DEZENOVE
É difícil dizer o que finalmente me fez agir. Eu guardei o
muitos segredos por muito tempo,
fazendo o que eu acreditava que era o melhor para proteger
Lissa. Mas proteger o fato de que
ela se cortava não fazia nada para ajuda-la. Eu não tinha
sido capaz de fazer ela parar – e na
verdade, eu agora me pergunto se foi minha culpa por ela ter
começado. Nada disso tinha
acontecido até ela me curar do acidente. E se ela tivesse me
deixado machucada? Talvez eu
tivesse me recuperado. Talvez ela estivesse bem hoje.
Eu fiquei na clinica enquanto Dimitri foi buscar Alberta.
Ele tinha hesitado por um segundo,
quando eu disse a ele onde Lissa estava. Eu disse que estava
em perigo, e ele saiu
imediatamente. Tudo depois disso se mexeu meio que um
pesadelo em câmera lenta. Os
minutos se arrastaram enquanto eu esperava. Quando ele
finalmente voltou com Lissa
inconsciente, uma confusão se formou na clinica, e todos
queriam que eu ficasse longe. Ela
tinha perdido muito sangue, e enquanto eles tinha um
alimentador em mãos despertar ela o
bastante para que ela bebesse o sangue foi difícil. Só foi
até a metade da noite na Academia
que ela estava estável o suficiente pra mim visitá-la.
“É verdade?” ela perguntou quando eu entrei no quarto. Ela
estava deitada na cama, com os
pulsos bem enfaixados. Eu sabia que eles tinham colocado
muito sangue de volta nela, mas ela
ainda parecia pálida pra mim. “Eles disseram que foi você.
Você contou pra eles.”
“Eu precisei,” eu disse, com medo de me aproximar. “Liss...
você se cortou pior do que jamais
tinha se cortado. E depois de me curar... e tudo o que
aconteceu com Christian... você não
conseguiu dar conta. Você precisa de ajuda.”
Ela fechou os olhos. “Christian. Você sabe sobre isso. É
claro que você sabe. Você sabe tudo.”
“Eu sinto muito. Eu só queria ajudar.”
“O que aconteceu com o que a Sra. Karp disse? Sobre manter
tudo em segredo?”
“Ela estava falando sobre as outras coisas. Eu não acho que
ela queria que você continuasse a
se cortar.”
“Você contou a eles sobre “as outras coisas”?”
Eu balancei minha cabeça.”Ainda não.”
Ela se virou pra mim, os olhos gelados. “’Ainda”.Mas você
vai.”
“Eu preciso. Você pode curar outras pessoas... mas está
matando você.”
“Eu curei você.”
“Eu teria ficado bem eventualmente. O tornozelo teria se
curado. Não vale a pena pelo o que
faz com você. E eu acho que eu sei como começou... quando
você me curou pela primeira
vez...”
Eu expliquei minhas descobertas sobre o acidente e como
todos os outros poderes e a
depressão tinham começado depois disso. Eu também apontei
sobre como a nossa ligação se
formar depois do acidente também, embora eu não entendesse
direito ainda.
“Eu não sei o que está acontecendo, mas isso é entre nós.
Nós precisamos da ajuda de
alguém.”
“Eles vão me levar embora,” ela disse sem rodeios. “Como
fizeram com a Sra. Karp.”
“Eu acho que eles vão tentar ajudar você. Eles estão
realmente preocupados. Liss, eu estou
fazendo isso por você. Eu só quero que você fique bem.”
Ela se virou para longe de mim. “Vai embora,Rose.”
E eu fui.
Eles a liberaram no dia seguinte com a condição de que ela
voltasse todos os dias para falar
com o conselheiro. Dimitri me disse que eles também
planejavam colocá-la em algum tipo de
medicação para ajudar com a depressão. Eu não era muito fã
de pílulas, eu mas eu torci por
qualquer coisa que pudesse ajuda-la. Infelizmente, algum
estudante do segundo ano tinha ido
a clinica por causa de um ataque de asma. Ele a tinha visto
entrar com Dimitri e Alberta. Ele
não sabia porque ela tinha sido internada, mas isso não o
impediu de contar as pessoas o que
ele tinha visto. E então eles contaram para outros no café
da manhã. Até o almoço, todos
sabiam da sua visita a clinica. E mais importante, todos
sabiam que ela não estava falando
comigo. E bem assim, qualquer vida social que eu tinha
desapareceu. Ela não me condenou
diretamente mas o seu silencio movia legiões, e as pessoas
se comportavam de acordo.
O dia todo, eu andei pela Academia feito um fantasma. As
pessoas me observavam e
ocasionalmente falavam comigo, mas poucos faziam algum
esforço para isso. Eles seguiram a
liderança de Lissa, imitando o silencio dela. Ninguem foi
abertamente maldoso comigo – eles
provavelmente não queriam arriscar caso nós fizéssemos as
pazes. Ainda sim eu ouvi “Meretriz
de Sangue” sussurrado de vez enquanto quando alguém achava
que eu não estava ouvindo.
Mason teria me dado as boas vindas na sua mesa do almoço,
mas alguns dos seus amigos não
teriam sido tão gentis. Eu não queria ser a causa de uma
abriga entre eles. Então eu escolhi
Natalie ao invés dele.
“Eu ouvi que Lissa tentou fugir de novo, e você a impediu,”
Natalie disse. Ninguem tinha idéia
do porque ela tinha estado na clinica ainda. Eu esperava que
permanecesse desse jeito.
Fugir? Da onde diabos isso tinha saído? “Porque ela iria
dizer isso?”
“Eu não sei.” Ela abaixou o tom de voz. “Porque ela partiu
antes? Foi só o que eu ouvi.”
A história se arrastou com o passar do dia, assim como todo
o tipo de rumor sobre porque a
Lissa tinha ido até a clinica. Gravidez e aborto eram uma
teoria popular. Alguem sugeriu que
ela talvez tivesse pego a doença de Victor. Ninguem nem
chegou perto da verdade. Saindo da
nossa ultima aula o mais rápido possível, eu fiquei
impressionada quando Mia começou a
andar na minha direção.
“O que você quer? Eu exigi. “Eu não posso sair pra brincar
hoje, garotinha.”
“Você com certeza tem atitude, pra alguém que não existe no
momento.”
“Ao contrario de você?” Eu perguntei. Lembrando sobre o que
Christian tinha dito, eu sentia
um pouco de pena dela. Essa culpa desapareceu quando eu
olhei pro rosto dela. Ela pode ter
sido uma vitima, mas algo ela era o monstro. Tinha alguma coisa
no olhar frio e perspicaz dela,
bem diferente daquele olhar desesperado e deprimido que ela
tinha no outro dia. Ela não
tinha ficado se martirizando pelo que Andre tinha feito com
ela – se isso fosse pelo menos
verdade, e eu acreditava que era – e eu duvidava que ela
ficasse com o que Lissa fez pra ela
também. Mia era uma sobrevivente.
“Ela se livrou de você,e você é muito orgulhosa para
admitir.” Seus olhos azuis praticamente
saltados de fúria.
“Você não quer se vingar dela?”
“Você está mais maluca que o usual? Ela é minha melhor
amiga. E porque você ainda está me
seguindo?”
Mia fez um barulho com a lingua. “Ela não gosta de
você.Anda, me conta o que aconteceu na
clinica. É algo grande, não é? Ela realmente está grávida,
certo? Me diga o que é.”
“Vá embora.”
“Se você me contar, eu faço Jesse e Ralf dizerem que eles
invetaram aquelas coisas.”
Eu parei de andar e me virei para encara-la. Assustada, ela
deu uns passos pra trás. Ela deve
ter lembrado de algo do meu passado violento. “Eu já sei que
eles inventaram aquilo, porque
eu não fiz nada daquilo. E se você tentar me virar contra a
Lissa mais uma vez, as histórias vão
ser sobre você sangrando, porque eu arranquei o seu
pescoço!”
Minha voz foi ficando mais alta a cada palavra até que eu
praticamente gritei. Mia se afastou
mais, claramente apavorada.
“Você é realmente maluca. Não é de se admirar que ela largou
você de mão.” Ela deu nos
ombors. ‘Tanto faze. Eu vou descobrir o que está acontecendo
sem você.”
Quando o dia do baile chegou aquele final de semana, eu
decidi que eu não queria ir. Tinha
parecido idiota pra começo de conversa, e eu estava
interessada em ir apenas em festas
depois do baile de qualquer jeito. Mas sem Lissa, era
improvável que eu ganhasse algum
convite. Então, eu fiquei no meu quarto, tentando – e
falhando – fazer algum dever de casa.
Atraves da ligação, eu senti um mix de emoções através dela,
particulamente ansiedade e
excitação. Tinha que ser difícil andar a noite toda com um
cara que você não gostava. Cerca de
10 minutos depois do baile começar, eu decidi limpar tudo e
tomar um banho. Quando eu
voltei do banheiro para o corredor, com uma toalha em volta
da minha cabeça, eu vi Mason
parado perto da minha porta. Ele não estava exatamente
vestido, mas ele também não estava
usando jeans. Era inteligente.
“Aí estava você, garota festeira. Eu já estava quase pronto
pra desistir.”
“Você começou outro incêndio? Os caras não são permitidos
nesse corredor.”
“Tanto faz. Como se fizesse alguma diferença.” Verdade. A
escola podia ser capaz de manter os
Strigoi longe, mas eles faziam um péssimo serviço em nos
manter longe uns dos outros. “Me
deixe entrar. Você tem que se aprontar.”
Levei um minuto para entender o que ele queria dizer. “Não.
Eu não vou.”
“Anda,” ele falou, me seguindo pra dentro.”Porque você
brigou com a Lissa? Vocês duas vão
fazer as pazes. Não tem razão pra você ficar aqui a noite
toda. Se você não quer ficar perto
dela, Eddie vai fazer uma festinha no quarto dele depois.”
Meu espírito velho e adorador de diversão se infiltrou na
minha cabeça só um pouco. Nada de
Lissa, provavelmente ninguém da realeza. “É?” Vende que ele
estava começando a me
convencer, Mason riu. Olhando para os meus olhos, eu percebi
de novo o quanto ele gostava
de mim. E de novo em me perguntei, porque eu não podia ter
um namorado normal? Porque
eu queria o gostoso, e velho mentor – o mentor que eu
provavelmente acabaria sendo
responsável pela demissão?
“São só novatos,“Mason continuou, inconsciente dos meus
pensamentos. “E eu tenho uma
surpresa pra você quando chegarmos lá.”
“Está numa garrafa?” Se Lissa queria me ignorer, eu não
tinha razão para ficar sóbria.
“Não, isso é com o Eddie. Anda logo e se vista. Eu sei que
você não vai usando isso.”
Eu olhei para as minhas jeans rasgadas e minha camiseta da
Universidade de Oregon. É.
Definitivamente não vou usando isso.
15 minutos depois, nós passamos pela quadra, rindo quando
lembramos o quão desastrado
tinha sido um dos nossos colegas de aula que tinha
conseguido dar a si mesmo um olho roxo
no treinamento. Andar rápido pelo chão congelado não era
fácil, e ele ficava agarrando meu
braço para me impedir de cair no chão, meio que me
arrastando junto. Fez a gente rir ainda
mais. Um sentimento feliz começou a se apoderar de mim – Eu
não estava completamente
livre da coceira que era a Lissa, mas já era um começo.
Talvez eu não tivesse ela ou seus
amigos, mas eu tinha os meus amigos. E também era bem
possível que eu fosse ficar super
bebada está noite, o que, embora não fosse um jeito legal
para resolver meus problemas, seria
pelo menos engraçado. É. Minha vida podia ser pior. E então
eu encontrei Dimitri e Alberta.
Eles estavam a caminho de algum lugar, falando sobre
assuntos de guardiões. Alberta sorriu
quando ela nos viu, nos dando um olhar meio indulgente que
as pessoas sempre dão as mais
novas que parecem estar se divertindo e agindo como bobos.
Como se ela achasse que nós
fossemos fofos. Que coragem. Nós tropeçamos quando paramos e
Mason colocou sua mão no
meu braço para me segurar.
“Sr. Ashford, Srta. Hathaway. Estou surpresa que vocês já
não estejam no salão.”
Mason deu a ela um olhar angelical, do estilo cãozinho sem
dono. “Nós atrasamos, Guardiã
Petrov. Você sabe como são as garotas. Sempre tem que ter a
aparencia perfeita. Você
especialmente deve saber sobre isso.”
Normalmente eu teria levantado as sombrancelhas por ele ter
dito algo tão estúpido, mas eu
estava encarando Dimitri incapaz de falar. Talvez o mais
importante, ele estava me encarando.
Eu estava usando o vestido preto, e era tudo o que eu tinha
esperado que fosse. De fato, era
de se admirar que Alberta não falou algo sobre o código de
vestimenta da escola. O vestido
marcava todos os lugar, e os peitos de nenhuma garota Moroi
iriam segurar esse vestido. O
colar de Victor estava pendurado no meu pescoço, e eu tinha
secado o meu cabelo
rapidamente, deixando ele solto do jeito que eu sabia que
Dimitri gostava. Eu não estava
usando meia-calças porque ninguém usava meia-calças com
esses vestidos mais, então meus
pés estavam congelando nos saltos. Tudo belo bem da boa
aparência. E eu tinha certeza que
eu parecia muito bem, mas o rosto de Dimitri não estava
deixando transparecer nada. Ele
apenas olhou pra mim-olhou, olhou e olhou. Talvez isso
dissesse algo sobre a minha aparência
ao invés de palavras. Me lembrando de como Mason meio que
tinha segurando minha mão,
eu me afastei dele. Ele e Alberta tinham terminado suas
piadinhas, e nós fomos para caminhos
diferentes.
O som da musica estava alto no salão quando chegamos, luzes
de natal brancas e – ugh – uma
bola de discoteca lançava para todos os lugares a única luz
do que teria sido um quarto escuro.
Corpos giravam, a maioria eram nossos colegas, amontoados na
pista de dança. Aqueles que
eram da nossa idade que eram do grupo dos muito descolados
se amontoado nas pontas do
salão, esperando por uma oportunidade pra se mandar. Uma
quantidade de acompanhantes,
professores, guardiões e Moroi, patrulhavam o lugar,
separando os pares que faziam algo mais
que dançar.
Quando eu vi Kirova numa vestido sem mangas, eu virei para
Mason e disse, “Você tem
certeza que nós não podemos pegar as bebidas ainda?”
Ele riu e pegou minha mão de novo. “Anda, hora da surpresa.”
Deixando ele me guiar, eu andei pelo salão, cortando caminho
pelos calouros que pareciam
jovens de mais para fazer o tipo de exercício pélvico que
eles estavam tentando. Onde
estavam os acompanhantes quando nós precisávamos deles? E
então eu vi pra onde ele estava
me levando e dei uma parada repentina.
“Não,” Eu disse, sem me mover quando ele segurou minha mão.
“Anda, vai ser ótimo.”
“Você está me levando até o Jesse e o Ralf. O único jeito de
que algum dia eu possa ser vista
com eles, e se eu tiver um objeto cortante e estiver mirando
entre as pernas deles.”
Ele me puxou de novo.”Não mais. Anda.”
Relutantemente, eu finalmente comecei a me mover: meus
piores pesadelos se realizaram
quando alguns pares de olhos se viraram na nossa direção.
Otimo. Tudo estava recomeçando.
Jesse e Ralf não nos notaram a principio, mas quando eles
perceberam, uma expressão de
entretenimento passou por seus rostos. Primeiro eles viram
meu corpo e vestido. A
testosterona tomou conta quando a luxuria puramente
masculina brilhou no rosto deles. E
então eles pareceram se dar conta de que era eu e
prontamente ficaram aterrorizados. Ótimo.
Mason deu a Jesse um cutucão no seu ombro com a ponta do seu
dedo. “Está certo, Zeklos.
Conte a ela.”
Jesse não disse nada, e Mason repetiu o gesto, só que mais
forte.
“Conte a ela.”
Sem olhar para os meus olhos, Jesse murmurou, “Rose, nós
sabemos que nada daquelas coisas
aconteceram.”
Eu quase engasguei com a minha própria risada. “É mesmo?
Wow. Eu estou muito feliz de
ouvir isso.Porque você vê, até você dizer isso, eu estava
pensando que tinha acontecido.
Graças a Deus que vocês estavam aqui para arrumar as coisas
em seu devido lugar e me dizer
o que diabos eu fiz ou não fiz!”
Ele recuou, e a expressão de Mason se escureceu para algo
mais negro.
“Ela sabe disso,” ele rugiu. “Conte a ela o resto.”
Jesse suspirou. ‘Nós fizemos isso porque a Mia nos mandou.”
“E?” Estimulou Mason.
“Nós sentimos muito.”
Mason se virou para Ralf. “Eu quero ouvir de você, garotão.”
Ralf também não me olhava nos olhos, mas ele murmurou algo
que parecia vagamente como
um pedido de desculpas.
Parecendo derrotados, Mason ficou mais alegre. “Você ainda
não ouviu a melhor parte.”
Eu dei a ele um olhar pelo canto dos olhos. “É? Como a parte
onde nós voltamos no tempo e
nada disso aconteceu?”
“Quase tão bom quanto.” Ele cutucou Jesse de novo. “Conte a
ela. Conte a ela porque você fez
isso.”
Jesse olhou pra cima e trocou olhares ansiosos com Ralf.
“Caras,” avisou Mason, claramente satisfeito com algo,
“Vocês estão fazendo com que
Hathway e eu fiquemos bem irritados. Contem a ela porque
vocês fizeram isso.”
Com olhares de que nada poderia ficar pior, Jesse finalmente
me olhou nos olhos. “Nós
fizemos isso, porque ela dormiu com nós a gente. Com nós
dois.”
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