 
Meu coração aperta. Ele se sente indigno? Por quê?
— Eu nunca o vi tão feliz, e é óbvio que você tem sentimentos por ele
também. — Um breve sorriso nos lábios. — Isso é ótimo, e eu desejo a vocês o
melhor de tudo. Mas o que eu queria dizer é que se você o machucar de novo, eu
vou te achar, senhorita, e isto não será agradável quando eu a encontrar.
Ela olha para mim, seus gelados olhos azuis no meu rosto, tentando
penetrar sob a minha máscara. Sua ameaça é tão surpreendente, tão fora do rumo
que um riso involuntário me escapa. De todas as coisas que ela poderia me dizer,
isso é o mínimo esperado.
— Você acha que isso é engraçado, Anastásia? — Ela disse desanimada. —
Você não o viu no último sábado.
Meu rosto cai e escurece. O pensamento de Christian infeliz não é algo
palatável, e no último sábado eu o deixei. Ele deve ter ido até ela. A ideia me faz
enjoar. Por que eu estou sentada aqui ouvindo esta merda dela, entre todas as
pessoas? Eu me levanto lentamente, olhando-a atentamente.


— Eu estou rindo de sua audácia, Sra. Lincoln. Christian e eu não temos
nada a ver com você. E se eu abandoná-lo e você vier me procurar, eu estarei
esperando, não duvide. E talvez eu vá te dar uma amostra do seu próprio remédio
em nome do menino de 15 anos de idade que você molestou e provavelmente o
fodeu ainda mais do que ele já estava.
Sua boca se abriu.
— Agora, se você me der licença, tenho coisas melhores a fazer do que
perder meu tempo com você. — Eu começo a andar com a adrenalina, e raiva
percorrendo meu corpo, e na direção da entrada da tenda onde Taylor está de pé,
justo quando Christian chega, parecendo perturbado e preocupado.
— Aí está você, — ele resmunga, em seguida, franze a testa quando vê
Elena.
Eu passo por ele, sem dizer nada, dando-lhe a oportunidade de escolher,
ela ou eu. Ele faz a escolha certa.
— Ana, — ele me chama. Eu paro e o encaro quando ele me alcança. — O
que há de errado? — Ele olha para mim, com preocupação em seu rosto.
— Por que você não perguntar a sua ex? — Eu replico acidamente.
Sua boca se aperta e seus olhos ficam gelados. 
— Eu estou perguntando a você, — ele diz, sua voz suave, mas com um
tom de algo muito mais ameaçador.
Ficamos encarando um ao outro.
Ok, eu posso ver como isso vai acabar em briga, se eu não contar a ele. 
— Ela está ameaçando vir até a mim, se eu te machucar novamente,
provavelmente com um chicote, — eu disparo contra ele.
O alívio aparece em todo o seu rosto, a boca relaxa com humor. 
— Certamente, a ironia não a abandona, não é? — diz, e posso dizer que ele
está se esforçando para abafar seu riso. 
— Isso não é engraçado, Christian!
— Não, você está certa. Eu vou falar com ela.  Ele adota um rosto sério,
porém ele ainda está suprimindo seu riso.
— Você não vai fazer tal coisa. — Cruzo os braços, minha raiva aparece
novamente.
Ele pisca para mim, surpreso com a minha explosão.


— Olha, eu sei que você está amarrado a ela financeiramente, perdoe o
trocadilho, mas....— eu paro. O que estou pedindo a ele para fazer? Desistir dela?
Parar de vê-la? Posso fazer isso? — Eu preciso ir ao banheiro. — Eu o encaro,
minha boca em uma linha sombria.
Ele suspira e vira sua cabeça para um lado. Ele parece estar mais quente
que o normal. É a máscara ou apenas ele?
— Por favor, não fique brava. Eu não sabia que ela estava aqui. Ela disse
que não viria. — Seu tom é apaziguador, como se estivesse falando com uma
criança. Levantando a mão ele corre o polegar ao longo do meu lábio inferior, que
esta fazendo beicinho. — Não deixe Elena estragar nossa noite, por favor,
Anastásia. Ela é realmente um caso antigo.
Caso antigo é a palavra, penso com crueldade, quando ele puxa meu queixo
para cima e suavemente roça seus lábios contra os meus. Suspiro de acordo,
piscando para ele. Ele se ergue e pega o meu cotovelo.
— Eu vou acompanhá-la até o banheiro, assim você não será interrompida
novamente.
Ele me leva por todo o gramado em direção aos luxuosos banheiros
temporários. Mia disse que tinha sido entregue para a ocasião, mas eu não tinha
ideia que vinha em versões de luxo.
— Eu vou esperar aqui por você, bebê, — ele murmura.
Quando eu saio, meu humor está moderado. Eu decido não deixar que a
Sra. Robinson estrague minha noite, porque isso é provavelmente o que ela quer.
Christian está no telefone a uma certa distância fora do alcance da voz das poucas
pessoas rindo e conversando nas proximidades. Quando eu chego mais perto, eu
posso ouvi-lo. Ele está muito conciso.
— Por que você mudou de ideia? Pensei que tínhamos um acordo. Bem,
deixe-a sozinha. . . Este é o primeiro relacionamento normal que eu tenho, e eu
não quero que você o comprometa, por conta de uma preocupação sem cabimento
por mim. Deixe-a... Em... Paz. Estou falando sério, Elena. — Ele faz uma pausa,
escutando. — Não, não é claro. — Ele franze a testa profundamente quando ele diz
isso. Levantando o olhar, ele me vê olhando-o. — Eu tenho que ir. Boa noite. — Ele
aperta o botão para desligar.
Eu curvo minha cabeça para um lado e levanto uma sobrancelha para ele.


Por que ele está telefonando para ela?
— Como estão os casos antigos?
— Irritadas, — ele responde com sarcasmo. — Você quer dançar mais um
pouco? Ou você gostaria de ir embora? — Ele olha para o relógio. — Os fogos de
artifício começam em cinco minutos.
— Eu amo fogos de artifício.
— Nós vamos ficar para vê-los, então. — Ele coloca os braços em volta de
mim e me puxa para perto. — Não deixe que ela entre em nossa relação, por favor.
— Ela se preocupa com você, — eu murmuro.
— Sim, e eu com ela. . . Como um amigo.
— Eu acho que é mais que uma amizade para ela.
Sua testa franze. 
— Anastásia, Elena e eu. . . É complicado. Temos compartilhado uma
história. Mas é exatamente isso, uma história. Como eu já disse para você uma e
outra vez, ela é uma boa amiga. Isto é tudo. Por favor, esqueça-a. — Ele beija o
meu cabelo, e no interesse de não estragar a nossa noite, eu deixo isto para lá. Eu
estou apenas tentando entender.
Nós passeamos de mãos dadas de volta para a pista de dança. A banda
ainda está em pleno andamento.
— Anastásia.
Viro-me para encontrar Carrick atrás de nós.
— Eu me pergunto se você me daria a honra da próxima dança. — Carrick
oferece sua mão para mim. Christian dá de ombros e sorri, liberando minha mão,
e eu me deixo levar por Carrick na pista de dança. Sam o líder da banda lança com
— Come Fly with Me, — e Carrick coloca o braço em volta da minha cintura e me
gira suavemente para a multidão.
— Eu queria agradecer sua generosa contribuição para nossa caridade,
Anastásia.
Pelo seu tom, eu suspeito que esta é uma maneira indireta de perguntar se
eu posso pagar.
— Sr. Grey.
— Chame-me de Carrick, por favor, Ana.
— Estou muito feliz por poder contribuir. Eu inesperadamente consegui


algum dinheiro. Eu não preciso disto. E é uma causa tão digna.
Ele sorri para mim, e eu aproveito a oportunidade para algumas perguntas
inocentes. Carpe diem, meu subconsciente sibila por trás de sua mão.
— Christian me contou um pouco sobre seu passado, então eu acho que é
adequado apoiar o seu trabalho, — eu acrescento, na esperança de que isso possa
incentivar Carrick me dar uma pequena visão sobre o mistério que é seu filho.
Carrick está surpreendido. 
— Ele contou? Isso é incomum. Você certamente tem um efeito muito
positivo sobre ele, Anastásia. Eu não acho que eu já o vi assim, assim... leve.
Eu fico passada.
— Desculpe, eu não queria envergonhá-la.
— Bem, na minha limitada experiência, ele é um homem muito incomum,
— murmuro.
— Ele é,— Carrick concorda em silêncio.
— A infância de Christian me pareceu terrivelmente traumática, pelo que
ele me contou.
Carrick franze a testa, e eu me preocupo se eu ultrapassei os limites.
— Minha esposa era a médica do plantão quando a polícia o encontrou. Ele
era pele e ossos, e estava severamente desidratado. Ele nem falava. — Carrick fez
uma careta novamente, perdido na terrível memória, apesar da música alta que
nos rodeia. — Na verdade, ele não falou por quase dois anos. Era tocando piano o
que eventualmente levava para fora de si mesmo. Ah, e a chegada de Mia, é claro.
— Ele sorri para mim com carinho.
— Ele toca muito bem. E ele já fez tanto, você deve estar muito orgulhoso
dele. — Eu soo distraída. Puta merda. Não falou por dois anos.
— Imensamente. Ele é muito determinado, muito capaz, um homem
bastante jovem e brilhante. Mas entre nós, Anastásia, vê-lo como ele está, esta
noite, despreocupado, atuando com sua idade, essa é a verdadeira emoção para
sua mãe e eu. Nós dois estávamos comentando sobre isso hoje. Creio que temos
que lhe agradecer por isso.
Eu acho que eu coro até as raízes do cabelo. O que eu devo dizer a isto?
— Ele sempre foi um solitário. Nunca pensei que iria vê-lo com alguém.
Tudo o que você está fazendo, por favor, não pare. Nós gostaríamos de vê-lo feliz.


— Ele para de repente, como se ele tivesse ultrapassado os limites. — Eu sinto
muito, eu não quero fazer você se sentir desconfortável.
Sacudo a cabeça. 
— Eu gostaria de vê-lo feliz, também, — eu murmuro, sem saber o que
dizer.
— Bem, eu estou muito feliz porque você veio esta noite. Tem sido um
verdadeiro prazer ver vocês dois juntos.
Como as notas finais de — Come Fly with Me — desaparecendo, Carrick me
libera e arqueia, e eu o reverencio, espelhando-me em sua civilidade.
— Já basta de dançar com homens velhos. — Christian está ao meu lado
novamente. Carrick ri.
— Menos 'velho', filho. Eu sou conhecido por ter os meus momentos. —
Carrick pisca para mim de brincadeira e caminha no meio da multidão.
— Acho que meu pai gosta de você, — Christian murmura enquanto ele vê
seu pai se misturando com a multidão.
— O que há para não gostar? — Eu dou um olhar esperto para ele através
de meus cílios.
— Bingo, Srta. Steele. — Ele me puxa para um abraço quando a banda
começa a tocar — It Had to Be You.
— Dança comigo, — ele sussurra sedutoramente.
— Com prazer, Sr. Grey. — Eu sorrio, em resposta, e ele me arrasta por
toda a pista de dança mais uma vez.
À meia-noite, nós passeamos em direção à costa entre a marquise e o
ancoradouro onde os outros foliões se reuniram para assistir os fogos de artifício.
O MC, de volta no comando, permitiu a remoção das máscaras, para melhor ver o
show. Christian tem seu braço em volta de mim, mas estou ciente de que Taylor e
Sawyer estão por perto, provavelmente porque estamos no meio da multidão agora.
Eles estão olhando para todo lugar, exceto ao cais onde dois pirotécnicos vestidos
de preto estão fazendo os preparativos finais. Ver Taylor me lembra Leila. Talvez
ela esteja aqui. Merda. O pensamento me traz calafrios, e eu me aproximo ainda
mais de Christian. Ele olha para mim enquanto me puxa para mais perto.
— Você está bem, bebê? Frio? 
— Eu estou bem. — Eu olho rapidamente para trás e vejo os outros dois


caras da segurança, cujos nomes me esqueço, por perto. Movendo-me na frente
dele, Christian coloca os dois braços em volta de mim sobre meus ombros.
De repente, uma agitada trilha sonora clássica estronda ao longo do cais e
dois foguetes sobem no ar, explodindo com um estrondo ensurdecedor sobre a
baía, iluminando tudo em um dossel deslumbrante de espuma laranja e branco,
que se reflete em um banho de brilho sobre a água ainda calma da baía. Meu
queixo cai quando vários foguetes disparam para o ar e explodem em um
caleidoscópio de cores.
Não me lembro de ter visto um show tão impressionante, exceto talvez na
televisão, e nunca pareceu assim tão bom na TV. Eles estão todos no tempo para a
música. Aclamação após aclamação, estrondo após estrondo, e luz após luz
enquanto a multidão responde com suspiros e ooohs e ahhs. É fora deste mundo. 
No flutuador na baía, várias luzes são atiradas para cima, vinte pés no ar,
mudando de cor através de azul, vermelho, laranja e de volta para prata e ainda
mais foguetes explodiam quando a música atinge o seu auge.
Meu rosto está começando a doer pelo sorriso ridículo de admiração
estampado em todo ele. Olho para Cinquenta, e ele está igual, maravilhando-se
como uma criança com o show sensacional. No final, uma saraivada de seis
foguetes é atirada no escuro e explodem simultaneamente, banhando-nos em uma
gloriosa luz dourada, enquanto a multidão irrompe em frenéticos e entusiasmados
aplausos.
— Senhoras e senhores, — o MC chama quando os aplausos e assobios vão
diminuindo. — Apenas uma nota para acrescentar ao final desta noite
maravilhosa; suas generosidades levantaram um total de um milhão, oitocentos e
cinquenta e três mil dólares!
Aplausos espontâneos irrompem de novo, e fora do flutuador, uma
mensagem acende em riachos de prata de faíscas que formam as palavras
Agradecemos Por Lutarmos Juntos, chispando e brilhando sobre a água.
— Oh, Christian. . . É maravilhoso. — Eu sorrio para ele e ele se abaixa
para me beijar.
— Hora de ir, — ele murmura, um largo sorriso em seu rosto bonito, e suas
palavras prometem muito.
De repente, eu me sinto muito cansada.


Ele olha de novo, e Taylor está próximo, a multidão se dispersa em torno de
nós. Eles não falam, mas algo se passa entre eles.
— Fique comigo um momento. Taylor quer esperar enquanto a multidão se
dispersa.
Oh.
— Eu acho que exibição de fogos de artifício provavelmente aumenta a
idade dele em cem anos, — acrescenta.
— Ele não gosta de fogos de artifício?
Christian olha para mim com carinho e balança a cabeça, mas não explica.
— Então, Aspen, — ele diz, e sei que ele está tentando me distrair de
alguma coisa. Isso funciona.
— Oh. . . Eu não paguei pelo meu lance, — me arquejo.
— Você pode enviar um cheque. Eu tenho o endereço.
— Você realmente ficou furioso.
— Sim, eu fiquei.
Eu sorrio. 
— Eu culpo você e seus brinquedos.
— Você foi bastante convincente, Srta. Steele. Um resultado mais
satisfatório se bem me lembro. — Ele sorri provocante. — Aliás, onde estão eles?
— As bolas de prata? Na minha bolsa.
— Eu gostaria de tê-las de volta. — Ele sorriu para mim. — Eles são um
dispositivo muito potente para ser deixado em suas mãos inocentes.
— Preocupado que eu as use-a novamente, talvez com outra pessoa?
Seus olhos brilham de forma perigosa. 
— Espero que isso não aconteça, — ele diz, um tom gelado em sua voz. —
Mas não, Ana. Eu quero todo o seu prazer.
Uau. 
— Você não confia em mim?
— Implicitamente. Agora, eu posso tê-las de volta? 
— Eu vou pensar sobre isso.
Ele aperta os olhos para mim.
Há música, mais uma vez na pista de dança, mas é um DJ tocando uma
batida, o baixo batendo com uma batida implacável.


— Você quer dançar?
— Estou muito cansada, Christian. Eu gostaria de ir, se estiver tudo bem.
Christian olha para Taylor, que acena com a cabeça, e partimos em direção
a casa, após passar por uns pares convidados bêbados. Estou grata por Christian
pegar na minha mão, meus pés estão doendo por conta da altura e do apertado
confinamento dos meus sapatos. 
Mia chega interceptando-nos. 
— Você não vai, não é? A música de verdade está apenas começando.
Vamos lá, Ana. — Ela agarra a minha mão.
— Mia, — Christian a adverte. — Anastásia está cansada. Nós estamos indo
para casa. Além disso, temos um grande dia amanhã.
Nós temos?
Mia pondera, mas surpreendentemente não empurra Christian.
— Você tem que vir, na próxima semana. Talvez possamos ir ao shopping? 
— Claro, Mia. — Eu sorrio, embora no fundo da minha mente eu esteja
querendo saber como, desde que eu tenho que trabalhar para viver.
Ela me dá um beijo rápido, então abraça Christian ferozmente, pegando-
nos de surpresa. Mais surpreendentemente ainda, ela coloca as mãos diretamente
nas lapelas de sua jaqueta, e ele apenas olha para ela, complacentemente.
— Eu gosto de ver você tão feliz, — ela diz docemente e beija-o na
bochecha. —Tchau. Vocês dois se divirtam. — Ela pula fora na direção dos amigos
esperando por ela, entre eles Lily, que parece ainda mais azeda com sua cara sem
sua máscara. 
Pergunto-me à toa quem é Sean.
— Vamos dizer boa noite aos meus pais antes de sair. Venha. — Christian
me leva através de um bando de convidados até Grace e Carrick, que nos dão
despedidas afetuosas e quentes.
— Por favor, venha novamente, Anastásia, foi maravilhoso ter você aqui, —
Grace diz gentilmente.
Eu estou um pouco sobrecarregada pela reação dela e de Carrick.
Felizmente, os pais de Grace se retiraram, então pelo menos eu estou poupando o
seu entusiasmo.
Silenciosamente, Christian e eu andamos de mãos dadas para frente da


casa onde os incontáveis carros estão alinhados e esperando para recolher os
hóspedes. Olho para cima, para o Cinquenta. Ele parece feliz e relaxado. É um
prazer vê-lo desta forma, embora eu suspeite que é incomum depois de um dia tão
extraordinário.
— Você está aquecida o suficiente? — Ele pergunta.
— Sim, obrigada. — Eu fecho meu envoltório de cetim.
— Gostei muito esta noite, Anastásia. Obrigado.
— Eu também, algumas partes mais do que outras. — Eu sorrio.
Ele sorri e acena, então sua testa franze. 
— Não morda seu lábio, — ele adverte de uma maneira que faz meu sangue
esquentar.
— O que você quis dizer sobre um grande dia amanhã? — Pergunto para
me distrair.
— Dra. Greene está vindo examiná-la. Além disso, eu tenho uma surpresa
para você.
— Dra. Greene! — Eu paro.
— Sim.
— Por quê?
— Porque eu odeio camisinha, — ele diz calmamente. Seus olhos brilham
na luz suave das lanternas de papel, avaliando minha reação.
É o meu corpo, — eu resmungo irritada por ele não ter me consultado.
É meu também, — ele sussurra.
Eu olho para ele enquanto vários convidados passam, ignorando-nos. Ele
parece tão sério. Sim, meu corpo é dele. . . Ele sabe disso melhor do que eu. 
Eu o alcanço, e ele recua ligeiramente, mas permanece ainda. Segurando o
canto de sua gravata borboleta, eu puxo e ela se desenrola, revelando o primeiro
botão da sua camisa. Gentilmente eu o desfaço.
— Você está sexy com isto, — Sussurro. Na verdade, ele parece sexy o
tempo todo, mas realmente está muito sexy com isto.
Ele sorri para mim. 
— Eu preciso te levar para casa. Venha.
No carro, Sawyer entrega um envelope para Christian. Ele franze a testa
para ela e olha para mim enquanto Taylor me conduz até o carro. Taylor parece


aliviado por algum motivo. Christian sobe e me entrega o envelope, fechado,
enquanto Taylor e Sawyer tomam os seus lugares na frente.
É dirigida a você. Um dos funcionários deu a Sawyer. Sem dúvida de
alguém que teve o coração capturado. — A boca de Christian se contrai. É óbvio
que este é um conceito desagradável para ele.
Eu fico olhando para a nota. De quem é isto? Rasgo-o abrindo, eu li
rapidamente na luz fraca. Puta merda, é dela! Por que ela não vai me deixar em
paz?

Eu posso tê-la julgado mal. Mas você definitivamente tem me
julgado mal. Chame-me se você precisar preencher alguns espaços em
branco. Nós podemos almoçar. Christian não quer que eu fale com
você. Mas eu ficaria bem mais feliz em ajudar. Não estou enganando-a.
Eu aprovo. Acredite em mim Deuss me ajude – se você magoá-lo...ele
já foi magoado suficiente. Telefone-me (206) 279-6261.
Sra. Robinson

Porra, ela assinou Sra. Robinson! Ele disse para ela. O bastardo.
— Você disse a ela?
— Disse a quem, o quê?
— Que eu a chamo de Sra. Robinson, — eu atirei.
É de Elena? — Christian ficou chocado. — Isso é ridículo, — ele
resmunga, correndo a mão pelos cabelos, e posso dizer que ele está irritado. — Eu
vou falar com ela amanhã. Ou segunda-feira, — resmunga amargamente.
E embora eu tenha vergonha de admitir isso, uma parte muito pequena de
mim está satisfeita. Meu subconsciente acena com a cabeça sabiamente. Elena o
está irritando, e isso só pode ser algo bom, certamente. Decido não dizer nada por
enquanto, mas escondo sua nota na minha bolsa, e num gesto garantido para
aliviar seu estado de espírito, eu entrego de volta as bolas.
— Até a próxima vez, — murmuro.
Ele olha para mim, e é difícil ver seu rosto no escuro, mas eu acho que ele
está sorrindo. Ele pega a minha mão e aperta. 


Eu olho para fora da janela para a escuridão, refletindo sobre esse longo
dia. Eu aprendi muito sobre ele, recolhi tantos detalhes perdidos - os salões, as
viagens, sua infância, mas ainda há muito mais para descobrir. E sobre a Sra. R?
Sim, ela cuidou dele, e profundamente, ao que me parece. Eu posso ver isso, e ele
cuida dela, mas não da mesma maneira. Eu não sei o que pensar. Toda esta
informação está fazendo minha cabeça doer.
Christian me acorda assim que paramos no Escala. 
— Necessita que carregue você? — Ele pergunta gentilmente.
Sacudo a cabeça sonolenta. De jeito nenhum.
Quando estamos no elevador, eu inclino-me contra ele, colocando minha
cabeça em seu ombro. Sawyer está na frente de nós, deslocando-se
desconfortavelmente.
— Tem sido um longo dia, hein, Anastásia?
Concordo com a cabeça.
— Cansada?
Concordo com a cabeça.
— Você não está muito faladora.
Concordo com a cabeça e ele sorri.
— Venha. Eu vou colocar você na cama. — Ele pega a minha mão quando
saímos do elevador, mas paramos no hall de entrada, quando Sawyer levanta a
mão. Nessa fração de segundo, eu estou instantaneamente acordada. Sawyer fala
em sua manga. Eu não tinha ideia de que ele estava usando um rádio.
— Vou fazer, T. — ele diz e se vira para nós. — Sr. Grey, os pneus do Audi
da Srta. Steele foram cortados e a pintura foi arranhada.
Puta merda. O meu carro! Quem faria isso? E eu sei a resposta, logo que a
questão se materializa na minha mente. Leila. Olho para cima, para Christian, e
ele está branco.
— Taylor está preocupado que o criminoso possa ter entrado no
apartamento e ainda pode estar lá. Ele quer ter certeza.
— Eu entendo, — Christian sussurra. — Qual o plano de Taylor?
— Ele está no elevador de serviço com Ryan Reynolds. Eles vão fazer uma
varredura em seguida, deixar tudo limpo. Vou aguardar com você, senhor.
— Obrigado, Sawyer. — Christian aperta seu braço em volta de mim. —


Este dia só fica melhor e melhor, — suspira amargamente, cheirando meu cabelo.
— Ouça, eu não posso ficar aqui e esperar. Sawyer, cuide de Srta. Steele. Não a
deixe até que você tenha tudo limpo. Estou certo de que Taylor está exagerando.
Ela não conseguiria entrar no apartamento.
O quê
— Não, Christian, você tem que ficar comigo, — eu imploro.
Christian me libera. 
— Faça o que disse, Anastásia. Espere aqui.
Não!
— Sawyer? — Diz Christian.
Sawyer abre a porta do vestíbulo para deixar Christian entrar no
apartamento, em seguida, fecha a porta atrás dele e está na frente dele, olhando
impassível para mim.
Puta merda. Christian! Todos os tipos de resultados horríveis passam pela

minha mente, mas tudo o que posso fazer é ficar e esperar.

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