domingo, 4 de novembro de 2012

Capítulo 17 (Doce Vampiro)


Levei uma semana para perceber que o Luke estava deprimido. Desde a
festa em New Rochelle, ele estava tão para baixo que nem jogava coisas no
teto durante a noite. Só suspirava, rolava na cama e dormia. Embora ele
habitualmente tratasse as escadas e as paredes da casa como um parque de
diversões, só tinha escalado a janela do segundo andar uma vez aquela semana.
E isso porque precisávamos da ajuda dele para destrancar a porta.
     — E aí, como está indo em matemática B? — perguntei um dia, enquanto
ele estudava na minha escrivaninha (a dele estava, como de costume, coberta
de roupas suadas). Normalmente ele não prestava atenção no que estudava.
Fiquei impressionado com a concentração dele aquele dia. Ele não estava
estudando, mas ficou brincando com um lápis-borracha por uns quinze
minutos direto.
     — Tudo bem — ele disse, dando de ombros.
     Sondei, pressionei e toquei em pontos sensíveis para descobrir por que ele
estava chateado, técnica que aprendi com a minha mãe.
     — Você vai repetir? — perguntei.
     — Duvido — ele disse. — Tirei 8 na última prova.
     — Luke! Isso é bom pra caramba!
     — É — ele suspirou novamente. O que era aquele suspiro? Eu nunca
tinha ouvido o Luke suspirar. Então um pensamento me ocorreu. Ele estava
agindo com mais calma.

     — Você voltou a tomar o remédio? — perguntei de repente.
     Ele se virou na cadeira e levantou uma sobrancelha. Depois balançou a
cabeça.
     — Não.
     Gêmeos funcionam mais ou menos como uma gangorra. Quando um de
nós desce, o outro automaticamente sobe. Não quero dizer que estava
contente por ver o Luke chateado. Pelo contrário, quando percebi que ele
estava mal, fiquei mais otimista para tentar animá-lo. Ou mais irritante,
tentando distraí-lo.
     — Ei — gritei da minha cama. — Tem uma barba crescendo aí?
     Será que o meu irmão estava deprimido demais para fazer a barba? O que
era aquilo?
     Levantei e caminhei até o Luke. Realmente ele estava com uma espécie de
barba. Uma barbicha de meio centímetro.
     — Ai, que barba sexy — falei. — É meio... ruiva.
     — Eu sei — ele disse. — Mas não sei por quê.
     O cabelo do Luke era castanho mais claro que o meu. Mas a barba dele
era meio marrom-avermelhada.
     — É o lado irlandês aparecendo — falei. — Lindo de morrer. Posso
tocar?
     — Não — ele disse. — Não toque em nada.
     Estendi a mão para tocar seu rosto. Ele me deu um tapa com aqueles
reflexos felinos que fizeram tantos rivais no futebol da escola chorarem.
Tentei de novo, mais rápido, e ele não me atingiu.
     — Uau, sexy — eu disse, esfregando o rosto do meu irmão.
     Viu só? Eu me torno um completo idiota quando o Luke não é ele
mesmo. Um de nós tem que estar maluco para justificar a paranoia da minha
mãe.
     — Sexy como um cacto.
     — Tá bom, tá bom — ele disse. — Agora me deixe fazer essas coisas de
matemática.— Vamos, Luke — eu disse. — O que você tem?
     Ele virou um rosto triste de cachorro perdido para mim.
     — Tudo bem, lá vai — falou, levantando. Depois virou a cadeira e sentou

de novo para a grande revelação. — Estou apaixonado.
     Comecei a rir.
     — Não, você não está. Você está drogado!
     — Estou apaixonado — ele repetiu com tristeza.
     — Você está chateado porque está apaixonado? — perguntei. — Quem
você é, aquele garotinho de Simplesmente amor?
     Luke voltou a ser ele mesmo por um minuto.
     — Você realmente assiste a filmes demais com a mamãe — disse.
     — Quem é a garota? — perguntei. — Ela estava na festa do time de
futebol?Luke concordou com a cabeça.
     — É aquela menina que estava se esfregando tanto em você que acabou
com a pele ralada? — perguntei.
     — Não — ele disse.
     — É aquela que tomou uma dose de tequila na sua barriga?
     — Não.
     — É aquela que tirou oito fotos com você e depois começou a chorar
porque deixou cair a câmera digital?
     — Não, não é essa — ele disse. — Para falar a verdade, eu não conversei
com ela na festa.— Espere aí — interrompi. — Ela não estava ocupada
discutindo sobre as músicas do Chris Brown, estava?
     — Não.
     — Ufa.
     — Ela não ficou muito tempo — ele disse. — Não gosta muito de festas.
E não gosta de futebol, então não posso usar isso para chegar nela.
     — E do que ela gosta? — perguntei.
     — De livros — ele respondeu, com a voz triste. — Espere aí!
     Ao levantar da escrivaninha num salto, Luke jogou longe a cadeira. A
energia dele havia voltado. Pensei em emitir um alerta de furacão para a região.
     — Você pode me ajudar! — ele exclamou, pulando sem parar. As tábuas
do chão rangeram em protesto. — Finn, você pode me ajudar! Essa menina
gosta de livros! Você deve saber quem ela é!
     — Por que eu saberia? — perguntei.
     — Ah, por favor — ele disse. — Todas as pessoas que leem se

conhecem.
     — Pessoas que leem? Não, nós não nos conhecemos. Mas talvez eu faça
um grupo no Facebook.
     — Finn, isso é brilhante! — ele ainda estava agitado. — Você pode
mesmo me ajudar! Ela é seu tipo de garota. Inteligente, tranquila, péssima
plantando bananeira em cima de um barril de chope...
     — Uma vez — reclamei.
     — Mas você pode me ajudar!
     Balancei a cabeça.
     — Tenho meus próprios problemas com garotas, Luke.
     — Você me deve uma — ele disse. — Vamos lá, me ajude! Eu já ajudei
você com garotas.Zombei dele.
     — Você me convidou para uma festa com a Kate. Eu levei um soco e ela
caiu fora.Ele começou com uma chantagem emocional:
     — Eu ajudei você a pegar meninas a vida toda!
     — A vida toda? — questionei. — A Kate foi a primeira menina que eu
beijei!
     — Mas... — Luke estava levando seu cérebro ao limite. — Lembra
daquela bibliotecária de que você gostava quando éramos pequenos?
     Fingi que não sabia.
     — Bibliotecária? Não lembro.
     Luke colocou as mãos em forma de círculo na frente do peito, o sinal
universal para ―peituda.
     — Tudo bem — admiti. — O que tem ela?
     — Lembra daquela vez que você estava com o tornozelo quebrado e o
alarme de incêndio disparou na biblioteca, e ela carregou você para fora, tipo,
no colo? — ele perguntou, com uma memória surpreendentemente precisa. —
Ela carregou você para fora, cara.
     — Sim — admiti. Eu lembrava. A bibliotecária tinha me levantado e me
segurado contra o peito enquanto deixávamos o prédio, com o alarme de
incêndio soando. Eu me senti tão seguro aninhado nos seios dela.
     — E o que isso tem a ver com você? — perguntei.
     — Eu sabia que você gostava dela — ele disse. — Por isso armei aquilo.

     — Você acionou o alarme? — perguntei, chocado.
     — Não! — ele protestou, depois sorriu. — Eu comecei o incêndio.
     Ri alto, o que não deveria ter feito, porque começar um incêndio num
lugar cheio de papel é uma coisa idiota de se fazer. Mas o Luke tinha feito
aquilo, e a coisa não terminou em desastre porque ele é protegido por toda
sorte que eu não herdei.
     — Bem, acho que posso te recomendar algumas coisas para ler — falei,
dando de ombros. — Você sabe de que tipo de livro essa menina gosta?
     — Humm... — ele desviou o olhar. Eu nunca tinha visto meu irmão
envergonhado ou sem jeito antes. Uau, até que enfim; ele tinha alguma
semelhança com a família.
     — Ela gosta de livros de lobisomem — ele murmurou.
     — Peraí, Luke — comecei, desconfiado. — Você detesta barba. Ela dá
coceira dentro do capacete de futebol. E você não ia querer de jeito nenhum
que as pessoas soubessem que você é ruivo. Você está parecendo um duende.
     — É, mas... — ele resmungou.
     — Eu sei o que você está fazendo! — anunciei em triunfo. — Você está...
     — Tudo bem! — ele disse. — Tudo bem! Eu sei! Eu estou meio que...
     — VOCÊ ESTÁ SE TRANSFORMANDO NUM LOBISOMEM! —
gritei, e em seguida explodi numa gargalhada.
     — Eu não estou me transformando num lobisomem — ele me corrigiu.
Uma vez na vida ele estava preocupado com a semântica. — Estou apenas...
cultivando um visual de lobisomem. Quer dizer, não vou morder ninguém.
     — Você está me copiando! — protestei. — Eu me transformei num
vampiro, e eu não mordi ninguém!
     Dei um soco no ombro do Luke, o que foi uma coisa estúpida de se fazer,
já que ele parecia um muro de concreto.
     — Não estou copiando você! — ele disse. — Um lobisomem é
totalmente diferente de um vampiro! Você é assustador o tempo todo.
Comigo a coisa acontece, tipo, uma vez por mês...— Como a TPM? — sugeri.
     — Cala a boca!
     Ri do Luke e fui embora, dizendo:
     — Cara, você sempre quis ser igual a mim.

     Naquele domingo, eu ia correr com o Jason Burke para me preparar para
o primeiro treino de corrida de inverno na segunda-feira. Mas não rolou. O
Jason teve uma lesão amorosa. Enquanto ele estava dando uns amassos com a
Kayla Bateman numa festa no fim de semana, ela subiu em cima dele e ele foi
esmagado pelos peitos dela. Sério. O médico disse que ele teve uma fissura na
costela.— Eu disse para a minha mãe que você me deu uma cotovelada na
pista — ele acrescentou quando me ligou para cancelar o treino.
     — Não acredito, Jay!
     — Ah, eu não podia falar a verdade — justificou, o que fazia sentido.
     Já que o Jason não podia correr, decidi pular o treino e ir à biblioteca. Na
verdade, eu tinha feito isso algumas vezes. Sempre que o meu personal trainer,
Luke, me mandava correr sozinho, eu dava um pique até o fim da quadra e,
em seguida, assim que estivesse fora da vista dele, caminhava até a biblioteca.
Ele nem desconfiava.
     Naquele dia, subi os degraus da biblioteca de tijolo aparente e
cumprimentei a Agnes e outra bibliotecária que me conhecia pelo nome.
Infelizmente, aquelas eram algumas das poucas mulheres que tinham sobrado
na minha vida, agora que eu não tinha mais nada com a Kate.
     Aquele seria um dia de poesia, decidi. A seção de poesia ficava no mesmo
corredor onde eu havia sido apanhado lendo Sede de sangue. O livro
escolhido dessa vez era bem menos escandaloso: Poemas completos de W. B.
Yeats. Yeats foi um poeta irlandês que nunca conseguiu a garota que queria —
uma revolucionária irlandesa gostosa chamada Maud Gonne. Ele escreveu
uma tonelada de poemas sobre ela, mas a relação deles não deu certo. Ela
gostava de caras mais viris, do tipo que não escreve poesia. E ele não poderia
ser alguém que não era. Eu compreendia aquilo.
     Para ser honesto, eu sentia uma espécie de alívio por não ser mais um
vampiro. Era irritante ter de inventar respostas filosóficas para as coisas. Era
um sofrimento evitar comer ou beber em público. E eu não conseguia
―enfeitiçar ninguém, nem mesmo a Agnes, que tentei enfeitiçar para não levar
uma multa pelos livros atrasados. Eu estava pensando em como era relaxante
parar com toda aquela coisa de vampiro e até poder tirar umas sonecas na
aula, como o Matt Katz, quando levantei a cabeça e vi a Kate andando na

minha direção. Ela estava vestindo um moletom enorme, que cobria suas
mãos (minha mente neurótica me dizia que era de um ex-namorado, um cara
com quem ela costumava ―fazer coisas antigamente. Tive um calafrio. Parei
de pensar nisso). Ela veio até a mesa, mas ficou a meio metro da cadeira à
minha frente.
     — Oi — ela disse, ainda mais baixo do que se deve falar na biblioteca.
     — Como você sabia que eu estava aqui? — perguntei imediatamente.
     — Eu estava dando aula para o Luke — ela respondeu. — Ele disse que
você falou que ia correr, mas que provavelmente viria para a biblioteca.
     Fiquei tão surpreso que acabei me cortando com uma folha de papel e
derramei um pouco de sangue sobre um poema autodepreciativo.
     — O quê? Mas o Luke não...
     — Ele te conhece melhor do que você pensa — ela disse.
     — E por que você veio? — perguntei.
     — Bem, entre outras razões...
     Kate examinou meu rosto, mas eu não parecia amigável nem sorri. Ela
continuou: — Eu tinha uma coisa para devolver. Um livro.
     Um pequeno livro com capa de couro surgiu da manga do moletom da
Kate. As letras douradas me eram familiares. Sonetos de William Shakespeare.
Eu tinha falado para ela sobre os sonetos de Shakespeare em um dos nossos
almoços.
     Olhei para o livro, em vez de olhar para ela. Eu não estava pronto para
perdoá-la. Enquanto eu olhava para baixo, ela se sentou na cadeira à minha
frente e abriu o livro.
     — Acho que este aqui tem meus versos favoritos — disse, virando
lentamente as páginas. — Soneto 29.
     Seus lábios formaram um biquinho enquanto ela pronunciava
cuidadosamente as palavras antiquadas:
Quando, malquisto da fortuna e do homem,
Comigo a sós lamento o meu estado,
E lanço aos céus os ais que me consomem,
E olhando para mim maldigo o fado;

Vendo outro ser mais rico de esperança,
Invejando seu porte e seus amigos;
Se invejo de um a arte, outro a bonança,
Descontente dos sonhos mais antigos;
Se, desprezado e cheio de amargura,
Penso um momento em vós logo, feliz,
Como a ave que abre as asas para a altura,
Esqueço a lama que o meu ser maldiz:
Pois tão doce é lembrar o que valeis
Que esta sorte eu não troco nem com reis.
     — Acho que gosto dele — ela explicou — porque é sobre... não gostar de
si mesmo. E querer mudar. Querer ser popular e outras coisas idiotas que não
importam. Até que você encontra alguém que lhe permite ser você mesmo. O
que é ainda melhor do que ser um rei... ou uma rainha.
     — Obrigado pela análise — respondi. — Mas eu já tinha lido.
     Quando encarei a Kate do outro lado da mesa, ela se inclinou para frente.
Colocou o livro de sonetos ao lado do meu. Suas mãos deslizaram sobre a
mesa até ficar bem perto das minhas.
     — Eu não menti para você, Finbar — ela disse. — Eu menti para todo
mundo da minha outra escola. Fingi que gostava de festas e de beijar um
monte de caras. Eu não gosto. Fiquei com aquela foto no meu armário para
me lembrar que era ridículo me preocupar com tudo aquilo. Eu estava
fingindo com eles. Mas não estava fingindo com você.
     Peguei o livro de couro da mesa e folheei as páginas, mas não li uma
palavra. Vi as mãos da Kate apertando as mangas do moletom e percebi que
ela havia prendido a respiração.
     — Como é mesmo o nome desse cara? — perguntei, olhando para a capa
do livro.Kate ficou confusa por um minuto, mas então soltou o ar e se
permitiu sorrir.
     — Shakespeare? — continuei. — Humm... nunca ouvi falar.

     — Ele nunca fez sucesso — ela brincou, balançando a cabeça. — Era
meio emo, meio subversivo.
     — Ahhh — concordei. Quando vi a Kate sorrindo do outro lado da
mesa, não pude deixar de sorrir também. Ela percebeu o que eu quis dizer ao
relembrar nossa brincadeira sem graça sobre Shakespeare.
     — Então você me perdoa? — perguntou.
     — Acho que é justo — eu disse, colocando o livro de Shakespeare de
novo ao lado do meu Yeats. — Quer dizer, eu nem sempre dei a você uma
imagem totalmente... precisa sobre mim.— Ah, é? — ela inclinou a cabeça,
quase tocando o capuz do moletom. — Eu sabia que Finbar não podia ser seu
nome verdadeiro.
     Revirando os olhos, eu disse:
     — Nossa, como eu gostaria que isso fosse verdade.
     — Então, quem é o Finbar de verdade? — ela me desafiou, apoiando o
queixo nas mãos para ouvir.
     — Bem, em primeiro lugar — arranhei a mesa de madeira com as unhas
–, sou alérgico ao sol. Assisto aos filmes da Kate Hudson com a minha mãe.
Todas as bibliotecárias deste lugar me conhecem pelo nome. Tenho medo da
comida do seu pai, fico intimidado pra caramba por você e, definitivamente,
não sou um vampiro.
     Kate riu e estendeu as mangas gigantescas sobre os livros para colocar as
mãos em cima das minhas, que estavam, é claro, horrivelmente geladas. Ela
não perguntou sobre meu problema com o sol, não reprovou meu gosto por
filmes, não zombou do meu fetiche por bibliotecárias. Apenas falou: — Vou
pedir ao meu pai para preparar uns hambúrgueres na sexta-feira.
     — Sexta?
     — Queríamos que você aparecesse lá outra vez — ela disse. — Minhas
irmãs e meu irmão querem conhecer meu namorado.
     Ciúme e náusea subiram pelo meu estômago. Comecei a gaguejar, mas,
antes de dizer qualquer coisa, percebi que ela estava falando de mim.
     — Humm... namorado? — repeti, como um idiota.
     Embora a Kate tenha encolhido os ombros, como se aquilo não
importasse, percebi que os dedos dela estavam tensos e apertados na manga

do moletom.
     — Se você quiser — ela disse.
     E eu respondi:
     — Legal.
     Foi simples assim. O moletom da Kate podia até ter pertencido a outro,
mas ela era minha. Deixamos os dois livros sobre a mesa, e dei uma piscada
para a Agnes enquanto Kate e eu saíamos juntos. Eu não era o garanhão
descrito nos bilhetinhos da minha mãe, não era o vampiro galã que a Ashley e
a Kayla esperavam e não era o musculoso Finbar 2.0 que os treinos do Luke
tinham como objetivo. Era apenas o cara que ia levar a Kate para casa. E isso
era exatamente o que eu queria ser.
     — A propósito — falei enquanto abria a porta do carro para ela –, o Luke
é um lobisomem agora.
     — O quê? — ela perguntou.
     — Ele está fingindo ser um lobisomem para impressionar uma garota —
balancei a cabeça. — Pobre coitado.
     — Bom, eu tenho que dizer — comentou de maneira crítica — que
jamais poderia acreditar que você é um vampiro. Mas consigo pensar no Luke
como um lobisomem.
     — Ah, é? — falei, avançando de forma ameaçadora com meus dentes na
direção dela. — Espere até eu transformar você.
     Kate riu.
     — Não conte para a sua mãe que o Luke é um lobisomem. Tenho a
sensação de que ela ficaria maluca pensando nos pelos espalhados sobre os
móveis.
FIM

Nenhum comentário:

Postar um comentário