O roçar de lábios através de minha testa,
deixando beijos ternos e doces em seu rastro, faz parte de mim girar e responder,
mas principalmente eu quero ficar dormindo. Eu gemo e me refugio em meu
travesseiro.
— Anastásia, acorde. — A voz de Christian é
suave, bajulando.
— Não, — eu gemo.
— Nós temos que sair em meia hora para jantar com
meus pais. — Ele está se divertindo.
Eu abro meus olhos relutantemente. É crepúsculo.
Christian está debruçando sobre mim, olhando-me atentamente.
— Vamos dorminhoca. Levante-se. — Ele se inclina
e me beija novamente.
— Eu comprei-lhe uma bebida. Eu estarei no andar
de baixo. Não volte a dormir, ou você estará em apuros, — ele ameaça, mas seu
tom é aprazível. Ele me beija brevemente e sai, deixando-me sonolenta, a piscar
os meus olhos no quarto fresco.
Eu estou um pouco recuperada, mas de repente,
nervosa. Caramba, eu vou conhecer a sua gente! Ele apenas me bateu com o
chicote, me amarrou, usando uma algema que eu mesma lhe vendi, pelo amor de
Deus, agora vou encontrar seus pais. Será a primeira vez de Kate encontrá-los
também, pelo menos que ela estará lá para me dar suporte. Eu enrolo os meus
ombros. Eles estão duros. Sua exigência por um instrutor particular de
ginástica não parece tão estranha agora, de fato, parece obrigatório, se eu
tiver qualquer pretensão de acompanhá-lo.
Saio lentamente da cama e noto que meu vestido
está pendurado fora do guarda-roupa e meu sutiã está na cadeira. Onde está a
minha calcinha? Eu verifico embaixo da cadeira. Nada. Então, lembro-me, que ele
colocou-a no bolso de sua calça jeans. Eu ruborizo com a lembrança, depois
dele, eu não posso mesmo pensar sobre isso, ele é tão bárbaro. Eu franzo a
testa. Por que ele não me devolveu a
minha calcinha?
Eu vou para o banheiro, perplexa com a minha
falta de roupa íntima. Enquanto me enxugo, depois de minha agradável, mas
extremamente breve chuveirada, eu percebo ele fez isso de propósito. Ele quer
que eu me sinta envergonhada e peça a minha calcinha de volta, e ele pode dizer
sim ou não. Minha deusa está rindo de mim. Inferno…
dois podem jogar esse jogo em particular.
Resolvendo não lhe perguntar por ela e não dar-lhe satisfação, eu decido
encontrar seus pais sem calcinha. Anastásia
Steele! Meu subconsciente me repreenda, mas eu não quero escutar, quase
abraço a mim mesma com alegria porque eu sei que isso o deixará louco.
Volto ao quarto, coloco meu sutiã, deslizo em meu
vestido e calço os meus sapatos. Eu removo a trança e apressadamente escovo meu
cabelo, eu então olho para a bebida que ele deixou.
É cor-de-rosa de pálido. O que é isto? Cranberry
e água com gás. Hmm… o sabor é delicioso e extingue minha sede.
Voltando ao banheiro, eu me verifico no espelho,
olhos brilhantes, bochechas ligeiramente coradas, o olhar um pouco presunçoso
por causa de meu plano sobre a calcinha, e saio para o andar de baixo. Quinze
minutos. Não é ruim, Ana.
Christian aguarda ao lado da janela panorâmica,
vestindo as calças de flanela cinza que eu amo, aquelas que penduram dessa
forma incrivelmente sensual fora de seus quadris, e, claro, uma camisa de linho
branco. Ele não tem alguma outra cor? Frank Sinatra canta suavemente nos alto-falantes
de som surround.
Christian se vira e sorri quando eu entro. Ele
olha para mim com expectativa.
— Oi, — eu digo baixinho, e meu sorriso de
esfinge encontra o seu.
— Oi, — ele diz. — Como você está sentindo? —
Seus olhos estão iluminados com diversão.
— Bem, obrigada. Você?
— Eu me sinto bem poderoso, Senhorita
Steele.
Ele está tão à espera que eu diga alguma coisa.
— Frank. Eu nunca imaginei que você fosse um fã
de Sinatra.
Ele levanta suas sobrancelhas para mim, seu olhar
é especulativo.
— Gosto eclético, Senhorita Steele, — ele
murmura, e ele dá alguns passos em minha direção, como uma pantera, até chegar
na minha frente, seu olhar tão intenso
que me tira o fôlego.
Frank começa a cantar… uma velha canção, uma das
favoritas de Ray. “Witchcraft”. Christian passa vagarosamente a ponta do dedo
pela minha bochecha, e eu sinto todo o caminho até lá embaixo.
— Dance comigo, — ele murmura, com voz rouca.
Tomando o controle remoto fora de seu bolso, ele
aumenta o volume e mantém a sua mão para mim, seu olhar cinza cheio de
promessas, desejo e humor. Ele é totalmente sedutor, e eu estou encantada. Eu
coloco minha mão na sua. Ele sorri preguiçosamente para mim e me puxa em seu
abraço, seu braço enrolando ao redor minha cintura, e ele começa a balançar.
Eu ponho minha mão livre em seu ombro e sorrio
para ele, pego em seu humor, brincalhão, infeccioso. E ele começa a mover.
Rapaz, ele sabe dançar. Nós cobrimos o chão, da janela até a cozinha e de volta
novamente, girando e girando, no tempo da música. E ele faz isto tão fácil para
mim.
Nós deslizamos em torno da mesa de jantar, para o
piano, e de lá para cá na frente da parede de vidro, fora, Seattle piscava um
mural escuro e mágico para nossa dança, e eu não posso evitar a minha risada
despreocupada. Ele sorri para mim quando a música chega ao fim.
— Não existe nenhuma bruxa mais agradável que
você, — ele murmura e então me beija docemente. — Bem, isso comprou um pouco de
cor para suas bochechas, Senhorita Steele. Obrigado pela dança. Nós devemos ir
e encontrar meus pais?
— De nada, e sim, eu não posso esperar para
encontrar com eles, — eu respondo sem fôlego.
— Você tem tudo que você precisa?
— Oh, sim, — eu respondo docemente.
— Você tem certeza?
Concordo com a cabeça tão indiferente quanto eu
posso administrar sob o seu escrutínio intenso, divertido. Seu rosto se divide
em um sorriso enorme, ele balança a cabeça.
— Ok. Se esta é a maneira que você quer jogar,
Senhorita Steele.
Ele agarra minha mão, recolhe a sua jaqueta que
está pendurada em uma das banquetas, e me leva através da entrada para o
elevador. Oh, as muitas faces de Christian Grey. Será que jamais serei capaz de compreender este homem volúvel?
Eu espio para ele no elevador. Ele está curtindo
uma piada privada, um vestígio de um sorriso que flerta com sua boca bonita. Eu
temo que seja a minha custa. O que eu
estava pensando? Eu vou conhecer os
seus pais e eu não estou vestindo qualquer roupa íntima. Meu subconsciente me
dá um inútil aviso, eu te disse. Na
segurança relativa de seu apartamento, parecia uma ideia divertida. Agora, eu
estou quase fora de mim sem calcinha! Ele olha para mim, e está lá, a tensão
aumentando entre nós. O olhar divertido desaparece de seu rosto e suas linhas
de expressão, a escuridão de seus olhos… oh
meu Deus.
As portas do elevador se abrem no andar térreo.
Christian balança a cabeça ligeiramente como se para limpar seus pensamentos e
gesticula para que eu saia antes dele, em gesto cavalheiresco.
Com quem ele está brincando? Ele não é nenhum cavalheiro.
Ele tem minha calcinha.
Taylor dirige o Audi grande. Christian abra a
porta traseira para mim, e eu entro, tão elegantemente quanto posso,
considerando meu estado de nudez lasciva. Eu sou grata pelo vestido ameixa de
Kate ser comprido até os joelhos.
Nós aceleramos pela I-5, nós estamos em silencio,
sem dúvida inibidos pela presença de Taylor, na frente. O humor de Christian é
quase tangível e parece mudar. O humor está se dissipando lentamente enquanto
nos dirigimos para o norte. Ele está pensativo, olhando para fora da janela, e
eu posso senti-lo deslizar para longe de mim. O que ele está pensando? Eu não
posso perguntar a ele. O que eu posso dizer na frente de Taylor?
— Onde você aprendeu a dançar? — Eu pergunto como
tentativa. Ele gira olhar em mim, seus olhos ilegíveis sob a luz intermitentes
das lâmpadas das ruas no percurso.
— Você realmente quer saber? — Ele responde em
voz baixa.
Meu coração afunda, e agora eu não quero, porque
eu posso imaginar.
— Sim, — eu murmuro, relutantemente.
— A Sra. Robinson gostava de dançar.
Oh, minhas piores suspeitas confirmadas. Ela o
ensinou bem, e o pensamento me deprime, não existe nada que eu possa lhe
ensinar. Eu não tenho nenhuma habilidade especial.
— Ela deve ter sido uma boa professora.
— Ela era, — ele diz suavemente.
Meus couro cabeludo pinica. Será que ela teve o
melhor dele? Antes dele se tornar tão fechado? Ou será que ela o trouxe para
fora de si mesmo? Ele tem esse lado, divertido, brincalhão. Eu sorrio
involuntariamente ao recordar de estar em seus braços enquanto ele girou comigo
ao redor sua sala de estar, de forma inesperada, e ele tem minha calcinha, em
algum lugar.
E depois há o Quarto Vermelho da Dor. Eu esfrego
meus pulsos reflexivamente, as tiras finas de plástico fizeram o mesmo com
outra menina. Ela lhe ensinou tudo ou o arruinou, dependendo do ponto de vista.
Ou talvez ele teria encontrado o seu caminho de qualquer maneira, apesar da
Sra. R.
Eu percebo, naquele momento, que eu a odeio. Eu
espero nunca conhecê-la, porque eu não serei responsável por minhas ações se o
fizer. Eu não posso me lembrar de sentir esta raiva sobre qualquer pessoa,
especialmente alguém que eu nunca conheci. Olhando para fora da janela, eu
medito sobre a minha raiva e ciúme irracional.
Minha mente voa de volta à tarde. Dado o que eu entendo de suas preferências,
penso que ele tem pegado leve comigo. Eu
faria isso novamente? Eu não posso fingir ter algum argumento
contra isto. Claro que eu faria, se ele me pedisse, contanto que ele não me
machucasse e se for à única maneira para estar com ele.
Essa é a linha divisória. Eu quero estar com ele.
Minha deusa interior suspira aliviada. Chego à conclusão que ela raramente usa
seu cérebro para pensar, mas outra parte vital de sua anatomia, e no momento, é
uma parte bastante exposta.
— Não, — ele murmura.
Eu franzo a testa e viro para olhar para ele.
— Não faça o que? — Eu não o toquei.
— Não pense sobre as coisas, Anastásia. — Alcançando-me,
ele pega minha mão, ergue-a até seus lábios, e beija meus dedos suavemente. — Eu
tive uma tarde maravilhosa. Obrigado.
E ele está de volta comigo, novamente. Eu pisco
para ele e sorrio timidamente. Ele está tão confuso. Posso fazer uma pergunta
que está me incomodando.
— Por que você usou uma braçadeira?
Ele sorri para mim.
— É rápido, é fácil e é algo diferente para você
sentir a experiência. Eu sei que elas são bastante brutais, como dispositivo de
contenção. — Ele sorri ligeiramente para mim.
— Muito eficaz para mantê-lo em seu lugar.
Eu ruborizo e olho nervosamente para Taylor, que
permanece impassível, com os olhos na estrada. O que eu deveria dizer sobre isso?
Christian encolhe os ombros inocentemente.
— Tudo parte de meu mundo, Anastásia. — Ele
aperta minha mão e lá estava, olhando para fora da janela novamente.
Seu mundo realmente, e eu quero pertencer a ele,
mas em suas condições? Eu simplesmente não sei. Ele não mencionou aquele maldito
contrato. Minhas reflexões internas não fazem nada para me alegrar. Olho pela
janela e a paisagem mudou. Nós estamos cruzando uma das pontes, cercados pela
escuridão. A noite sombria reflete meu estado de espírito introspectivo,
fechando, sufocante.
Olho brevemente para Christian, e ele está
olhando para mim.
— Um centavo por seus pensamentos? — Ele
pergunta.
Eu suspiro com tristeza.
— Tão ruim, hein?
— Eu gostaria de saber o que você estava
pensando.
Ele sorri para mim.
— Idem, bebê, — ele diz suavemente, enquanto
Taylor acelera na noite em direção a Bellevue.
É um pouco antes das oito, quando o Audi entra na
calçada de uma mansão de estilo colonial. É de tirar o fôlego, até mesmo as
rosas em torno da porta. Um perfeito retrato de livro.
— Você está pronta para isso? — Christian
pergunta, enquanto Taylor para o carro na frente da porta impressionante.
Concordo com a cabeça, ele dá a minha mão outro
aperto tranquilizante.
— Primeira vez para mim também, — ele sussurra,
então sorri maliciosamente. —Aposto que você gostaria de estar vestindo sua
roupa íntima agora, — ele brinca.
Eu coro. Eu tinha já esquecido da minha calcinha.
Felizmente, Taylor saiu do carro e está abrindo minha porta, assim ele não pode
ouvir nossa troca de palavras. Eu faço uma careta para Christian, que sorri
amplamente enquanto eu giro e saio do carro.
Dra. Grace Trevelyan-Grey está na porta esperando
por nós. Ela parece elegantemente sofisticada em um vestido de seda azul claro,
por trás dela está o Sr. Grey, eu presumo, alto, loiro, e tão bonito ao seu
próprio modo como Christian.
— Anastásia, já conhece a minha mãe, Grace. Este
é o meu pai, Carrick.
— Sr. Grey, que prazer conhece-lo. — Eu sorrio e
agito sua mão estendida.
— O prazer é todo meu, Anastásia.
— Por favor, me chame de Ana.
Seus olhos azuis são suaves e gentis.
— Ana, o quão adorável vê-la novamente. — Grace
me envolve em um abraço caloroso. — Entre, minha querida.
— Ela está aqui? — Eu ouço um grito alto de
dentro a casa. Eu olho nervosamente para Christian.
— Esta é Mia, minha irmã caçula, — ele diz quase
irritado, mas não completamente.
Existe uma subcorrente de afeto em suas palavras,
a forma como sua voz cresce mais suave e seus olhos ondulam, quando ele
menciona seu nome. Christian obviamente a adora. É uma revelação.
E ela vem correndo solta pelo salão, cabelos
escuros, alta e curvilínea. Ela deve ter a minha idade.
— Anastásia! Eu ouvi tanto sobre você. — Ela me
abraça apertado.
Caramba. Eu não posso deixar de sorrir com o seu
entusiasmo ilimitado.
— Ana, por favor, — eu murmuro enquanto ela me
arrasta pelo grande vestíbulo. O piso é todo de madeira escura, com tapetes
antigos e uma escadaria para o segundo andar.
— Ele nunca trouxe uma garota para esta casa
antes, — Mia diz, com seus olhos escuros brilhando de excitação.
Vislumbro Christian revirando os olhos, e eu
levanto uma sobrancelha para ele. Ele estreita seus olhos para mim.
— Mia, acalme-se, — Grace aconselha suavemente. —
Olá, querido, — ela diz enquanto beija Christian em ambas as faces. Ele sorri
para ela calorosamente, e então aperta a mão de seu pai.
Todos nós entramos na sala de estar. Mia não
soltou a minha mão. A sala é espaçosa, decorada com bom gosto em creme, marrom
e azul claro, confortável, discreta e muito elegante. Kate e Elliot estão
aconchegados juntos em um sofá, segurando taças de champanhe. Kate salta para
me abraçar, e Mia finalmente solta a minha mão.
— Oi, Ana! — Ela sorri. — Christian. — Ela acena
com a cabeça bruscamente para ele.
— Kate. — Ele é igualmente formal com ela.
Eu franzo a testa com essa troca. Elliot me pega
em um abraço todo abrangente. O que é isto, a semana de abraçar Ana? Esta
deslumbrante exibição de afeto, eu apenas não estou acostumada com isso.
Christian está ao meu lado, envolvendo seu braço ao redor de mim, colocando sua
mão em meu quadril, ele estende seus dedos e puxa-me para perto. Todos estão
olhando para nós. É enervante.
— Bebidas? — O Sr. Grey parece se recuperar. — Prosecco?
— Por favor, — Christian e eu falamos em
uníssono.
Oh… isso está além de estranho. Mia bate palmas.
— Vocês estão até falando ao mesmo tempo. Eu vou
buscar. — Ela sai da sala.
Eu fiquei escarlate, e vendo Kate sentada com
Elliot, ocorreu-me, de repente, que a única razão para Christian me convidar
era porque Kate estaria aqui. Elliot, provavelmente, livre e alegremente pediu
a Kate para conhecer seus pais. Christian estava preso, sabendo que eu
descobriria via Kate. Eu fiz uma careta com o pensamento. Ele foi forçado ao
convite. Uma compreensão triste e deprimente. Meu subconsciente acena com a
cabeça sabiamente, um olhar ‘você finalmente entendeu sua estúpida’, apareceu
em seu rosto.
— O jantar está quase pronto, — Grace diz,
enquanto ela segue Mia fora da sala.
Christian franze a testa e olha para mim.
— Sente-se, — ele comanda, apontando para o sofá
de pelúcia, e eu me sento, cuidadosamente cruzando minhas pernas. Ele se senta
ao meu lado, mas não me toca.
— Nós estávamos falando sobre férias, Ana, — o
Sr. Grey diz amavelmente. — Elliot decidiu seguir Kate e sua família para
Barbados por uma semana.
Olho para Kate, ela sorri, seus olhos estão
grandes e brilhantes. Ela está encantada. Katherine Kavanagh, mostre alguma
dignidade!
— Você está tomando uma pausa agora que você
terminou a faculdade? — O Sr. Grey pergunta.
— Eu estou pensando sobre ir para Geórgia por
alguns dias, — eu respondo.
Christian olha para mim, piscando um par de
vezes, sua expressão é ilegível. Oh merda.
Eu não comentei isso com ele.
— Geórgia? — Ele murmura.
— Minha mãe vive lá, e eu não a vejo há algum
tempo.
— Quando você estava pensando em ir? — Sua voz é
baixa.
— Amanhã, final da noite.
Mia passeia em volta na sala abastecendo as taças
de Prosecco rosa pálido.
— A sua boa saúde! — O Sr. Grey levanta a taça.
Um brinde apropriado para um marido de uma médica, que me faz sorrir.
— Por quanto tempo? — Christian pergunta, com sua
voz enganosamente suave.
Puta merda… ele está com raiva.
— Eu não sei ainda. Dependerá das minhas
entrevistas, amanhã.
Sua mandíbula apertou, e Kate fica com aquele
olhar interferindo em seu rosto. Ela sorri excessivamente doce.
— Ana merece uma pausa, — ela diz
intencionalmente para Christian. Por que ela é tão antagônica em relação a ele?
O que é o seu problema?
— Você tem entrevistas? — O Sr. Grey pergunta.
— Sim, para estágios em duas editoras,
amanhã.
— Desejo-lhe boa sorte.
— O jantar está na mesa, — Grace anuncia.
Todos nós levantamos. Kate e Elliot seguem o Sr.
Grey e Mia para fora da sala. Quando vou seguir, Christian agarra o meu
cotovelo, trazendo-me para uma parada abrupta.
— Quando você ia dizer-me que estava partindo? —
Ele pergunta com urgência. Seu tom é suave, mas ele está mascarando sua raiva.
— Eu não estou partindo, eu vou ver minha mãe, e
eu estava só pensando sobre isto.
— Que tal o nosso acordo?
— Nós não temos um acordo ainda.
Ele aperta os olhos, depois parece lembrar-se.
Soltando a minha mão, ele toma meu cotovelo e me leva para fora da sala.
— Essa conversa não terminou, — ele sussurra
ameaçadoramente quando entramos na sala de jantar.
Ah, É. Não fique tão chateado e … e me devolva a minha calcinha. Eu olho para
ele.
A sala de jantar me faz lembrar nosso jantar
privado em Heathman. Um lustre de cristal pendurado sobre a mesa de madeira
escura e há um espelho enorme e esculpido, na parede. A mesa está servida e
coberta com uma toalha de mesa de linho branco, uma tigela de peônias rosas
pálidas como o peça central. É impressionante.
Tomamos nossos lugares. O Sr. Grey está na
cabeceira da mesa, enquanto eu me sento no seu lado direito, Christian está
acomodado ao meu lado. O Sr. Grey agarra a garrafa aberta de vinho tinto e
oferece um pouco para Kate. Mia toma sua cadeira ao lado de Christian e pega a
sua mão, aperta firmemente. Christian sorri calorosamente para ela.
— Onde você conheceu Ana? — Mia pergunta a ele.
— Ela me entrevistou para a revista estudantil da
WSU.
— A que Kate edita, — eu adiciono, na esperança
de desviar a conversa para longe de mim.
Mia sorri para Kate, sentada em frente, ao lado
de Elliot e eles começam a conversar sobre a revista dos alunos.
— Vinho, Ana? — O Sr. Grey pergunta.
— Por favor. — Eu sorrio para ele. O Sr. Grey
levanta para encher o resto dos copos.
Eu olho para Christian. Ele se vira para olhar
para mim, sua cabeça está inclinada para um lado.
— O que? — Ele pergunta.
— Por favor, não fique bravo comigo, — eu sussurro.
— Eu não estou bravo com você.
Eu fico olhando para ele. Ele suspira.
— Sim, eu estou louco com você. — Ele fecha seus
olhos brevemente.
— Louco a ponto de dar palmadas? — Eu pergunto
nervosamente.
— Sobre o que vocês dois estão cochichando? —
Kate interrompe.
Eu coro e Christian olha para ela em um olhar
‘tire o seu rabo fora do caminho’ Kavanagh, de modo que até Kate murcha sob o
seu olhar.
— Apenas sobre a minha viagem para a Geórgia, —
eu digo docemente, com a esperança de encerrar a hostilidade mútua.
Kate sorri, com um brilho perverso em seu olhar.
— Como estava José quando você foi para o bar com
ele na sexta-feira?
Puta merda, Kate. Eu arregalo meus olhos para ela. O que ela
está fazendo? Ela arregala seus olhos para mim de volta, e eu percebo que ela
está tentando deixar Christian ficar ciumento. Como ela sabe pouco. Eu
pensei que tinha conseguido acabar com isso.
— Ele estava bem, — eu murmuro.
Christian se inclina.
— Louco de dar palmadas, — ele sussurra.
—Especialmente agora. — Seu tom era calmo e mortal.
Oh não. Eu me
contorço.
Grace reaparece carregando dois pratos, seguida
por uma mulher muito jovem, com tranças loiras, vestida elegantemente de azul
claro, carregando uma bandeja de pratos. Seus olhos imediatamente acham
Christian na sala. Ela cora e olha para ele sob seu rímel nos longos cílios.
O que!
Em algum lugar na casa o telefone começa a tocar.
— Com licença, — O Sr. Grey levanta novamente e
sai.
— Obrigado, Gretchen, — Grace diz suavemente,
franzindo a testa com a saída do Sr. Grey. — Só deixe a bandeja no console. —
Gretchen acena a cabeça, e com outro olhar furtivo para Christian, ela parte.
Então, os Greys tem empregadas, e a empregada
está de olho em cima do meu pretende a Dominante. Pode esta noite conseguir
ficar pior? Eu franzo a testa e olho para minhas mãos no meu colo.
O Sr. Grey retorna.
— Ligação para você, querida. É do hospital, —
ele diz para Grace.
— Por favor, comece, todo mundo. — Grace sorri
enquanto me dá um prato e parte.
Cheira delicioso, – chouriço e vieiras com
pimentões vermelhos assados e cebolinhas, polvilhado com salsa. Apesar de ter
meu estômago revolto com as ameaças veladas de Christian, os olhares sublinhar
da bonita e pequena Senhorita Maria Chiquinha e a perda da minha roupa íntima,
eu estou com fome. Eu coro quando percebo que o esforço físico desta tarde me
deu tamanho apetite.
Momentos depois Grace retorna, com a sobrancelha
franzida. O Sr. Grey vira a cabeça de um lado... como Christian.
— Tudo bem?
— Outro caso de sarampo, — Grace suspira.
— Oh não.
— Sim, uma criança. O quarto caso este mês. Se as
pessoas vacinassem as suas crianças. — Ela agita sua cabeça tristemente, e
então sorri. — Eu estou tão contente que nossos filhos nunca tiveram isso. Eles
nunca pegaram qualquer coisa pior que catapora, ainda bem. Pobre Elliot, — ela
diz enquanto ela senta-se, sorrindo com indulgencia para o filho. Elliot franze
a testa e se torce desconfortavelmente. — Christian e Mia tiveram sorte. Eles
tiveram isto tão suavemente, que dividiram apenas uma mancha entre eles.
Mia deu uma risadinha e Christian revirou os
olhos.
— Então, você pegou o jogo dos Marinheiros, Pai?
— Elliot claramente estava interessado a mudar de assunto.
Os aperitivos são deliciosos, eu me concentro em comer
enquanto Elliot, o Sr. Grey e Christian conversam sobre beisebol. Christian
parece relaxado e tranquilo conversando com sua família. Minha mente está
trabalhando furiosamente. Porra Kate, que jogo ela está jogando? Ele vai me punir? Eu me acovardo com o pensamento. Não assinei
aquele contrato ainda. Talvez eu não o faça. Talvez eu fique na Geórgia onde
ele não pode me alcançar.
— Como você está se estabelecendo em seu novo
apartamento querida? — Grace pergunta educadamente.
Sou grata por sua pergunta, distraindo-me de meus
pensamentos discordantes, e eu conto a ela sobre nossa mudança.
Como nós terminamos nossos pratos iniciais,
Gretchen aparece, e não pela primeira vez, eu queria me sentir capaz de pôr
minhas mãos livremente em Christian só para a deixar saber que, ele pode ter
cinquenta tons de ruim, mas ele é meu. Ela começa a limpar a mesa, escovando
demasiado perto de Christian para o meu gosto. Felizmente, ele parece alheio a
ela, mas minha deusa interior está queimando sem chama e não em um bom caminho.
Kate e Mia estão encerando líricos sobre Paris.
— Você esteve em Paris, Ana? — Mia pergunta
inocentemente, distraindo-me de meu devaneio de ciúmes.
— Não, mas eu adoraria ir. — Eu sei que sou a
única à mesa que nunca deixou os EUA.
— Nós fomos a Paris na lua de mel. — Grace sorriu
para o Sr. Grey que devolveu o sorriso para ela.
É quase embaraçoso testemunhar. Eles obviamente
se amam profundamente, e pergunto-me por um breve momento como deve ser crescer
com ambos os pais.
— É uma bela cidade, — Mia concorda. — Apesar dos
parisienses. Christian, você devia levar Ana para Paris, — Mia declara com
firmeza.
— Eu penso que Anastásia prefere Londres, —
Christian diz baixinho.
Oh… ele lembrou. Ele coloca sua mão em meu joelho, seus dedos
que viajam até a minha coxa. Meu corpo inteiro aperta em resposta. Não… não aqui, não agora. Eu coro e endureço, tentando ficar longe
dele. Sua mão em minha coxa me acalma. Eu procuro o meu vinho, em desespero.
A pequena senhorita Maria Chiquinha européia retorna,
toda com olhares tímidos e balançando os quadris, com nossa reentrada, um Beff
Wellington, eu acho. Felizmente, ela nos dá os pratos e então parte, embora ela
demore dando a Christian o seu. Ele olha intrigada para mim enquanto eu assisto-a
fechar a porta da sala de jantar.
— Então, o que havia de errado com os
parisienses? — Elliot pergunta a sua irmã. — Eles não ligaram para suas
maneiras encantadoras?
— Ugh, não eles não fizeram. E Monsieur Floubert,
o ogro com quem eu estava trabalhando, ele era um tirano dominador.
Eu engasguei com meu vinho.
— Anastásia, você é bem? — Christian perguntou
solicito, mantendo a sua mão em minha coxa.
O humor retornou a sua voz. Oh graças a Deus. Quando eu
concordo com a cabeça, ele bate levemente em minhas costas suavemente, e só
retira sua mão quando ele vê que eu me recuperei.
A carne estava deliciosa, servida com batatas
doces assadas, cenouras, nabos e feijões verdes. E estavam mais saborosas desde
que Christian conseguiu apresentou seu bom-humor para o resto da refeição. Eu
suspeito que é porque eu estou comendo com tanto gosto. A conversa flui
livremente entre o Greys, quentes e carinhosos, suavemente provocando uns aos
outros. Durante a nossa sobremesa de limão syllabub,
Mia nos presenteia com suas façanhas em Paris, passando a um ponto de falar em
francês fluente. Todos nós olhamos para ela e ela olha de volta confusa, até
Christian dizer a ela, também em francês fluente, o que ela tinha feito, então
ela explode em um ataque de risos. Ela tem uma risada muito contagiante e logo
todos estamos às gargalhadas.
Elliot fala sobre seu projeto de edifício mais
recente, uma nova comunidade eco amigável ao norte de Seattle. Eu olho para
Kate, e ela está pendurada em cada palavra que Elliot diz, seus olhos ardem com
luxúria ou o amor. Eu ainda não descobri. Ele sorri para ela, e é como se uma
promessa não dita passasse entre eles. Mais
tarde, bebê, ele está dizendo, e é quente, assustadoramente quente. Eu coro
só de assisti-los.
Eu suspiro e espio o Cinquenta Sombras. Ele é tão
bonito, eu podia olhar para ele para sempre. Ele tem uma sombra de barba em seu
queixo, e meus dedos coçam para arranhar isso e senti-la contra meu rosto,
contra meus seios… entre minhas coxas. Eu coro com a direção de meus
pensamentos. Ele olha para em mim e levanta sua mão para puxar meu queixo.
— Não morda seu lábio, — ele murmura com voz
rouca. — Eu quero fazer isto.
Grace e Mia tiram as louças da sobremesa e seguem
para a cozinha, enquanto o Sr. Grey, Kate, e Elliot discutem os méritos dos
painéis solares no Estado de Washington. Christian, finge interesse na
conversa, põe sua mão mais uma vez em meu joelho, e seus dedos viajam pela
minha coxa. Minha respiração está aos trancos, e eu aperto minhas coxas juntas
em uma tentativa para deter seu progresso. Posso vê-lo sorrir maliciosamente.
— Eu devo dar a você uma excursão pela
propriedade? — Ele pergunta para mim bastante abertamente.
Eu sei que estou querendo dizer sim, mas eu não
confio nele. Antes de eu poder responder, porém, ele está em pé e estendendo a
sua mão para mim. Eu coloco minha mão na sua, e sinto todo o aperto dos
músculos no fundo do meu ventre, respondendo aos seus escuros e famintos olhos
cinza.
— Com licença, — eu digo para o Sr. Grey e sigo
Christian para fora da sala de jantar.
Ele me leva pelo corredor e pela cozinha onde Mia
e Grace estão empilhando os pratos na máquina de lavar. Maria Chiquinha
européia não está em nenhum lugar visível.
— Eu vou mostrar a Anastásia o quintal, —
Christian diz inocentemente para sua mãe.
Ela nos acena com um sorriso, enquanto Mia volta
para a sala de jantar.
Nós saímos para uma área de pátio de laje
cinzenta, iluminado por luzes embutidas.
Há uns arbustos em vasos de pedra cinzenta e uma
mesa de metal e cadeiras chiques em um canto.
Christian passa para eles, em mais alguns passos,
estamos sobre um vasto gramado que leva até a baía… oh meu, é lindo. Seattle
cintila no horizonte, é fresca, brilhante, a lua de maio abre um caminho de
prata cintilante através da água em direção a um cais onde dois barcos estão
atracados. Ao lado do cais está uma casa de barcos. É tão pitoresco, tão
pacífico. Eu olho e bocejo por um momento.
Christian me puxa atrás dele, e meus saltos
afundam na grama macia.
— Pare, por favor. — Eu estou tropeçando em seu
rastro.
Ele para e olha em mim, sua expressão é
insondável.
— Meus saltos de sapatos. Eu preciso tirar meus
sapatos.
— Não se preocupe, — ele diz, e ele se abaixa e
coloca-me por cima de seu ombro. Eu grito ruidosamente com surpresa chocada, e
ele me dá um tapa no traseiro.
— Mantenha sua voz, — ele rosna.
Oh não… isso não é bom, meu subconsciente está tremendo nos joelhos. Ele está louco sobre
algo, poderia ser José, Geórgia, sem calcinha, mordendo lábio. Merda, ele é fácil irritar.
— A onde nós estamos indo? — Eu respiro.
— Casa de barcos, — ele estala.
Eu agarro-me em seus quadris, por que estou de
cabeça para baixo, ele anda a passos largos de propósito, no luar, através do
gramado.
— Por quê? — Eu sôo ofegante, saltando sobre seu
ombro.
— Eu preciso estar só com você.
— Por quê?
— Porque eu vou espancar e então foder você.
— Por quê? — Eu suavemente choramingo.
— Você sabe por que, — ele silva.
— Eu pensei que você era um cara de age conforme
o momento? — peço sem fôlego.
— Anastásia, eu estou sendo agindo conforme o
momento, confie em mim.
Puta merda
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