7 - OS MULLEN
A ALVORADA COR
DE CASCA DE
OVO ME DESPERTOU
com sua suavidade.
Minha perna direita
|
estava em minha axila esquerda e o Drácula de pelúcia,
enfiado debaixo do meu braço de modo reconfortante.
|
Ah, o começo de um outro capítulo.
|
Meio grogue,
sentei-me e involuntariamente deixei escapar um grito assustador. Havia um
vampiro no meu
|
quarto! E ele estava gritando também.
|
— O que é isso no seu rosto? — Edwart gritou.
|
— O quê? O quê? — coloquei os dedos na minha
bochecha e senti algo pegajoso. —
Oh, é apenas minha
|
máscara hidratante noturna. A máscara me fazia parecer
uma guerreira, lutando corajosamente contra a secura
|
facial.
|
Eu podia ver pela expressão de Edwart que ele estava
tentando compreender. Então, para que eu não ficasse
|
constrangida, ele se abaixou, pegou um pouco de lama
da sola do seu tênis e a espalhou pelo
seu rosto. Ele
|
sorriu para mim. Tão doce, pensei. Ele uivou
furiosamente e rangeu seus dentes, raivoso, enquanto limpava a
|
lama de seus olhos. Tão romântico, pensei.
|
— Como você entrou aqui? — perguntei quando ele se
controlou.
|
— Eu disse a seu pai que tínhamos que trabalhar num
projeto de Ciências — ele disse.
|
— Agora? De manhã?
|
— É uma da tarde, Belle.
|
Lembrei-me de que na noite passada eu tinha dormido
com a cabeça no chão e as pernas sobre
a cama, em
|
preparação para minha inevitável vida como morcego.
Por volta das cinco da manhã, eu havia me levantado e
|
dormido numa posição mais adequada à minha segunda
opção de carreira: instrutora de Ioga Vampira.
|
Olhei para ele cheia de suspeitas, através da minha
lupa.
|
— Você tem vindo aqui em segredo, noite após noite,
para me ver dormindo?
|
— Não! Não! Claro que não! Isso seria muito estranho!
Estou aqui somente há alguns minutos.
|
Então, ele acrescentou baixinho:
|
— Você fica linda quando dorme.
|
Corei. Minha máscara hidratante vinha acompanhada de
belos adesivos, que eu tinha colado artisticamente no
|
meu rosto.
|
— Obrigada. Eu... fiz ou disse alguma coisa? —
perguntei. Eu costumava morder enquanto dormia, o que era
|
um
problema nos acampamentos de
verão e provavelmente o
motivo pelo qual
eu gostava de
Edwart. Eu
|
também costumava falar durante o sono. Esperava não
ter revelado nada constrangedor, como o fato de que
|
caio algumas vezes.
|
— Você disse meu nome — ele disse, com um pequeno
sorriso.
|
— Sério?
|
— É. Bom, foi isso ou Edwin, mas por que você
diria Edwin ? — ele riu.
|
De repente, lembrei do sonho da última noite. Era
sobre uma pessoa com quem eu queria ter jantado, vivido
|
ou morrido: o ministro da guerra do governo Lincoln,
Edwin Stanton.
|
— Sim... estranho! — eu disse, sentindo-me culpada
enquanto levantava da cama e ia olhar no espelho sobre a
|
escrivaninha. Meu cabelo parecia uma maçaroca
embaraçada e armada. Decidi deixá-lo solto. Um retro muito
|
chique dos anos 80.
|
— Então, o que vamos fazer hoje, Edwart?
|
— Depois do trabalho de Ciências, você quer dizer?
|
— Mas eu achei que você tinha dito isso para driblar o
meu pai, que provavelmente ia querer
checar o seu
|
histórico para saber se você é bom o suficiente para
namorar comigo.
|
— Oh, ele já me checou — Edwart disse com um arrepio.
— Primeiro, ele me lavou verticalmente com um
|
lado do seu esfregão. Depois, ele me secou
horizontalmente com o outro lado.
|
Ele deu de ombros e continuou.
|
— Eu faria o
mesmo por minha filha.
De qualquer maneira, você está certa, não existe nenhum projeto de
|
Ciências — ele disse. — Mas alguma vez você já fez seu
próprio vulcão? Você ergue um monte de terra com
|
um buraco no meio
e então mistura corante alimentício vermelho, vinagre e
bicarbonato de sódio, derrama
|
tudo no buraco e ele explode de verdade. É muito
impressionante.
|
Fizemos dois vulcoes, para que pudessemos competir um
com o outro. Edwart continuava gritando
Oh, meu
|
a cozinha, Edwart sentou-se na cadeira de Jim. Era
estranho vê-lo sentado onde Jim havia sentado há poucas
|
horas e onde séculos atrás os lobisomens americanos
nativos tinham vivido.
|
— Então, minha mãe
quer realmente conhecer você
— Edwart disse. — Nós nos
referimos a você
como
|
Bellinda . Minha mãe e eu temos toneladas de piadinhas
internas como essa.
|
— Eu adoraria!
Mas... será que
ela vai gostar
de mim? —
perguntei só por
perguntar, porque os
pais
|
geralmente gostam de mim.
|
— É claro! — ele disse. — Ela só quer me ver feliz.
Não se importaria mesmo que você estivesse em coma ou
|
fosse seriamente deformada.
|
Pensei em minha tendência a dormir demais e em minha
perna direita, ligeiramente mais comprida do que a
|
esquerda. Então, Edwart tinha percebido minhas
imperfeições.
|
— Sim, bem, quanto
à minha perna direita, ame-a
ou deixe-a — eu disse
nervosamente. Muitos caras na
|
escola gostam de mim.
|
Olhei para baixo, para minha perna incomum. Poderia
dizer, pelo modo como ele estava silencioso e esfregava
|
a cabeça, que tinha aceitado a mim e à minha perna
exatamente corno éramos.
|
— Você quer
ir agora? —
ele perguntou, depois
de alguns minutos
de contemplação silenciosa,
|
provavelmente pensando em quanta sorte tinha por estar namorando um ser humano normal.
|
Imaginei que, se o que Edwart havia dito sobre seus
pais fosse verdade, eles não se importariam por eu ainda
|
estar usando meu macacão pijama.
|
Edwart
gostava de dirigir
meu caminhão-baú. Acho
que era porque
havia bastante espaço
para a grande
|
mochila em forma de rolo que ele levava consigo por toda
parte. Fomos em direção ao fim da minha rua,
|
passando pela Baterias Última Chance, pela Vídeos sem
Retorno e pela livraria Este É Absolutamente o Fim.
|
Edwart
entrou na via
expressa e passou
por várias saídas.
Comecei a ficar
impaciente. Estava já
quase
|
perguntando se
ele gostava de mim por mim
mesma ou pelos cortes nos meus dedos
quando Edwart fez a
|
volta com o caminhão.
|
— É um carro muito divertido! — ele exclamou, buzinando
para os motoristas perto de nós. De repente, um
|
grande caminhão da Safeway
|
12
|
apareceu na pista ao lado e buzinou em resposta.
|
— Ui — Edwart disse. — Ele é grande demais para nós —
Edwart pisou no acelerador e zarpamos de volta a
|
Switchblade.
|
— Isso foi perigoso, certo? — Edwart perguntou-me
nervosamente. — Sou perigoso, certo?
|
— É claro, Edwart — eu disse, pensando menos em seu
jeito de dirigir do que em seus dentes rasgando minha
|
pele.
|
Alguns minutos depois, entramos no estacionamento de uma casa a uns dois quarteirões da minha, mas que
|
ficava no lado da cidade em que moravam os vampiros
bem de vida.
|
— Bem, aqui estamos Edwart disse, saltando do caminhão
e batendo a porta do seu lado. — Você e eu — ele
|
disse,
pressionando o rosto
contra a carroceria
do caminhão, na
altura do tornozelo
do lenhador. —
|
Ganharemos deles todas as vezes.
|
Assim que entramos,
a família de
Edwart cor reu para me saudar. Parecia que havia umas
trinta pessoas à
|
minha volta, tagarelando ao mesmo tempo.
|
— Oh, meu Deus, como você cheira bem.
|
— Cheiro bom, cheiro bom.
|
— (Ela realmente cheira bem.)
|
— Você se importaria se eu encostasse meu nariz em
você? No seu braço?
|
— Mais fedorento, mais fedorento, por favor.
|
— Se eu pudesse destruir o meu cérebro inteiro, exceto
a parte que cheirou o seu perfume eu o faria. Faria isso
|
num segundo.
|
— Vamos, Belle — Edwart sussurrou, agarrando minha
mão. Abrimos caminho entre os vampiros famintos e
|
saímos pela porta da frente.
|
— Então, foi tudo bem! — eu disse, já no caminhão-baú.
Cheirei meu cabelo. Cheirava bem mesmo.
|
— Não, não,
esta não é a minha casa — Edwart disse, dando partida no caminhão. — Nem sei quem eram
|
aquelas pessoas! Algumas vezes me confundo com
endereços.
|
Fomos até
uma mansão maior.
Enquanto eu caminhava em direção
à varanda, percebi que
a casa não era
|
volta chocada. O caminho era de vidro, a caixa de
correspondência era de vidro e até o capacho era de vidro.
|
Decidi não limpar os pés.
|
— Nossa casa é transparente. Não temos segredos —
Edwart explicou.
|
— Qualquer um pode olhar lá dentro a qualquer hora e
ver o que estamos fazendo.
|
Imaginei a família de Edwart sentada na sala, bebendo
coquetéis de sangue.
|
— Seus vizinhos dizem alguma coisa? — perguntei.
|
— Bem, eles mantêm
suas persianas abaixadas. Dizem que
isso é indecente. Mas meu pai
é um cirurgião
|
plástico tão bom que ninguém se importa realmente.
|
O pai de
Edwart, Dr. Claudius
Mullen, abriu a
porta quando tocamos
a campainha. Claudius
era muito
|
respeitado em Switchblade por causa dos lábios de
Angelina Jolie. As pessoas dizem que ele operou sozinho
|
durante horas e horas. Tenho de admitir que o
resultado havia sido assombroso.
|
Eva Mullen, a mãe de Edwart, veio correndo atrás de
mim.
|
— Edwart, meu querido! — ela gritou.
|
— Mãe, quero que conheça a Belle.
|
— Oh, você é adorável! Muito mais do que eu pensava.
Edwart é muito estranho, você sabe.
|
Confie em mim , pensei. Eu sei .
|
— Você se parece com uma estrela de cinema dos anos
20! — falei sem pensar.
|
Os filmes de terror antigos eram os meus favoritos.
|
—
Obrigado, Belle — Dr.
Mullen disse. — É
meu trabalho. Os olhos, é claro,
são dela. O coração
é um
|
transplante.
|
Então é por isso que vampiros são tão belos. E cruéis.
|
— Prazer em
conhecê-los — eu
disse, imaginando como
todos eles ficariam
bem em nosso
álbum de
|
casamento. Por um minuto fiquei preocupada com a foto
das famílias reunidas, mas então pensei que isso não
|
seria um problema; eu pediria a Jim para ser o
fotógrafo.
|
— E este não é todo o trabalho que fiz nesta família —
continuou o Dr. Mullen — Você já viu a testa elegante
|
de Edwart?
|
— Papai! — Edwart choramingou.
|
Os Mullen ficaram silenciosos.
|
De
repente, fiquei sem
graça, como se não
soubesse o que
fazer com meus polegares.
Então, peguei meu
|
celular e mandei por mensagem de texto a palavra Jantar?
para Lucy. Imaginei se ela tinha meu n mero ou
|
se o conjunto aleatório de dígitos em que eu pensei
era o número dela.
|
Quando levantei os olhos, Eva e Claudius estavam
mandando mensagens de texto também.
|
Olhei à minha volta na sala, procurando algo para
elogiar quando chegasse o momento de falar outra vez. Eu
|
já ia fazer um comentário sobre uma bela tomada
elétrica no canto da sala quando percebi o grande piano.
|
— Que belo piano — eu disse, imaginando como ele
ficaria bem em nossas fotos de casamento, desde que Jim
|
não estivesse espreitando por trás dele. — Você toca?
|
— Oh, não — Eva Mullen respondeu. — Mas Edwart toca.
|
— Um pouco — Edwart falou, timidamente.
|
— Vamos, toque! — Eva incentivou. Ela apanhou o
triângulo de cima do piano e estendeu-o a Edwart. Ele
|
começou a tocá-lo. Soava como o barulho de uma
construção bem cedo pela manhã.
|
— Opa. Errei. Deixe-me começar outra vez — ele disse.
|
Então ele recomeçou a bater no triângulo.
|
— Espere. Uh. Não tenho praticado muito. Deixe-me
começar outra vez.
|
Edwart continuava
a bater no triângulo. Eva cerrou
os olhos e ergueu os braços, balançando-se ao ritmo da
|
música. Edwart ergueu o triângulo bem alto no que
pareceu um gran finale, mas então o
baixou com força,
|
batendo no topo
do piano. Ele continuou batendo no piano colocando toda
a força de seu corpo magro em
|
cada impacto. O piano tremia. A sala vibrava.
|
Quando ele terminou, sutilmente removi as mãos dos
ouvidos.
|
— Escrevi
isso para você —
Edwart murmurou, atraindo-me para mais perto. Chamei-a Canção
de Ninar
|
para Belle .
|
— Eu a escutarei todas as noites! — eu disse. Com o
volume mais baixo seria adorável. Essa
era a terceira
|
Depois do jantar,
Edwart levou-me para
cima para conhecer
seu quarto. No
topo da escada
havia uma
|
gigantesca cruz de madeira.
|
— Irônico, não é? — Edwart falou.
|
— Por quê? — perguntei
com medo, imaginando que, a
qualquer segundo, Edwart se transformaria em pó,
|
que eu então espanaria e dispersaria sobre meus móveis
para que ele estivesse sempre comigo.
|
— Porque somos judeus, não praticantes, é claro.
|
Três das quatro
paredes (a quarta
era de vidro)
do quarto de
Edwart estavam cobertas
de CDs. Fileiras e
|
fileiras de CDs, e eu não reconheci nenhum.
|
— Oh! — exclamei, pensando ter visto um que conhecia.
— Não, não, não é esse.
|
Continuei caminhando.
|
— Oh, aqui está... não.
|
Voltei-me para a próxima parede.
|
— Espere! Não...
|
Imaginei que eu deveria ler algumas etiquetas, em vez
de só olhar para a ar te da capa. Foi quando percebi que
|
todos os CDs eram gravações da música de Edwart.
|
— Eva canta nos meus CDs — ele disse com um sorriso. —
Vamos escutar? Vamos, podemos dançar.
|
— Não! — gritei. — NÃO dançarei.
|
Edwart olhou-me assustado. Provavelmente porque na
última vez em que dancei provoquei um
incêndio na
|
lanchonete. Logo toda a cidade tinha explodido em
tumultos — poucos podiam lidar com a ilusão radical dos
|
meus pés moonwalkers. Quase acreditavam que eu era uma
feiticeira.
|
— Não ainda, pelo menos — acrescentei. Minha hora logo
chegaria. A revolução podia esperar.
|
— O.k. vamos
para o consultório do meu
pai. Contarei a você a
história de como
ele se tornou cirurgião
|
plástico. Envolve criaturas horrivelmente deformadas.
|
Edwart
mostrou fotos de
antes e depois
dos pacientes do
Dr. Mullen. Presumi
que as fotografias do
|
antes tinham
sido tiradas antes que ele os tivesse mordido, e que as do depois
eram fotos de vampiros. Os
|
vampiros tinham aqueles narizes retos, peitos
perfeitos e faces sem expressão. E eram todos ricos!
|
— Então, como se marca uma consulta com o Dr. Mullen?
|
— Por quê? Você é bonita, Belle.
|
— Sim, sim
— eu insisti,
rapidamente. Era como
se Edwart não
quisesse que eu
atravessasse a dor
da
|
transformação dental. Era absurdo; quando meu dente do
siso nasceu, ele nem doeu afinal!
|
— Não — ele disse com severidade. — Você não deve vê-lo.
|
Pela expressão séria de Edwart, eu podia adivinhar o
que ele estava pensando: ele deveria fazê-lo sozinho e,
|
mais especificamente,
deveria mastigar chicletes
quando fosse me morder se ele estivesse com mau
hálito.
|
Provavelmente estava imaginando se deveria cuspir os
chicletes antes ou mantê-los na boca, deixando-os sob
|
a língua para que eu não percebesse. Provavelmente
estaria imaginando se hortelã e sangue juntos tinham um
|
gosto bom.
|
— Chega! Chega! — eu disse, para interromper seus
pensamentos hipotéticos. —Vamos simplesmente voltar
|
para minha casa, certo? Talvez fosse mais fácil para
ele me morder num ambiente diferente. Na cozinha, por
|
exemplo. Com o cheiro aromático de carne de esquilo
assando no micro-ondas e a trilha sonora que induzia à
|
fome do atrito dos talheres.
|
— Certo. Posso deixar você um pouco antes da sua casa?
Prefiro não me encontrar com seu pai de novo. Não
|
pensei em nenhum assunto novo para conversar com ele.
Não ficaria tão natural, a menos que eu gravasse a
|
mim mesmo em videotape antes para treinar.
|
Gelei. Jim. Eu tinha me esquecido daquela complicação.
Meu pai nunca deixaria Edwart me morder, a menos
|
que
planejasse dividir meu
sangue com Claudius
e Eva, Jim
tinha um conjunto
rígido de padrões
éticos.
|
Edwart teria de me morder antes que eu fosse para
casa.
|
— Que tal voltarmos caminhando? Através do cemitério?
— uma coisa que minha mãe havia me ensinado é
|
que era difícil recusar solicitações feitas em
itálico. Era assim que ela me persuadia a comprar cereal com as
|
cores do arco-íris, semana após semana.
|
— O.k. — ele disse.
|
— Espere, antes de irmos... simplesmente morda isto.
Para praticar.
|
Estendi
meus braços pálidos
e brancos para
ele, minhas mãos
em concha, segurando
gentilmente uma
|
A mão de Edwart estava firme quando ele tocou na fruta
tentadora. Quando sua boca se abriu, vi seus dentes
|
iridescentes brilharem. Vagarosamente, ele levou a
fruta aos lábios abertos, gotas de saliva formando-se nos
|
cantos de sua boca. Ele cerrou os olhos. Abri meu
coração.
|
— Ei! — ele então exclamou, olhando para a fruta ainda
intacta e para minha cabeça ainda não perfurada que
|
descansava no topo do meu pescoço não perfurado.
|
— É de
plástico! — eu ri,
agarrando-a de volta. Estava
quase chorando de
tanto rir pela
piada hilariante
|
arquitetada pelo meu senso de humor superior.
|
Edwart colocou a maçã de volta numa cesta de frutas
artificiais, perto de um vaso de flores artificiais, junto a
|
um prato de pão provavelmente artificial.
|
Olhei para ele amorosamente enquanto ele prendia um
pequeno alvo em meu pescoço. Ele morderia quando
|
interessasse? Imaginei. Poderia morder um alvo móvel?
E um alvo móvel 50 metros adiante com a velocidade
|
de vento a 56 km/h? Saímos da casa dele e começamos a
caminhar em direção ao cemitério. Se os desejos do
|
meu coração e a previsão do meu pedômetro estivessem
corretos, eu estava somente a 952 passos de me tornar
|
uma sugadora de sangue.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário