domingo, 18 de novembro de 2012

Capítulo 7 (Tocada Pelas Sombras)


SETE
Quando o primeiro aviso para o toque de recolher apareceu, os Moroi arrumaram suas coisas.
Adrian saiu imediatamente, mas Lissa e Christian demoraram para ir aos seus dormitórios. Eles
seguravam as mãos e mantiveram suas cabeças juntas, sussurrando sobre algo que eu poderia
ter “espiado” se eu fosse para dentro da cabeça de Lissa. Eles ainda estavam ultrajados com as
noticias sobre Victor.
Eu dei a eles privacidade e mantive distancia, olhando ao redor enquanto Eddie andava ao lado
deles. Já que haviam mais Moroi do que dhampirs nop campos, os Moroi tinham dormitórios
lado a lado. Lissa e Christian viviam em diferentes dormitórios. Os dois pararam quando
chegaram em um ponto fora dos prédios onde o caminho se dividia. Eles deram um beijo de
tchau, e eu fiz o melhor para fazer o ver-sem-realmente-ver. Lissa me deu tchau e se dirigiu ao
dormitório com Eddie. Eu segui Christian para o dele.
Se eu estivesse guardando Adrian ou alguém como ele, eu provavelmente teria que agüentar
piadas sexuais sobre nós dormirmos perto um do outro durante 6 semanas. Mas Christain me

trata de forma casual, de um jeito brusco como poderia tratar uma irmã. Ele arrumou um lugar
no chão para mim, e quando ele voltou do banheiro, eu me fiz uma cama confortável de
cobertores. Ele desligou a luz e pisou em sua própria cama.
Depois de vários segundos em silencio, eu perguntei,”Christian?”
“É hora de dormir, Rose.”
Eu bocejei. “Acredite, eu quero fazer isso também. Mas eu tenho uma pergunta.”
“É sobre Victor? Porque eu preciso dormir, e isso só vai me irritar de novo.”
“Não, é sobre outra coisa.”
“Ok, manda.”
“Porque você não gozou com a minha cara depois do que aconteceu com Stan? Todo mundo
está tentando descobrir se eu fiz besteira ou se fiz de propósito. Lissa brigou comigo. Adrian
também um pouco. E os guardiões...bem, esquece eles. Mas você não disse nada. Eu pensei
que você seria o primeiro a comentar algo.”
Mais silencio caiu, e eu esperei que ele estivesse pensando sobre sua resposta e não
dormindo.
“Não tem porque dificultar as coisas,” ele disse finalmente.”Eu sei que você não fez de
propósito.”
“Porque não? Eu quero dizer, não que eu esteja contradizendo você – porque eu não fiz de
propósito – mas porque você tem certeza?”
“Por causa da nossa conversa em ciência culinária. E porque do jeito que você é. Eu vi você em
Spokane. Qualquer um que faz o que você fez para nos salvar... bem, você não faria algo tão
infantil como isso.”
“Wow. Brigado.Eu...bem, significa muito.”Christian acreditava em mim quando ninguém mais
acreditava. “Você é tipo a primeira pessoa que realmente acredita que eu fiz besteira sem
qualquer outro motivo.”
“Bem,” ele disse,” eu não acredito nisso também.”
“Acredita no que? E eu fiz besteira? Porque não?”
“Você não estava ouvindo? Eu vi você em Spokane. Alguém como você não faz besteira ou
congela.” Eu comecei a dizer a mesma coisa que eu disse aos guardiões, que matar um Strigoi
não me fazia invencível, mas ele me cortou:”Além do mais, eu vi a sua cara lá.”
“Lá...na quadra?”
“É.” Vários segundos de silencio se passaram. “Eu não sei o que aconteceu, mas o jeito que
você estava... não era o jeito de alguém que estava tentando se vingar de alguém. Também
não era o jeito de alguém congelando ao ataque de Alto. Era algo diferente... eu não sei. Mas

você foi completamente consumida por outra coisa – e honestamente? Sua expressão? Meio
assustadora.”
“E ainda sim... você não está dificultando as coisas para mim sobre isso também.”
“Não é da minha conta. Se foi grande o suficiente para te consumir daquele jeito, então deve
ser sério. Eu me sinto seguro com você, Rose. Eu sei que você teria me protegido se tivesse um
Strigoi de verdade lá.” Ele bocejou. “Ok. Agora que eu me abri, eu posso dormir? Talvez você
não precise do seu sono de beleza, mas alguns de nós não tem tanta sorte.”
Eu deixei ele dormir e logo também fiquei exausta. Eu tive um dia longe e ainda estava
cansada devido a falta de sono da ultima noite. Quando eu estava dormindo profundamente,
eu comecei a sonhar. Enquanto eu sonhava, eu senti os sinas de Adrian entrando no meu
sonho.
“Oh, não.” Eu gemi.
Eu estava em um jardim no meio do verão. O ar estava pesado e úmido, e a luz do sol batia em
mim em ondas douradas. Flores de todas as cores estavam ao meu redor, e o ar estava pesado
com o cheiro de lilás e rosas. Abelhas e borboletas dançam de flor em flor. Eu usava jeans e
uma camisa sem manga. Meu nazar; um pequeno olho azul feito de vidro que supostamente
protegia do mal, estava pendurado no meu pescoço. Eu também usava um bracelete com uma
cruz, chamado chotki, em meu pulso. Era uma herança dos Dragomir que Lissa havia me dado.
Eu raramente usava jóias no meu deveres diários, mas elas sempre apareciam em meus
sonhos.
“Onde você está?” eu chamei. “Eu sei que você está aqui.”
Adrian apareceu de trás de uma macieira que estava cheia de flores rosas e brancas. Ele usava
jeans – algo que eu nunca vi ele usar. Elas ficavam bem nele e sem sombra de duvida eram de
marca. Uma camisa verde escuro – também muito simples – cobria a parte de cima do seu
corpo, e a luz do sol fazia cintilar luas luzes douradas faziam brilhar seu cabelo marrom.
“Eu disse pra você ficar fora dos meus sonhos,” eu disse, colocando aos mãos nos meus
quadris.
Ele me deu um sorriso preguiçoso. “Mas como nós devemos conversar? Você não parecia
muito amigável mais cedo.”
“Talvez se você não usasse compulsão nas pessoas, você teria mais amigos.”
“Eu tinha que salvar você de si mesma. Sua aura estava como uma tempestade de nuvens.”
“Ok, mais uma vez, podemos não falar sobre auras e a minha eminente maldição?”
O olhar em seus olhos me disseram que ele estava muito interessado nisso, mas ele deixou pra
lá. “Ok. Podemos falar sobre outras coisas.”
“Mas eu não quero falar! Eu quero dormir.”

“Você está dormindo.” Adrian sorriu e andou em direção a uma videira para observar ela.
Tinha flores laranja e amarelas com forma de trompete. Ele gentilmente passou seus dedos
nas beiradas das flores. “Esse era o jardim da minha mãe.”
“Ótimo,” eu disse, me fazendo ficar confortável contra a macieira. Parecia que nós ficaríamos
aqui um tempo. “Agora eu tenho que ouvir o seu histórico familiar.”
“Hey ela era uma senhora legal.”
“Tenho certeza que sim.Posso ir agora?”
Os olhos dele ainda estavam na videira. “Você não deveria zombar da arvore genealógica dos
Moroi. Você não sabe nada sobre seu pai. Até onde você sabe, nós poderíamos ser parentes.”
“Isso significa que você me deixaria em paz?”
Andando até mim, ele mudou de assunto como se nunca tivesse sido interrompido. “Nah, não
se preocupe. Eu acho que nossas arvores genealógicas são diferentes. Seu pai não é um cara
da Turquia?”
“É, segundo a minha – Hey, você está olhando os meus peitos?”
Ele estava me olhando de perto, mas seus olhos não estavam mais no meu rosto. Eu cruzei os
braços e encarei.
“Eu estava olhando para sua camiseta,” ele disse. “A cor está toda errada.”
Colocando a mão para frente, ele tocou o tecido. Como tinta se espalhando sobre o papel, o
tecido se tornou do mesmo tom de um rico índigo que as flores da videira. Ele estreitou seus
olhos como um artista expert estudando sua obra de arte.
“Como você faz isso?” eu exclamei.
“É meu sonho. Hmm. Você não é uma pessoa de azul. Bem, não no sentido das cores. Vamos
tentar isso.” O azul se tornou um brilhante vermelho. “Isso, isso mesmo. Vermelho é a sua cor.
Vermelho como uma rosa, como uma doce, doce, Rose.”
“Ah cara,” eu disse. “Eu não achei que você podia ficar maluco nos seus sonhos.” Ele nunca
ficava sombrio ou deprimido como Lissa tinha ficado, mas Espírito definitivamente o deixava
estranho as vezes.
Ele deu um passo para trás e jogou seus braços para cima.”Eu sou sempre louco ao seu redor,
Rose. Aqui, eu vou escrever um belo poema para você.” Ele levantou sua cabeça e gritou para
o céu:
“Rose em vermelho
Mas nunca de azul
Afiada como um espinho
Luta como um também.”

Adriam derrubou seus braços e olhou para mim com expectativa.
“Como um espinho pode lutar?” eu perguntei.
Ele balançou a cabeça. “Arte nem sempre tem que fazer sentido, pequena dhampir. Além do
mais, eu supostamente sou louco, certo?”
“Não o mais louco que eu já vi.”
‘Bem,” ele disse, ando para estudar algumas hortênsias, “vou trabalhar nisso.”
Eu comecei a perguntar sobre como eu poderia “voltar” a dormir,mas nossa conversa trouxe
algo a minha mente.
“Adrian... como você sabe se você é louco ou não?”
Ele se virou, um sorriso em seu rosto. Eu podia ver que ele estava prestes a fazer uma piada,
mas então ele olhou para mim cuidadosamente. O sorriso sumiu, e ele ficou sério.
“Você acha que você é louca?” ele perguntou.
“Eu não sei,” eu disse, olhando para o chão. Eu estava descalça, e a grama pinicava meus pés.
“Eu tenho... visto coisas.”
“Pessoas que são loucas raramente questionam sua sanidade,” ele disse sabiamente.
Eu encarei e então olhei para ele de novo. “Isso não me ajuda.”
Ele andou até mim e colou sua mão no meu ombro. “Eu não acho que você é louca, Rose. Eu
só acho que você passou por muita coisa.”
Eu franzi a testa. “O que isso quer dizer?”
“Quer dizer que eu não acho que você é louca.”
“Obrigado. Isso esclarece tudo. Você sabe, esses sonhos realmente estão começando a me
irritar.”
“Lissa não se importa com eles,” ele disse.
“Você também a visita? Você não tem mesmo limite?”
“Nah, ela é estritamente profissional. Ela quer aprender a fazer isso.”
“Ótimo. Então eu sou a sortuda que tem que agüentar sua importunação sexual.”
Ele realmente pareceu magoado. “Eu queria que você não agisse como se eu fosse a
encarnação do mal.”
“Desculpe. Eu só não tenho muitos motivos para acreditar que você possa fazer algo útil.”

“Certo. Ao contrario do seu super mentor. Eu não vejo você fazer muito progresso com ele.”
Eu dei um passo para trás e estreitei meus olhos. “Deixe Dimitri fora disso.”
“Eu vou quando você parar de agir como se ele fosse perfeito. Me corrija se eu estiver errado,
mas ele é uma das pessoas que escondeu o julgamento de você, certo?”
Eu olhei para longe. “Isso não é importante agora. Além do mais, ele teve seus motivos.”
“É, que aparentemente não envolvem ser aberto com você ou lutar para colocar você lá.Onde
está meu...” Ele riu. “Eu poderia colocar você no julgamento.”
“Você?” eu perguntei com uma risada. “Como você vai fazer isso? Você vai fumar com o juiz?
Usar compulsão na rainha e na metade da corte da realeza?”
“Você não deveria bater tão rapidamente nas pessoas que podem ajudar você. Apenas
espere.” Ele colocou um pequeno beijo na minha testa que eu tentei fugir. “Mas por agora,
descanse um pouco.”
O jardim sumiu, e eu voltei para a escuridão de um sono normal.

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