VINTE UM
Eu nunca tinha estado completamente nua perto de um cara
antes. Me assustou pra caramba
– embora também me excitasse. Deitada nas cobertas, nós
grudamos um no outro e
continuamos nos beijando – e beijando e beijando e beijando.
Suas mãos e lábios se
apossaram do meu corpo, e cada toque era como fogo na minha
pele.
Depois de sentir saudades dele por tanto tempo, eu mal podia
acreditar que isso estava
acontecendo. E enquanto as coisas mentais eram maravilhosas,
eu também gostava de estar
só perto dele. Eu gostava do jeito que ele me olhava, como
se eu fosse a coisa mais sexy, a
coisa mais incrível no mundo. Eu gostava do jeito que ele
dizia meu nome em Russo,
murmurando com uma oração: Roza, Roza...
E em algum lugar, em meio a tudo isso, estava aquela voz
urgente que tinha me levado até o
quarto dele, uma voz que não soava como a minha mas que eu
não conseguia ignorar. Fique
com ele, fique com ele. Não pense em mais nada a não ser
ele.Continue tocando ele. Esqueça
sobre todo o resto.
Eu ouvi-não que eu realmente precisasse de um convencimento
extra.
O fogo nos olhos dele me disseram que ele queria fazer muito
mais do que já estávamos
fazendo, mas ele levou as coisas devagar, talvez porque ele
sabia que eu estava nervosa. Suas
calças de pijama ainda estavam nele. Num certo ponto, eu me
desloquei para que eu ficasse
por cima dela, meu cabelo pendurado em volta dele. Ele
inclinou sua cabeça ligeiramente, e eu
mal pude ver a sua nuca.Eu passei meus dedos por cima das
seis pequenas tatuagens ali.
“Você realmente matou seis Strigoi?” Ele acenou. “Wow.”
Ele trouxe o meu próprio pescoço para a boca dele e me
beijou. Seus dentes gentilmente
arranhavam minha pele, diferente de um vampiro mas tão
emocionante quanto. “Não se
preocupe.Você vai ter muito mais tatuagens que eu um dia.”
“Você se sente culpado?”
“Hmm?”
“Por mata-los. Você disse na van que era a coisa certa a se
fazer, mas ainda sim incomoda
você. É por isso que você vai a igreja,não é? Eu vi você lá,
mas você não estava trabalhando.”
Ele sorriu, surpreso e distraido pelo fato de que tinha
adivinhado mais um segredo dele.
“Como você sabe essas coisas?Eu não sinto culpa
exatamente... só triste algumas vezes. Todos
eles eram humanos ou dhampir ou Moroi. É um desperdício, só
isso, mas como eu disse antes,
é algo que eu tenho que fazer. Algo que nós todos temos que
fazer. Algumas vezes me
incomoda, e a igreja é um bom lugar para pensar sobre esse
tipo de coisa. As vezes eu
encontro paz lá, mas não freqüentemente. Eu encontro mais
paz com você.”
Ele me rolou de cima dele e ficou por cima de novo. Os
beijos aumentaram mais uma vez, mas
forte dessa vez. Mais urgente. Oh Deus, eu pensei. Eu
finalmente vou fazer. É isso. Eu posso
sentir.
Ele deve ter visto a decisão nos meus olhos. Sorrindo, ele
deslizou sua mão na minha nuca e
desatou o colar do Victor.
Ele o colocou na cabeceira. Assim que as correntes deixaram
seus dedos, eu senti como se
tivesse levado um tapa na cara. Eu sorri surpresa.
Dimitri deve ter se sentido do meus jeito. “O que
aconteceu?” ele perguntou.
“Eu-eu não sei.” Eu senti como se eu estivesse tentando
acordar, como se eu estivesse
dormindo a dois dias. Eu precisava lembrar de algo.
Lissa.Algo com a Lissa.
Minha cabeça parecia estranha. Nada de dor ou tontura,
mas... a voz, eu percebi. A voz que
me levava até Dimitri tinha desaparecido. Isso não quer
dizer que eu não o queria mais porque
ei, vendo ele ali com aquelas calças de pijama sexy, com
aquele cabelo marrom pálido do lado
do seu bonito rosto era muito bom. Mas eu não tinha mais
aquela influencia externa que me
puxava para ele. Estranho.
Ele parou, não estava mais excitado. Depois de alguns
segundos pensando, ele se esticou e
pegou o colar. No instante que o seus dedos o tocaram, eu vi
desejo varrer ele de novo. Ele
deslizou sua outra mão nos meus quadris, e de repente,
aquela luxuria queimante voltou para
mim. Meu estomago deu voltas enquanto a minha pele começou a
pinicar e a ficar quente de
novo. Minha respiração ficou pesada. Seus lábios se moveram
na direção do meu de novo.
Alguma parte pequena de mim lutou contra.
“Lissa,” eu sussurrei, apertando meus olhos para que se
fechassem. “Eu tenho que te contar
algo sobre a Lissa. Mas eu não consigo... lembrar... eu me sinto
tão estranha...”
“Eu sei.” Ainda me segurando, ele pos sua bochecha na minha
testa. “Tem algo... algo aqui...”
Ele puxou sua face pra longe, e eu abri meus olhos. “O
colar. Esse é aquele que o Principe
Victor te deu?”
Eu acenei e pude ver o processo de pensamento através dos
olhos dele enquanto ele tentava
se libertar. Respirando fundo, ele tirou sua mão do meu
quadril e foi pra longe.
“O que você está fazendo?” eu exclamei. “Volte aqui...”
Parecia que ele queria- demais- mas ao invés disso ele saiu
da cama. Ele e o colar foram pra
longe de mim. Eu senti como se ele tivesse arrancado parte
de mim, mas ao mesmo tempo, eu
tinha aquela sensação de acordar, como se eu pudesse pensar
claramente de novo sem que
meu corpo tomasse todas as decisões.
Por outro lado, Dimitri ainda tinha um olhar apaixonadamente
animal em seu rosto, e parecia
ser uma grande dificuldade pra ele atravessar o quarto. Ele
alcançou a janela e conseguiu a
abrir com uma mão. O ar frio entrou, e eu esfreguei minhas
mãos sobre meus braços para
esquentá-los.
“O que você está fazendo com-?” A resposta me atingiu, e eu
saltei da cama, assim que o colar
voou pela janela. “Não! Você sabe o quanto isso deve-?”
O colar desapareceu, e eu não sentia mais como se eu
estivesse acordando. Eu estava
acordada. De forma dolorosa e assustadora.
Eu olhei ao meu redor. O quarto de Dimitri. Eu nua. A cama
bagunçada.
Mas tudo isso não era nada comparada ao que me atingiu em
seguida.
“Lissa!” Eu engasguei. Tudo voltou, as memórias, as emoções.
E, na verdade, as emoções dela
de repente entraram em mim – em níveis vacilantes.Mais
terror. Terror intenso. Aqueles
sentimentos querendo me sugar de volta para o corpo dela,
mas eu não podia deixar. Ainda
não. Eu lutei contra ela, precisando ficar aqui. Com as
palavras saindo rapidamente, eu contei
a Dimitri tudo que tinha acontecido.
Ele estava em movimento antes deu terminar, colocando roupas
e parecendo um agressivo.
Me ordenando para que me vestisse, ele me jogou um abrigo
com os dizeres “Cirílico” para
mim usar por cima do vestido.
Eu tive dificuldades em seguir ele para o andar de baixo;
ele não fez esforço pra diminuir a
velocidade para mim acompanhá-lo dessa vez. Ligações foram
feitas quando chegamos lá.
Ordens gritadas. Sem demora, eu acabei no escritório dos
guardiões com ele. Kirova e outros
professores estavam lá. A maior parte dos guardiões da
escola. Todos pareciam falar ao
mesmo tempo. Enquanto isso, eu sentia o medo de Lissa,
sentia ela indo cada vez mais pra
longe.
Eu gritei com eles pra que eles andassem logo e fizessem
alguma coisa, mas ninguém exceto
Dimitriteria acreditado na minha história sobre como a
levaram até que alguém pegasse
Christian na igreja e então verificasse que Lissa realmente
não estava no campus.
Christian entrou assustado, suportado por dois guardiões.
Dra. Olendzki apareceu logo depois,
examinando ele e limpando o sangue da sua cabeça.
Finalmente, eu pensei, algo iria acontecer.
“Quantos Strigoi eram?” Um dos guardiões me perguntou.
“Como diabos eles entraram?” murmurou mais alguém.
Eu encarei. “O q-?Não eram Strigoi.”
Vários pares de olhos me encararam. “Quem mais a teria
levado?” perguntou a Sra. Kirova
primeiro. “Você deve ter visto errado pela...visão.”
“Não. Eu tenho certeza. Era... eles era.. guardiões.”
“Ela está certa,” murmurou Christian, ainda sendo atendido
pela doutora. Ele recuou algo
quando ela fez algo na sua cabeça. “Guardiões.”
“Isso é impossível,” alguém disse.
“Eles não eram guardiões da escola.” Eu esfreguei minha
testa, lutando pra não deixar a
conversa e voltar para Lissa. Minha irritação cresceu. “Dá
pra vocês se mexerem? Ela está se
afastando!”
“Você está dizendo que um grupo de guardiões particulares
vieram seqüestrá-la?” O tom de
voz de Kirova implicando que eu estava fazendo alguma piada.
“Sim,” eu respondi através de dentes cerrados. “Eles...”
Devagar, com cuidado, eu diminui minha corrente mental e fui
até o corpo de Lissa. Eu estava
sentada em um carro, um carro caro com janelas com proteção
para manter a maior parte do
sol longe, podia ser ‘noite,’ aqui, mas era dia no resto do
mundo. Um dos guardiões que
estavam no igreja dirigia, outro estava sentado ao lado dele
na frente – um eu reconheci.
Spiridon. Atrás, Lissa estava sentada com as mãos amarradas,
outro guardião ao lado dela, e
no outro lado –
“Eles trabalham para Victor Dashkov,” eu arfei, me focando
de volta em Kirova e nos outros.
“Eles são dele.”
“O príncipe Victor Dashkov?” perguntou um dos guardiões com
um pigarreio. Como se tivesse
algum outro Victor Dashkov.
“Por favor,” eu gemi, as mão segurando com força minha
cabeça. “Façam algo. Eles estão se
afastando. Eles estão...”
Uma imagem breve, fora da janela do carro, resplandeceu na
minha visão. “Oitenta e três.
Indo para o sul.”
“Oitenta e três já? A quanto tempo eles partiram? Porque
você não veio antes?”
Meus olhos se viraram ansiosos para Dimitri.
“Um feitiço compulsório,” ele disse devagar. “Um feitiço
compulsório colocado no colar que
ele deu a ela. Fez ela me atacar.”
“Ninguém pode usar esse tipo de compulsão,” exclamou Kirova.
“Ninguém faz isso a séculos.”
“Bom, alguém fez. Até a hora que eu a contive e peguei o
colar, muito tempo tinha passado,”
Dimitri continuou, rosto perfeitamente controlado. Ninguem
questionou a história.
Finalmente, finalmente, o grupo entrou em ação. Ninguem
queria me trazer, mas Dimitri
insistiu quando ele se deu conta que eu podia dizer onde ela
estava. Os guardiões foram até 3
SUVs pretas sinistras. Eu estava na primeira, sentada no
banco do passageiro enquanto Dimitri
dirigia. Minutos se passara. A única fez que nós falamos era
quando eu ia dar um relatório.
“Eles ainda estão na Oitenta e três... mas a volta está
vindo. Eles não estão correndo. Eles não
querem ser parados.”
Ele acenou, sem olhar pra mim. Ele definitivamente estava
correndo.
Olhando ele de lado, eu voltei aos acontecimentos de hoje a
noite.Com os olhos da minha
mente, eu podia ver tudo de novo, o jeito que ele me olhava
e me beijava.
Mas o que tinha sido isso? Uma ilusão? Um truque? No caminho
para o carro ele me disse que
realmente tinha um feitiço de compulsão no colar, um de
luxuria. Eu nunca tinha ouvido falar
nisso, mas quando eu pedi para mais informações, ele só
disse que era o tipo de magia que os
usuários da terra uma vez tinham praticado mas que não
faziam mais isso.
“Eles estão fazendo a curva,” Eu disse de repente. “Eu não
consigo ver o nome da rua, mas eu
vou saber quando estivermos perto.”
Dimitri resmungou em entendimento, e eu afundei mais no meu
banco. O que tudo tinha
significado? Não tinha significado nada pra ele? Tinha
definitivamente significado muito pra
mim.
“Ali,” eu disse vinte minutos depois, indicando a curva que
o carro de Victor tinha feito. O chão
não era pavimentado, e a SUV nos deu uma vantagem sobre o
carro luxuoso dele.
Ele dirigiu em silencio, o único som vinha dos pneus
amassando o chão. Poeira cobriu as
janelas, fazendo um redemoinho ao nosso redor.
“Eles fizeram outra curva.”
Eles foram cada vez mais longe das vias principais, e nós os
seguimos o tempo todo, levados
pelas minhas instruções. Finalmente, eu senti o carro do
Victor parar.
“Eles estão fora de uma pequena cabana.” Eu disse. “Eles
estão levando ela-“
“Porque você está fazendo isso? O que está acontecendo?”
Lissa. Chorando e assustada. Seus sentimentos me puxaram
para ela.
“Anda, criança,” disse Victor, se movendo até a cabana,
oscilante na sua bengala. Um dos
guardiões mantinha a porta aberta. Outro levava Lissa
consigo e a sentou em uma cadeira
perto de uma pequena mesa de canto. Esta frio ali,
especialmente por causa do vestido. Victor
sentou na frente dela. Quando ela começou a levantar, um
guardião deu a ela um sinal de
aviso.”Você pensa que eu machuquei você seriamente?”
“O que você fez com o Christian?” ela chorou, ignorando a
pergunta. “Ele está morto?”
“O garoto Ozera? Eu não queria que aquilo acontecesse. Nós
não esperávamos que ele
estivesse ali. Nós esperávamos pegar você sozinha, para
convencer outros que você fugiu de
novo. Nós fizemos com que rumores circulassem em relação a
isso.”
Nós? Eu lembrei como as histórias tinha ressurgido essa
semana... vinda da Natalie.
“Agora?” Ele suspirou, espalhando suas mãos em um gesto
inofensivo. “Eu não sei. Eu duvido
que alguém ligue conosco, mesmo que eles não acreditem que
você fugiu. Rose iria ser o
maior problema. Nós iríamos... nos livrar dela, fazendo os
outros pensar que ela tinha fugido
também. O espetáculo que ela criou no seu próprio baile fez
isso impossível, mas eu tinha
outro plano pra ter certeza que ela ficaria ocupada por
algum tempo... provavelmente até
amanhã. Nós vamos ter que lidar com ela depois.”
Ele não tinha contando com Dimitri descobrindo sobre o
feitiço. Ele achou que eu ficaria
ocupada a noite toda me dando bem.
“Porque?” perguntou Lissa. “Porque você está fazendo tudo
isso?”
Seus olhos verdes se ampliaram, me lembrando os olhos dela
ou do pai dela.
Eles podem ser parentes distantes, aqueles olhos verdes como
jades corriam pelas veias tanto
dos Dragomirs e dos Dashkovs. “Estou surpreso que você tenha
que perguntar, querida.Eu
preciso de você. Eu preciso que você me cure.”
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