Dra. Greene é alta, loira e imaculada, vestido em
um terno azul real. Lembro-me da mulher que trabalha no escritório de
Christian. Ela tem o visual de modelo, outra loira Stepford[1]. Seu
cabelo longo é varrido para cima em um coque elegante. Ela deve estar em seus
quarenta e poucos anos.
— Sr. Grey. — Ela aperta a mão estendida de
Christian.
— Obrigado por vir em um prazo tão curto, — diz
Christian.
— Obrigada por fazer valer a pena, Sr. Grey.
Senhorita Steele. — Ela sorri, seus olhos esfriam me avaliando.
Nós apertamos as mãos, e eu percebo que ela é uma
daquelas mulheres que não tolera tolos de bom grado. Como Kate. Eu gosto dela
imediatamente. Ela dá a Christian um olhar aguçado, e depois de uma batida
desajeitada, ele toma a sua sugestão.
— Eu estarei no andar de baixo, — ele murmura, e
ele deixa o que parece ser o meu quarto.
— Bem, Senhorita Steele. O Sr. Grey está me
pagando uma pequena fortuna para lhe atender. O que eu posso fazer para
você?
Depois de um exame completo e uma longa
discussão, a Dra. Greene e eu decidimos pela mini-pílula. Ela escreve para mim
uma receita pré-paga e me diz para buscá-las amanhã. Eu amo a sua atitude sem
tolices, ela me instruiu até que estivesse tão azul quanto sua roupa, para
tomá-la todos os dias no mesmo horário. E noto que ela esta morrendo de
curiosidade a respeito da minha relação com Sr. Grey. Eu não dou nenhum detalhe
sobre isso. De alguma maneira, eu acho que ela não pareceria tão calma se ela
visse o Quarto Vermelho da Dor dele. Eu ruborizo quando nós passamos pela porta
fechada e voltamos para o andar de baixo, para a galeria de arte que é a sala
de estar de Christian.
Christian estava lendo, acomodado em seu sofá.
Uma melodia empolgante estava tocando no aparelho de som, rodando em volta
dele, segregando-o, enchendo o quarto com uma musica doce, de encher a alma.
Por um momento, ele parece sereno. Ele se vira e
olha para nós quando entramos e sorri calorosamente em mim.
— Já acabou? — Ele pergunta como se estivesse
genuinamente interessado. Ele aponta o controle remoto para uma elegante caixa
branca embaixo da lareira que aloja seu iPod, e a melodia requintada diminui,
mas continua no fundo. Levantando, ele caminha em nossa direção.
— Sim, Sr. Grey. Cuide dela, ela é uma mulher
bonita, jovem e brilhante.
Christian está surpreendido, assim como eu. Que
coisa imprópria para um médico dizer. Ela está dando a ele algum tipo de
advertência não tão sutil? Christian se recupera.
— Esta é minha intenção, — ele murmurou, confuso.
Olhando para ele, eu encolho os ombros,
envergonhada.
— Eu vou lhe enviar a minha conta, — ela diz
decisivamente enquanto ela agita a sua mão.
— Bom dia e boa sorte para você, Ana. — Ela
sorri, seus olhos enruga quando ela faz isso, enquanto nós apertamos as mãos.
Taylor aparece do nada para acompanhá-la através
das portas duplas e para o elevador. Como ele faz isso? Onde ele se esconde?
— Como foi isso? — Christian pergunta.
— Muito bem, obrigada. Ela disse que eu tenho que
me privar de toda atividade sexual pelas próximas quatro semanas.
Christian fica de boca aberta, em choque, eu não
posso me manter séria e sorrio para ele como uma idiota.
— Te peguei!
Ele aperta os olhos, eu imediatamente paro de
rir. Na verdade, ele parece bastante ameaçador. Oh merda. Meu subconscientes se esconde no canto, enquanto
todo o sangue do meu rosto é drenado, eu o imagino me pondo através de seu
joelho novamente.
— Te peguei! — Ele diz e sorri. Ele agarra-me
pela minha cintura e me puxa contra ele. — Você é incorrigível, Senhorita
Steele, — ele murmura, olhando em meus olhos enquanto ele tece seus dedos em
meu cabelo, segurando-me firmemente no lugar. Ele me beija duro, e eu agarro os
seus braços musculosos para apoio.
— Como eu gostaria de tomar você aqui, agora,
você precisa comer e eu também. Não quero você desmaiando em mim mais tarde, —
ele murmura contra meus lábios.
— Isto é tudo que você quer? O meu corpo. — Eu
sussurro.
— Essa
sua boca esperta, — ele respira.
Ele me beija apaixonadamente de novo, e
abruptamente me libera, tomando minha mão e me leva para a cozinha. Eu estou em
choque. Num minuto estamos brincando e no outro… eu abano meu rosto aquecido.
Ele é apenas sexo, e agora eu tenho que recuperar meu equilíbrio e comer algo.
A melodia ainda está tocando no fundo.
— Que música é essa?
— Villa Lobos, uma ária das Bachianas
Brasileiras. Bom, não é?
— Sim, — eu murmuro em total acordo.
A mesa do café da manhã está preparada para dois;
Christian pega uma tigela de salada da geladeira.
— Galinha Caesar e salada, está bom para
você?
Oh graças a Deus, nada muito pesado.
— Sim, muito obrigado.
Eu vejo como ele se move graciosamente por sua
cozinha. Ele está muito à vontade com seu corpo em um nível, entretanto ele não
gosta de ser tocado… talvez por isso, no fundo, ele não está. Nenhum homem é uma
ilha, eu penso, exceto, talvez, Christian Grey.
— O que você está pensando? — Ele pergunta,
puxando-me de meu devaneio. Eu ruborizo.
— Eu estava só assistindo o modo como você se
move.
Ele levanta uma sobrancelha, divertido.
— E? — Ele diz secamente.
Eu coro um pouco mais.
— Você é muito gracioso.
— Muito obrigado, Senhorita Steele, — ele
murmura. Ele se senta ao meu lado, segurando uma garrafa de vinho. — Chablis?
— Por favor.
— Sirva você mesma a salada, — ele diz, sua voz é
suave.
— Diga-me, que método você optou?
Eu estou momentaneamente confusa por sua
pergunta, quando percebo que ele está conversando sobre a visita da Dra.
Greene.
— Mini Pílula.
Ele franze a testa.
— E você vai se lembrar de tomá-la regularmente,
na hora certa, todos os dias?
Droga… claro que vou. Como ele sabe? Eu coro com o
pensamento, provavelmente de um ou mais das quinze.
— Eu estou certa que você lembrará por mim, — eu
secamente murmuro.
Ele olha para mim com condescendência divertida.
— Eu vou colocar um alarme em meu calendário. —
Ele sorri. — Coma.
A galinha Caesar está deliciosa. Para minha
surpresa, eu estou morta de fome, e pela primeira vez, que desde que estou com
ele, eu termino minha comida antes dele. O vinho é nítido, limpo, e frutado.
— Ansiosa como sempre, Senhorita Steele? — Ele
sorri para meu prato vazio.
Eu olho para ele por debaixo de meus cílios.
— Sim, — eu sussurro.
Sua respiração muda. E como ele olha fixamente
para mim, eu sinto que a atmosfera entre nós lentamente está mudando,
evoluindo… carregando. Seu olhar vai de escuro até queimar sem chama,
levando-me com ele.
Ele se levanta, diminuindo a distância entre nós,
e me ergue e carrega-me para fora de meu banquinho do bar em seus braços.
— Você quer fazer isto? — Ele respira, olhando
para mim atentamente.
— Eu não assinei nada.
— Eu sei — mas eu estou quebrando todas as regras
neste dia.
— Você vai me bater?
— Sim, mas não será para machucar você. Eu não
quero castigar você agora. Se você me pegasse ontem à noite, bem, isso teria
sido uma história diferente.
Puta merda. Ele quer me machucar… como eu lido
com isso? Eu não posso esconder o horror em meu rosto.
— Não deixe ninguém tentar e convencer você de
outra coisa, Anastásia. Uma das razões para as pessoas como eu fazer isso é
porque nós gostamos de dar ou receber dor. É muito simples. Assim não invista
seu tempo em pensar o porquê disso.
Ele me puxa contra ele, e pressiona a ereção em
minha barriga. Eu devia correr, mas eu
não posso. Estou atraída por ele em algum nível profundo, elementar, que eu não
posso começar a entender.
— Você chegou a qualquer conclusão? — Eu
sussurro.
— Não, e agora mesmo, eu só quero amarrar você e
fodê-la sem sentido. Você está pronta para isso?
— Sim, — eu respiro, enquanto tudo em meu corpo
aperta de uma vez… uau.
— Bom.
Venha. — Ele toma minha mão e, deixando todos os pratos sujos na mesa do café
da manhã, nós seguimos para o andar de cima.
Meu coração começa a acelerar. É isso. Eu
realmente vou fazer isso. Minha deusa está girando como uma bailarina de classe
mundial, pirueta depois de pirueta. Ele abre a porta para sua sala de jogos,
afastando para que eu possa entrar, eu estou mais uma vez no Quarto Vermelho da
Dor. Ainda é o mesmo, o cheiro de couro, frutas cítricas, madeira escura
polida, todo muito sensual. Meu sangue está correndo aquecido e assustado pela
adrenalina misturada com luxúria e desejo em meu sistema. É um coquetel
arrojado, potente. Christian mudou de postura completamente, sutilmente se
alterou, está mais duro e mais cruel. Ele olha para mim e seus olhos estão
aquecidos, lascivos… hipnóticos.
— Quando você está aqui, você é completamente
minha, — ele respira, cada palavra é lenta e medida. — Para fazer como eu achar
melhor. Você entende?
Seu olhar é tão intenso. Concordo com a cabeça,
minha boca está seca, meu coração bate de tal forma que parece querer sair de
meu peito.
— Tire os sapatos, — ele ordena suavemente.
Eu engulo, e bem desajeitada, tiro-os. Ele se
inclina e paga-os e os deposita ao lado da porta.
— Ótimo. Não hesite quando eu lhe pedir para
fazer alguma coisa. Agora eu vou tirar este vestido de você. Algo que eu queria
fazer a alguns dias, se bem me lembro. Eu quero que você esteja confortável com
seu corpo, Anastásia. Você tem um corpo bonito, e eu gosto de olhar para ele. É
uma alegria para meus olhos. De fato, eu podia olhar você o dia todo, e eu não
quero você embaraçada ou envergonhada com a sua nudez. Você entende?
— Sim.
— Sim, o que? — Ele se inclina para mim, olhando.
— Sim, Senhor.
— Você quer dizer isso? — Ele estala.
— Sim, Senhor.
— Bom. Erga seus braços acima de sua cabeça.
Eu faço conforme fui instruída, ele se abaixa e
agarra a bainha do vestido. Lentamente, ele puxa meu vestido bem acima de
minhas coxas, meus quadris, minha barriga, meus seios, meus ombros e acima de
minha cabeça. Ele está me examinando novamente e distraidamente dobra meu
vestido, sem tirar os olhos de mim.
Ele o coloca na caixa grande ao lado da porta.
Alcançando-me, ele puxa o meu queixo, seu toque me queimando.
—Você está mordendo o lábio, — ele respira. — Você
sabe o que isso faz para mim, — ele acrescenta sombriamente. — Vire-se.
Viro-me imediatamente, sem hesitação. Ele
desabotoa meu sutiã e então toma ambas as alças, lentamente ele puxa para baixo
de meus braços, roçando a minha pele com seus dedos e a ponta de suas unhas dos
polegares, enquanto desliza meu sutiã. Seu toque envia calafrios pela minha
espinha abaixo, despertando todas as terminações nervosas de meu corpo. Ele
está de pé atrás de mim, tão perto que eu sinto o calor que irradia dele,
aquecendo-me, aquecendo-me toda. Ele puxa meu cabelo que cai solto por minhas
costas, pega um punhado em minha nuca, e angula minha cabeça para um lado. Ele
corre seu nariz no meu pescoço exposto, inalando todo o caminho, então vai até
minha orelha. Os músculos da minha barriga se apertam, carnal e querendo.
Droga, ele mal me tocou, e eu o quero.
— Você cheira tão divino como sempre, Anastásia,
— ele sussurra enquanto coloca um beijo suave em baixo de minha orelha.
Eu gemo.
— Quieta, — ele respira. — Não faça um som.
Puxando meu cabelo atrás de mim, para minha
surpresa, ele começa a trançá-lo em uma trança grande, seus dedos rápidos e
ágeis. Ele amarra isso com algo que não vejo e quando acaba dá um puxão rápido,
assim sou forçada a voltar contra ele.
— Gosto de seu cabelo trançado assim, — ele
sussurra.
Hmm… por quê?
Ele libera o meu cabelo.
— Vire-se, — ele ordena.
Eu faço como ele manda, minha respiração está
difícil, medo e desejo misturados. É uma mistura intoxicante.
— Quando eu disser a você para entrar aqui, assim
é como você deve estar vestida. Só de
calcinha. Você entende?
— Sim.
— Sim, o que? — Ele franze a testa para mim.
— Sim, Senhor.
Um traço de um sorriso ergue o canto de sua boca.
— Boa menina. — Seus olhos queimam nos meus. — Quando
eu disser a você para entrar aqui, eu espero que você se ajoelhe ali. — Ele
aponta para um lugar ao lado da porta. — Faça isto agora.
Eu pisco, processando suas palavras, me viro e
bastante desajeita me ajoelho-me como indicado.
— Você pode se sentar-se sobre os calcanhares.
Sento-me de volta.
— Coloque suas mãos e antebraços apoiados nas
coxas. Bom. Agora separe os seus joelhos. Mais amplo. Mais amplo. Perfeito.
Olhe abaixo no chão.
Ele caminha para mim, e eu posso ver seus pés e
pernas em meu campo de vista. Pés descalços.
Eu devia estar tomando notas se ele quiser que eu
me lembre. Ele se abaixa e pega minha trança novamente, então puxa minha cabeça
para trás, assim eu estou olhando nele. É apenas não doloroso.
— Você vai se lembrar dessa posição,
Anastásia?
— Sim, Senhor.
— Bom. Fique aqui, não se mova. — Ele deixa o
quarto.
Eu estou de meus joelhos, esperando. Onde ele
foi? O que ele vai fazer comigo? O tempo passa. Eu não tenho ideia de quanto
tempo ele me deixou assim… alguns minutos, cinco, dez? Minha respiração fica
mais rasa, a antecipação está me devorando de dentro para fora.
E, de repente, ele está de volta, subitamente eu
estou mais calma e mais animada na mesma respiração. Eu poderia estar mais excitada? Eu posso ver seus pés. Ele trocou sua calça
jeans. Esta é mais velha, rasgada, macia e super lavada. Caramba. Esta calça
jeans é quente. Ele fecha a porta e trava algo na parte traseira.
— Boa garota, Anastásia. Você está linda assim.
Bem feito. Levante-se.
Eu levanto, mas mantenho meu rosto abaixado.
— Você pode olhar para mim.
Eu olho para ele, e ele está me olhando
atentamente, avaliando, mas seus olhos suavizam. Ele tira sua camisa. Oh meu…
eu quero tocá-lo. O botão superior de sua calça jeans é desfeito.
— Eu vou acorrentar você agora, Anastásia. Dê-me
sua mão direita.
Dou-lhe minha mão. Ele vira a palma para cima, e
antes de eu perceba, ele esmaga o centro com um chicote, eu não o tinha notado
em sua mão direita. Isso acontece tão rapidamente que a surpresa quase não
registra. Ainda mais surpreendente, não machuca. Bem, não muito, apenas uma
picada de dor ligeira.
— Como que sente? — Ele pergunta.
Eu pisco para ele, confusa.
— Responda-me.
— Ok. — Eu franzo a testa.
— Não franza a testa.
Eu pisco e tento ficar impassível. Eu tenho
sucesso.
— Isso machucou?
— Não.
— Isto não vai machucar. Você entende?
— Sim. — Minha voz está incerta. Ele realmente não vai me machucar?
— Eu falo sério, — ele diz.
Droga, minha respiração é tão superficial. Será
que ele sabe o que eu estou pensando? Ele me mostra o chicote. É de couro
marrom trançado. Meus olhos disparam ao encontro dos seus, eles estão acesos
como chamas e com um rastro de diversão.
— Nosso objetivo é agradar, Senhorita Steele, —
ele murmura. — Venha. — Ele toma meu cotovelo e me move para em baixo da grade.
Ele empurra para cima e para baixo algumas correntes com punhos de couro preto.
— Esta grade é projetada para as correntes se moverem através da grade.
Olho para cima. Puta merda, é como um mapa do
metrô.
— Nós vamos começar aqui, mas eu quero te foder
em pé. Então nós vamos acabar naquela parede ali. — Ele aponta com o chicote
para onde está um grande X de madeira na parede.
— Ponha suas mãos acima de sua cabeça.
Eu imediatamente obedeço, sentindo como se eu
estivesse saindo do meu corpo, uma observadora casual dos acontecimentos à
medida que se desenrolam em torno de mim. Isto está além de fascinante, além de
erótico. É singularmente a coisa mais excitante e assustadora que eu já fiz. Eu
estou confiando-me a um homem bonito que, por sua própria admissão, é cinquenta
sombras ruins. Eu suprimo a excitação breve do medo. Kate e Elliot, eles sabem
que eu estou aqui.
Ele está muito perto quando prende as algemas. Eu
estou olhando para seu peito. Sua proximidade é divina. Ele cheira a corpo
lavado e Christian, uma mistura inebriante, e que me arrasta de volta para o
agora. Eu quero correr meu nariz e língua através desse punhado de cabelo no
peito.
Eu poderia simplesmente me inclinar para frente…
Ele dá um passo para trás e olha para mim, sua
expressão é coberta, lasciva, carnal, e eu sou impotente, minhas mãos
amarradas, mas só olhando para seu rosto adorável, lendo sua necessidade e desejo
por mim, eu posso sentir a umidade entre minhas pernas. Ele caminha lentamente
em volta de mim.
— Você parece poderosa, mesmo amarrada assim,
Senhorita Steele. E sua boca esperta, está quieta no momento. Assim que eu
gosto.
Ficando em minha frente novamente, ele engancha
seus dedos em minha calcinha, em um ritmo lento, retira-a pelas minhas pernas,
sem pressa, dolorosamente devagar, de modo que ele acaba de joelhos diante de
mim. Não tirando seus olhos dos meus, ele aperta a minha calcinha em sua mão,
leva-a até seu nariz e inala profundamente. Puta
merda. De verdade ele fez isso? Ele
sorri maliciosamente para mim, dobra-a e a coloca no bolso de sua calça jeans.
Desenrolando-se, levanta-se preguiçosamente, como
um gato selvagem, ele aponta o fim do chicote para o meu umbigo, vagarosamente
circulando, atormentando-me. No toque do couro, eu tremo e suspiro. Ele anda em
volta de mim novamente, arrastando o chicote em torno do meu corpo. Em seu
segundo circuito, ele de repente sacode o chicote e bate no meu traseiro…
contra meu sexo. Eu clamo de surpresa, enquanto todas as minhas terminações
nervosas ficaram em alerta. Eu puxo contra as restrições. O choque corre
através de mim, com o mais doce e mais estranho sentimento de prazer.
— Quieta, — ele sussurra enquanto caminha ao
redor de mim novamente, o chicote ligeiramente mais alto, em torno do meio de
meu corpo. Desta vez, quando ele sacode isso contra mim, no mesmo lugar, eu
estou antecipando-o… oh meu Deus. Meu corpo convulsiona na mordida doce do ardor.
Enquanto ele faz seu caminho em torno de mim, ele
sacode novamente, desta vez batendo em meu mamilo, e eu jogo minha cabeça para
trás, enquanto as terminações nervosas cantam. Ele bate de novo… um breve,
rápido, doce castigo. Meus mamilos endurecem e alongam com o ataque, eu
ruidosamente gemo, puxando meus punhos de couro.
— Isso parece bom? — Ele respira.
— Sim.
Ele me bate novamente entre as nádegas. Desta vez
me dói.
— Sim o que?
— Sim, Senhor, — eu choramingo.
Ele dá uma parada… mas eu não posso mais vê-lo.
Meus olhos estão fechados enquanto eu tento absorver a miríade de sensações que
circulam pelo meu corpo. Muito lentamente, ele chove pequenas lambidas do
chicote abaixo, na minha barriga, indo para o sul. Eu sei onde isto está
levando, e tento preparar-me para isso, mas quando ele bateu em meu clitóris,
eu ruidosamente clamo.
— Oh… por favor! — Eu gemo.
— Quieta, — ele ordena e bate novamente em meu
traseiro.
Eu não esperava que isso fosse assim… eu estou
perdida. Perdida em um mar de sensações. E, de repente, ele está arrastando o
chicote contra meu sexo, pelos meus pêlos pubianos, até a entrada da minha
vagina.
— Veja como você está
molhada,
, Anastásia. Abra seus olhos e sua boca.
Eu faço como ele ordena, completamente seduzida.
Ele empurra a ponta do chicote em minha boca, como no meu sonho. Puta
merda.
— Sinta o seu sabor. Chupe. Chupe duro, bebê.
Minha boca se fecha em torno do chicote, enquanto
fixo os meus olhos nos dele. Eu posso saborear o couro rico e o salinidade de
minha excitação. Seus olhos estão ardendo. Ele está em seu elemento.
Ele puxa a ponta de minha boca, enquanto fica na
minha frente e me agarra e me beija duramente, sua língua invadindo minha boca.
Envolvendo seus braços ao redor mim, ele me puxa contra ele. Seu peito esmaga o
meu, e eu coço para tocá-lo, mas eu não posso, minhas mãos estão inúteis acima
de mim.
— Oh, Anastásia, você tem um gosto tão bom, — ele
respira. — Eu devo fazer você gozar?
— Por favor, — eu imploro.
O chicote morde minhas nádegas. Ow!
— Por favor, o que?
— Por favor, Senhor, — eu choramingo.
Ele sorri para mim, triunfante.
— Com isto? — Ele segura o chicote para que eu
possa vê-lo.
— Sim, Senhor.
— Você tem certeza? — Ele olha fixamente para
mim.
— Sim, por favor, Senhor.
— Feche seus olhos.
Eu fecho e o quarto está fora, ele está fora… o
chicote fora. Ele começa com pequenas lambidas do chicote contra minha barriga
mais uma vez. Descendo, pequenas lambidas suaves contra meu clitóris, uma vez,
duas, três vezes, repetidas vezes, até que, finalmente, é isso, eu não posso
aguentar mais e eu gozo, gloriosamente, ruidosamente, ficando fraca. Seus
braços enrolam ao meu redor, enquanto minhas pernas viravam geleia. Eu dissolvo
em seu abraço, minha cabeça contra seu tórax, estou choramingando e gemendo,
enquanto os tremores de meu orgasmo me consomem. Ele me ergue, e de repente
estamos nos movendo, meus braços ainda amarrados acima de minha cabeça, e eu
posso sentir a madeira fresca da cruz polida em minhas costas, e ele está abrindo
os botões em sua calça jeans. Ele me derruba contra a cruz brevemente, enquanto
ele desliza um preservativo, e então suas mãos embrulham ao redor minhas coxas
e ele me ergue novamente.
— Erga suas pernas, bebê, envolva-as em torno de
mim.
Eu me sinto tão fraca, mas eu faço como ele pede
e ele envolve minhas pernas ao redor de seus quadris e se posiciona abaixo de
mim. Com um impulso, ele está dentro de mim, eu choro novamente, escutando seu
gemido abafado em minha orelha. Meus braços estão descansando em seus ombros
enquanto ele empurra dentro mim. Porra, é profundo deste modo. Ele empurra
novamente e de novo, seu rosto em meu pescoço, sua respiração áspera em minha
garganta. Eu sinto crescer novamente. Droga, não… não novamente… eu não penso
que meu corpo vai aguentar mais outro momento da terra tremendo. Mas eu não
tenho nenhuma escolha… e com uma inevitabilidade que está se tornando familiar,
eu deixo ir e gozo novamente, é doce, angustiante e intenso.
Eu perco todo o sentido de mim mesma. Christian segue,
gritando a sua liberação com os dentes cerrados e me segurando forte e mais
perto.
Ele retira-se de mim rapidamente e me empurra
contra a cruz, seu corpo se apoiando no meu. Desafivelando as algemas, ele
livra minhas mãos, e ambos caímos no chão. Ele me puxa em seu colo,
embalando-me, e eu inclino a minha cabeça contra seu tórax. Se eu tivesse
força, eu o tocaria, mas eu não faço. Tardiamente, eu percebo que ele está
ainda vestindo sua calça jeans.
— Bem feito, bebê, — ele murmura. — Isso
machucou?
— Não, — eu respiro. Eu posso apenas manter meus
olhos abertos. Por que eu estou tão
cansada?
— Você esperava por isso? — Ele sussurra enquanto
ele segura-me perto, seus dedos empurrando algumas mechas fugitivas de cabelo
fora de meu rosto.
— Sim.
— Você vê, a maior parte de seu medo está em sua
cabeça, Anastásia, — ele pausa. — Você faria isto novamente?
Eu penso por um momento, enquanto nuvens de
fadiga atravessam meu cérebro… novamente?
— Sim. — Minha voz é tão suave.
Ele me abraça firmemente.
— Bom. Então, eu também, — ele murmura, então se
inclina e suavemente beija o topo de minha cabeça. — E eu não terminei com você
ainda.
Não terminou comigo ainda. Santo Deus. Não há
nenhum modo que eu possa fazer mais nada. Eu estou totalmente gasta e lutando
um desejo irresistível de dormir. Eu estou apoiada contra seu tórax, meus olhos
estão fechados, e ele está embrulhado ao redor mim, braços e pernas e eu me
sinto… segura, e oh tão confortável. Será que ele vai me deixar dormir, talvez
sonhar? Minha boca aperta com o pensamento tolo e virando meu rosto para o
peito de Christian, eu inalo seu odor sem igual e estremeço, mas imediatamente
ele… oh merda. Abro meus olhos e olho para ele. Ele está olhando fixamente para
mim.
— Não faça, — ele adverte.
Eu ruborizo e olho de volta para o seu peito com
desejo. Eu quero correr minha língua pelo cabelo, beijá-lo e pela primeira vez,
eu noto que ele tem algumas fortuitas pequenas cicatrizes redondas espalhadas
ao redor de seu peito. Catapora? Sarampo? Eu penso distraidamente.
— Ajoelhe-se perto da porta, — ele ordena,
enquanto se senta novamente, pondo suas mãos sobre os joelhos, efetivamente me
liberando. Não mais morno, a temperatura de sua voz caiu vários graus.
Eu tropeço desajeitadamente para a posição ereta,
levanto e vou me ajoelhar perto da porta e como instruída. Eu estou trêmula e
muito, muito cansada, monumentalmente confusa. Quem teria pensado que eu
poderia encontrar tal satisfação neste quarto. Quem podia ter pensado que seria
tão desgastante? Meus membros são
deliciosamente pesados, saciados. Minha deusa tem um sinal de ‘Não perturbe '
no lado de fora de seu quarto.
Christian está se movendo na periferia de minha
vista. Meus olhos começam a fechar.
— Estou chateando você, Senhorita Steele?
Eu pulo, acordando e Christian está em pé na
minha frente, com os braços cruzados, olhando para mim. Oh merda, pega de
surpresa, isso não vai ser bom. Seus olhos suavizam quando eu olho para ele.
— Levante-se, — ele ordena.
Eu levanto cautelosamente. Ele olha para mim e
sua boca aperta para cima.
— Você está quebrada, não é?
Concordo com a cabeça timidamente, corando.
— Fibra, Senhorita Steele. — Ele estreita seus
olhos para mim. — Eu não tive minha dose de você ainda. Segure as mãos na
frente como se você estivesse rezando.
Eu pisco para ele. Rezando! Rezando para você maneirar comigo. Eu faço como ele
disse. Ele toma uma braçadeira e amarra em volta de meus pulsos, apertando o
plástico. Santo Inferno. Meus olhos voam para os seus.
— Parece familiar, — ele pergunta, incapaz de
esconder seu sorriso.
Merda… as braçadeiras de plástico. Ele estava se
reabastecendo no Clayton! Tudo se torna claro. Eu engasgo quando picos de
adrenalina passam por meu corpo novamente. Ok, agora você tem a minha atenção, eu
estou acordada agora.
— Eu tenho uma tesoura aqui. — Ele a segura para
que eu possa ver. — Eu posso cortar fora de você em um momento.
Eu tento puxar os meus pulsos separadamente,
testando minhas algemas, e quando faço, o plástico morde a minha carne, é
dolorido, mas se eu relaxar meus pulsos, eles ficam bem, a algema não está
cortando em minha pele.
— Venha. — Ele toma minhas mãos e me leva para a
cama de dossel. Eu noto agora que tem lençóis vermelho escuro sobre ela e uma
algema em cada canto.
— Eu quero mais, muito, muito mais, — ele se
inclina e sussurra em meu ouvido.
Meu coração para e começa a bater novamente. Oh céus.
— Mas eu farei isto rápido. Você está cansada.
Segure-se no poste, — ele diz.
Eu franzo a testa. Não na cama, então? Eu acho
que eu posso separar minhas mãos enquanto pego o adorno esculpido do poste de
madeira.
— Abaixe, — ele ordena. —B om. Não goze. Se o
você fizer, eu espancarei você. Entendeu?
— Sim, Senhor.
— Bom.
Ele permanece atrás de mim e aperta meus quadris,
então, rapidamente levanta-me para trás assim que eu estou inclinada para
frente, segurando o poste.
— Não goze Anastásia, — ele adverte. — Eu vou
foder você duro, por detrás. Segure o poste para sustentar seu peso.
Entendeu?
— Sim.
Ele bate o meu traseiro com sua mão. Ow…
ardeu.
— Sim, Senhor, — eu murmúrio depressa.
—Separe suas pernas. — Ele põe sua perna entre as
minhas, e segurando meus quadris, ele empurra minha perna direita para o lado.
— Assim é melhor. Depois disso, eu deixarei você
dormir.
Dormir? Eu estou ofegante. Eu não estou pensando
em dormir agora. Ele chega para cima e suavemente afaga as minhas costas.
— Você tem uma pele tão bonita, Anastásia, — ele
respira enquanto se curva e beija ao longo da minha coluna, beijos suaves como
penas, gentis. Ao mesmo tempo, suas mãos se movem para minha frente pegando os
meus seios, e como ele faz isso, ele prende meus mamilos entre seus dedos e
aperta-os gentilmente.
Eu abafo meu gemido quando sinto meu corpo
inteiro responder, acordando mais uma vez para ele.
Ele suavemente morde e me chupa em minha cintura,
puxando os meus mamilos, e minhas mãos apertam o poste perfeitamente esculpido.
Suas mãos se soltam e eu ouço o agora familiar barulho da retirada de sua calça
jeans.
— Você tem uma bunda tão cativante e sensual,
Anastásia Steele. O que eu gostaria de fazer com ela.
Suas mãos alisam e modelam cada uma das minhas
nádegas, então ele desliza os dedos para baixo e desliza dois dedos dentro de
mim.
— Tão molhada. Você nunca decepciona, Senhorita
Steele, — ele sussurra, e eu ouço a maravilha em sua voz. — Segure firme… isso
vai ser rápido, bebê.
Ele agarra meus quadris e se posiciona, e me
esforço para receber o seu assalto. Mas ele avança e agarra minha trança e
enrola em torno de seu pulso até minha nuca, segurando minha cabeça no lugar.
Muito lentamente ele entra em mim, puxando meu cabelo ao mesmo tempo… oh a
plenitude. Ele sai de mim lentamente,
sua outra mão agarra meu quadril, segurando apertado, e então ele investe
novamente dentro de mim, empurando-me para frente.
— Segure, Anastásia! — Ele grita com os dentes
cerrados.
Eu agarro o poste mais firme e empurro de volta
contra ele, enquanto ele continua seu ataque implacável, uma e outra vez, seus
dedos cavando em meu quadril. Meus braços estão doendo, minhas pernas se sentem
inseguras, meu couro cabeludo está ficando dolorido de ser puxada pelo cabelo…
e eu posso sentir um ajuntamento bem dentro de mim. Oh não… e pela primeira
vez, eu temo meu orgasmo… se eu gozar…
Eu desmoronarei. Christian continua a se mover
dentro e fora de mim, sua respiração é dura, gemendo, gemendo. Meu corpo está
respondendo… como? Eu sinto um acelerar.
Mas, de repente, Christian silencia, entrando em mim realmente fundo.
— Vamos lá, Ana, dê para mim, — ele geme, meu
nome em seus lábios me envia sobre a borda que toma todo o meu corpo e a
sensação de espiral e doce liberação, e, em seguida, completa e totalmente sem
sentidos.
Quando retomo os sentidos, eu estou deitada sobre
ele. Ele está no chão e eu estou deitada em cima dele, minhas costas sobre sua
frente, e eu estou olhando para o teto, toda pós-coito, brilhante, quebrada.
Oh… as algemas, eu penso distraidamente, eu tinha esquecido disso. Christian
fuça o meu ouvido.
— Levante suas mãos, — ele diz suavemente.
Meus braços parecem feitos de chumbo, mas eu os
levanto. Ele empunha a tesoura e passa uma lâmina sob o plástico.
— Eu a declaro livre Ana, — ele respira, e corta
o plástico.
Eu dou uma risadinha e esfrego meus pulsos quando
eles são liberados. Eu sinto seu sorriso.
— Este é um som tão adorável, — ele diz
melancolicamente. Ele se senta, de repente, levando-me com ele de forma que eu
estou mais uma vez sentado em seu colo.
— Isto é minha culpa, — ele diz e me ajeita de
modo que ele pode esfregar meus ombros e braços.
Delicadamente ele massageia um pouco de volta a
vida os meus membros.
O quê?
Olho para ele atrás de mim, tentando entender o
que ele quer dizer.
— Que você não dá uma risadinha mais
frequentemente.
— Eu não sou uma grande risonha, — eu murmuro
sonolenta.
— Oh, mas quando isso acontece, Senhorita Steele,
é uma maravilhosa alegria de se ver.
— Muito florido, Sr. Grey, — eu murmuro, tentando
manter meus olhos abertos.
Seus olhos suavizam e ele sorri.
— Eu diria que você está completamente fodida e
com necessidade de sono.
— Isso não era florido mesmo, — eu murmuro
brincando.
Ele sorri e suavemente me ergue fora dele, ele
permanece gloriosamente nu. Eu desejo estar momentaneamente mais desperta para
realmente apreciá-lo. Pegando sua calça jeans, ele a veste.
— Não quero assustar Taylor, ou a Sra. Jones no
que diz respeito a esse assunto, — ele resmunga.
Hmm… eles devem saber que grande bastardo ele é. O pensamento me
preocupa.
Ele inclina-se para me ajudar a levantar e ir até
a porta, atrás da qual pendura um roupão cinzento. Ele pacientemente me veste
como se eu fosse uma criança pequena. Eu não tenho a força para erguer meus
braços. Quando eu estou coberta e respeitável, ele se inclina e me beija
suavemente, apertando a boca em um sorriso.
— Para cama, — ele diz.
Oh… não…
— Para dormir, — acrescenta tranquilizador quando
vê minha expressão.
De repente, ele levanta-me e leva-me enrolada
contra seu peito para o quarto ao longo do corredor onde, mais cedo hoje, a
Dra. Greene me examinou. Minha cabeça cai contra o seu peito.
Estou exausta. Eu não me lembro de alguma vez ter
estado mais cansada. Puxando para trás o edredom, ele me deita, e ainda mais
surpreendente, sobe ao meu lado e me segura perto.
— Durma agora, menina linda, — ele sussurra, e
beija o meu cabelo.
E antes de eu possa fazer um comentário jocoso,
eu estou adormecida.
[1] The Stepford Wives (Mulheres Perfeitas ou As Possuídas, disponível
no mercado literário brasileiro com ambos os títulos) é um romance de 1972 escrito por Ira Levin, baseados no qual foram
lançados dois filmes homônimos: em 1975 e em 2004.
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