9 - CONVITE
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PARALISADA DE MEDO, FIZ UM ESFORÇO PARA ME LEMBRAR das regras de luta que aprendi
na
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Cardio Kicks
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: 1) Você consegue, garota! 2) Manda ver! 3) Vamos lá,
senhoras, mais dez vezes!
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Nenhuma daquelas regras funcionaria. Os dentes de Josh
estavam a quartos polegadas de minha garganta e era
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só uma questão de tempo até que ele diminuísse essa
distância pela metade, e então seus dentes estariam só a
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duas polegadas. Depois, uma polegada. Então, meia
polegada... um quarto... um oitavo... um dezesseis avos...
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De repente,
lembrei-me do Paradoxo de Zeno.
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Enquanto Josh continuasse se movendo em direção à
minha
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garganta em frações, nunca poderia alcançá-la.
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Contudo, ele
não avançou para mim em
frações, mas sim num único
bote. Abandonando a lógica, por fim
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decidi usar meu treinamento de
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krav maga
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, apanhando o banco à minha esquerda e atirando-o em
cima dele.
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O banco se esmigalhou com o impacto. É claro. Todos os
bancos de vidro tradicionais de Oregon tinham sido
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recentemente substituídos por bancos de vidro de
segurança, quebram em mil pedacinhos. Pensando depressa,
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agachei-me
e saltei para
intimidar Josh com
meu treinamento de combate.
Mas Josh não
recuou. Em vez
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disso, assumiu a posição de guerreiro I, de ioga. Essa
era a minha ideia! Minha única ideia.
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Bem, pensei, sempre posso usar aqueles
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nunchakus
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que carrego comigo. Puxei-os de minhas meias e comecei
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a girá-los sobre a cabeça. Imaginei se poderia
girá-los tão rápido a ponto de eu ser erguida do chão, como um
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helicóptero, mas antes que eu
pudesse ver para onde
tinha voado, Josh me atingiu primeiro, com força,
no
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estômago.
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Voei para trás
e me choquei
com uma lápide.
Graças a Deus,
não estou num
estúdio de balé
cheios de
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espelhos, pensei com alívio. Então ouvi o som mais
doce que podia imaginar: um profundo e gutural miado .
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Foi quando eu soube que estava morta. Aquele som – o
único que eu queria ouvir – estava me chamando para
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o único paraíso aonde eu queria ir: o Céu dos Gatos.
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Abri os olhos para ver um gato preto se esfregando
gentilmente em minhas pernas. Tudo bem, eu estava viva.
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Não era de se espantar que eu achasse que ele era um
anjo; o modo como ele ronronava me lembrava o jeito
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de Edwart resmungar.
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Foi quando
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realmente
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decidi lutar. Dei um salto para chutar Josh no
traseiro. Consegui um tipo de meio-chute
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ridículo, que acabou sendo mais um tímido toque com a
ponta do pé. Suas nádegas sacudiram-se, incólumes,
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jogando-me para trás dentro do túmulo vazio de onde ele
surgira.
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Eu estava
fitando o céu da noite,
deslumbrada, quando a cabeça de
Josh bloqueou minha visão da
lua. Ele
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rapidamente se adiantou, como se fosse atacar, mas
então parou. Teria o meu chutezinho enviado a ele o sinal
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errado? Ele
ficou de pé ereto na beira da tumba, olhando
para mim lá embaixo. Pela primeira vez, percebi
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como era alto. Realmente, de onde eu estava sentada,
ele parecia realmente muito, muito alto. Gosto de caras
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altos.
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As duas coisas que reparo em um cara são o quanto ele
é alto e se ele é ou não um vampiro. Quase todas as
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minhas
paixões tem sido
por um ou
por outro. Um
cara, de fato,
era tanto vampiro
quanto alto, mas
ele
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terminou comigo para virar
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gay.
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- Morra! – ele rosnou.
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- Socorro! – eu gritei.
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Shhh! Todo
mundo no funeral próximo a nós sussurrava.
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- Sinto muito – dissemos juntos. Ele me puxou para
fora da tumba e continuamos a lutar em silêncio.
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Lutamos por um tempo, ocasionalmente esquecendo-nos de
quem era o humano e quem era o vampiro. Num
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determinado
momento, ele ele
estava usando meu
vestido e eu,
sua capa. Estava
quase o mordendo,
mas
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então, por um segundo, pensei ter visto algo que
poderia redimi-lo sob aqueles olhos vermelhos, aquela capa e
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aquela face pálida de talco.
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- Você é o garoto que lia
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Romeu e Julieta
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todo dia na hora do almoço? – perguntei de repente.
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-
|
Não
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Belle. Pelo amor de Deus! Eu me sentava na mesa atrás
de você e de seus amigos, com todos os meus
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irmãos e irmãs.
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Lembrei-me das mesas na lanchonete: a mesa de Edwart,
a dos atletas, a dos populares (minha mesa), a dos
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com pretensões artísticas, a dos vampiros. Ele devia
ter se sentado na última.
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Vendo que eu me sentava e abria um livro do ano para
finalmente resolver isso, Josh continuou:
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- Lembra daquele primeiro dia na lanchonete, quando
nós dois chegamos no queijo cottage ao mesmo tempo?
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E então tentamos
disfarçar, como se
estivéssemos realmente querendo
batatas fritas, mas
realmente só
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esperando a outra pessoa partir para poder pegar o
queijo cottage? Ou do segundo dia, quando salvei você de
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ser atropelada por um carro no estacionamento da
escola?
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Ele falava como alguém de um tempo muito, muito
distante, como a escola de ensino fundamental. Era tão
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encantador! Eu percebi que suas sentenças eram tão
longas que eu facilmente poderia fugir. Poderia realmente
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ter fugido em qualquer momento, mas algo me segurava
lá, mesmo quando Josh afastou-se para gritar dentro
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da escuridão.
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- Vicky! – ele chamou. – Como está indo o vídeo?
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- Está tudo
gravado! – disse
uma pequena vampira,
saindo detrás de
uma lápide. Estava
segurando uma
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filmadora, eu
podia dizer que ela era má porque tinha cabelos
vermelhos ondulados, um
sorriso estranho e
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estava usando um poncho felpudo de lã.
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- Achei que este seria um lugar dramático para o nosso
filme doméstico – Josh apontou para o cemitério.
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- Como você se sente por ser uma estrela de cinema? –
ele perguntou-me, ameaçador.
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Antes que eu pudesse responder, Vicky apressou-se em
arrumar meu cabelo e colar presas postiças em minha
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boca.
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- Que filme? – perguntei incredulamente. Eu não havia
assinado nenhum contrato. Meus movimentos de luta
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tinham copyright.
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- chamado Um Dia na Vida de Josh e Vicky ! – disse
Vicky. – Começamos a filmar essa manhã quando
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acordamos e continuamos ao longo do dia. Está sendo
realmente divertido, especialmente quando filmei Josh
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fazendo sua lição de casa.
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- Fiz um filme caseiro uma vez, logo antes de partir
de Phoenix para sempre. Eu me produzi toda e dancei com
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um traje de balé que costumava usar quando tinha dois
anos de idade. Minha mãe adorou.
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- Tenho uma ideia – Vicky continuou. – Belle, por que
não diz alguma coisa no vídeo? Como por exemplo
|
Que ótimo conhecer vocês, Josh e Vicky! Obrigada por
não me comerem .
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Vicky ergueu sua câmera. Olhei de um vampiro para o
outro. Engoli um inseto. Senti como se meus joelho
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estivessem faltando.
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- Memórias são tão importante, você não acha? – Vicky
disse.
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Eu falei o meu texto rapidamente para disfarçar minha
pronúncia ruim da difícil para estrangeira
para . Sei
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que ela pode ser pronunciada como para
ou pra , mas sempre me
confundo.
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- Agora beije! – Vicky sussurrou. A câmera ainda
estava ligada.
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Josh fechou os olhos e franziu os lábios. Ele se
inclinou para a frente. Há apenas alguns minutos ele queria me
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matar, o que acho que seria justo, porque eu queria
lhe apunhalar um prego na axila. Além disso, alguns de
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seus dentes afiados estavam saindo de seus
lábios franzidos e eu estava alerta. O que aconteceria se
minha
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atuação fosse ruim?
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Então, lembrei-me de que era uma grande atriz. Cerrei
os olhos e inclinei-me para ele. Beijamo-nos. Não senti
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nada, no entanto, porque era tudo parte de um dia de trabalho
até aquele momento. Ocorreu-me
que beijar
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talvez fosse a parte menos produtiva do cortejar
humano, além de não ser muito higiênica. Foi isso o que o
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modo dessensibilizado de atuar tinha feito em mim.
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- O.k., ótimo! –
Vicky disse, desligando a câmera – Vejo você amanhã de manhã para O
Dia Seguinte na
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Vida de Josh e Vicky!
– ela gritou, desaparecendo num túmulo próximo.
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Sim
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, decidi
|
. Ela é diabólica
|
.
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Meus lábios estavam sangrando um pouco, então apressadamente
os enxuguei. O que diria meu pai? Resolvi
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que eu lhe diria que os tinha mordido para deixá-los vermelhos,
como costumava fazer antes de ser velha o
|
suficiente para usar brilho labial. Josh estava
olhando para mim com olhos famintos.
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- Cara, chove muito por aqui! – eu disse para
preencher o silêncio.
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-
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Muito mesmo
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. Então... ah... devemos continuar lutando ou o quê?
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Josh
arremessou-se para a frente
e pressionou seus lábios
nos meus outras
dez vezes. Resisti
um poco no
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começo, para parecer que eu era aquele tipo de garota
– o tipo que não gosta de vampiros -, mas então ele me
|
deu um beijo de língua.
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Que estranho!
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Eu já tinha ouvido falar sobre isso
antes, mas nada
poderia ter me
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preparado para essa estranha sensação. Mesmo depois de
ele tirar o nariz das minhas axilas, eu ainda sentia
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uma ligeira sensação de cócegas.
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- Então, é
estranho se eu
perguntar qual o
nosso
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status
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agora? – perguntei rapidamente. Não que
isso me
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preocupasse de qualquer jeito. Só queria
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saber
|
, entende?
|
Humm
|
. Imaginei como
expressaria isso no
Facebook. Eu teria
que mudar o
que estava escrito
antes:
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complicado com um vampiro . Mas então percebi que essa
frase funcionava muito bem na situação atual.
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- Quer vir ao baila da formatura de vampiros comigo
esta noite? – Josh perguntou.
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Lembrei-me do meu último baile: as estúpidas fotos
pré-formatura, os horríveis vestidos cor -de-rosa, o globo
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espelhado cafona, os tiros, as chamadas par a o 190, a
cobertura da mídia nacional e a péssima banda.
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- Claro! – eu disse.
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- Ótimo, porque já consegui um convite para você.
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- Oh, espere – eu falei, de repente me lembrando do
garoto que tinha dado no pé minutos atrás. – Acho que já
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disse que ia com outra pessoa...
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- Outro vampiro?
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- Não. Achei que era, mas não é.
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Lembrando de Edwart, fiquei nervosa e senti-me um
pouco tola. Eu devia ter percebido que
ele não era um
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vampiro.
Ele fracassou em
atender aos três
critérios reveladores de
vampirismo: falar à
moda antiga, ser
|
pomposo e ter pele brilhante.
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- Bem, isso não importa mesmo – Josh
disse. – Nós, vampiros, temos uma
formatura escolar separada no
|
inverno, em vez da primavera. Coincidentemente, numa
época muito inconveniente para fotos ao ar livre – ele
|
sorriu com sarcasmo. – Não acredito naquela história
de separados, mas iguais .
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Sacudi a cabeça,
concordando. Nunca tinha
percebido que ser
um vampiro faz
você diferente, mas
não
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daquele jeito legal do Dr. Seuss
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, no qual você tem uma estrela na barriga.
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18
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Então nós nos sentamos para nos aconchegar em f rente
a uma tumba.
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- Josh – perguntei – como você se tornou um vampiro?
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- Lutei com
Drácula. Quase o matei, também, só que me senti mal quando ele me disse que
eu era o único
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amigo e que essa havia sido a razão pela qual ele
tinha me mantido preso em um calabouço por cinco anos.
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Ele me mordeu logo que me virei para retornar ao calabouço. Que trapaceiro! Mas ele pode ser muito leal,
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desde que você o conheça por alguns séculos.
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- Você conhece o Drácula?! – gritei. – Que legal!
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Imaginei o que
faria se alguma vez
me encontrasse com Dr cula.
Provavelmente diria sou Belle Goose, a
|
garota dos vampiros , e ele se curvaria e morderia
meus pés.
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- Bem, Belle – Josh disse. – Sou um cara muito
descolado.
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- Como o Drácula é?
|
- Tem caninos afiados. Tipo morcego.
|
Uau
|
. Namorar Josh
me levaria a todo
tipo de oportunidades. Talves ele conhecesse p Monstro do Pântano
|
também.
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- Levarei você para casa antes de irmos para a
formatura – Josh disse, levantando-se e sacudindo o pó de sua
|
capa. – Você
provavelmente vai querer
colocar um pouco
de maquiagem ou
algo assim. Lave
seu rosto
|
algumas vezes.
|
Corei. Não tinha percebido o cheiro tentador de sangue
vindo dos poros do meu nariz.
|
Fomos
caminhando de mãos dadas
para a saída.
A mão de
Josh estava fria, mas
não da maneira suada e
|
pegajosa com que eu
estava acostumada. Edwart ,
pensei com um suspiro. Edwart, Edwart
. Onde eu tinha
|
ouvido esse nome?
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- Espere aqui, minha bela – Josh disse, enquanto
atravessávamos o portão do cemitério. – Vou pegar o carro.
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Alguns minutos depois, ele apareceu dando um cavalo de
pau e estacionou junto ao meio-fio.
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- Entre – ele falou ferozmente.
|
O.k.
pensei. Isso foi um pouco rude
. Mas não disse nada, não naquele momento, nem quando ele saltou
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do carro, vendou meus olhos e amarrou meus braços
juntos.
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- É para seu próprio bem, sua tonta.
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Era duro argumentar contra isso, especialmente quando
se está caindo dentro do carro.
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Ele afivelou
meu cinto de segurança. Poucos
minutos depois, fiquei surpresa de
sentir o carro mover -se tão
|
lenta e responsavelmente sob o controle de Josh. Mas,
é claro, ele dirigia desde a invenção dos carros.
|
Paramos.
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- Este é o plano: você sobe, se lava e se livra desse
cheiro humano – Josh disse. Eu ainda estava vendada, mas
|
presumi que estivéssemos em minha casa, ou em algum
outro lugar que tivesse escadas. – Vou enrolando seu
|
pai.
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Ele tirou minha venda. Tropecei em direção à porta,
mas ele me deteve no meio do caminho e tirou sua capa
|
para que eu caminhasse por cima dela, de modo que meus
sapatos não se sujassem na calçada. Eu
o agradeci,
|
pisando
cuidadosamente sobre o
forro de cetim
vermelho. Ele rapidamente
ergueu as bordas
do tecido,
|
fazendo uma sacola e carregando-me até a porta.
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- O que
você faria sem
mim, Belle? –
ele perguntou, inserindo
um dispositivo de
rastreamento em meu
|
ouvido.
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Seu comportamento era
incomum, mas eu
nunca havia namorado
um vampiro antes.
Além disso, quem
|
poderia culpar
Josh por ele ser possessivo? Eu era
especial – uma garota que um
dia estaria num show de
|
entrevistas dizendo
Sim, Jô, minha infância foi difícil .
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Levantando os ombros, procurei minhas chaves na bolsa,
o que acabou por não ser necessário. Josh derreteu a
|
porta, fazendo um buraco, e me arremessou para dentro.
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