domingo, 2 de dezembro de 2012

Capítulo 11 (Opúsculo-A Paródia)


11 - DEVIDO LUGAR
E ESSA COISA ERA AJUSTAR O SISTEMA DE ALARME EM nossa casa
. Agora que a possibilidade de ter
um vampiro arrombando minha casa e pairando sobre a minha cama á noite não era mais uma fantasia minha,
mas uma possibilidade assustadoramente real, eu precisava  desativar  a programação  Soe par a Criminosos,
mais Ignore Vampiros .
Corri de volta para casa e peguei as fechaduras á prova de vampiros que estavam na gaveta do armário da
nossa  cozinha.  Jim  estava  pegando  no  meu  pé  para  colocá-las,  mas,  entre  a  briga  de  vampiros  e  minhas
realizações  românticas  á  Elizabeth  Bennet
,  eu  simplesmente  não  tinha  encontrado  tempo  para  isso.
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Lembrando de que ele havia me avisado que eu dormiria na rua esta noite se ele chegasse em casa e a nossa
casa ainda não estivesse á prova de vampiros, fui em todos os aposentos, colocando fechaduras de segurança
que  somente  mãos  humanas  podiam  abrir.  Isso  porque  mãos  humanas  podem  apertar  e  puxar
simultaneamente, enquanto vampiros e crianças só podem fazer uma coisa ou outra de cada vez.
Queria esquecer  tudo  sobre o  baile  de  formatura,  então tirei meu  gesso  rasgado  e o troquei  por uma fina
camisola de cetim. Olhei no espelho, decidida; olhei par a um autorretrato que tinha pintado, decidida; olhei na
água suja da pia da cozinha, que produzia um ligeiro reflexo, decidida. Era tempo de ir atrás de Edwart.
Aterrissei do outro lado da cerca que circulava seu condomínio fechado pelo portão aberto. Decidi tirar meus
saltos; eles eram  bons para  caminhar, mas queria que Edwart pensasse  que  eu  havia tido dificuldades para
alcançá-lo. Eu também – oops – acidentalmente baguncei meu cabelo com a mão.
Corri pelas ruas do  condomínio de Edwart no  escuro, imaginando que eu era  uma  mulher  equilibrando  um
vaso  de  barro na cabeça  correndo  para o  poço,  ou  uma  adolescente superdotada  correndo  de um  grupo  de
vampiros que celebravam a melhor noite do ensino médio. Muita coisa havia me acontecido nos últimos dias.
Eu  tinha namorado um menino  real com sotaque falso.  Tinha fingido minha  morte para ver  se eu teria  um
grande funeral,  mas  não  tive  nenhum  afinal,  porque  meu olho piscou enquanto  eu  estava  deitada  lá e isso
arruinou tudo. Tinha
finalmente
chegado ao fim daquela serie de livros sobre a garota travessa, Nancy Drew
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.
Também havia algo sobre lobisomens, mas deixei essa parte de fora.
Enquanto eu corria, todos esses eventos passavam por minha mente como um videoclipe com um rock legal e
excitante tocando ao fundo. Acrescentei uma imagem minha ganhando algum tipo de premio, porque tinha a
sensação de que isso logo aconteceria.
Virei na  rua  de  Edwart, decidindo caminhar  o  resto  do  percurso  porque  não  queria  estar ofegante  quando
chegasse. Imaginei o que lhe diria par a explicar as manchas de suor no meu vestido. Ele acreditaria em mim se
eu dissesse que era xixi? Meu xixi tinha um jeito divertido de subir para minhas axilas.
Estava  bem  na  frente  da  casa  de  Edwart  quando  de  repente  escutei  tocar   Decode
,  do  Paramore.  Meu
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celular!
Abri rapidamente o celular.
- E ai, sangue? – eu disse. Atender o telefone assim era um habito que eu tinha adquirido quando achava que
meu namorado era um vampiro.
- Cuidado para não falar nada até que eu te diga.
Congelei.
Era Josh!
Derrubei o telefone no chão. Apanhei-o e derrubei-o outra vez.
Coloquei o telefone no meu ouvido bem a tempo de ouvi-lo dizer:
- Bom, agora diga  Switchblade  ou aperte um se essa   a sua localização atual.
- Switchblade – sussurrei, levantando os olhos, amedrontada, para a casa de vidro de Edwart. Só podia haver
uma razão  por  trás dessa chamada:  seqüestro.  Escutaria  algum  dia a  doce melodia  do triangulo  de Edwart
outra vez?
- Esse é o seu ultimo aviso – Josh continuou
- Pare com isso! Gritei – não tenho medo de você!
- Seu veiculo não esta no seguro – ele disse.
- Onde esta Edwart? Não o machuque! – escorregando um pouco, comecei a correr pelo caminho de vidro.

- Para fazer um seguro do seu carro, por favor, aperte um e diga  Faca o seguro  após o sinal – a voz de Josh
disse.
Parei de correr, de repente aliviada. Era uma gravação. Então era assim que os vampiros sobreviviam: usando
suas vozes autoritárias em chamadas telefônicas pré-gravadas.
Na  porta  de  Edwart,  meu  dedo  indicador  estava  tremulo  demais  para  tocar  a  campainha  –  sim,  outra
insegurança relacionada ao nosso amor um pelo outro estava me impedindo de fazer o inevitável.
E se a vida dele fosse melhor sem mim? E se nas ultimas quatro haras ele descobriu alguém que tenha mais
novelas de Jane Austen do que eu? E se ele tiver encontrado alguém que sofreu menos desilusões? Derrotada,
encostei minha cabeça contra a parede, acidentalmente tocando a campainha.
Edwart abriu a porta.
- Belle! – ele gritou.
- Edwart! – eu gritei.
- Belle!
- Edwart!
- Belle!
- Edwart!
Percebi que  havia alho  pendurado sobre  o batente  da porta . Edwart segurava uma  estaca numa mão e uma
camisa do  Team Jacob  na outra.
- Você foi mordida? – ele perguntou nervosamente.
- Não – eu respondi, caminhando na direção dele. – Estou bem.
- Ufa! – ele disse. Então, abaixou a camisa e a estaca. – Porque
isso
poderia ser uma reviravolta!
- Não se preocupe; se Josh tentar alguma vez, eu o morderei primeiro e o tr ansformarei em uma menina.
Ficamos silenciosos por alguns momentos. No primeiro momento, percebi com alivio como o olhar para ele
ainda fazia meu coração bater mais rápido. No segundo, ansiosamente perguntei a mim mesma se o batimento
ia diminuir ou se eu estava tendo um ataque cardíaco depois de toda aquela corrida. No terceiro, agarrei sua
estrutura magra  de varra  pau e seu sorridente  rosto sardento. Não  pude deixar  de sorrir  de  volta. Enquanto
estivesse com Edwart, nunca mais perderia aquela brincadeira de guerra dos polegares.
- E então, alguma novidade? – ele perguntou.
Dei a resposta de costume.
- Não muitas. Só sai da festa de formatura de vampiro para vim ver você.
- Belle, realmente sinto muito por ter deixado você no cemitério. Estava indo tomar algumas lições de caratê e
então voltaria para resgatar você...mas, depois da aula de  ética, percebi  que o caratê começa e termina com
cortesia.  É  uma  disciplina  que  só  deveria  ser usada  para  autodefesa e  mesmo  assim  como  ultimo  recurso.
Então subi a Montanha da Morte e peguei o andróide...
- Aquele que cai e levanta outra vez?
- Sim, aquele! – ele sorriu para mim, maravilhado. – Você se lembrou.
- Claro, Edwart. Aquele foi o dia em que percebi que podia amar você, mesmo que você devotasse todo o seu
tempo para criar um andróide sem utilidade e chance no mercado.
-  Não  mais  inútil,  na verdade  –  ele  deu  um  passo  para  o  lado, revelando  o andróide  atrás  dele.  Parecia  à
mesma imitação de corpo humano anatomicamente correto de antes, mas alguma coisa estava estranha.
- Observe – Edwart o ligou. Seus olhos acenderam-se, vermelhos.
- Vampiro: a 11 km de distancia – ele disse com a voz de Jeff Goldblum ( Ele foi o primeiro robô a ganhar um
Oscar , explicou  Edwart com admiração). Ele  ergueu  seu braço robótico. Presa  nele estava uma gigantesca
arma parecida com um arpão.
-  É  um  míssil  teleguiado    pelo  frio  –  disse  Edwart,  sorrindo  travessamente.  –  Chamo  ele  de   Kebab  de
vampiro .
- Impressionante – murmurei. – Por que não usou?
Ele olhou para seus pés.
- Ouvi dizer que você estava com Josh...não queria machucá-lo se...
- Por quê?  Por que você não quis me proteger desse horrível vampiro?
Ele olhou para mim com um sorriso triste e olhos cansados e brilhantes.
-  Você  teria  gostado  que  eu  tivesse  mandando  pelos  ares  todos  os  vampiros  enquanto  você  ainda  estava
namorando  um?  Não  acharia  melhor  que  eu  esperasse  pacientemente  pelo  seu  retorno,  não  importando  o
quanto demorasse, para que pudéssemos mandá-los pelos ares juntos?
Fiz uma pausa, insegura a respeito do rumo que aquilo estava tomando.
- Então  esperei  por você –  ele continuou. – Esperei  para  ver se  você  voltaria,  embora você  tenha preferido
namorar um vampiro a mim.
- Bem... – comecei a dizer, mas então decidi que aquela afirmação era complicada demais para corrigir. Então,
em vez disso, eu disse: Também sinto muito, Edwart.
Ele colocou sua mão sobre o botão LANÇAMENTO do andróide.
- Vamos lá? – ele disse alegremente, estendendo a outra mão par a mim.
- Edwart!
- O que?
Cruzei os braços em desaprovação.
-  Oh,  você  achou...  achou  mesmo  que  eu  ia...  achou  que  eu
mataria?  Mataria  vampiros?
–  ele  riu
constrangido. Ri também. Tinha que admitir, isso daria uma pegadinha muito boa algum dia.
Edwart afastou-se de mim um pouco, mas moveu seus olhos para que eles me vissem perifericamente.
- Posso... te mostrar um videogame que eu fiz? – ele perguntou baixinho.
- Sim, claro. É muito legal que você faca videogames! É sobre mim?
- Bem –  ele disse  enquanto ligava  seu Nintendo  Wii. Percebi que minha  esperta  dedução havia  sido muito
esperta, realmente. É claro que era sobre mim!
- O.k., então esta é você – disse ele, apontando para uma garota animada por computador com uma aparência
nada lisonjeira.
- Mas ela tem cabelos castanhos – eu disse.
- Você tem cabelos castanhos. Não tem?
- Castanhos com luzes avermelhadas – corrigi. Meu Deus!
Ele apontou para a figura de um guerreiro musculoso.
- Este, obviamente sou eu – ele disse. – E este é Josh! – ele apontou para um cogumelo no fundo da tela. –
Vamos lutar contra ele, Belle!
Eu estava ficando um pouco impaciente. Teríamos de esperar quatro livros e milhares de Paginas para alguma
coisa acontecer?
- Então, o que você quer fazer agora? – perguntei.
- Jogar videogames.
- Por quanto tempo quer jogar?
- Um tempo realmente longo. Quero jogar todos os videogames com você.
- E depois?
- Bem, se houver tempo, deveríamos realmente trabalhar no website do nosso clube, mas compreenderei se
você ficar cansada depois de todos esses videogames. Tenho dois armários cheios.
Deixei-me cair no sofá, exausta. O problema com rapazes inteligentes é que eles nunca têm iniciativa.
Então rápido como um r aio, aconteceu. Num  movimento  e barulhento  em  cima do sofá de plástico, Edwart
estava ao meu lado. Ele rapidamente passou os braços em torno de mim, puxando-me ao encontro de seu peito
ossudo.
Suas mãos agarram  as minhas  como se  elas fossem  controles de videogame. Ele empurrou para baixo  meu
dedo indicador esquerdo. Dei um chute baixo. Ele apertou meu mindinho esquerdo. Eu saltei. Ele apertou meu
polegar direito. Fiquei parada no ar. Ele torceu meu pulso, empurrando para baixo meu dedo médio direito. Eu
me curvei, apanhei uma granada e a joguei. Estava ficando divertido!
De repente, falei sem pensar:
- Amo você mais do que tudo na galáxia inteira, condensada em um potente e delicioso chiclete.
- Isso definitivamente parece bastante – Edwart disse. Ele olhou para mim em silêncio por momento. – esse
jogo mostra como me sinto.
Olhamos  para  as  figuras  de  Belle  e  Edwart  na  tela  da  TV.  Elas  estavam  perto  uma  da  outra,  saltando
ligeiramente para cima e para baixo, dizendo a toda hora  I ! . Exatamente como nós, pensei.
Vagarosamente,  Edwart começou a passar  os  dedos pela  minha  espinha,  desenhando  formas  invisíveis  em
minhas costas. Voltei-me para ele e passei meus dedos pela sua mão, traçando um peru invisível.
Depois de alguns minutos, Edwart perguntou:
- O que estou desenhado?
- Um computador.
Ele suspirou e gentilmente pressionou seus lábios contra o meu cabelo.
- Você me conhece bem demais – murmurou.
Imaginei o que os colegas da minha antiga escola em Phoenix pensariam se me vissem agora.Provavelmente,
diriam:  Belle deixou Phoenix? Achei mesmo que estava faltando algum no meu grupo de Historia?
Começamos a trocar beijos de borboleta, que é o tipo de beijo em que você roça seus cílios na pele da outra
pessoa. Eu ia respeitar o desejo de Edwart de esperar, e ele ia respeitar meu desejo por criaturas aladas.
- AHHHH, CÃIBRA NA PERNA, CÃIBRA NA PERNA! – Edwart de repente gritou.
- Oh, meu Deus, sinto muito, fiz alguma coisa? – perguntei, preocupada que aquilo fosse intenso demais para
ele.
- Não, só preciso me esticar. O.k esta melhor.
Ergui o rosto na direção de Edwart para lhe dar beijos de borboletas outra vez. Ele inclinou seu rosto na minha
direção, roçando seus cílios suavemente contra os meus e depois contra minha bochecha e lábios. Edwart tinha
uma  coordenação  olho-ciliar  terrível,  então  fiquei  bem  parada  para  lhe  dar  uma  mãozinha.  Ele  tomou
firmemente meu rosto entre as mãos para mirar melhor. Então, muito suavemente, inclinou meu rosto para o
dele. Parei de agitar meus cílios. Fitamos um ao outro por um tempo muito longo. Meus olhos começaram a
entornar um pouco e vi três narizes de uma vez. Ele retirou o cabelo grudado no meu hidratante para lábios,
entrelaçando os dedos profundamente dentro dos meus cachos castanho-avermelhados como  uma  faixa  para
cabelos feita de dedos. Ternamente, atraiu meus lábios par a os dele, e pude sentir seu hálito fazendo cócegas
nos minúsculos folículos capilares que toda mulher normal tem sobre a boca.
- AHHH, CÃIBRA NO PÉ, CÃIBRA NO PÉ! – ele gritou.
- Como é que isso está acontecendo?
- Está tudo bem, uhh! Está tudo bem agora.
Olhamos  um  para o  outro e rimos um pouco porque,  sabe  como  é,  relacionamentos demandam  trabalho  e
comunicação.
E então, Edwart colocou seus lábios frios sobre o meu pescoço, pela primeira vez.
Fim!

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