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Capítulo 7 Emitindo Luz
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― Você vai para
onde agora? ― Cam perguntou, abaixando seu óculos de
plástico vermelho.
Ele aparecey do lado de fora da entrada de Augustine tão repentinamente
que Luce
quase trombou diretamente com ele. Ou talvez ele tenha estado
ali por um tempo e
ela simplesmente não tinha notado em sua pressa de chegar
na aula. De qualquer
jeito, seu coração começou a bater rapidamente e suas palmas
começaram a suar.
― Hm, aula? ― Luce
respondeu, porque, onde parecia que ela estava indo? Seus
braços estavam cheios, com seus dois livros pesados de cálculo
e sua tarefa de
religião parcialmente completa.
Essa seria uma boa hora para se desculpar por ir embora tão
repentinamente ontem
à noite. Mas ela não conseguia se forçar a fazer isso. Ela
já estava tão atrasada. Não
tivera água quente nos chuveiros do vestiário, então ela tivera
que voltar para o
dormitório. De algum modo, o que acontecera após a festa não
parecia mais
importante. Ela não queria chamar ainda mais atenção à sua
saída ― especialmente
não agora, depois do Daniel tê-la feito se sentir tão patética.
Ela também não
queria que Cam pensasse que ela estava sendo rude. Ela só
queria evitá-lo e ficar
sozinha, para que pudesse se desvincilhar da série de envergonhamentos
dessa
manhã.
Exceto que ― quanto mais Cam olhava para ela, menos importante
parecia ir
embora. E menos o orgulho de Luce doía pela recusa de Daniel.
Como um olhar do
Cam poderia fazer tudo isso?
Com sua pele clara e pálida e cabelo azeviche, Cam era diferente
de qualquer cara
que ela já conhecera. Ele exalava confiança, e não só porque
ele conhecia todo
mundo ― e como conseguir tudo ― antes que Luce tivesse ao
menos descoberto
onde suas aulas eram. Bem ali, parado do lado de fora do prédio
da escola
monótono e cinza, Cam parecia com uma fotografia artística
em preto-e-branco,
suas lentes vermelhas em tecnicolor.
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― Aula, hein? ―
Cam bocejou dramaticamente. Ele estava bloqueando a
entrada, e algo no jeito divertido que sua boca estava posicionada
faz Luce querer
saber que ideia selvagem ele tinha escondida. Havia uma sacola
de tela pendurada
em seu ombro, e um copo descartável de café expresso entre
seus dedos. Ele
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apertou Stop em seu iPod, mas deixou os fones pendurados ao
redor do seu
pescoço. Parte dela queria saber que música ele estivera escutando,
e onde ele
tinha conseguido aquele café expresso do mercado negro. O
sorriso brincalhão
visível apenas em seus olhos verdes a desafiavam a perguntar.
Cam tomou um gole superficial do seu café. Levantando seu
dedo indicador, ele
disse, ― Permita-me compartilhar meu lema sobre as aulas da
Sword & Cross:
Melhor nunca do que tarde. ―
Luce riu, e então Cam empurrou seu óculos de volta para o
seu nariz. As lentes eram
tão escuras, ela não conseguia ver nem um traço de seus olhos.
― Além do mais. ― Ele
sorriu, relampejando um arco branco de dentes. ― É quase
almoço, e eu tenho um piquenique. ―
Almoço? Luce não tinha tomado nem café-da-manhã ainda. Mas
seu estômago
estava rosnando
― e a ideia de ser perfurada pelo Sr. Cole por perder todas as aulas
da manhã exceto pelos últimos vinte minutos parecia menos
e menos atraente
quanto mais eu ficava perto do Cam.
Ela assentiu para a sacola que ele estava segurando. ― Você
empacotou o bastante
para dois? ― Dirigindo Luce com uma mão ampla na parte debaixo
de suas costas,
Cam a guiou para as áreas comuns, passou pela biblioteca e
o dormitório
deplorável. Nos portões de metal para o cemitério, ele parou.
― Eu sei que esse é
um lugar esquisito para um piquenique, ― ele explicou, ― mas
é o melhor local que eu conheço para ficar fora de vista por
um tempinho. No
campus, de qualquer jeito. As vezes eu simplesmente não consigo
respirar lá. ― Ele
gesticulou na direção do prédio.
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Luce conseguia
definitivamente concordar com isso. Ela se sentia tanto
reprimida e exposta quase o tempo todo nesse lugar. Mas Cam
parecia a última
pessoa que iria partilhar daquela síndrome de aluno novo.
Ele era tão... controlado.
Depois daquela festa ontem à noite, e agora o café expresso
proibido em sua mão,
ela nunca adivinharia que ele se sentia sufocado também. Ou
que ele escolheria ela
para compartilhar essa sensação.
Por trás da cabeça dele, ela conseguia ver o resto do campus
precário. Daqui, não
havia muita diferença entre um lado dos portões do cemitério
e o outro.
Luce decidiu ir na onda. ― Só prometa me salvar se alguma
estátua cair. ―
― Não, ― Cam disse
com uma seriedade que apagou efetivamente sua piada. ―
Isso não acontecerá novamente. ―
Os olhos dela caíram no local onde, apenas alguns dias antes,
ela e Daniel tinham
chegado perto deles próprios terminarem no cemitério. Mas
o anjo de mármore
que tinha caído sobre eles tinha desaparecido, seu pedestal
vazio.
― Vamos, ― Cam disse,
arrastando-o junto com ele. Eles evitaram retalhos
abandonados de ervas daninhas, e Cam ficava se virando para
ajudá-la a passar por
montículos de terra desenterrados por sabe Deus quem.
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Numa hora, Luce quase perdeu seu equilíbrio e se agarrou à
uma das lápides para se
firmar. Era uma laje ampla e polida com um lado áspero e inacabado.
― Eu sempre gostei
dessa, ― Cam disse, gesticulando para a lápide rosada sob
seus dedos. Luce cruzou até a frente do terreno para ler a
inscrição.
― ‘Joseph Miley’, ―
ela leu em voz alta. ― “1821 a 1865. Serviu bravamente na
Guerra da Agressão do Norte15. Sobreviveu a três balas e a cinco cavalos
caídos em
cima dele antes de encontrar sua paz final. “–
Luce estralou suas juntas. Talvez Cam só gostasse porque sua
pedra rosada polida
se destacava entre quase todas as cinzas? Ou por causa dos
complexos verticílios
pelo topo? Ela ergueu uma sobrancelha para ele.
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― É. ― Cam deu
de ombros. ― Eu simplesmente gosto de como a lápide
explica o jeito que ele morreu. É honesto, sabe? Geralmente,
as pessoas não
querem falar sobre isso. ―
Luce desviou o olhar. Ela sabia isso muito bem pelo epigrafo
inescrutável na lápide
do Trevor.
― Pense no quando mais
interessantes esse lugar seria se a causa da morte de todo
mundo fosse revelada. ― Ele apontou para um pequeno túmulo
a alguns lotes do de
Joseph Miley. ― Como você acha que ela morreu? ―
― Hm, escarlatina?
― Luce adivinhou, vagueando. Ela traçou as datas com seus
dedos. A garota enterrada aqui era mais nova do que Luce quando
morrera. Luce
não queria realmente pensar muito em como poderia ter acontecido.
Cam inclinou sua cabeça, considerando. ― Talvez, ― ele disse.
― Ou isso ou um
incêndio misterioso no celeiro enquanto a jovem Betsy estava
tirando uma ‘soneca’
inocente com o vizinho. ―
Luce começou a fingir estar ofendida, mas ao invés, o rosto
esperançoso a fez rir.
Fazia tanto tempo desde que ela tinha simplesmente se divertido
com um cara.
Claro, essa cena era um pouco mais mórbida do que os típicos
flertes no
estacionamento de um cinema ao quais ela estava acostumada,
mas também eram
os estudantes na Sword & Cross. De um jeito ou de outro,
Luce era um deles agora.
Ela seguiu Cam para o fundo de um cemitério no formato de
tigela e para tumbas e
mausoléus mais ornado. Na inclinação acima, as lápides pareciam
estar olhando
para baixo para eles, como se Luce e Cam fossem artistas em
um anfiteatro. O sol
do meio-dia brilhava laranja através de folhas de um carvalho
vivo gigante no
cemitério, e Luce tampou seus olhos com suas mãos. Era o dia
mais quente que eles
tinham tido na semana toda.
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por colunas de ordem coríntia. ― Um desertor total. Ele sufocou
quando uma viga
caiu em seu porão. O que te mostra, nunca se esconda de uma
captura dos
Confederados.
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― É mesmo? ― Luce
perguntou. ― Me lembre o que te faz o especialista sobre
tudo isso? ― Mesmo enquanto ela provocava-o, Luce se sentia
estranhamente
privilegiada por estar aqui com Cam. Ele ficava olhando para
ela para se certificar de
que ela estava sorrindo.
― É só um sexto sentido.
― Ele relampejou seu sorriso enorme e inocente. ― Se
gosta disso, tem um sétimo sentido, e um oitavo sentido, e
um nono sentido de
onde esse vem. ―
― Impressionante. ―
Ela sorriu. ― Eu me satisfarei com o sentido do paladar agora.
Estou morrendo de fome. ―
― Ao seu serviço. ―
Cam puxou uma coberta de sua sacola e a esticou em um
pedaço de sombra sob o carvalho vivo. Ele abriu a garrafa
térmica e Luce conseguiu
sentir o cheiro de café expresso forte. Ela geralmente não
bebia seu café preto, mas
ela observou enquanto ele enchia um copo com gelo, serviu
o café expresso, e
acrescentou exatamente a quantidade certa de leite em cima.
― Eu esqueci de
trazer o açúcar, ― ele disse.
― Eu não bebo com açúcar.
― Ela tomou um gole do café gelado ultra-seco, seu
primeiro gole deliciosos da cafeína proibida da Sword &
Cross em toda a semana.
― Que sorte, ― Cam
disse, espalhando o resto do piquenique. Os olhos de Luce
alargaram-se enquanto ela observava-o arrumar a comida: uma
baguete marrom-
escura, uma rodela pequena de queijo fedorento, um pote de
azeitonas laranja
amarronzado, uma tigela de ovos apimentados, e duas maças
verdes brilhantes.
Não parecia possível que Cam tivesse enfiado tudo isso em
sua sacola ― ou se ele
estivera planejando comer toda essa comida sozinho.
― Onde conseguiu isso?
― Luce perguntou. Fingindo se focar em despedaçar um
pedaço grande de pão, ela perguntou, ― E com quem você estava
planejando um
piquenique antes de eu aparecer? ―
― Antes de você aparecer?
― Cam riu. ― Eu mal consigo me lembrar da minha
triste vida antes de você. ―
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Luce lançou-lhe
um ligeiro olhar depreciativo para que ele soubesse que ela
achou a observação dele incrivelmente brega... e só um pouquinhozinho
charmosa.
Ela se reclinou em seus cotovelos no cobertor, suas pernas
cruzadas nos tornozelos.
Cam estava sentado de pernas cruzadas a encarando, e quando
ele se esticou na
direção dela para pegar a faca do queijo, seu braço roçou,
então descansou, no
joelho da calça jeans preta dela. Ele olhou para ela, como
se para perguntar, Tudo
bem?
Quando ela não recuou, ele ficou ali, pegando o pedaço grande
de baguete da mão
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