domingo, 2 de dezembro de 2012

Capítulo 2 (Opúsculo-A Paródia)


2. SALVAMENTO
DIA SEGUINTE FOI MARAVILHOSO... E TERRÍVEL. Então, no geral, acho que foi o.k.
Maravilhoso porque estava chovendo. E terrível porque Tom me atropelou com seu carro.
— Sinto muito, não vi você! — ele disse, afastando o carro para encontrar uma vaga de estacionamento antes
que lotasse. Eu me levantei e sorri com compreensão. As constantes tentativas de Tom para conseguir a minha
atenção eram lisonjeiras e algumas vezes surpreendentes.
Adam sentou-se perto de mim na aula de Inglês outra vez. Comecei a me preocupar que isso pudesse se tornar
um  padrão,  que  ele  esperasse  ocupar  o  lugar  perto  de  mim  para  sempre,  mesmo  quando  eu  estivesse
simplesmente tomando café da manhã em casa, com meu pai. O professor Schwartz fez uma pergunta e ele
resmungou alguma coisa - acha que o sombreiro que eu estava usando era tão sedutor quanto prático para o
clima -,  mas  tinha mente tinha  se distraído.  Estava pensando em  Edwart.  Peguei a  lista  que fiz  das razões
racionais pelas quais ele não conversava comigo:
- amedrontado demais;
- triste demais;
- mudo demais;
- não humano.
Estava para come ar uma  nova lista,  Lugares que gostaria de visitar , quando escutei algum dizendo meu
nome.
Olhei para cima. Era Adam.
— Acabou a aula — ele disse e saiu. Eu não estava acostumada a toda essa atenção dos rapazes.
— Sim — eu disse, indo atrás dele. — Eu sabia o tempo todo! — ele não respondeu. Suspirei. Devia saber que
ninguém compreenderia meu senso de humor na aula de Inglês.
Saindo da classe, choquei-me contra uma carteira, que se chocou contra outra, que se chocou contra uma mesa
em que havia uma maquete de Globe Theatre
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feita de palito de sorvete e marshmallow. A maquete oscilou
perigosamente. Conhecendo minha sorte, é um milagre que ela não tivesse desabado sobre a carteira. Em vez
disso, ela tombou sobre o chão, onde acidentalmente escorreguei e de algum modo fiquei com marshmallow
no cabelo.
Na hora do almoço, sentei com Tom e as amigas de Lucy outra vez. Olhando em volta para as outras mesas,
percebi que essa devia ser a mesa mais popular. Definitivamente, era a mais próxima da porta - ótima para se
chegar em tempo à sala de aula. Além disso, todo mundo na mesa tinha um saco de papel com seu almoço e
com  seu  nome  neles.  Senti-me  mal  pelas  pessoas  nas  outras  mesas,  que  provavelmente  eram  legais,  mas
simplesmente não conectadas socialmente o suficiente para sentar -se perto da porta ou usar sacos de papel. O
saco de Tom tinha a frase  Minha Tortinha Doce  escrita nele. Quando perguntei a ele por que sua mãe só lhe
fez uma tortinha  de  açúcar, ele  fingiu  não escutar.  Tomei  nota  de que eu devia trazer alguns  legumes par a
aquele garoto.
Depois do almoço, era  aula de Biologia — com Edwart. Desejei que meu coração não batesse tão depressa
enquanto caminhava pelo corredor. Especialmente desejava que minhas axilas não  estivessem suando tanto;
deveria estar secretando feromônios como louca, o que só aumentava os frenesis de Adam e Tom. Ensopada
em minhas  secreções naturais, entrei  na classe e me preparei para seus ataques selvagens. Em vez disso, vi
Edwart. Parecia  um  menino  num  anúncio  de  desodorante,  que  eu  definitivamente  teria comprado  se  ele  o
estivesse vendendo, mesmo que tivesse alumínio nele, o que causa Aids. Deslizei para a carteira ao seu lado.
Para meu espanto, ele tirou os olhos do computador com um ligeiro aceno.
— Oi — ele disse, com a voz suave de um menino de um coro de anjos.
Não podia crer que ele estivesse falando comigo. Estava se sentado tão longe de mim quanto da última vez,
provavelmente por causa do cheiro, mas parecia sentir instintivamente que eu estava lá, como uma espécie de
animal.
— Oi — eu disse. — Como soube que meu nome era Belle?
— O quê? Oh, eu não sabia. Oi, Belle.
— Sim, Belle. Como você soube? Belle é um apelido.
Ele olhou meio confuso.
— Sinto muito. Eu...

— Não se preocupe — eu disse olhando para o quadro-negro. — Estou certa de  que existe uma explicação
perfeitamente racional para isso tudo. — Depois disso ele parou de falar. Rabisquei um desenho de como eu
ficaria se fosse mordida por um vampiro. Eu ficaria muito feminina.
O professor Franklin explicou que íamos dissecar um sapo na aula hoje. Ele deu a cada grupo um espécime,
tirando-os de um saco plástico gelado cheirando a anestésico. Nosso sapo estava sobre uma bandeja de metal
em nossa mesa, sem vida. Pensar em todos os mosquitos inocentes que ele provavelmente havia comido me
fez estremecer.
— Então... devemos começar? — Edwart perguntou.
— Sim, sim — eu disse rapidamente. Apanhei a faca e a espetei em nosso sapo.
— Espere! — Edwart falou. — Você primeiro precisa ler os procedimentos!
— É muito fácil — eu disse, dividindo  o sapo ao  meio. Já tive  essa aula antes. Num laguinho,  quando era
pequena.
O professor Franklin veio para nossa mesa.
— Cuidado aí, Belle! Você precisa ser capaz de examinar o interior!
— Eu sei — respondi. — Eu estava na turma avançada em minha escola anterior.
O professor Franklin concordou com um aceno.
— Estou vendo — ele avaliou. — Por que não deixa Edwart lidar com o resto dessa dissecação?
Encolhi os ombros. Para mim não importava; se o professor Franklin achava que a aula era fácil demais para
mim, ele  estava  certo. Inclinei-me para  trás em minha  cadeira,  já entediada.  Edwart  cuidadosamente cortou
camadas da pele do sapo e tomou notas em seu diagrama. Inclinei-me para frente, de repente hipnotizada pela
sua  a caligrafia. Por um segundo,  pensei  que  talvez  estivesse olhando para a caligrafia  de  um  anjo.  Então,
lembrei-me de que anjos não têm mãos. Ele deveria ser outro ser — outro ser sobrenatural.
— Então... há... você não vai anotar alguma coisa sobre isso em seu relatório de aula? — Edwart perguntou.
Ele estendeu sua folha de papel para eu copiar, como se simplesmente pelo fato de ter feito toda a observação
ele soubesse mais sobre órgãos de sapo do que eu.
— Já terminei — disse a ele. Estendi-lhe minha folha de papel. Tinha feito desenhos muito mais avançados
descrevendo como seria se você removesse os órgãos de um ser humano e os substituísse pelos de um sapo.
Embaixo  dos  diagramas listei algumas organizações que  aceitam doações de órgãos no  caso de o professor
Franklin fazer a caridade de doar todos aqueles órgãos de sapo a pessoas que precisassem deles.
Edwart olhou para o meu desenho e franziu as sobrancelhas, de repente envergonhado do seu próprio relatório
em comparação ao meu.
—  Vamos  fazer  nossos  relatórios  individualmente  —  ele  disse,  sabendo  que  eu  merecia  todo  o  crédito.
Enquanto ele falava, seus olhos e acenderam num verde brilhante.
— Seus olhos eram verdes ontem? — perguntei rapidamente.
Ele olhou para mim com uma expressão vazia — a expressão vazia de um deus. O tipo de deus num comercial
de loja de conserto de calotas.
— Bem, sim. Quero dizer, tenho olhos verdes — ele disse.
O sinal tocou e eu me remexi na cadeira. Tinha perdido a noção do tempo, olhando dentro dos estranhos olhos
verdes  de  Edwart.  Ele  apressado  deixou  a  classe.  Expirei  e  inspirei  profundamente,  tentando  capturar  seu
cheiro, mas tudo que eu podia cheirar era sapo de laboratório. Levantei-me derrubando vários outros alunos.
• • •
Chequei  meus  e-mails  depois  da  escola,  e  já  havia quarenta e quatro  de  minha  mãe.  Cliquei  sobre um  ao
acaso.
B
ELLE
!
R
ESPONDA ESTE E-MAIL IMEDIATAMENTE OU VOU CHAMAR
A POLÍCIA
!
T
ARDE DEMAIS
! A
CABO DE CHAMAR A POLÍCIA
!
E
STÃO ME PERGUNTANDO SE É
UMA EMERGÊNCIA E ESTOU DIZENDO QUE SIM
!
E
STOU DIZENDO QUE VOCÊ ESTÁ IGNORANDO SUA MÃE
! E
STOU DIZENDO
QUE VOCÊ ESTÁ SENDO MANTIDA REFÉM NUMA DOCA
!
ISSO DEVE
FUNCIONAR. COM AMOR, MAMÃE.
Respondi  rapidamente,  tentando  soar  tão alegre  quanto  possível,  mas  era difícil  esconder  minha  depressão
dela. Ela me conhecia muito  bem.  Ela sabia que, quando eu  escrevia que tinha conhecido  uma  garota legal

para ser minha amiga, significava que a maioria das pessoas na escola não tinha graça. Ela sabia que, quando
eu dizia que papai e eu estamos nos dando bem e que ele até me comprou um carro, significava que um garoto
demoníaco da escola estava sendo malvado comigo. Graças a Deus, criamos esse código secreto quando eu
era pequena para confundir os assediadores cibernéticos. Queria dizer a ela que Switchblade não era tão má.
Se pelo menos alguma coisa perigosa fosse acontecer... Ou não necessariamente algo perigoso,  mas alguém
perigoso. Então, talvez minha mãe não tivesse que ficar tão preocupada com meu bem-estar.
Preparei rapidamente algumas costeletas de cordeiro para o jantar.
— Belle, você realmente não precisava... — meu pai começou a falar enquanto se sentava à mesa.
— Não, pai — eu disse. — Eu costumava cozinhar o tempo iodo em Phoenix. Mesmo. Sem problemas.
—  Gostaria  que me  deixasse cozinhar de vez  em quando —  ele  disse.  —  É  que...  quero dizer,  adoro  sua
comida, mas eu disse a você quê sou vegetariano e...
— Não está bom, pai? — perguntei preocupada, temendo que não tivesse cortado a carne suficientemente em
pedaços pequenos em formatos divertidos.
— Não, não, está ótimo, Belle. Sei que tem sido difícil para você aqui. Está ótimo.
Sorri quando ele deu outra garfada. Pelo menos meu pai estava confiando um pouco mais em mim na cozinha.
Na manhã  seguinte, a  chuva  tinha se transformado  em  neve.  Eu não estava muito  animada.  Gostava de ser
capaz de ir e vir da escola entre poças-d’gua, pulando de uma para outra e classificando-as na escala Belle-
Goose —  uma  escala de 1 a 5  onde 1  representa terra  seca  e 5  um  tsunami. Jim  já  tinha saído  quando  me
levantei. Passei meia hora me preocupando que ele não tivesse encontrado o pão que eu havia deixado para ele
no  armário  ou  o  leite  que  eu  tinha  deixado  na  caixa.  Então,  vesti  minha  capa  de  neve  acolchoada  e  saí
apressada.
Meu caminhão-baú estava cheio de neve por cima, mas por sorte tenho braços — ótimos para pegar grandes
quantidades de neve e jogá-Ias em outro lugar. O único problema era que eu não tinha outro lugar para colocar
a neve além do meu quintal da frente. Então, coloquei as pilhas na traseira do meu caminhão-baú. Aí, percebi
que essa era uma grande oportunidade de fazer uma raspadinha gigante. Corri de volta para dentro procurando
açúcar  e  corante  alimentício  vermelho.  Pulverizei  ambos  sobre a neve. Quando  dei a  partida  no caminhão,
pensei em como chamaria o meu show de cozinha. A primeira coisa que me veio à cabeça foi: Goose Cooks
Geese
. A segunda foi: perfeito!
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Continuei pisando nos freios enquanto dirigia para evitar derrapagens no gelo e criar uma sensação de balanço
em  meu  caminhão-baú,  para  misturar  todos  os  ingredientes  na traseira  numa  deliciosa  bebida  gelada.  Nos
faróis vermelhos, eu simulava música de caminhão de sorvete cantarolando baixinho.
Quando neva, as  regras  de estacionamento  não são  aplicadas,  então parei  na rua e  comecei a caminhar em
direção à entrada lateral da escola. Foi quando tudo aconteceu.
Não  foi  em  câmera lenta, como  um  velho caminhando,  mas  também  não  foi  em câmera  rápida, como  um
velho correndo. Foi como acontece quando você toma um gole de uma bebida energética que tem o desenho
de um crânio, embora sua mãe diga para não fazê-lo e  seu cérebro meio que acelera enquanto você põe na
boca e então vai mais devagar quando você engole e acelera e vai mais devagar até você vomitar. E então você
bebe outra de pirraça.
Aquilo veio em minha direção através do céu num arco perfeito, tão rapidamente que eu sabia que não seria
capaz de sair do caminho. Nunca tinha imaginado como morreria, mas tinha meio que esperando  que fosse
numa guerra. Nunca havia pensado que seria assim: com uma bola de neve.
E então, de repente, Edwart estava na minha frente, seus escuros, crespos e desgrenhados cachos bloqueando
minha visão, quando escutei um gigantesco  plaft . Não podia acreditar. Não era Edwart havia me salvado.
—  Como  você... como?  —  perguntei,  correndo  os  olhos  da  minha  capa  perfeitamente imaculada  para  sua
jaqueta,  toda  suja  de  neve.  Mas  Edwart  não  estava  escutando.  Um  sorriso  largo,  quase  do  outro  mundo,
espalhava-se pelo seu rosto.
— Prepare-se para a morte, Nêmesis! — ele esbravejou, juntando neve e arremessando-a em direção à escola.
Eu não podia acreditar. Agora Edwart estava me defendendo?
— Edwart! Edwart! — gritei, renunciando a qualquer tentativa de autocontrole. Corri em sua direção enquanto
ele rapidamente se abaixava para apanhar mais neve. Imobilizando seus braços em suas costas, eu o impedi de
— Você salvou minha vida! — gritei. — Não é o
continuar a provocar o outro lançador de neve ainda mais.
suficiente! Pare  com  esse interminável ciclo de vingança!  — saltei sobre suas  costas para deter  a violência
demoníaca da qual ele era capaz, e duas bolas neve o atingiram no rosto.

— Uhh — disse ele, livrando seus braços e esfregando a neve dos olhos. — Ei, me larga, garota! Você vai me
deixar com cheiro de menina!
Eu o deixei ir, assombrada. A neve estava derretendo do seu casaco, quase como se não tivesse aderido nele.
— Como você está fazendo isso? — perguntei, ocultando com sucesso meu absoluto medo de sua força sobre-
humana.
— Edwart tem namorada, Edwart tem namorada — alguém gritou.
—  Eu  não!  Ela  não é  minha  namorada!  Eu  não a  conheço! —  ele  respondeu,  protegendo  o  romance  que
desabrochava entre nós, dos rumores mesquinhos, antes de se voltar para mim. — O quê? — ele perguntou. —
Como estou fazendo o quê?
— A neve! Ela está derretendo  em  você! – dei um passo para junto dele até  nossas faces estarem  quase se
tocando – Você... você não é humano, é? – sussurrei intimamente.
Ele riu um pouco. Nervosamente.
— É por causa da aula de Biologia? — ele perguntou. — Eu só sabia toda aquela coisa sobre sapos porque
tive um sapo uma vez. Não é como ir aos sites da Internet para praticar dissecação ou algo assim. Como os
nerds fazem. Nem mesmo estudei para a aula. Ou para ter boas notas. Odeio coisas de escola. Quer dizer, tipo,
por que todo mundo simplesmente não cabula a aula e vai para a balada? Entende?
Eu estava de repente ruborizada. Seus sapatos, cobertos de neve suja, eram belos demais para serem reais. Eu
me abaixei  para investigar, tocando-os com  meu dedo. Ele afastou o pé  rapidamente e quase caiu para trás.
Miraculosamente, recuperou o equilíbrio simplesmente baixando o pé.
— Ei! Pare! — ele gritou. — Você... então você gosta de jogos e coisas assim? Tipo videogame... jogos de
computador... jogos de tabuleiro... batatas chips...
Suas tentativas de desviar-se da minha pergunta só me enfureceram mais. Eu me levantei.
— Sei o que vi. Algum dia, você confiará em mim o suficiente par a me dizer a verdade.
— A verdade sobre o quê? Vou te dizer agora. Sobre os sapos-boi? – ele riu. — Essa é fácil. A verdade é que
eles absorvem o ar pela pele.
Olhei  à  nossa  volta  para  protegê-lo  de  ouvintes.  Havia  definitivamente  alguns  ouvidos  animados  a  uns  9
metros dali.
—  A  verdade  sobre  suas  capacidades  —  eu  disse,  erguendo  as  sobrancelhas. Queria  erguer  só uma,  como
fazem naqueles filmes de detetives, mas tão logo ergui uma a outra subiu também. Tudo que eu sabia era que
nenhum ser humano médio seria capaz de pular da calçada para a guia tão rápido quanto ele.
— Escute — ele sussurrou ferozmente,  como  uma brisa feroz ou furação muito  gentil. –  Sou  um estudante
mediano, como todo mundo. Faço coisas normais no final de semana. Todo dia, depois da escola, volto para
minha casa, relaxo e descanso até a hora de dormir, que é sempre quando eu bem entender porque meus pais
são  muito  negligentes  comigo  para  estabelecer  um  limite.  Compreendeu? –  ele  apertou  meus  ombros  com
força. Sabia que, se eu não concordasse, ele facilmente me esmagaria.
— Sim. Compreendo. Mas esta não é a última vez que você vai ouvir falar de mim — murmurei.
Isso pareceu apaziguá-lo. Ele soltou meus ombros e saiu correndo, sacudindo seus membros em sua maneira
graciosa.
Fumeguei de  raiva todo o caminho até a classe. Como ele soube que  estávamos juntos em Biologia? Como
soube entrar na minha frente no momento exato em que a bola de neve estava vindo? Por que as bolas de neve
derretiam nele como se fossem feitas de uma substância aquosa? Acima de tudo, por que ele estava mentindo
para mim sobre sua verdadeira identidade sobre-humana? Eu estava tão zangada que acidentalmente comecei
um  incêndio  na  aula  de  Matemática, mandando  um  garoto para  a  enfermaria. Acho que  andei r iscando  os
fósforos  que  carrego  comigo  tão  intensamente  que eles,  ooops,  acenderam. Jesus! Edwart estava  realmente
dominando o meu cérebro. Eu não podia me concentrar em nada, nem mesmo no problema em que eu estava
trabalhando,  utilizando  a  soma  de  Riemann  das  distâncias  aproximadas  em  cada  integral.  Cara,  eu  estava
mesmo de mau humor.
Naquela noite, tive meu primeiro sonho com Edwart Mullen. Tocava música de carnaval e eu estava sentada
numa tenda colorida, rodeada de animais. Estávamos todos juntos, comendo pipoca e brincando. De repente, a
tenda  ficou  escura  e  Edwart  entrou  em  cena,  sozinho.  Estava  usando  pernas  de  pau  e  dizendo:  Oa!  Oa!,
enquanto caminhava, vacilante.
Acordei suando frio, aterrorizada.

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