segunda-feira, 17 de março de 2014

50 Tons Mais Escuros(Capitulo 4)

Capítulo 04



Quando a sanidade retorna, eu abro os olhos e olho para o rosto do homem
que eu amo. A expressão de Christian é macia, suave. Ele acaricia o nariz contra o
meu, levando o seu peso nos cotovelos, com as mãos segurando os lados da minha
cabeça. Infelizmente, suspeito, que assim eu não possa tocá-lo. Ele planta um
beijo suave nos meus lábios, enquanto se retira de mim.
— Eu senti falta disso, — ele respira.
— Eu também, — eu sussurro.
Ele pega o meu queixo e me beija forte. Um beijo apaixonado, suplicante,
pedindo o que? Eu não sei. Isso me deixa sem fôlego.
— Não me deixe de novo, — ele implora, olhando no fundo dos meus olhos,
com o rosto sério.
— Tudo bem, — eu sussurro e sorrio para ele. Seu sorriso de resposta é
deslumbrante; euforia, alívio e alegria juvenil combinados em um olhar encantador
que iria derreter o mais frio dos corações. — Obrigado pelo iPad.
— De nada, Anastásia.
— Qual é a sua canção favorita, de lá
— Agora isso seria revelador. — Ele sorri. — Vamos, cozinhe alguma
comida para mim, mulher. Eu estou morrendo de fome, — ele acrescenta,
sentando-se de repente e me arrastando com ele.
— Mulher? — Eu dou uma risadinha.
— Mulher. Comida, agora, por favor.
— Uma vez que você pediu tão bem, senhor, eu vou fazer logo.
Quando eu me esforço para fora da cama, eu desalojo o meu travesseiro,
revelando o balão vazio de helicóptero debaixo dele. Christian o pega e olha para
mim, perplexo.
— Esse é o meu balão, — eu digo, sentindo-me proprietária, enquanto eu
visto o meu roupão e enrolo-o em volta de mim mesma. Oh caramba... por que ele
tinha que encontrar isso?


— Em sua cama? — Ele murmura.
— Sim, — eu coro. — Ele me tem feito companhia.
— Tango Charlie sortudo, — ele diz, com surpresa.
Sim, eu sou sentimental, Grey, porque eu te amo.
É o meu balão, — eu digo novamente e giro nos calcanhares e vou para a
cozinha, deixando-lhe com um sorriso de orelha a orelha.






Christian e eu nos sentamos no tapete persa de Kate, comemos frango
assado e macarrão, em tigelas de porcelana branca, com pauzinhos e bebendo
Pinot Grigio branco gelado. Christian se inclina contra o sofá, as longas pernas
esticadas para frente. Ele está vestindo calça jeans e sua camisa com seu cabelo
pós-foda, e isso é tudo. O Buena Vista Social Club, canta suavemente ao fundo, no
iPod de Christian.
— Isso é bom, — ele diz agradecido, escavando em sua comida.
Eu estou sentada de pernas cruzadas ao seu lado, comendo avidamente,
além da fome, e admirando seus pés nus. 
— Eu geralmente faço todas as refeições. Kate não é uma grande
cozinheira.
— Foi sua mãe que ensinou você
— Não realmente, — Eu zombo. — Quando eu estava interessada em
aprender, minha mãe estava morando com o terceiro marido em Mansfield, Texas.
E Ray, bem, ele teria vivido de torrada e Comida delivery, se não fosse eu.
Christian olha para mim. — Você não ficou no Texas com sua mãe?
— Não. Steve, seu marido e eu, não nos dávamos bem. E eu sentia falta de
Ray. Seu casamento com Steve não durou muito. Ela voltou à razão, eu acho. Ela
nunca fala sobre ele, — eu acrescento. Eu acho que é uma parte obscura de sua
vida, que nós nunca discutimos.
— Então, você voltou para Washington para viver com seu padrasto.


— Sim.
— Parece que você cuidou dele, — ele diz em voz baixa.
— Eu suponho. — Eu dou de ombros.
— Você está acostumada a cuidar das pessoas.
O tom da sua voz me chama a atenção, e eu olho para ele.
— O que é isso? — Eu pergunto, espantada pela sua expressão.
— Quero cuidar de você. — Seus olhos brilham, iluminados com alguma
emoção sem nome.
Meu coração dispara.
— Eu percebi, — eu sussurro. — Só que você faz isso de uma forma
estranha.
Sua testa enruga. — É a única maneira que eu sei, — ele diz calmamente.
— Eu ainda estou brava com você pela compra da SIP.
Ele sorri. 
— Eu sei, mas mesmo você ficando brava, querida, isso não iria me
impedir.
— O que eu vou dizer para meus colegas de trabalho, e para Jack? 
Ele aperta os olhos. 
— Esse fodido pode cuidar bem de si mesmo.
— Christian, — eu aconselho. — Ele é meu chefe.
Christian aperta a boca em uma linha dura. Ele parece um menino rebelde
de escola. 
— Não diga a eles, — ele diz. 
— Não lhes dizer o quê
— Que eu comprei a empresa. Os chefes concordaram e assinaram ontem.
A notícia será embargada em quatro semanas, enquanto a administração da SIP
faz algumas alterações.
— Oh... eu vou perder meu emprego? — Pergunto, alarmada.
— Eu sinceramente duvido, — Christian diz ironicamente, tentando sufocar
o seu sorriso.
Eu faço uma carranca. 
— E se eu sair e encontrar outro emprego, você vai comprar essa
companhia, também? 


— Você não está pensando em sair, não é? — Ele altera a sua expressão,
cauteloso, mais uma vez.
— Possivelmente. Não acredito que você me dará muitas opções. 
— Sim, eu vou comprar essa companhia, também. — Ele é inflexível.
Eu faço uma carranca para ele novamente. Fui derrotada.
— Você não acha que está sendo um pouco super protetor? 
— Sim. Tenho plena consciência de como isso parece.
— Chame o Dr. Flynn, — eu murmuro.
Ele coloca o seu prato vazio de lado e olha para mim, impassível. Eu
suspiro. Eu não quero lutar. Levantando-me, eu alcanço sua tigela.
— Gostaria de sobremesa? 
— Agora que você está falando! — Ele diz, dando-me um sorriso lascivo.
— Não eu. — Por que não eu? Minha deusa interior desperta de seu cochilo
e senta-se ereta, toda ouvido. — Temos sorvete. Baunilha. — Eu rio em silencio.
— Sério? — O sorriso de Christian se torna maior. — Eu acho que nós
poderíamos fazer alguma coisa com isso.
O quê? Eu fico olhando para ele surpresa, enquanto ele levanta
graciosamente.
— Posso ficar? — Ele pergunta.
— O que você quer dizer? 
— Para dormir.
— Eu supus que você fosse ficar. — Eu ruborizo.
Ótimo. Onde está o sorvete?
— No forno. — Eu sorrio docemente para ele.
Ele derruba sua cabeça para um lado, suspira, e balança a cabeça para
mim. — O sarcasmo é a forma mais baixa de humor, Srta. Steele. — Seus olhos
brilham.
Oh merda. O que ele está planejando?
— Eu ainda poderia colocá-la nos meus joelhos.
Eu coloco as tigelas na pia. 
— Você está com as bolas de prata? 
Ele bate as mãos no peito, na barriga e os bolsos da calça jeans. —
Curiosamente, eu não tenho um par comigo. Não é comum pedi-las em meu


escritório.
— Estou muito feliz em ouvir isso, Sr. Grey, e eu pensei que você tivesse
dito que o sarcasmo é a mais baixa forma de humor.
— Bem, Anastásia, meu novo lema é, se você não pode vencê-los, junte-se a
eles.
Eu rio para ele, eu não posso acreditar que ele disse isso, ele parece
doentiamente satisfeito consigo mesmo, enquanto sorri para mim. Virando-se, ele
abre o freezer e tira a embalagem do melhor sorvete de baunilha da Ben & Jerry.
—Isso vai ser ótimo. — Ele olha para mim, com olhos escuros. — Ben &
Jerry & Ana. — Ele diz cada palavra lentamente, pronunciando cada sílaba com
clareza.
Caralho. Acho que o meu maxilar inferior caiu ao chão. Ele abre a gaveta de
talheres e pega uma colher. Quando ele olha para cima, seus olhos estão
semicerrados, e a sua língua desliza sobre os dentes superiores. Ah, essa língua. 
Sinto-me sem fôlego. Um desejo escuro, pronto e gratuito corre quente em
minhas veias. Nós estamos indo nos divertir, com os alimentos.
— Eu espero que você esteja quente, — ele sussurra. — Eu vou refrescar
você com isso. Venha. — Ele estende a mão, e eu coloco a minha na sua.
No meu quarto, ele coloca o sorvete em minha mesa de cabeceira, puxa o
edredom da cama, e remove ambos os travesseiros, colocando-os todos em uma
pilha no chão.
— Você tem lençóis para trocar, não é
Concordo com a cabeça, olhando para ele, fascinada. Ele levanta o Charlie
Tango.
— Não mexa com meu balão, — eu advirto.
Seus lábios sobem em um meio sorriso. 
— Eu nem sonharia com isso, bebê, mas eu vou fazer sujeira em você e nas
fronhas. 
Meu corpo praticamente convulsiona.
— Eu quero amarrar você.
Oh. 
— Ok, — eu sussurro.
— Apenas suas mãos. Na cama. Eu preciso de você quieta.


— Tudo bem, — eu sussurro novamente, incapaz de mais nada.
Ele passeia por mim, sem tirar os olhos dos meus.
— Nós vamos usar isso. — Ele pega a minha faixa do roupão e com uma
deliciosa e provocante lentidão, libera o laço, e suavemente puxa-o livre da peça. 
Meu roupão se abre, enquanto eu fico paralisada sob seu olhar aquecido.
Depois de um momento, ele empurra o roupão dos meus ombros. Ele cai nos meus
pés e eu estou de pé nua diante dele. Ele acaricia meu rosto com as costas dos
seus dedos, e seu toque ressoa nas profundezas da minha virilha. Ele se curva,
beija meus lábios brevemente.
— Deite-se sobre a cama, virada para cima, — ele murmura, seus olhos
escurecendo, queimando nos meus.
Faço o que me diz. Meu quarto está envolto em escuridão, exceto para a luz
suave e insípida da minha luminária. 
Normalmente, eu odeio lâmpadas economizadoras de energia, elas são tão
fracas, mas estando nua aqui, com Christian, estou grata pela luz fraca. Ele fica
ao lado da cama olhando para mim.
— Eu poderia olhar para você todos os dias, Anastásia, — ele diz, e rasteja
sobre a cama, sobre meu corpo, e monta-me.
—Braços acima da cabeça, — ele ordena.
Eu obedeço e ele prende a ponta da minha faixa do roupão em meu pulso
esquerdo e passa através das barras de metal na cabeceira da minha cama. Ele a
puxa apertado e o meu braço esquerdo é flexionado acima de mim. Ele, então,
prende a minha mão direita, amarrando a faixa apertada. 
Quando eu estou amarrada, olhando para ele, ele visivelmente relaxa. Ele
gosta quando estou amarrada. Eu não posso tocá-lo desta forma. Ocorre-me que
nenhuma de suas submissas teria tocado nele, e ainda mais, elas nunca tiveram a
oportunidade. Ele teria estado sempre no controle e à distância. É por isso que ele
gosta de suas regras.
Ele sobe em cima de mim e se inclina para me dar um beijinho rápido nos
lábios. Então ele se levanta e levanta sua camisa sobre a cabeça. Ele desfaz os
seus jeans e deixa-os ao chão. 
Ele está gloriosamente nu. Minha deusa interior está fazendo um mortal
duplo para fora das barras assimétricas, e de repente minha boca fica seca. Ele


realmente está além da beleza. Ele tem um físico definido em linhas clássicas:
ombros largos, quadris estreitos e musculoso, o triângulo invertido. Ele,
obviamente, se exercita. Eu poderia olhar para ele durante todo o dia. Ele se move
para o final da cama e agarra meus tornozelos, me puxando para baixo de forma
rápida e bruscamente, assim que os meus braços são esticados, fico incapaz de me
mover.
— Assim é melhor, — resmunga.
Ele pega o balde de sorvete, ele sobe suavemente de volta para a cama ao
meu lado. Muito lentamente, ele abre a tampa do pote e mergulha a colher.
— Hmm... ainda está bastante duro, — ele diz com uma sobrancelha
levantada. Escavando uma colher de baunilha, ele coloca em sua boca. — Delicia,
— ele murmura, lambendo os lábios. — É incrível como a boa e velha baunilha
pode ser boa. — Ele olha para mim e sorri. — Quer um pouco? — Ele brinca.
Ele parece tão enlouquecedoramente quente, jovem e despreocupado,
sentado e comendo de um pote de sorvete, olhos brilhantes, rosto luminoso. Oh
que inferno ele vai fazer comigo? Como se eu não pudesse falar, eu aceno,
timidamente.
Ele escava outra colherada e me oferece, eu abro a boca, então ele bota
rapidamente em sua boca, novamente.
— Isso é muito bom para compartilhar, — ele diz, sorrindo maliciosamente.
— Ei, — eu começo um protesto.
— Por que, Srta. Steele, você gosta de baunilha? 
— Sim, — eu digo com mais força do que eu quero dizer e tento, em vão,
resistir a ele.
Ele ri. 
— Está ficando mal-humorada, não é? Eu não faria isso se eu fosse você.
— Sorvete, — eu imploro.
— Bem, por que você me agradou tanto hoje, Srta. Steele. — Ele cede e
oferece-me outra colher de sorvete. Desta vez, ele me deixa comê-lo. 
Eu quero rir. Ele estava realmente se divertindo, e seu bom humor é
contagiante. Ele escava outra colherada e me alimenta um pouco mais, então ele
faz isso de novo. Ok, chega.
— Hmm, bem, esta é uma forma de garantir que você coma, e tenha uma


alimentação forçada. Eu poderia me acostumar com isso. 
Tomando outra colherada, ele oferece-me mais. Desta vez eu mantenho a
minha boca fechada e sacudo a cabeça, e ele deixa-o lentamente derreter na
colher, para que as gotas de sorvete derretido caiam da minha garganta para o
meu peito. Ele mergulha e muito lentamente lambe o sorvete. Meu corpo se acende
com desejo.
— Mmm. O sabor é ainda melhor em cima de você, Srta. Steele.
Eu puxo as minhas restrições e a cama range ameaçadoramente, mas eu
não me importo, estou ardendo de desejo, que me consome. Ele pega uma outra
colher e deixa o sorvete cair em meus seios. Depois, com a parte de trás da colher,
ele espalha-o por cima de cada seio e mamilo.
Oh... está frio. Cada mamilo endurece sob o frio da baunilha.
— Frio? — Christian pergunta baixinho e se inclina para lamber e sugar
todo o sorvete de mim mais uma vez, sua boca é muito quente em comparação
com o frio do sorvete.
Oh meu Deus. Isso é tortura. Quando começa a derreter, o sorvete cai em
riachos sobre a cama. Seus lábios continuam a sua tortura lenta, sugando duro,
aninhando, suavemente, — Oh por favor! Estou ofegante.
— Quer um pouco? — E antes que eu possa confirmar ou negar a sua
oferta, sua língua está na minha boca, e é fria, habilidosa, com gosto de Christian
e baunilha. Delicioso. 
E assim, quando eu estou me acostumando com a sensação, ele se senta
novamente e arrasta uma colher de sorvete para baixo, pelo centro do meu corpo,
pelo meu estômago e em meu umbigo, onde ele deposita uma grande dose de
sorvete. Oh, está mais frio do que antes, mas estranhamente queima.
— Bem, você já fez isso antes. — Os olhos de Christian brilham. — Você vai
ter que ficar parada, ou haverá sorvete sobre toda a cama. — Ele beija cada um
dos meus seios e suga cada um dos meus mamilos duros, então segue a linha do
sorvete pelo meu corpo, sugando e lambendo pelo caminho.
E eu tento, eu tento ficar quieta, apesar da combinação inebriante do frio e
do seu toque quente. Mas meus quadris começam a se mover involuntariamente,
girando no seu próprio ritmo, pega em seu feitiço de baunilha gelada. Ele move um
pouco e começa a comer o sorvete na minha barriga, rodopiando a sua língua para


dentro e ao redor do meu umbigo.
Eu gemo. Merda. É frio, é quente, é tentador, mas ele não para. Ele arrasta
o sorvete mais para baixo no meu corpo, no meu pelo púbico, no meu clitóris. Eu
grito, bem alto.
— Silêncio, agora, — Christian diz baixinho, enquanto sua língua mágica
começa a trabalhar lambendo a baunilha, agora eu lamento baixinho.
— Oh... por favor... Christian.
— Eu sei, querida, eu sei, — ele respira, enquanto sua língua prática a sua
magia. Ele não para, não para, e meu corpo está subindo, mais alto, mais alto. Ele
desliza um dedo dentro de mim, e depois outro, movendo-os com uma lentidão
agonizante dentro e fora.
— Apenas aqui, — ele murmura, e acaricia ritmicamente a parede da frente
da minha vagina enquanto ele continua o requintado, implacável lamber e chupar.
Puta Merda. 
Eu quebro inesperadamente em um orgasmo alucinante que atordoa todos
os meus sentidos, apagando tudo que está acontecendo fora do meu corpo,
enquanto eu me contorço e gemo. Caramba, isso foi tão rápido. 
Estou vagamente consciente de que ele parou com suas ministrações. Ele
está pairando sobre mim, deslizando um preservativo, então ele está dentro de
mim, duro e rápido.
— Ah, sim! — Ele geme enquanto ele se choca em mim. Ele está pegajoso,
com resíduo do sorvete derretido espalhado entre nós. É uma sensação estranha,
eu não posso aguentar mais que alguns segundos, então Christian de repente
puxa para fora de mim e vira-me.
—Dessa forma, — ele murmura e de repente está dentro de mim mais uma
vez, mas ele não iniciar o seu ritmo habitual imediatamente. Ele se inclina, libera
minhas mãos e puxa-me, por isso estou praticamente sentada sobre ele. Suas
mãos se deslocam até os meus seios, e ele bota as palmas das mãos nos dois,
puxando delicadamente meus mamilos. Eu gemo, jogando a cabeça para trás
contra o seu ombro. Ele fuça meu pescoço, mordendo, enquanto flexiona os
quadris, deliciosamente devagar, enchendo-me de novo e de novo.
— Você sabe o quanto você significa para mim? — Ele respira em meu
ouvido.


— Não, — me engasgo.
Ele sorri contra o meu pescoço, e seus dedos curvam ao redor minha
mandíbula e garganta, segurando-me rápido por um momento. 
— Sim, você sabe. Eu não vou deixar você ir.
Eu gemo, e ele pega velocidade. 
— Você é minha, Anastásia.
— Sim, sua, — Eu arquejo.
— Eu cuido do que é meu, — ele sussurra e morde minha orelha.
Eu gemo.
— Esta tudo bem, bebê, eu quero ouvir de você. — Ele serpenteia uma mão
na minha cintura, enquanto com a outra mão segura meu quadril e empurra mais
forte, me fazendo gemer de novo. E o ritmo punitivo começa. Sua respiração fica
mais dura, mais dura, e a minha mais irregular para combinar. Eu sinto a familiar
aceleração profunda. Caramba, de novo!
Eu sou apenas sensação. Isto é o que ele faz comigo, toma meu corpo e
possui totalmente, de modo que eu não penso em nada, além dele. Sua magia é
poderosa, inebriante. Eu sou uma borboleta presa em sua rede, incapaz e sem
vontade de fugir. Eu sou sua... totalmente sua.
— Goze, querida, — ele rosna com os dentes cerrados e na sugestão, como
o aprendiz de feiticeira que sou, eu me deixo ir, e encontramos juntos nosso
prazer.







Estou deitada, enrolada em seus braços, nos lençóis pegajosos. Sua frente
está pressionada contra as minhas costas, seu nariz no meu cabelo.
— O que eu sinto por você me assusta, — eu sussurro. 
Ele me tranquiliza. 
— Eu também, querida, — ele diz suavemente.


— E se você me deixar? — O pensamento é horrível.
— Eu não vou a lugar nenhum. Eu não acho que poderia superar a sua
perda, Anastásia.
Viro-me e olho para ele. Sua expressão é séria, sincera. Eu me inclino e
beijo-o suavemente. Ele sorri e dobra o meu cabelo atrás da minha orelha.
— Eu nunca me senti do jeito que senti quando você me deixou, Anastásia.
Gostaria de mover céu e terra para evitar essa sensação outra vez. — Ele soa tão
triste, confuso mesmo.
Eu o beijo novamente. Quero clarear o nosso humor de alguma forma, mas
Christian faz isso por mim.
— Você vem comigo para a festa de verão do meu pai, amanhã? É um
evento anual de caridade. Eu disse que iria.
Eu sorrio, me sentindo tímida.
— Claro que eu vou. — Oh merda. Eu não tenho nada para vestir.
— O quê
— Nada.
— Diga-me, — ele insiste.
— Não tenho nada para vestir.
Christian parece momentaneamente desconfortável.
— Não seja boba, eu ainda tenho todas aquelas suas roupas lá em casa.
Estou certo que há um vestido lá que vai lhe servir.
Eu aperto os meus lábios. 
— Você acha, agora? — Eu murmuro, a minha voz é sarcástica. Eu não
quero brigar com ele esta noite. Eu preciso de um chuveiro.
A garota que se parece comigo está do lado de fora da SIP. Espere... ela é
eu. Eu estou pálida e suja, e todas as minhas roupas estão muito grandes, eu
estou olhando para ela, e ela está usando a minha roupa, feliz, saudável.
— O que você tem que eu não tenho? — Eu pergunto a ela.
— Quem é você
— Eu não sou ninguém... Quem é você? Você não é ninguém, também...?
— Então há um par de nós, - não conte para ninguém, se não eles vão nos
banir, você sabe8... — Ela sorri, devagar, um sorriso demoníaco se espalha por seu
                                                          
8 Emily Dickinson, “Eu não sou ninguém! Quem é você?” Primeiro estrofe.


rosto, e ele é tão frio que eu começo a gritar.





— Jesus, Ana! — Christian está me sacudindo para acordar.
Estou tão desorientada. Estou em casa... no escuro... na cama com
Christian. Sacudo a cabeça, tentando limpar a minha mente.
— Querida, você está bem? Você estava tendo um sonho ruim.
— Oh.
Ele acende a lâmpada, então estamos banhados em sua luz. Ele olha para
mim, seu rosto está preocupado.
— A menina, — eu sussurro.
— O que é isso? Que menina? — Ele pergunta calmamente.
— Havia uma garota no lado de fora da SIP quando sai esta noite. Ela se
parecia comigo... mas não realmente.
Christian endureceu, mesmo à luz da luminária de cabeceira, vejo o seu
rosto ficar pálido.
— Quando foi isso? — Ele sussurra, consternado. Ele senta-se, olhando
para mim.
— Quando saí esta tarde. Você sabe quem ela é?
— Sim. — Ele passa a mão pelos cabelos.
— Quem é
Sua boca aperta em uma linha dura, mas ele não diz nada.
— Quem é? — Eu insisto.
É Leila.
Eu engulo em seco. A ex-sub! Lembro-me de Christian falando sobre ela,
antes de sairmos com o planador. De repente, ele está irradiando tensão. Algo está
acontecendo.
— A menina que colocou 'Toxic' no seu iPod? 
                                                                                                                                                                                                    



Ele olha para mim ansiosamente.
— Sim, — ele diz. — Ela disse alguma coisa? 
— Ela disse, 'o que você tem que eu não tenho?' E quando eu perguntei
quem era, ela disse, 'ninguém'.
Christian fecha os olhos como se tivesse dor. Ah, não. O que aconteceu? O
que ela quis dizer para ele? 
Meu couro cabeludo se arrepia com o pico de adrenalina que passa pelo
meu corpo. E se ela significar muito para ele? Talvez ele sinta falta dela? Eu sei tão
pouco sobre seu passado... hum, seus relacionamentos. Ela deve ter tido um
contrato, e ela teria feito o que ele queria, deu-lhe o que ele precisava de bom
grado. 
Oh não, quando eu não posso. O pensamento me faz ter náuseas.
Pulando para fora da cama, Christian veste seu jeans e se dirige para a sala
principal. Um olhar sobre o meu despertador mostra que é cinco da manhã. Eu
rolo para fora da cama, colocando sua camisa branca, e o sigo.
Puta merda, ele está no telefone.
— Sim, no lado de fora da SIP, ontem... no início da noite, — ele diz 
calmamente. Ele se vira para mim, enquanto eu vou em direção à cozinha e me
pergunta diretamente: — A que hora exatamente? 
— Cerca de 5:50? — Eu resmungo. Quem na terra ele está acordado há
esta hora? O que Leila fez? Ele transmite a informação para quem está na linha,
sem tirar os olhos de cima de mim, sua expressão é escura e séria.
— Saiba como... Sim... Eu não teria dito isso, mas então, eu não teria
pensado que ela poderia fazer isso. — Ele fecha os olhos como se ele estivesse com
dor. — Eu não sei como que vai ficar... Sim, eu vou falar com ela... Sim... Eu sei...
Siga-a e me informe. Basta encontrá-la, Welch, ela está em apuros. Encontre-a. —
Ele desliga.
— Você quer um chá? — Eu pergunto. Chá, a resposta de Ray para todas
as crises e a única coisa que ele faz muito bem na cozinha. Eu encho a chaleira
com água.
— Na verdade, eu gostaria de ir para a cama. — Seu olhar me diz que não é
para dormir.
— Bem, eu preciso de um pouco de chá. Gostaria de se juntar a mim para


uma xícara? — Eu quero saber o que está acontecendo. Eu não vou ser distraída
por sexo.
Ele passa a mão pelos cabelos, exasperado. 
— Sim, por favor, — ele diz, mas posso dizer que ele está irritado.
Eu coloquei a chaleira no fogão e me ocupo com as xícaras e o bule de chá.
O meu nível de ansiedade disparou para um alerta máximo. Será que ele vai me
dizer o problema? Ou eu vou ter que me aventura? 
Eu sinto seus olhos em mim, sinto sua incerteza, e sua raiva é quase
palpável. Eu olho para cima, e seus olhos brilham com apreensão.
— O que esta acontecendo? — Peço baixinho.
Ele balança a cabeça.
— Você não vai me dizer? 
Ele suspira e fecha os olhos. 
— Não.
— Por quê
— Porque não é seu problema. Eu não quero você envolvida nisso.
— Não deve ser meu problema, mas é. Ela me encontrou e me abordou fora
do meu escritório. Como ela sabe sobre mim? Como ela sabe onde eu trabalho? Eu
acho que tenho o direito de saber o que está acontecendo.
Ele passa a mão pelos cabelos novamente, irradiando frustração, como se
travasse uma batalha interna.
— Por favor? — Peço baixinho.
Sua boca se aperta em uma linha dura, e ele revira os olhos para mim.
— Tudo bem, — ele diz, resignado. — Eu não tenho ideia de como ela
encontrou você. Talvez pela nossa fotografia em Portland, eu não sei. — Ele
suspira de novo, e eu sinto que sua frustração é dirigida a si mesmo. 
Eu espero pacientemente, derramando água fervente no bule enquanto ele
anda de um lado para outro. Após uma batida de coração, ele continua.
— Enquanto eu estava com você na Geórgia, Leila apareceu no meu
apartamento sem avisar e fez uma cena na frente de Gail.
— Gail? 
— A Sra. Jones.
— O que quer dizer, “fez uma cena”?


Ele olha para mim, avaliando.
— Diga-me. Você está escondendo alguma coisa. — Meu tom é mais forte
do que eu sinto.
Ele pisca para mim, surpreso. 
— Ana, eu..., — ele para.
— Por favor?
Ele suspira, derrotado. 
— Ela fez uma tentativa fortuita de cortar os pulsos.
— Oh não! — Isso explica o curativo em seu pulso.
— Gail levou-a para o hospital. Mas Leila fugiu antes que eu pudesse
chegar lá.
Droga. O que isso significa? Suicídio? Por quê?
— O psiquiatra que a viu, disse que foi um grito típico para obter ajuda. Ele
não acredita que ela esteja verdadeiramente em risco, que seja realmente uma
suicida. Mas eu não estou convencido. Eu venho tentando localizá-la desde então,
para levá-la a ter alguma ajuda.
— Ela disse algo a Sra. Jones? 
Ele olha para mim. Ele parece muito desconfortável.
— Não muito, — ele diz, eventualmente, mas eu sei que ele não está me
dizendo tudo. 
Eu me distraio derramando o chá nas xícaras. Então Leila quer de volta
sua vida com Christian e escolhe uma tentativa de suicídio para atrair a sua
atenção? Poxa... assustador. Mas eficaz. Christian deixou a Geórgia para estar ao
seu lado, mas ela desapareceu antes dele chegue lá? Que estranho.
— Você não pode encontrá-la? E sobre sua família?
— Eles não sabem onde ela está. Nem seu marido.
— Marido? 
— Sim, — ele diz, distraidamente, — ela está casada há cerca de dois anos.
O quê
— Então ela estava com você enquanto era casada? — Santo Deus. Ele
realmente não tem limites.
— Não! Bom Deus, não. Ela estava comigo há quase três anos atrás. Então
ela me deixou e se casou com esse cara logo depois.


Ah. — Então, por que ela está tentando chamar sua atenção agora?
Ele balança a cabeça tristemente. — Eu não sei. Tudo o que conseguimos
descobrir é que ela fugiu de seu marido há quatro meses.
— Deixe-me ver se entendi. Ela não tem sido a sua submissa durante três
anos?
— Cerca de dois anos e meio.
— E ela queria mais.
— Sim.
— Mas você não quis? 
— Você sabe disso.
— Então ela lhe deixou.
— Sim.
— Então, por que ela está voltando para você agora? 
— Eu não sei. — E o tom desta voz me diz que pelo menos tem uma teoria.
—Mas você suspeita...
Seus olhos diminuem sensivelmente com raiva. 
— Eu suspeito que tem algo a ver com você.
Eu? O que ela quer comigo? “O que você tem que eu não tenho?”
Eu fico olhando para Cinquenta, magnificamente nu da cintura para cima.
Eu o tenho, ele é meu. Isso é o que eu tenho, e ainda assim ela se parecia comigo:
mesmo cabelo escuro e pele pálida. Eu franzo o cenho com o pensamento. Sim... o
que eu tenho que ela não tem?
— Por que você não me contou ontem? — Pergunta ele em voz baixa.
— Esqueci-me totalmente dela. — Eu dou de ombros me desculpando. —
Você sabe, bebidas depois do trabalho, no final da minha primeira semana. Você
entrando no bar e sua... disputa de testosterona com Jack, e depois, quando
estávamos aqui. Isso fugiu da minha mente. Você tem o hábito de me fazer
esquecer as coisas.
— Disputa de testosterona? — Seus lábios contraíram.
— Sim. O concurso para me irritar.
— Eu vou te mostrar uma disputa de testosterona.
— Você não preferiria ter uma xícara de chá
— Não, Anastásia, eu não prefiro.


Seus olhos ardem em mim, queimando-me com o seu olhar de “eu quero
você e eu quero agora”. Foda-se... é tão quente.
— Esqueça-se dela. Venha. — Ele estende a mão.
Minha deusa interior faz três piruetas no chão do ginásio, quando eu
agarro a sua mão. 





Eu acordo, sinto muito calor, estou enrolada a um Christian Grey nu.
Mesmo que ele esteja dormindo, ele está me segurando perto. Filtros de luz suave
da manhã atravessam as cortinas. Minha cabeça está no seu peito, minha perna
se enroscou com a sua, o meu braço sobre seu estômago. 
Eu ergo minha cabeça um pouco, com medo de acordá-lo. Ele parece tão
jovem, tão relaxado durante o sono, tão absolutamente belo. Eu não consigo
acreditar que esse Adonis é meu, todo meu. 
Hmm... Alcançando, eu timidamente acaricio o peito dele, passando minhas
mãos através do punhado de cabelo, e ele não se mexe. Caraca. Eu não posso
acreditar. Ele é realmente meu, por alguns momentos preciosos. Eu me inclino e
carinhosamente beijo uma de suas cicatrizes. Ele geme baixinho, mas não acorda,
e eu sorrio. Eu beijo outra vez e seus olhos abrem.
— Oi. — Eu sorrio para ele, culpada.
— Oi, — ele responde com cautela. — O que você está fazendo? 
— Olhando para você. — Eu corro meus dedos para baixo, por sua trilha da
felicidade. Ele captura a minha mão, aperta os olhos, então sorri um sorriso
brilhante de Christian à vontade, e eu relaxo. Meu toque secreto permanece em
segredo.
Oh... por que você  não vai me deixar tocá-lo?
De repente, ele se move em cima de mim, pressionando-me para o colchão,
as mãos nas minhas, avisando-me. Acaricia meu nariz com o dele.
— Eu acho que o que você está fazendo não é bom, Srta. Steele, — ele me
acusa, mas seu sorriso permanece.


— Eu gosto de não ser boa perto de você.
— Você gosta? — Ele pergunta ele e beija-me de leve nos lábios. — Sexo ou
café da manhã? — Ele pergunta, seus olhos estão escuros, mas cheios de humor.
Sua ereção está cavando em mim, e eu inclino minha pélvis até encontrá-lo.
— Boa escolha, — ele murmura contra a minha garganta, depois ele
arrasta beijos até meus seios.





Eu estou na minha cômoda, olhando para meu espelho, tentando
convencer o meu cabelo a ter alguma semelhança de estilo, realmente, é muito
longo. Estou de jeans e uma camiseta, e Christian, recém banhado, veste-se atrás
de mim. Eu olho para o seu corpo com fome.
— Quantas vezes você se exercita? — Eu pergunto.
— Cada dia da semana, — ele diz, abotoando a braguilha.
— O que você faz? 
— Corrida, pesos, kickbox. — Ele encolhe os ombros.
— Kickbox? 
— Sim, eu tenho um personal trainer, um ex-competidor olímpico, que me
ensina. Seu nome é Claude. Ele é muito bom. Você gostaria dele.
Eu me viro para olhar para ele, enquanto ele começa a abotoar sua camisa
branca.
— O que quer dizer que eu gostaria dele? 
— Você gostaria de tê-lo como treinador.
— Por que eu preciso de um personal trainer? Eu tenho você para me
manter em forma. — Eu sorrio para ele. 
Ele se move e envolve seus braços em volta de mim, seus olhos escuros
encontram os meus no espelho.
—Mas eu quero que você se exercite, querida, para o que eu tenho em
mente. Eu preciso de você saudável e forte.
Eu coro como as lembranças de sua sala de jogos em minha mente. Sim... o


Quarto Vermelho da Dor é exaustivo. Será que ele vai me deixar voltar lá? Eu
quero voltar? 
Claro que sim! Minha deusa interior grita para mim de sua espreguiçadeira. 
Olho em seus insondáveis e hipnotizantes olhos cinzentos.
— Você quem sabe... — ele passa sua boca em mim.
Eu coro, e o pensamento indesejável de Leila continua a invadir de forma
invejosa e indesejável, minha mente. Eu pressiono meus lábios e Christian franze
a testa para mim.
— O quê? — Ele pergunta, preocupado.
— Nada. — Sacudo a cabeça para ele. — Ok, eu vou conhecer Claude.
— Você vai? — O rosto de Christian se ilumina, em atônita descrença. Sua
expressão me faz sorrir. Ele parece que ganhou na loteria, embora Christian
provavelmente nunca comprou um bilhete, ele não tem necessidade.
— Sim, caramba... se isso te faz tão feliz, — eu zombo.
Ele aperta os braços em volta de mim e beija minha bochecha. 
— Você não tem ideia, — ele sussurra. — Então, o que você gostaria de
fazer hoje? — Ele me fuça, enviando arrepios deliciosos através de meu corpo.
— Eu gostaria de cortar meu cabelo, e hum... Eu preciso depositar um
cheque e comprar um carro.
— Ah, — ele diz conscientemente e morde o lábio. Tirando uma mão de
cima de mim, ele enfia a mão no bolso do jeans e pega a chave do meu pequeno
Audi.
— Está aqui, — ele diz calmamente, a sua expressão é incerta.
— O que quer dizer, está aqui? — Cara. Eu pareço com raiva. Droga. Eu
estou com raiva. Meu subconsciente olha pra ele. Como ele se atreve!
— Taylor trouxe de volta ontem.
Eu abro a minha boca e em seguida fecho, eu repito o processo mais duas
vezes, mas estou sem fala. Ele está me dando de volta o carro. Droga dupla. Por
que eu não previ isso? Bem, dois podem jogar esse jogo. Eu pesco no bolso de trás
da minha calça jeans e puxo o envelope com o cheque.
— Aqui, este é seu.
Christian olha para mim intrigado, então reconhece o envelope, levanta as
duas mãos e vai para longe de mim.


— Oh, não. Esse dinheiro é o seu. 
— Não, não é. Eu gostaria de comprar o carro de você.
Sua expressão muda completamente. Fúria, sim, a fúria varre o seu rosto.
— Não, Anastásia. Seu dinheiro, seu carro, — ele se encaixa em mim.
— Não, Christian. Meu dinheiro, seu carro. Eu vou comprar de você.
— Eu lhe dei o carro como presente de formatura.
— Se você tivesse me dado uma caneta, seria um presente de formatura
adequado. Você me deu um Audi.
— Você realmente quer discutir isso? 
— Não.
— Bom, aqui estão às chaves. — Ele as coloca sobre a cômoda.
— Isso não é o que eu quis dizer!
— Fim da discussão, Anastásia. Não me empurre.
Eu faço uma cara feia para ele, então a inspiração me bate. Tomando o
envelope, eu o rasgo em dois, depois em dois novamente e solto o conteúdo no meu
cesto de lixo. Oh, isso me faz sentir bem.
Christian olha para mim, impassível, mas sei que acabei de acender o pavio
de pólvora e devo ficar bem longe. Ele acaricia o queixo.
— Está, como sempre, me desafiando, Srta. Steele, — ele diz secamente.
Ele vira as costas e sai para a sala. Esta não é a reação que eu esperava. Eu estava
antecipando o Armagedon em escala completa. Olho para mim no espelho e dou de
ombros, e decido fazer um rabo de cavalo. 
A minha curiosidade é aguçada. O que Cinquenta está fazendo? Eu o sigo
para a sala, e ele está no telefone.
— Sim, vinte e quatro mil dólares. Diretamente.
Ele olha para mim, ainda impassível.
Ótimo... Segunda-feira? Excelente... Não, só isso, Andrea.
Ele desliga o telefone.
— Será depositado em sua conta bancária na segunda-feira. Não brinque
comigo. — Ele está fervendo de raiva, mas eu não me importo.
— Vinte e quatro mil dólares — Estou quase gritando. — E como você sabe
o número de minha conta? 
Minha ira pega Christian de surpresa.


— Eu sei tudo sobre você, Anastásia, — ele diz calmamente.
— De forma nenhuma meu carro vale vinte e quatro mil dólares.
— Concordo com você, mas se trata de conhecer o seu mercado, se você
está comprando ou vendendo. Algum louco lá fora, caiu uma armadilha mortal e
estava disposto a pagar essa quantia em dinheiro. Aparentemente, é um clássico.
Pergunte a Taylor se você não acredita em mim.   
Eu olhei ameaçadoramente para ele e ele olhou ameaçadoramente de volta,
dois loucos furiosos e teimosos, olhando um para o outro.
E eu sinto isso, a corrente de eletricidade entre nós é tangível, atraindo-nos
um para o outro. De repente, ele me agarra e me empurra contra a porta, a sua
boca está na minha, reivindicando-me avidamente, uma mão no meu traseiro me
pressionando para sua virilha e outra na nuca, no meu cabelo, puxando minha
cabeça para trás. Meus dedos estão em seu cabelo, torcendo duro, segurando-o
para mim. Ele esfrega o seu corpo em mim, aprisionando-me, sua respiração está
irregular. Eu o sinto. Ele me quer, eu estou embriagada, tremendo de excitação,
enquanto reconheço a sua necessidade de mim.
— Por que, por que você me desafia? — Ele murmura entre seus beijos
quentes.
Meu sangue esquenta em minhas veias. Será que ele vai ter sempre esse
efeito sobre mim? E eu para ele?
— Porque eu posso. — Eu estou ofegante. Eu me sinto melhor ao sentir o
seu sorriso no meu pescoço, e ele pressiona a testa em mim.
— Senhor, eu quero te tomar agora, mas eu estou sem preservativos. Eu
nunca me canso de você. Você é de enlouquecer, mulher enlouquecedora.
— E você me deixa louca, — eu sussurro. — Em todos os sentidos.
Ele balança a cabeça. 
— Venha. Vamos sair para tomar o café da manhã. E eu conheço um lugar
onde você pode cortar seu cabelo.
— Ok, — eu concordo e foi assim, que nossa luta acabou.









— Eu vou querer isso. — Eu pego a conta do café da manhã antes que ele
pague.
Ele franze a testa para mim.
— Você tem que ser rápido por aqui, Grey.
— Você está certa, eu serei, — ele diz amargamente, embora eu ache que
ele está me provocando.
— Não me olhe atravessado. Eu estou vinte e quatro mil dólares mais rica
esta manhã. Eu posso pagar, — Eu olho para a conta, vinte e dois dólares e
sessenta e sete centavos pelo café da manhã.
— Obrigado, — ele diz a contragosto. Ah, o garoto mal-humorado está de
volta.
— Onde agora? 
— Você realmente quer cortar seu cabelo? 
— Sim, eu olho para ele.
— Você está linda para mim. Você sempre está.
Eu coro e olho para os meus dedos entrelaçados no meu colo. 
— E a festa do seu pai esta noite.
— Lembre-se, é com roupa à rigor.
Oh Meu Deus. 
— Onde será
— Na casa dos meus pais. Eles têm uma marquise. Você sabe, as obras.
— Qual é a caridade? 
Christian esfrega as mãos em suas coxas, parecendo desconfortável.
É um programa de reabilitação de drogas para pais com crianças
pequenas chamadas Coping Together.
— Soa como uma boa causa, — eu digo baixinho.
— Vem, vamos embora. — Ele se levanta, parando efetivamente o tema de
nossa conversa e me oferece sua mão. Quando eu a pego, ele aperta os dedos em
torno de mim. 
É estranho. Ele demonstra tanto afeto em algumas vezes, e em outras é tão


fechado. Ele me leva para fora do restaurante, e caminhamos pela rua. É uma
manhã linda, leve. O sol está brilhando, e o ar cheira a café e pão acabado de sair
do forno.
— Aonde vamos? 
— Surpresa.
Ah, ok. Eu realmente não gosto de surpresas.
Andamos por dois quarteirões, e as lojas tornam-se decididamente mais
exclusivas. Eu ainda não tive a oportunidade de explorar, mas isso realmente é ao
virar da esquina de onde eu moro. Kate vai ficar satisfeita. Há uma abundância de
pequenas lojas para alimentar a sua paixão por moda. Na verdade, eu preciso
comprar algumas saias para o trabalho. 
Christian para na frente de um grande salão de beleza, de aparência chique
e abre a porta para mim. Chama-se Esclava. O interior é todo branco e couro. Na
recepção de um branco puro se senta uma jovem loira com um uniforme branco.
Ela olha para cima à medida que entramos.
— Bom dia, Sr. Grey, — ela diz com brilho, a cor crescendo em seu rosto,
enquanto ela pisca seus cílios para ele. É o efeito Grey, mas ela o conhece! Como?
— Olá Greta.
E ele a conhece. O que é isso?
É o de costume, senhor? — Ela pede educadamente. Ela está usando
batom rosa pink.
— Não, — ele diz rapidamente, com um olhar nervoso para mim.
O de sempre? O que significa isso?
Caralho! É a Regra nº 6, e o maldito salão de beleza. Todas as regras sobre
depilação a cera... merda! 
Este é o lugar onde ele trouxe todas as suas subs? Talvez Leila, também? O
que diabos eu vou fazer com isso?
— A Srta. Steele vai dizer o que ela quer.
Eu olho para ele. Ele está introduzindo as regras com discrição. Eu já
concordei com o personal trainer, agora isso?
— Por que aqui? — O acuso.
— Sou dono deste lugar, e de mais três como este.
— Você é o dono? — Eu suspiro de surpresa. Bem, isso é inesperado.


— Sim. É uma linha alternativa. Enfim, o que você quiser, você pode tê-lo
aqui, por conta da casa. Todos os tipos de massagens; sueca, shiatsu, pedras
quentes, reflexologia, algas, tratamento facial, todas essas coisas para as
mulheres, tudo. Tudo isso é feito aqui. — Ele acena a mão com dedos longos, com
desdém.
— Depilação? 
Ele ri. 
— Sim depilação também. Em todos os lugares, — ele sussurra
conspirador, curtindo o meu desconforto.
Eu coro e olho para Greta, que está olhando para mim com expectativa.
— Eu gostaria de um corte de cabelo, por favor.
— Certamente, Srta. Steele.
Greta é toda batom pink e eficiência germânica em movimento,  ela verifica
a tela do seu computador.
— Franco estará livre em cinco minutos.
— Franco é bom, — Christian diz para mim, me tranquilizando. Eu estou
tentando absorver tudo isso em minha cabeça. Christian Grey, é CEO de uma
cadeia de salões de beleza. 
Eu olho para ele, e de repente ele empalidece com algo, ou alguém, que
chamou sua atenção. Viro-me para ver para onde ele está olhando, e à direita, na
parte de trás do salão, uma loira platinada e elegante apareceu, fechando a porta
atrás dela e está falando com um dos cabeleireiros. 
A loira platinada é alta, bronzeada, encantadora, e na casa dos trinta ou
quarenta anos ou mais, é difícil dizer. Ela está usando o mesmo uniforme que
Greta, mas em preto. Ela parece impressionante. Seu cabelo brilha como uma
áurea, cortado no estilo Chanel. Quando ela se vira, ela avista Christian e sorri
para ele, um sorriso deslumbrante de reconhecimento quente.
— Desculpe-me, — Christian murmura às pressas.
Ele anda rapidamente pelo salão, passando pelos cabeleireiros todos
vestindo brancos, além dos estagiários nas pias, e se aproxima dela, longe demais
para que eu possa ouvir a conversa. A loira platinada o cumprimenta com carinho
óbvio, beijando suas duas faces, as mãos descansando em seus braços, e eles
conversam animadamente juntos.


— Srta. Steele? 
Greta a recepcionista está tentando chamar minha atenção.
— Espere um momento, por favor. — Eu assisto Christian, fascinada.
A loira platinada se vira e olha para mim, e me dá o mesmo sorriso
deslumbrante, como se ela me conhecesse. Eu sorrio de volta educadamente. 
Christian parece chateado com alguma coisa. Ele fala com ela, e ela
concorda, segurando suas mãos e sorrindo para ele. Ele está sorrindo para ela, é
evidente que eles se conhecem bem. Talvez eles tenham trabalhado juntos por
muito tempo? Talvez ela dirigisse o lugar, afinal, ela tem um olhar de autoridade.
Em seguida, algo me bate como uma avalanche, e bem do fundo do meu
coração, eu sei quem ela é. Deslumbrante, mais velha e bonita. 
É a Sra. Robinson.

 

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