2. SALVAMENTO
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DIA SEGUINTE FOI MARAVILHOSO... E TERRÍVEL. Então, no
geral, acho que foi o.k.
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Maravilhoso porque estava chovendo. E terrível porque
Tom me atropelou com seu carro.
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— Sinto muito, não vi você! — ele disse, afastando o
carro para encontrar uma vaga de estacionamento antes
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que lotasse. Eu me levantei e sorri com compreensão.
As constantes tentativas de Tom para conseguir a minha
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atenção eram lisonjeiras e algumas vezes
surpreendentes.
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Adam sentou-se perto de mim na aula de Inglês outra
vez. Comecei a me preocupar que isso pudesse se tornar
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um padrão, que
ele esperasse ocupar
o lugar perto
de mim para
sempre, mesmo quando
eu estivesse
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simplesmente tomando café da manhã em casa, com meu
pai. O professor Schwartz fez uma pergunta e ele
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resmungou alguma coisa - acha que o sombreiro que eu
estava usando era tão sedutor quanto prático para o
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clima -,
mas tinha mente tinha se distraído. Estava pensando em Edwart.
Peguei a lista que fiz
das razões
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racionais pelas quais ele não conversava comigo:
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- amedrontado demais;
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- triste demais;
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- mudo demais;
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- não humano.
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Estava para come ar uma nova lista,
Lugares que gostaria de visitar , quando escutei algum dizendo meu
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nome.
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Olhei para cima. Era Adam.
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— Acabou a aula — ele disse e saiu. Eu não estava
acostumada a toda essa atenção dos rapazes.
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— Sim — eu disse, indo atrás dele. — Eu sabia o tempo
todo! — ele não respondeu. Suspirei. Devia saber que
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ninguém compreenderia meu senso de humor na aula de
Inglês.
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Saindo da classe, choquei-me contra uma carteira, que
se chocou contra outra, que se chocou contra uma mesa
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em que havia uma maquete de Globe Theatre
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3
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feita de palito de sorvete e marshmallow. A maquete
oscilou
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perigosamente. Conhecendo minha sorte, é um milagre
que ela não tivesse desabado sobre a carteira. Em vez
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disso, ela tombou sobre o chão, onde acidentalmente
escorreguei e de algum modo fiquei com marshmallow
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no cabelo.
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Na hora do almoço, sentei com Tom e as amigas de Lucy
outra vez. Olhando em volta para as outras mesas,
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percebi que essa devia ser a mesa mais popular.
Definitivamente, era a mais próxima da porta - ótima para se
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chegar em tempo à sala de aula. Além disso, todo mundo
na mesa tinha um saco de papel com seu almoço e
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com seu nome
neles. Senti-me mal
pelas pessoas nas
outras mesas, que
provavelmente eram legais,
mas
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simplesmente não conectadas socialmente o suficiente
para sentar -se perto da porta ou usar sacos de papel. O
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saco de Tom tinha a frase Minha Tortinha Doce escrita nele. Quando perguntei a ele por
que sua mãe só lhe
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fez uma tortinha
de açúcar, ele fingiu
não escutar. Tomei nota
de que eu devia trazer alguns
legumes par a
|
aquele garoto.
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Depois do almoço, era
aula de Biologia — com Edwart. Desejei que meu coração não batesse tão
depressa
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enquanto caminhava pelo corredor. Especialmente
desejava que minhas axilas não
estivessem suando tanto;
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deveria estar secretando feromônios como louca, o que
só aumentava os frenesis de Adam e Tom. Ensopada
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em minhas
secreções naturais, entrei na
classe e me preparei para seus ataques selvagens. Em vez disso, vi
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Edwart. Parecia
um menino num
anúncio de desodorante, que
eu definitivamente teria comprado se
ele o
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estivesse vendendo, mesmo que tivesse alumínio nele, o
que causa Aids. Deslizei para a carteira ao seu lado.
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Para meu espanto, ele tirou os olhos do computador com
um ligeiro aceno.
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— Oi — ele disse, com a voz suave de um menino de um
coro de anjos.
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Não podia crer que ele estivesse falando comigo.
Estava se sentado tão longe de mim quanto da última vez,
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provavelmente por causa do cheiro, mas parecia sentir
instintivamente que eu estava lá, como uma espécie de
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animal.
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— Oi — eu disse. — Como soube que meu nome era Belle?
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— O quê? Oh, eu não sabia. Oi, Belle.
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— Sim, Belle. Como você soube? Belle é um apelido.
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Ele olhou meio confuso.
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— Não se preocupe — eu disse olhando para o
quadro-negro. — Estou certa de que
existe uma explicação
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perfeitamente racional para isso tudo. — Depois disso
ele parou de falar. Rabisquei um desenho de como eu
|
ficaria se fosse mordida por um vampiro. Eu ficaria
muito feminina.
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O professor Franklin explicou que íamos dissecar um
sapo na aula hoje. Ele deu a cada grupo um espécime,
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tirando-os de um saco plástico gelado cheirando a
anestésico. Nosso sapo estava sobre uma bandeja de metal
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em nossa mesa, sem vida. Pensar em todos os mosquitos
inocentes que ele provavelmente havia comido me
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fez estremecer.
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— Então... devemos começar? — Edwart perguntou.
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— Sim, sim — eu disse rapidamente. Apanhei a faca e a
espetei em nosso sapo.
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— Espere! — Edwart falou. — Você primeiro precisa ler
os procedimentos!
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— É muito fácil — eu disse, dividindo o sapo ao
meio. Já tive essa aula antes.
Num laguinho, quando era
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pequena.
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O professor Franklin veio para nossa mesa.
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— Cuidado aí, Belle! Você precisa ser capaz de
examinar o interior!
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— Eu sei — respondi. — Eu estava na turma avançada em
minha escola anterior.
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O professor Franklin concordou com um aceno.
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— Estou vendo — ele avaliou. — Por que não deixa
Edwart lidar com o resto dessa dissecação?
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Encolhi os ombros. Para mim não importava; se o
professor Franklin achava que a aula era fácil demais para
|
mim, ele
estava certo. Inclinei-me
para trás em minha cadeira,
já entediada. Edwart cuidadosamente cortou
|
camadas da pele do sapo e tomou notas em seu diagrama.
Inclinei-me para frente, de repente hipnotizada pela
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sua a
caligrafia. Por um segundo,
pensei que talvez
estivesse olhando para a caligrafia
de um anjo.
Então,
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lembrei-me de que anjos não têm mãos. Ele deveria ser
outro ser — outro ser sobrenatural.
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— Então... há... você não vai anotar alguma coisa
sobre isso em seu relatório de aula? — Edwart perguntou.
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Ele estendeu sua folha de papel para eu copiar, como
se simplesmente pelo fato de ter feito toda a observação
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ele soubesse mais sobre órgãos de sapo do que eu.
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— Já terminei — disse a ele. Estendi-lhe minha folha
de papel. Tinha feito desenhos muito mais avançados
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descrevendo como seria se você removesse os órgãos de
um ser humano e os substituísse pelos de um sapo.
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Embaixo
dos diagramas listei algumas
organizações que aceitam doações de
órgãos no caso de o professor
|
Franklin fazer a caridade de doar todos aqueles órgãos
de sapo a pessoas que precisassem deles.
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Edwart olhou para o meu desenho e franziu as sobrancelhas,
de repente envergonhado do seu próprio relatório
|
em comparação ao meu.
|
— Vamos fazer
nossos relatórios individualmente —
ele disse, sabendo
que eu merecia
todo o crédito.
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Enquanto ele falava, seus olhos e acenderam num verde
brilhante.
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— Seus olhos eram verdes ontem? — perguntei
rapidamente.
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Ele olhou para mim com uma expressão vazia — a
expressão vazia de um deus. O tipo de deus num comercial
|
de loja de conserto de calotas.
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— Bem, sim. Quero dizer, tenho olhos verdes — ele
disse.
|
O sinal tocou e eu me remexi na cadeira. Tinha perdido
a noção do tempo, olhando dentro dos estranhos olhos
|
verdes de Edwart.
Ele apressado deixou
a classe. Expirei
e inspirei profundamente, tentando
capturar seu
|
cheiro, mas tudo que eu podia cheirar era sapo de
laboratório. Levantei-me derrubando vários outros alunos.
|
• • •
|
Chequei
meus e-mails depois
da escola, e
já havia quarenta e quatro de
minha mãe. Cliquei
sobre um ao
|
acaso.
|
B
|
ELLE
|
!
|
R
|
ESPONDA ESTE E-MAIL IMEDIATAMENTE OU VOU CHAMAR
|
A POLÍCIA
|
!
|
T
|
ARDE DEMAIS
|
! A
|
CABO DE CHAMAR A POLÍCIA
|
!
|
E
|
STÃO ME PERGUNTANDO SE É
|
UMA EMERGÊNCIA E ESTOU DIZENDO QUE SIM
|
!
|
E
|
STOU DIZENDO QUE VOCÊ ESTÁ IGNORANDO SUA MÃE
|
! E
|
STOU DIZENDO
|
QUE VOCÊ ESTÁ SENDO MANTIDA REFÉM NUMA DOCA
|
!
|
ISSO DEVE
|
FUNCIONAR. COM AMOR, MAMÃE.
|
Respondi
rapidamente, tentando soar
tão alegre quanto possível,
mas era difícil esconder
minha depressão
|
para ser minha amiga, significava que a maioria das
pessoas na escola não tinha graça. Ela sabia que, quando
|
eu dizia que papai e eu estamos nos dando bem e que
ele até me comprou um carro, significava que um garoto
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demoníaco da escola estava sendo malvado comigo.
Graças a Deus, criamos esse código secreto quando eu
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era pequena para confundir os assediadores cibernéticos.
Queria dizer a ela que Switchblade não era tão má.
|
Se pelo menos alguma coisa perigosa fosse acontecer...
Ou não necessariamente algo perigoso,
mas alguém
|
perigoso. Então, talvez minha mãe não tivesse que
ficar tão preocupada com meu bem-estar.
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Preparei rapidamente algumas costeletas de cordeiro
para o jantar.
|
— Belle, você realmente não precisava... — meu pai
começou a falar enquanto se sentava à mesa.
|
— Não, pai — eu disse. — Eu costumava cozinhar o tempo
iodo em Phoenix. Mesmo. Sem problemas.
|
— Gostaria que me
deixasse cozinhar de vez em
quando — ele disse.
— É que...
quero dizer, adoro sua
|
comida, mas eu disse a você quê sou vegetariano e...
|
— Não está bom, pai? — perguntei preocupada, temendo
que não tivesse cortado a carne suficientemente em
|
pedaços pequenos em formatos divertidos.
|
— Não, não, está ótimo, Belle. Sei que tem sido
difícil para você aqui. Está ótimo.
|
Sorri quando ele deu outra garfada. Pelo menos meu pai
estava confiando um pouco mais em mim na cozinha.
|
Na manhã
seguinte, a chuva tinha se transformado em
neve. Eu não estava muito animada.
Gostava de ser
|
capaz de ir e vir da escola entre poças-d’gua,
pulando de uma para outra e classificando-as na escala Belle-
|
Goose —
uma escala de 1 a 5 onde 1
representa terra seca e 5
um tsunami. Jim já
tinha saído quando me
|
levantei. Passei meia hora me preocupando que ele não
tivesse encontrado o pão que eu havia deixado para ele
|
no armário ou
o leite que
eu tinha deixado
na caixa. Então,
vesti minha capa
de neve acolchoada
e saí
|
apressada.
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Meu caminhão-baú estava cheio de neve por cima, mas
por sorte tenho braços — ótimos para pegar grandes
|
quantidades de neve e jogá-Ias em outro lugar. O único
problema era que eu não tinha outro lugar para colocar
|
a neve além do meu quintal da frente. Então, coloquei
as pilhas na traseira do meu caminhão-baú. Aí, percebi
|
que essa era uma grande oportunidade de fazer uma
raspadinha gigante. Corri de volta para dentro procurando
|
açúcar e corante
alimentício vermelho. Pulverizei
ambos sobre a neve. Quando dei a
partida no caminhão,
|
pensei em como chamaria o meu show de cozinha. A
primeira coisa que me veio à cabeça foi: Goose Cooks
|
Geese
|
. A segunda foi: perfeito!
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4
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Continuei pisando nos freios enquanto dirigia para
evitar derrapagens no gelo e criar uma sensação de balanço
|
em meu caminhão-baú, para
misturar todos os
ingredientes na traseira numa
deliciosa bebida gelada.
Nos
|
faróis vermelhos, eu simulava música de caminhão de
sorvete cantarolando baixinho.
|
Quando neva, as
regras de estacionamento não são
aplicadas, então parei na rua e
comecei a caminhar em
|
direção à entrada lateral da escola. Foi quando tudo
aconteceu.
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Não foi em
câmera lenta, como um velho caminhando, mas
também não foi
em câmera rápida, como um
|
velho correndo. Foi como acontece quando você toma um
gole de uma bebida energética que tem o desenho
|
de um crânio, embora sua mãe diga para não fazê-lo
e seu cérebro meio que acelera
enquanto você põe na
|
boca e então vai mais devagar quando você engole e
acelera e vai mais devagar até você vomitar. E então você
|
bebe outra de pirraça.
|
Aquilo veio em minha direção através do céu num arco
perfeito, tão rapidamente que eu sabia que não seria
|
capaz de sair do caminho. Nunca tinha imaginado como
morreria, mas tinha meio que esperando
que fosse
|
numa guerra. Nunca havia pensado que seria assim: com
uma bola de neve.
|
E então, de repente, Edwart estava na minha frente,
seus escuros, crespos e desgrenhados cachos bloqueando
|
minha visão, quando escutei um gigantesco plaft . Não podia acreditar. Não era Edwart
havia me salvado.
|
— Como você... como? —
perguntei, correndo os
olhos da minha
capa perfeitamente
imaculada para sua
|
jaqueta,
toda suja de
neve. Mas Edwart
não estava escutando.
Um sorriso largo,
quase do outro
mundo,
|
espalhava-se pelo seu rosto.
|
— Prepare-se para a morte, Nêmesis! — ele esbravejou,
juntando neve e arremessando-a em direção à escola.
|
Eu não podia acreditar. Agora Edwart estava me
defendendo?
|
— Edwart! Edwart! — gritei, renunciando a qualquer
tentativa de autocontrole. Corri em sua direção enquanto
|
ele rapidamente se abaixava para apanhar mais neve.
Imobilizando seus braços em suas costas, eu o impedi de
|
— Você salvou minha vida! — gritei. — Não é o
|
continuar a provocar o outro lançador de neve ainda
mais.
|
suficiente! Pare
com esse interminável ciclo de
vingança! — saltei sobre suas costas para deter a violência
|
— Uhh — disse ele, livrando seus braços e esfregando a
neve dos olhos. — Ei, me larga, garota! Você vai me
|
deixar com cheiro de menina!
|
Eu o deixei ir, assombrada. A neve estava derretendo
do seu casaco, quase como se não tivesse aderido nele.
|
— Como você está fazendo isso? — perguntei, ocultando
com sucesso meu absoluto medo de sua força sobre-
|
humana.
|
— Edwart tem namorada, Edwart tem namorada — alguém
gritou.
|
— Eu não!
Ela não é minha
namorada! Eu não a
conheço! — ele respondeu,
protegendo o romance
que
|
desabrochava entre nós, dos rumores mesquinhos, antes
de se voltar para mim. — O quê? — ele perguntou. —
|
Como estou fazendo o quê?
|
— A neve! Ela está derretendo em
você! – dei um passo para junto dele até nossas faces estarem quase se
|
tocando – Você... você não é humano, é? – sussurrei
intimamente.
|
Ele riu um pouco. Nervosamente.
|
— É por causa da aula de Biologia? — ele perguntou. —
Eu só sabia toda aquela coisa sobre sapos porque
|
tive um sapo uma vez. Não é como ir aos sites da
Internet para praticar dissecação ou algo assim. Como os
|
nerds fazem. Nem mesmo estudei para a aula. Ou para
ter boas notas. Odeio coisas de escola. Quer dizer, tipo,
|
por que todo mundo simplesmente não cabula a aula e
vai para a balada? Entende?
|
Eu estava de repente ruborizada. Seus sapatos,
cobertos de neve suja, eram belos demais para serem reais. Eu
|
me abaixei para
investigar, tocando-os com meu dedo.
Ele afastou o pé rapidamente e quase
caiu para trás.
|
Miraculosamente, recuperou o equilíbrio simplesmente
baixando o pé.
|
— Ei! Pare! — ele gritou. — Você... então você gosta
de jogos e coisas assim? Tipo videogame... jogos de
|
computador... jogos de tabuleiro... batatas chips...
|
Suas tentativas de desviar-se da minha pergunta só me
enfureceram mais. Eu me levantei.
|
— Sei o que vi. Algum dia, você confiará em mim o
suficiente par a me dizer a verdade.
|
— A verdade sobre o quê? Vou te dizer agora. Sobre os
sapos-boi? – ele riu. — Essa é fácil. A verdade é que
|
eles absorvem o ar pela pele.
|
Olhei à nossa
volta para protegê-lo
de ouvintes. Havia
definitivamente alguns ouvidos
animados a uns
9
|
metros dali.
|
— A verdade
sobre suas capacidades
— eu disse,
erguendo as sobrancelhas. Queria erguer
só uma, como
|
fazem naqueles filmes de detetives, mas tão logo ergui
uma a outra subiu também. Tudo que eu sabia era que
|
nenhum ser humano médio seria capaz de pular da
calçada para a guia tão rápido quanto ele.
|
— Escute — ele sussurrou ferozmente, como
uma brisa feroz ou furação muito
gentil. – Sou um estudante
|
mediano, como todo mundo. Faço coisas normais no final
de semana. Todo dia, depois da escola, volto para
|
minha casa, relaxo e descanso até a hora de dormir,
que é sempre quando eu bem entender porque meus pais
|
são muito negligentes
comigo para estabelecer
um limite. Compreendeu? – ele
apertou meus ombros
com
|
força. Sabia que, se eu não concordasse, ele
facilmente me esmagaria.
|
— Sim. Compreendo. Mas esta não é a última vez que
você vai ouvir falar de mim — murmurei.
|
Isso pareceu apaziguá-lo. Ele soltou meus ombros e
saiu correndo, sacudindo seus membros em sua maneira
|
graciosa.
|
Fumeguei de
raiva todo o caminho até a classe. Como ele soube que estávamos juntos em Biologia? Como
|
soube entrar na minha frente no momento exato em que a
bola de neve estava vindo? Por que as bolas de neve
|
derretiam nele como se fossem feitas de uma substância
aquosa? Acima de tudo, por que ele estava mentindo
|
para mim sobre sua verdadeira identidade sobre-humana?
Eu estava tão zangada que acidentalmente comecei
|
um
incêndio na aula
de Matemática, mandando um
garoto para a enfermaria. Acho que andei r iscando os
|
fósforos
que carrego comigo
tão intensamente que eles,
ooops, acenderam. Jesus! Edwart
estava realmente
|
dominando o meu cérebro. Eu não podia me concentrar em
nada, nem mesmo no problema em que eu estava
|
trabalhando,
utilizando a soma
de Riemann das
distâncias aproximadas em
cada integral. Cara,
eu estava
|
mesmo de mau humor.
|
Naquela noite, tive meu primeiro sonho com Edwart
Mullen. Tocava música de carnaval e eu estava sentada
|
numa tenda colorida, rodeada de animais. Estávamos
todos juntos, comendo pipoca e brincando. De repente, a
|
tenda
ficou escura e
Edwart entrou em
cena, sozinho. Estava
usando pernas de
pau e dizendo:
Oa! Oa!,
|
enquanto caminhava, vacilante.
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