domingo, 2 de dezembro de 2012

Capítulo 4 (Opúsculo-A Paródia)


4. PESQUISAS
QUANDO  EU  CHEGUEI  EM  CASA  NAQUELA  TARDE,  DISSE  A  meu  pai  que  eu  tinha  um  crime  a
resolver, para que ele me deixasse sozinha. Estava contente de ter estabelecido aquela agência de detetives no
ultimo verão chamada  Belle Goose   solta . Fiz panfletos com um desenho meu como Sherlock Holmes e os
espalhei  por  toda  a  cidade  de  Phoenix.  Pena  que  só  tivesse  conseguido  um  caso:  o  roubo  das  sobras  do
panfleto. O culpado ainda está for agido.
Depois de bater a porta do  meu  quarto  para  parecer que  estava perto de alguma  pista,  procurei nas minhas
coisas não desempacotadas até achar o CD de risada de hiena que o novo marido de minha mãe me havia dado
no dia em que deixei os dois sozinhos em Phoenix. Naquela época, eu não conseguia evitar a sensação de que
ele estava se esforçando demais para ganhar meu respeito. Agora, estava contente de ter uma distração dos
pensamentos de Edwart. Coloquei o  disco no meu CD player,  pus  meus fones  de ouvido  e deitei  na minha
cama, cobrindo a cabeça com travesseiros. Mesmo assim, pensava no vampiro que eu amava, então coloquei
mais duas maletas sobre os travesseiros.
Quando o CD terminou, eu sabia que não podia mais protelar. Era uma hora da manhã – a hora da noite em
que eu pesquisava sobre coisas paranormais. Minha Internet funcionava via telefone a lata.
Uma lata está na parte de trás do nosso computador, e a outra na do computador do nosso vizinho, que tem
Internet. Demora um pouco para o outro computador sussurrar os códigos para o nosso, então, enquanto isso,
comi um pouco de cereal – Conde Chócula. Depois disso, ainda não tinha acessado a Internet, então rearranjei
os móveis para assustar meu pai. Sem Internet ainda. Fui dormir.
Duas noites depois tive acesso à Internet.
Digitei uma simples palavra:  vampro . O Google perguntou:  Você quis dizer vampiro? . Eu disse sim .
Senti-me estupefata e confusa com os resultados:  Nosferatu ,  Treinamento de verão Buffy ,  O princípio de
romance de Kristen Stewart ,  O sol da meia-noite vazou ,  Robert Pattinson excelente cantor de blues .
Estranho. O que qualquer dessas coisas tinha a ver com vampiros? Levantei da minha escrivaninha, sentindo-
me tola  por olhar para figuras de um  belo casal  que  claramente  não  eram vampiros. Essa  busca  tinha sido
infrutífera: apareceram  somente 62.500.000 resultados. Teria  que me apoiar em meu próprio conhecimento.
Então pensei, por que não compartilho esse conhecimento com o mundo? Sentei-me de volta ao computador e
fui para a página do verbete  vampiro   na Wikipedia. Acrescentei uma frase ao artigo:  Edwart Mullen, de
Switchblade,  Oregon,  é  um  vampiro,  mas  não  o  mate  porque  eu  o  amo!  então,  acrescentei  uma  foto  dos
músculos abdominais do Edwart.
Ótimo, pensei, desligando o computador. Imaginei que isso fosse basicamente o mesmo que dizer ao meu pai
que eu estava apaixonada por um vampiro, especialmente porque ele monitorava minha atividade na Internet.
De repente, lembrei-me da canção que meu pai costumava cantar para mim toda noite quando eu era pequena:
Se você algum dia tiver uma paixão
Por um vampiro
Irei enganá-lo
Fazê-lo entrar num carro
Então eu dirigirei o carro
Para dentro de um lago
E por cima do carro
Colocarei algumas pedras
Parei  de  cantar  alegremente,  percebendo  que  meu  pai  provavelmente  teria  algum problema  com  Edwart.
Humm.  Decidi  que  diria  a  ele  que  Edwart  era  um  vampiro  vegetariano,  que  se  banqueteava  somente  de
ketchup.
Na manhã seguinte, eu estava indo para minha primeira aula quando alguém me agarrou por trás, fazendo-me
lembrar do vice-diretor da minha antiga escola me puxando para fora do palco durante o show de talentos em
Phoenix. Ainda não sei por que minha atuação havia sido interrompida tão cedo; meu alter ego BelGo é um
tremendo rapper e dançarino de break.
Virei-me ansiosamente, mas não era o vice-diretor Decherd, eranEdwart.
- Oh, então você está falando comigo agora? – perguntei timidamente.
- Sim, é claro. Quando foi que não falei com você?
Lembrei-me da noite passada, em que havia ligado repetidamente para Edwart, fingindo vender afiadores de
dentes. Ele desligou todas as vezes. Decidi não mencionar isso.
- Você ficou bem ontem, depois que te deixei na enfermaria? – Edwart perguntou.
- Sim. E você, está bem? – perguntei, presumindo que vampiros experimentavam profunda dor na alma.
- Acho que sim.
- O.k., ótimo. A gente se vê! – voltei-me rapidamente para que Edwart pudesse me ver de costas. Eu tinha uma
presilha de  caveira no cabelo, só para  ele!  (Tenho  um arsenal de  bijuterias temáticas para  Halloween. Tudo
começou naquele verão em que uma praga empestou meu aquário. Naquele mesmo verão, ocupei meu tempo
entalhando espinhas de peixe.)
Quando entrei na aula de Inglês, ainda estava ensaiando técnicas de amasso com a mão.
- Que bom você se juntar a nós, Belle. – disse o Sr. Schwartz.
- Sim –  eu disse, percebendo que podia estar em qualquer outro lugar naquele exato momento, mesmo num
túmulo com Edwart. –  Muita gentileza de minha parte.
Virei minha carteira de frente para a janela para que eu fosse a primeira a ver se um asteróide estava vindo.
Sinceramente,  descobri  que  o  costume  atual  de  todas  as  carteiras  ficar em  viradas  para  a  frente  é  muito
perigoso. Quem é  o nosso vigia  para os outros  três lados? O professor? Não dá, se ele está constantemente
gritando comigo para baixar meu binóculos e para parar de fazer  shhh , quando eu peço o silêncio quando ele
começa a falar.
Olhei para fora da janela para a bela, bela chuva. Uma figura estava de pé no estacionamento com os braços
esticados em direção ao céu. Edwart. Numa mão, ele tinha um sabão que lavou o rosto, começando a esfregá-
lo  vigorosamente.  Depois,  ele jogou o  sabão  num  balde  e  virou  a  cabeça  para  as  nuvens cúmulos-nimbos,
deixando  a  água  lavá-lo  enquanto  cantava  um  velho  tema  musical  de  um  programa  sem  significado  para
ninguém. De sua mochila, puxou um computador embrulhado num saco plástico. Do bolso da frente, puxou
um estojo e tirou dele uma antena parabólica de tamanho médio com a palavra  Datastorm  escrita nela. Subiu
em seu carro e tirou sua capa plástica, espetando a antena parabólica no capô.
Meu  coração  parou.  Iria  perseguir  uma  tempestade?  Com  aquele  tempo?  Quando  a  garoa  da  manhã  se
extinguiu e o sol voltou, ele saiu dirigindo par a longe. Era um homem que gostava de assumir riscos, mas era o
meu homem que gostava de assumir riscos.
Ao voltar meus binóculos da  janela para o  pôster com a imagem dos dez maiores magnatas do petróleo da
Forbes  lendo  Jane  Eyre,  pude  escutar  angélica  balbuciando  alguma  coisa.  A  questão  de  sentar  perto  de
Angélica é que ela era o tipo de garota quieta – o tipo que adora receber ordens e concorda com você quando
sua voz alcança certo volume. Mas hoje ela não  parava de  gritar, sem  se importar  com  ninguém. Escutei  a
inflexão sobe e desce de sua voz, que foi minha deixa apara engasgar chocada. Sacudi a cabeça com pena para
ensinar-lhe uma lição.
Foi quando descobri que ela estava tendo um ataque epilético.
- Desculpe! – ela disse. Enquanto tinha uma série de espasmos corporais.
-  Está tudo  bem  – eu  disse,  compreensiva.  Melhor Angélica  do  que  Lucy, que  nunca  se  desculpa  por  ter
ataques epiléticos perto de mim. Angélica definitivamente era uma melhor amiga do que as outras, mas ainda
assim ela não era feita do melhor material para uma melhor amiga. Uma verdadeira melhor amiga se sentiria
confortável  tendo  um  ataque  epilético  na  minha  frente,  parando  para  rir  quando  eu  fizesse  minha  irônica
imitação epilética.
De repente, os olhos de Angélica rolaram para trás.
- VEJO UMA SALA NO CAPÍTULO DEZ – ela disse com uma voz áspera do futuro. – UMA SALA CHEIA
DE  VAMPIROS. NO  CANTO  DA  SALA  HÁ  UMA  CADEIRA  DE  METAL  DOBRÁVEL,  DOBRADA,
COM    UM  ASSENTO  VERMELHO,  TRÊS PÉS  DA  CADEIRA  TÊM  PROTETORES  DE  BORRACHA
PRETOS  PREVENIR  RUÍDOS  ESTRIDENTES.  O  QUARTO  PÉ  NÃO.  ALGUÉM  PODE
TEORICAMENTE  EMBALAR-SE  NELA, MAS  ISSO  NºAO É ACONSELHAVEL.  CUIDADO  COM A
COROA – ela terminou, e então desabou no assoalho.
Seria um  presságio?  Que eu  saiba,  somente vampiros e meninas que tinham  lido  os  principais  trabalhos  de
Jane Austin tinham habilidades únicas. Em todo caso, não via por que eu tinha de ser cautelosa para conseguir
uma  coroa  e  possivelmente  controlar  uma  nação  inteira  sentada  em  um  trono  confortável.  Eu  tenho  uma
tendência para a diplomacia, mesmo em jogos como War, decretando um cessar -fogo para todo mundo com
um murro na mesa.
- Isso é importante, Angélica – eu disse, quando ela acordou de seu estupor. – Edwart estava naquela sala de
vampiros?
A classe inteira estava nos rodeando e gritando:  Deixe-a tomar um pouco de ar!  Como se o ar fosse uma
dádiva maravilhosa que eu não pudesse obrá por mim mesma.
- Humm. Estou com sono – Angélica murmurou.
Diabos! Ela tinha voltado ao seu estado normal.
-  Vampiros    o  código  para   Edwarts ?  –  perguntei. – E  coroa     o código para  nuggets  envenenados
disfarçados de uva-passa que você tira fora do cereal de qualquer forma e então não precisa se preocupar com
isso?
Mas Angélica não estava prestando atenção.
- Minha voz  está  cansada – ela suspirou quando a enfermeira  da escola a colocou sobre  a amaca e  a levou
embora.
Por que tenho que tomar cuidado? Será que Edwart iria me ferir? Por que já não tinha me ferido? Será que não
mereço ser machucada?
Não. Eu estava sendo insegura. Eu era digna de  um monte de machucados, elaboradamente planejados para
acontecer numa velha sala de aula de balé com espelhos facilmente quebráveis para completar o gloriosamente
sangrento  espetáculo.  Se  Edwart  não  achasse  que  eu  era  digna,  estou  certa  de  que  algum  outro  vampiro
acharia.
Antes de almoçar, corri para o estacionamento para saber se o carro de Edwart tinha voltado. Deixei escapar
um longo e desinflado rugido suspirado enquanto  percorria todas as quinhentas vagas do estacionamento.  O
carro não estava lá. Pensei em voltar para casa – valeria a pena uma educação sem perspetiva de casamento?
Então, uma voz explodiu em minha cabeça. Uma voz baixa, melodiosa, cantando Schubert baixinho – minha
alucinação de Edwart.
Eu tinha essa alucinação sempre que punha em risco meu futuro como Prêmio Nobel de Física.
-  Com  licença  –  cantou  a  voz.  –  Tenho  o  terrível  hábito  de  escorregar  para  Schubert  em  momentos  de
urgência,  um  entre  muitos  que  adquiri  em  minhas  viagens  místicas  pela  Itália.  Belle,  -  ela  continuou
harmonicamente – tire seu diploma de ensino médio. Por mim. A voz diluiu-se numa música indice: Claire de
Lune.
Estava resolvido. Eu não estava certo sobre o tipo de  carreira  que uma educação conseguiria para mim  que
eu não pudesse conseguir usando minha rotina de fantoche e minha tenacidade, mas tinha fé nas minhas vozes.
Por que, logo no outro dia em que escorreguei, não tive uma visão de que eu pudesse cair? Resolvida, decidi
colocar minha vida nas mãos da minha precária fábula cerebral e terminar o ensino médio.
No dia seguinte, uma Feira de Atividades estava acontecendo no refeitório. Cada mesa estava circundada com
uma  cartolina  decorada  como  estande.  Admirei  particularmente  o  cartaz   Adolescentes  pelo  Fascismo .
Aqueles  adolescentes  deviam  ser  realmente  devotados  ao  seu  clube,  já  que  usavam  tesouras  zigue-zague.
Talvez eu não tivesse dado ao fascismo a consideração que ele merecia.
- Belle!
Olhei em volta. Lucy estava de pé  atrás de uma cartolina dos  Fãs de Buffy, a caça-vampiros .
- Junte-se ao meu clube!
¬- Não, obrigada – eu disse gelidamente. Mas não estava agradecida e acho que transmiti isso pelo meu tom
de voz. Não tinha a intenção de apoiar uma mostra que encorajava o genocídio de uma já ameaçada espécie de
imortais. Decidi usar  O Poder do Franzido . Você socialmente dissuade as pessoas a serem intolerantes  ao
franzir as sobrancelhas  às suas  observações ignorantes. Levei a coisa a uma conclusão real,  olhando  aquele
pôster direto no meu olho e franzindo as sobrancelhas até sentir o poder do meu triunfo moral circulando pelo
meu sistema circulatório. Agarrei aquele pôster, virei-o, desenhei nele um crânio e ossos cruzados e o rasguei.
Eu me tornaria uma pirata de mesa-estande. Quem seria o primeiro a descobrir minha esperteza?
Vi  uma  mesa  com  um  letreiro  que  dizia:   A  Beleza  da  Elasticidade  de  Preços  e  Pizza  Grátis! .  Fiquei
indignada com a elasticidade dos preços, mas gostava  de pizza  grátis. Cheguei  mais perto do biombo para
roubar uma fatia, de repente discernindo a figura no comando ali. Edwart estava de volta!
- Belle? – Edwart perguntou, quando minha mão se estendeu do meu esconderijo debaixo da mesa para pegar
um pedaço de pizza.
- Ah? Oh... Edwart. Não reconheci você. Obrigada pela pizza! Ouça, eu adoraria me juntar ao seu clube em
algum momento, mas tenho coisas a fazer. Como torradas para o Jim. Ele é um idiota!
-  Fique!  Se  gosta  de  pizza,  vai  amar  o  Clube  da  Elasticidade  dos  Preços,  um  clube  devotado  a  dar  aos
estudantes pizza grátis que  eles ganharam  clicando  nos  anúncios  no website que eu  fiz  para  minha aula  de
Economia.
Olhei para ele com suspeita. Exceto pela lama em seu rosto ou pela perna direita ou pela perna direita de sua
calça que estava faltando, ele tinha voltado de sua perseguição à tempestade imaculado.
-  Decifre-me  isto,  Sr.  Internet  –  eu  disse,  cruzando  os  braços .  –  Como  é  que  você,
alegadamente completamente mortal, está aqui sem um carro?
- Meu carro teve de ser sacrificado por uma causa maior. – sua face nublou-se com a névoa de um ideal. – Um
canal lamacento bem do lado de fora deste campus. Tive de empurrar meu carro dentro do canal que antes
uma  nuvem  ameaçadora  pudesse  me  pegar.  Ninguém  disse  que  ser  meteorologista-aventureiro  com  uma
inclinação por acumular dinheiro vagarosamente por meio de anúncios da Web de 0,0001 centavos era fácil.
Ninguém diz muito sobre esse tipo de pessoa, afinal.
-  O  que  eu  teria  que  fazer  se  me  juntasse  a  esse   clube ?  –  perguntei,  ainda  cheia  de  suspeitas.  Tinha
percebido que ele astuciosamente tinha omitido o efeito adverso da elasticidade de preços sobre a demanda do
consumidor em sua propaganda.
- Você consideraria juntar-se ao clube? Uau. Ninguém nunca mostrou interesse em apreciar a elasticidade dos
preços comigo antes. Por um tempo, pensei que éramos eu e a elasticidade de preços contra o mundo. Tudo
aconteceu tão rápido. Eu... não sei exatamente o que outra pessoa faria em meu clube. Deixe-me pensar por
um segundo. Ele começou a medir passos atrás de seu estande. Seu corpo parecia brilhar de excitação.
Ou seria eu piscando muito rápido?
- Já sei! Você teria de passar todo o período de almoço comigo...
- Sim.
- ... fazendo uma fortuna.
Oh. Se ao menos eu pudesse voltar algumas frases. Se ao menos eu tivesse dito  sim  quando aquele cientista
perguntou se eu queria sua máquina de tempo extra.
- No final do ano, usamos essa fortuna par a tentar nos comunicar com  cetáceos  das profundezas do mar. –
Seus olhos brilharam com zelosa determinação. – Sei que a verdade está lá embaixo.
Ele era tão perfeito que chegava a doer.
- Então eu assino aqui? – perguntei.
- Sim, bem debaixo das palavras,  Edwart, por meio deste instrumento, possui a alma de: .
- O.k.! Assinei meu nome:
B–e–l–l-e
Virei o papel de cabeça para baixo para arranjar mais espaço, então espremi o rosto em letras pequenininhas:
Goose
- Aqui está – eu disse, rabiscando a última letra com floreio que continuava fora da página numa laçada dupla
no ar como minha assinatura requer. Eu teria de lidar com a provisão da alma quando o tempo chegasse.
- Belle! – alguém gritou do estande ao lado. Era Laura, uma menina que se sentava na minha frente todos os
dias no almoço, o que dava a ela o privilégio de ter um nome. Angélica estava assinando o papel do clube, e
lucy assinando os papéis falsos que Laura deu a ela para que a espera parecesse mais curta. Lucy era dotada de
uma personalidade particularmente impaciente.
- Junte-se ao  nosso clube de compras, nosso  primeiro encontro é hoje depois  da aula! – uma delas disse. –
Você pode escolher qualquer um, eles são totalmente intercambiáveis.
- Não,  junte-se  ao nosso clube –  disse Tom, do estande  ao lado daquele. – O  clube dos meninos:  Chute  a
Caixa . Consideramos você um dos meninos porque você   tão relaxada e desanimada.
Eu não podia acreditar. Um dos meninos. Finalmente havia conseguido.
- O que   o  Chute a Caixa ? – perguntei.
- Toda sexta-feira à noite nos revezamos nos encolhendo numa caixa enquanto os outros caras chutam.
-  Certo,  vou participar – eu disse,  fazendo-os  ganhar  o dia.  Eu me  senti  bem  comigo mesma  depois  disso.
Socializar-se é a maneira simples de retribuir à comunidade.
- Muurp – Edwart fez um barulho estranho. Nós todos nos viramos em sua direção. Ele estava torcendo a barra
da camisa entre as mãos e correndo os olhos de um rosto para o outro, um maneirismo do período Vitoriano.
- O que é isso, Ednerd? – perguntou Taylor. – Você finalmente se transformou em uma de suas maquininhas?
Laura riu, esperando que a resposta de Edwart fosse hilariante. Ela não ficou desapontada.
- Belle não pode se juntar ao seu clube – disse ele, super-hilariante. – Sexta-feira à noite é quando clicamos
nos anúncios um do outro, a parte mais vital do Clube da Elasticidade dos Preços.
- Certo – disse Adam. – Acho que Belle prefere clicar sobre anúncios a ir a Las Vegas nessa sexta-feira para
uma despedida de solteiro no clube dos meninos.
Edwart fez aquele  grunhido  ameaçador dele  e eu não  pude  resistir  quando  ele fez sua  cara de  cãozinho  de
novo.
- Acho que me juntarei ao clube das compras em vez disso – resmunguei. Droga. O que era isso, um filme de
Judd Apatow
? Eu me arrastei em direção à Laura para assinar o papel. Aposto que ela nem sabia o que era
6
Guerra nas Estrelas, como naquela cena de Ligeralmente Grávidos.
-  A  melhor parte  sobre  o clube  das meninas  –  disse Laura,  enquanto eu assinava meu  nome  e  murmurava
palavras  ao  acaso  vindas  de  meu desvario raivoso interior –  é  conseguir nos  conhecermos melhor.  A cada
semana apare o com uma pergunta diferente. A da  ultima semana foi  Qual das fitas de cabelo de Laura   a
mais bonita? . A desta semana    Qual humanóide da Federação  seria o líder  político mais justo?  Tipo, O
mais justo – ela balançou seu cabelo bidimensionalmente.
Provavelmente,  um  betazoide –  eu  disse, embora  toda a discussão  fosse  controversa,  pois humanos seriam
sempre xenófobos demais para confiar em alguma coisa diferente de um humano com poder executivo, e você
pode  esquecer  sobre  os  andróides  para  qualquer  cargo  eletivo,  obrigada  mídia.  Por  que  Laura  fazia  tais
perguntas estúpidas?
Olhei  séria  para  os  meus  sapatos,  sofrendo  silenciosamente.  Conectar-se  com  aquelas  meninas  de  cidade
pequena estava se tornando impossível.
- Ei, Ednerd! Quer um pouco de chocolate de alho? – perguntou Adam, acenando com uma barra de Hershey’s
na frente de Edwart.
- Ei, nojento, tire esse alho da minha frente! – disse Edwart.
- Relaxe,   só um Hershey’s. – Adam saiu pavoneando-se num passo não tão másculo quanto o imprevisível
bater de membros de Edwart. Mas eu não ia deixar isso passar batido. Talvez, se Edwart visse o quanto eu já
sabia, contaria-me seus segredos.
- Espere, -  eu disse,  segurando  a cabela de Edwart  e esperando até sua respiração  se acalmar depois que o
toquei – as únicas pessoas que não gostam de alho são...
- Talvez eu goste de alho, talvez não.  Tudo que eu sei +e  que nºao experimentei ainda e não vou   começar
hoje. A mesma coisa com abacates
Ele saiu correndo antes que eu pudesse prensá-lo contra a parede e interrogá-lo mais.

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