domingo, 2 de dezembro de 2012

Capítulo 7 (Opúsculo-A Paródia)


7 - OS MULLEN
A  ALVORADA  COR  DE  CASCA  DE  OVO  ME  DESPERTOU  com  sua  suavidade.  Minha  perna  direita
estava em minha axila esquerda e o Drácula de pelúcia, enfiado debaixo do meu braço de modo reconfortante.
Ah, o começo de um outro capítulo.
Meio  grogue, sentei-me e involuntariamente deixei escapar um grito assustador. Havia um vampiro no  meu
quarto! E ele estava gritando também.
— O que é isso no seu rosto? — Edwart gritou.
— O quê? O quê? — coloquei os dedos  na minha  bochecha e senti algo pegajoso. —  Oh,  é apenas minha
máscara hidratante noturna. A máscara me fazia parecer uma guerreira, lutando corajosamente contra a secura
facial.
Eu podia ver pela expressão de Edwart que ele estava tentando compreender. Então, para que eu não ficasse
constrangida, ele se abaixou, pegou um pouco de lama da sola  do seu tênis e a espalhou pelo seu rosto. Ele
sorriu para mim. Tão doce, pensei. Ele uivou furiosamente e rangeu seus dentes, raivoso, enquanto limpava a
lama de seus olhos. Tão romântico, pensei.
— Como você entrou aqui? — perguntei quando ele se controlou.
— Eu disse a seu pai que tínhamos que trabalhar num projeto de Ciências — ele disse.
— Agora? De manhã?
— É uma da tarde, Belle.
Lembrei-me de que na noite passada eu tinha dormido com a cabeça no chão  e as pernas sobre a cama, em
preparação para minha inevitável vida como morcego. Por volta das cinco da manhã, eu havia me levantado e
dormido numa posição mais adequada à minha segunda opção de carreira: instrutora de Ioga Vampira.
Olhei para ele cheia de suspeitas, através da minha lupa.
— Você tem vindo aqui em segredo, noite após noite, para me ver dormindo?
— Não! Não! Claro que não! Isso seria muito estranho! Estou aqui somente há alguns minutos.
Então, ele acrescentou baixinho:
— Você fica linda quando dorme.
Corei. Minha máscara hidratante vinha acompanhada de belos adesivos, que eu tinha colado artisticamente no
meu rosto.
— Obrigada. Eu... fiz ou disse alguma coisa? — perguntei. Eu costumava morder enquanto dormia, o que era
um  problema  nos  acampamentos  de  verão e  provavelmente  o  motivo  pelo  qual  eu  gostava  de  Edwart.  Eu
também costumava falar durante o sono. Esperava não ter revelado nada constrangedor, como o fato de que
caio algumas vezes.
— Você disse meu nome — ele disse, com um pequeno sorriso.
— Sério?
— É. Bom, foi isso ou Edwin, mas por que você diria  Edwin ? — ele riu.
De repente, lembrei do sonho da última noite. Era sobre uma pessoa com quem eu queria ter jantado, vivido
ou morrido: o ministro da guerra do governo Lincoln, Edwin Stanton.
— Sim... estranho! — eu disse, sentindo-me culpada enquanto levantava da cama e ia olhar no espelho sobre a
escrivaninha. Meu cabelo parecia uma maçaroca embaraçada e armada. Decidi deixá-lo solto. Um retro muito
chique dos anos 80.
— Então, o que vamos fazer hoje, Edwart?
— Depois do trabalho de Ciências, você quer dizer?
— Mas eu achei que você tinha dito isso para driblar o meu pai, que provavelmente ia  querer checar o seu
histórico para saber se você é bom o suficiente para namorar comigo.
— Oh, ele já me checou — Edwart disse com um arrepio. — Primeiro, ele me lavou verticalmente com um
lado do seu esfregão. Depois, ele me secou horizontalmente com o outro lado.
Ele deu de ombros e continuou.
— Eu faria o  mesmo  por minha  filha.  De qualquer maneira, você está certa, não  existe nenhum  projeto de
Ciências — ele disse. — Mas alguma vez você já fez seu próprio vulcão? Você ergue um monte de terra com
um  buraco  no meio  e então  mistura corante  alimentício vermelho,  vinagre e  bicarbonato  de sódio,  derrama
tudo no buraco e ele explode de verdade. É muito impressionante.
Fizemos dois vulcoes, para que pudessemos competir um com o outro. Edwart continuava gritando  Oh, meu
Deus, que legal, que legal! , mesmo quando j  est vamos varrendo a terra. Depois que terminamos de limpar

a cozinha, Edwart sentou-se na cadeira de Jim. Era estranho vê-lo sentado onde Jim havia sentado há poucas
horas e onde séculos atrás os lobisomens americanos nativos tinham vivido.
—  Então,  minha mãe  quer realmente  conhecer  você  —  Edwart  disse. — Nós  nos  referimos  a  você  como
Bellinda . Minha mãe e eu temos toneladas de piadinhas internas como essa.
—  Eu  adoraria!  Mas...  será  que  ela  vai  gostar  de  mim?  —  perguntei  só  por  perguntar,  porque  os  pais
geralmente gostam de mim.
— É claro! — ele disse. — Ela só quer me ver feliz. Não se importaria mesmo que você estivesse em coma ou
fosse seriamente deformada.
Pensei em minha tendência a dormir demais e em minha perna direita, ligeiramente mais comprida do que a
esquerda. Então, Edwart tinha percebido minhas imperfeições.
—  Sim,  bem, quanto  à  minha  perna direita,  ame-a  ou  deixe-a  —  eu  disse  nervosamente.  Muitos caras  na
escola gostam de mim.
Olhei para baixo, para minha perna incomum. Poderia dizer, pelo modo como ele estava silencioso e esfregava
a cabeça, que tinha aceitado a mim e à minha perna exatamente corno éramos.
—  Você  quer  ir  agora?  —  ele  perguntou,  depois  de  alguns  minutos  de  contemplação  silenciosa,
provavelmente pensando em quanta sorte tinha por  estar namorando um ser humano normal.
Imaginei que, se o que Edwart havia dito sobre seus pais fosse verdade, eles não se importariam por eu ainda
estar usando meu macacão pijama.
Edwart  gostava  de  dirigir  meu  caminhão-baú.  Acho  que  era  porque  havia  bastante  espaço  para  a  grande
mochila em forma de rolo que  ele levava consigo por  toda  parte. Fomos  em  direção ao fim da minha  rua,
passando pela Baterias Última Chance, pela Vídeos sem Retorno e pela livraria Este É Absolutamente o Fim.
Edwart  entrou  na  via  expressa  e  passou  por  várias  saídas.  Comecei  a  ficar  impaciente.  Estava  já  quase
perguntando se  ele gostava de mim  por mim mesma ou pelos cortes nos meus dedos  quando Edwart  fez  a
volta com o caminhão.
— É um carro muito divertido! — ele exclamou, buzinando para os motoristas perto de nós. De repente, um
grande caminhão da Safeway
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apareceu na pista ao lado e buzinou em resposta.
— Ui — Edwart disse. — Ele é grande demais para nós — Edwart pisou no acelerador e zarpamos de volta a
Switchblade.
— Isso foi perigoso, certo? — Edwart perguntou-me nervosamente. — Sou perigoso, certo?
— É claro, Edwart — eu disse, pensando menos em seu jeito de dirigir do que em seus dentes rasgando minha
pele.
Alguns minutos depois, entramos no estacionamento  de uma casa a uns  dois quarteirões da minha, mas que
ficava no lado da cidade em que moravam os vampiros bem de vida.
— Bem, aqui estamos Edwart disse, saltando do caminhão e batendo a porta do seu lado. — Você e eu — ele
disse,  pressionando  o  rosto  contra  a  carroceria  do  caminhão,  na  altura  do  tornozelo  do  lenhador.  —
Ganharemos deles todas as vezes.
Assim que entramos,  a  família  de  Edwart cor reu  para  me saudar. Parecia que havia  umas  trinta  pessoas  à
minha volta, tagarelando ao mesmo tempo.
— Oh, meu Deus, como você cheira bem.
— Cheiro bom, cheiro bom.
— (Ela realmente cheira bem.)
— Você se importaria se eu encostasse meu nariz em você? No seu braço?
— Mais fedorento, mais fedorento, por favor.
— Se eu pudesse destruir o meu cérebro inteiro, exceto a parte que cheirou o seu perfume eu o faria. Faria isso
num segundo.
— Vamos, Belle — Edwart sussurrou, agarrando minha mão. Abrimos caminho entre os vampiros famintos e
saímos pela porta da frente.
— Então, foi tudo bem! — eu disse, já no caminhão-baú. Cheirei meu cabelo. Cheirava bem mesmo.
— Não, não,  esta não é a minha casa — Edwart disse, dando partida  no caminhão. — Nem sei  quem eram
aquelas pessoas! Algumas vezes me confundo com endereços.
Fomos até  uma  mansão  maior.  Enquanto  eu  caminhava em  direção  à  varanda, percebi  que  a  casa não era
habilmente camuflada pelos bosques atrás dela, como eu tinha pensado — era toda feita de vidro. Olhei em

volta chocada. O caminho era de vidro, a caixa de correspondência era de vidro e até o capacho era de vidro.
Decidi não limpar os pés.
— Nossa casa é transparente. Não temos segredos — Edwart explicou.
— Qualquer um pode olhar lá dentro a qualquer hora e ver o que estamos fazendo.
Imaginei a família de Edwart sentada na sala, bebendo coquetéis de sangue.
— Seus vizinhos dizem alguma coisa? — perguntei.
—  Bem,  eles mantêm  suas  persianas  abaixadas. Dizem  que  isso é indecente.  Mas  meu pai  é  um  cirurgião
plástico tão bom que ninguém se importa realmente.
O  pai  de  Edwart,  Dr.  Claudius  Mullen,  abriu  a  porta  quando  tocamos  a  campainha.  Claudius  era  muito
respeitado em Switchblade por causa dos lábios de Angelina Jolie. As pessoas dizem que ele operou sozinho
durante horas e horas. Tenho de admitir que o resultado havia sido assombroso.
Eva Mullen, a mãe de Edwart, veio correndo atrás de mim.
— Edwart, meu querido! — ela gritou.
— Mãe, quero que conheça a Belle.
— Oh, você é adorável! Muito mais do que eu pensava. Edwart é muito estranho, você sabe.
Confie em mim , pensei.  Eu sei .
— Você se parece com uma estrela de cinema dos anos 20! — falei sem pensar.
Os filmes de terror antigos eram os meus favoritos.
—  Obrigado,  Belle —  Dr.  Mullen disse.  —  É  meu trabalho. Os olhos,  é  claro,  são  dela. O  coração  é  um
transplante.
Então é por isso que vampiros são tão belos. E cruéis.
—  Prazer  em  conhecê-los  —  eu  disse,  imaginando  como  todos  eles  ficariam  bem  em  nosso  álbum  de
casamento. Por um minuto fiquei preocupada com a foto das famílias reunidas, mas então pensei que isso não
seria um problema; eu pediria a Jim para ser o fotógrafo.
— E este não é todo o trabalho que fiz nesta família — continuou o Dr. Mullen — Você já viu a testa elegante
de Edwart?
— Papai! — Edwart choramingou.
Os Mullen ficaram silenciosos.
De  repente,  fiquei  sem  graça,  como  se não  soubesse  o  que  fazer com  meus  polegares.  Então,  peguei  meu
celular e mandei por mensagem de texto a palavra  Jantar?  para Lucy. Imaginei se ela tinha meu n mero ou
se o conjunto aleatório de dígitos em que eu pensei era o número dela.
Quando levantei os olhos, Eva e Claudius estavam mandando mensagens de texto também.
Olhei à minha volta na sala, procurando algo para elogiar quando chegasse o momento de falar outra vez. Eu
já ia fazer um comentário sobre uma bela tomada elétrica no canto da sala quando percebi o grande piano.
— Que belo piano — eu disse, imaginando como ele ficaria bem em nossas fotos de casamento, desde que Jim
não estivesse espreitando por trás dele. — Você toca?
— Oh, não — Eva Mullen respondeu. — Mas Edwart toca.
— Um pouco — Edwart falou, timidamente.
— Vamos, toque! — Eva incentivou. Ela apanhou o triângulo de cima do piano e estendeu-o a Edwart. Ele
começou a tocá-lo. Soava como o barulho de uma construção bem cedo pela manhã.
— Opa. Errei. Deixe-me começar outra vez — ele disse.
Então ele recomeçou a bater no triângulo.
— Espere. Uh. Não tenho praticado muito. Deixe-me começar outra vez.
Edwart continuava  a bater no triângulo. Eva cerrou  os olhos e ergueu os braços, balançando-se ao ritmo da
música. Edwart ergueu o triângulo bem alto no que pareceu um gran finale, mas  então o baixou com força,
batendo no  topo do  piano.  Ele continuou batendo  no piano colocando  toda  a força de seu  corpo magro em
cada impacto. O piano tremia. A sala vibrava.
Quando ele terminou, sutilmente removi as mãos dos ouvidos.
— Escrevi  isso  para  você —  Edwart  murmurou,  atraindo-me para mais perto. Chamei-a  Canção  de Ninar
para Belle .
— Eu a escutarei todas as noites! — eu disse. Com o volume mais  baixo seria adorável. Essa era a terceira
canção de ninar escrita para mim, contando com a de Carter Burwell

Depois  do  jantar,  Edwart  levou-me  para  cima  para  conhecer  seu  quarto.  No  topo  da  escada  havia  uma
gigantesca cruz de madeira.
— Irônico, não é? — Edwart falou.
— Por quê? — perguntei  com medo, imaginando que,  a qualquer segundo, Edwart se transformaria em pó,
que eu então espanaria e dispersaria sobre meus móveis para que ele estivesse sempre comigo.
— Porque somos judeus, não praticantes, é claro.
Três  das  quatro  paredes  (a  quarta  era  de  vidro)  do  quarto  de  Edwart  estavam  cobertas  de CDs.  Fileiras  e
fileiras de CDs, e eu não reconheci nenhum.
— Oh! — exclamei, pensando ter visto um que conhecia. — Não, não, não é esse.
Continuei caminhando.
— Oh, aqui está... não.
Voltei-me para a próxima parede.
— Espere! Não...
Imaginei que eu deveria ler algumas etiquetas, em vez de só olhar para a ar te da capa. Foi quando percebi que
todos os CDs eram gravações da música de Edwart.
— Eva canta nos meus CDs — ele disse com um sorriso. — Vamos escutar? Vamos, podemos dançar.
— Não! — gritei. — NÃO dançarei.
Edwart olhou-me assustado. Provavelmente porque na última vez em que dancei provoquei  um incêndio  na
lanchonete. Logo toda a cidade tinha explodido em tumultos — poucos podiam lidar com a ilusão radical dos
meus pés moonwalkers. Quase acreditavam que eu era uma feiticeira.
— Não ainda, pelo menos — acrescentei. Minha hora logo chegaria. A revolução podia esperar.
—  O.k.  vamos  para  o consultório do  meu  pai. Contarei a  você a história  de  como  ele se  tornou  cirurgião
plástico. Envolve criaturas horrivelmente deformadas.
Edwart  mostrou  fotos  de   antes   e   depois   dos  pacientes  do  Dr.  Mullen.  Presumi  que  as  fotografias  do
antes  tinham sido tiradas antes que ele os tivesse mordido, e que as do  depois  eram fotos de vampiros. Os
vampiros tinham aqueles narizes retos, peitos perfeitos e faces sem expressão. E eram todos ricos!
— Então, como se marca uma consulta com o Dr. Mullen?
— Por quê? Você é bonita, Belle.
—  Sim,  sim  —  eu  insisti,  rapidamente.  Era  como  se  Edwart  não  quisesse  que  eu  atravessasse  a  dor  da
transformação dental. Era absurdo; quando meu dente do siso nasceu, ele nem doeu afinal!
— Não — ele disse com severidade. — Você não deve vê-lo.
Pela expressão séria de Edwart, eu podia adivinhar o que ele estava pensando: ele deveria fazê-lo sozinho e,
mais especificamente,  deveria  mastigar chicletes quando  fosse me morder se  ele estivesse com  mau  hálito.
Provavelmente estava imaginando se deveria cuspir os chicletes antes ou mantê-los na boca, deixando-os sob
a língua para que eu não percebesse. Provavelmente estaria imaginando se hortelã e sangue juntos tinham um
gosto bom.
— Chega! Chega! — eu disse, para interromper seus pensamentos hipotéticos. —Vamos simplesmente voltar
para minha casa, certo? Talvez fosse mais fácil para ele me morder num ambiente diferente. Na cozinha, por
exemplo. Com o cheiro aromático de carne de esquilo assando no micro-ondas e a trilha sonora que induzia à
fome do atrito dos talheres.
— Certo. Posso deixar você um pouco antes da sua casa? Prefiro não me encontrar com seu pai de novo. Não
pensei em nenhum assunto novo para conversar com ele. Não ficaria tão natural, a menos que eu gravasse a
mim mesmo em videotape antes para treinar.
Gelei. Jim. Eu tinha me esquecido daquela complicação. Meu pai nunca deixaria Edwart me morder, a menos
que  planejasse  dividir  meu  sangue  com  Claudius  e  Eva,  Jim  tinha  um  conjunto  rígido  de  padrões  éticos.
Edwart teria de me morder antes que eu fosse para casa.
— Que tal voltarmos caminhando? Através do cemitério? — uma coisa que minha mãe havia me ensinado é
que era difícil recusar solicitações feitas em itálico. Era assim que ela me persuadia a comprar cereal com as
cores do arco-íris, semana após semana.
— O.k. — ele disse.
— Espere, antes de irmos... simplesmente morda isto. Para praticar.
Estendi  meus  braços  pálidos  e  brancos  para  ele,  minhas  mãos  em  concha,  segurando  gentilmente  uma
brilhante maçã vermelha que eu tinha surrupiado de cozinha falsa lá embaixo.

A mão de Edwart estava firme quando ele tocou na fruta tentadora. Quando sua boca se abriu, vi seus dentes
iridescentes brilharem. Vagarosamente, ele levou a fruta aos lábios abertos, gotas de saliva formando-se nos
cantos de sua boca. Ele cerrou os olhos. Abri meu coração.
— Ei! — ele então exclamou, olhando para a fruta ainda intacta e para minha cabeça ainda não perfurada que
descansava no topo do meu pescoço não perfurado.
—  É  de  plástico! —  eu  ri,  agarrando-a de  volta.  Estava  quase  chorando  de  tanto  rir  pela  piada  hilariante
arquitetada pelo meu senso de humor superior.
Edwart colocou a maçã de volta numa cesta de frutas artificiais, perto de um vaso de flores artificiais, junto a
um prato de pão provavelmente artificial.
Olhei para ele amorosamente enquanto ele prendia um pequeno alvo em meu pescoço. Ele morderia quando
interessasse? Imaginei. Poderia morder um alvo móvel? E um alvo móvel 50 metros adiante com a velocidade
de vento a 56 km/h? Saímos da casa dele e começamos a caminhar em direção ao cemitério. Se os desejos do
meu coração e a previsão do meu pedômetro estivessem corretos, eu estava somente a 952 passos de me tornar
uma sugadora de sangue.

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