DEZESSEIS
No outro dia, me atingiu em cheio o quanto as coisas tinham
mudado desde que os rumores
de Jesse e Ralf haviam começado. Para algumas pessoas, eu
permaneci com uma fonte infinita
de fofocas e risadas. Dos convertidos de Lissa, eu recebi
amistosas e ocasionais defesas. No
geral, eu percebi, nossos colegas me já davam pouco da
atenção deles. Isso se tornou
especialmente real quando algo novo os distraiu.
Lissa e Aaron.
Aparentemente, Mia tinha descoberto sobre a festa e tinha
explodido quando ela soube que
Aaron tinha estado lá sem ela. Ela reclamou com ele, e disse
a ele que se ele quisesse ficar com
ela ele não podia correr pra ficar com Lissa. Então Aaron
havia decidido que ele não queria
ficar com ela. Ele terminou com ela naquela manhã... e
seguiu em frente.
Agora ele e Lissa não se largavam. Eles ficaram perto do
hall na hora do almoço, com os braços
segurando um ao outro, rindo e conversando. Minha ligação
com Lissa mostrou apenas um
pequeno interesse, apesar dos olhares que pareciam achar que
ele era a coisa mais fascinante
do planeta. A maior parte disso era pra se mostrar, sem ele
saber. Ele parecia como se pudesse
construir um santuário aos pés dela a qualquer momento.
E eu? Eu me sentia doente.
Meus sentimentos, no entanto, não eram nada comparados ao de
Mia. No almoço, ela se
sentou o mais longe possível de nós, com os olhos fixos pra
frente, ignorando as consolações
dos amigos que estavam perto dela. Ela tinha manchas cor de
rosa, em sua pálidas e redondas
bochechas, e os seus olhos estavam vermelhos. Ela não disse
nada quando eu passei.
Nenhuma piada. Nenhum olhar de gozação. Lissa a tinha
destruído, assim como Mia tinha
jurado fazer conosco.
A única pessoa mais miserável que Mia era Christian.
Diferente dela, ele não tinha problemas
em encarar o casal feliz enquanto demonstrava um olhar de
ódio em seu rosto. Como de
costume, ninguém nem mesmo notou.
Depois de assistir Lissa e Aaron ficarem pela décima vez, eu
sai do almoço mais cedo e fui ver a
Sra. Carmack, a professora que ensinava “Elementos Básicos.”
Eu andava querendo falar com
ela fazia um tempo.
“Rose, certo?” Ela parecia surpresa em me ver mas não
irritada ou incomodando como metade
dos professores parecia ultimamente.
‘Sim. Eu tenho uma pergunta sobre, hum, mágica.”
Ela levantou uma sobrancelha. Novatos não tinham aula de
mágica. “Claro. O que você quer
saber?”
“Eu estava ouvindo o padre falar sobre o Santo Vladimir no
outro dia... Você sabe em que
elemento ele era especializado? Vladimir, eu quero dizer.
Não o padre.”
Ela amarrou a cara. “Estranho. Famoso como ele é, estou
surpresa que isso nunca tenha vindo
a tona. Eu não sou nenhum expert, mas em todas as histórias
que eu ouvi, ele nunca fez nada
que se conectasse com ninguém dos elementos. Ou é isso, ou
ninguém nunca gravou nada.”
“E quanto aos seus poderes de cura?” Eu fui adiante. “Tem um
elemento que permite que
você faça isso?”
“Não, não que eu saiba.” Seus lábios se abrindo num pequeno
sorriso. “Pessoas de fé
poderiam dizer que ele curava através dos poderes de Deus,
não através de algum elemento
mágico. Afinal de contas, uma coisa certa nas histórias era
que ele era “cheio de espírito”.
“É possível que ele não tinha uma especialização em um
elemento?”
O sorriso dela sumiu. “Rose, isso realmente é sobre o santo
Vladimir? Ou é sobre a Lissa?”
“Não exatamente...” eu murmurei.
“Eu sei que é difícil pra ela- especialmente na frente dos
outros colegas- mas ela tem que ser
paciente,” ela explicou gentilmente. “Vai acontecer. Sempre
acontece.”
“Mas as vezes não acontece.”
“Raramente.Mas eu não acho que ela vá ser um desses. Ela tem
uma apitude maior que o
normal para os quatro elementos, mesmo que ela não tenha se
especializado em um. Um
deles vai se destacar a qualquer dia em breve.”
Isso me deu uma idéia. “É possível se especializar em mais
de um elemento?”
Ela riu e balançou a cabeça. “Não. Muito poder. Ninguem
poderia lidar com tanta mágica, não
sem perder a cabeça.”
Ah. Ótimo.
“Ok. Obrigado.” Eu comecei a ir embora, e então pensei em
mais uma coisa. “Hey, você se
lembra da Sra. Karp? No que ela era especializa?
Sra. Carmack deu um olhar desconfortável o mesmo que
qualquer professor fazia quando
alguém comentava sobre a Sra. Karp.
“Na verdade-“
“O que?”
“Eu quase esqueci. Eu acho que ela era um dos raros que
nunca se especializou. Ela sempre
mantinha um controle bem baixo dos quatro elementos.”
Eu passei o resto das aulas da tarde pensando sobre as
palavras da Sra. Carmack, tentando
encaixa-las na minha teoria Kissa-Karp-Vladimir. Eu também
espionei Lissa. Tantas pessoas
queriam falar com ela agora que ela mal notou o meu
silencio. Mas de vez enquanto eu a via
olhar para mim sem sorrir, com um olhar cansado. Rir e
fofocar o dia todo com pessoas que
ela só meio gostava estava cansando-a.
“Missão cumprida,” eu disse a ela depois da aula. “Você pode
parar com o Projeto Lavagem
cerebral.”
Nós nos sentamos em bancos no jardim, e ela balançava suas
pernas pra frente e pra trás. “O
que você quer dizer?”
“Você conseguiu. Você fez as pessoas pararem de fazer minha
vida horrível. Você destruiu Mia.
Você roubou Aaron. Brinque com ele por mais algumas semanas,
então largue ele e os outros
da realeza de mão. Você ficará mais feliz.”
“Você não acha que eu estou feliz agora?”
“Eu sei que você não está. Algumas das festas são
divertidas, mas você odeia fingir ser amiga
de pessoas que você não gosta – e você não gosta deles. Eu
sei o quanto Xander irritou você
aquela noite.”
“Ele é um idiota, mas eu posso lidar com isso. Se eu parar
de andar com eles, tudo vai voltar a
ser como era. Mia vai começar de novo. Desse jeito, ela não
pode nos incomodar.”
“Não vale apena se tudo o que você está fazendo está te
incomodando.”
“Nada está me incomodando.” Ela soava um pouco defensiva.”
“É?” Eu perguntei vilmente. “Porque você ama tanto o Aaron?
Porque você não consegue
esperar em transar com ele de novo?”
Ela me encarou. “Eu mencionei que você pode ser uma enorme
vaca as vezes?”
Eu ignorei. “Eu estou simplesmente dizendo que você já tem
muita merda pra se preocupar.
Você está se cansando com tanta compulsão que você está
usando.”
“Rose!” Ela olhou ansiosa ao redor. “Fique quieta!”
“Mas é verdade. Usar todo esse tempo vai mexer com a sua
cabeça.De verdade.”
“Você não acha que está exagerando?”
“E quanto a Sra. Karp?”
A expressão de Lissa ficou bem parada. “O que tem ela?”
‘Você. Você é igual a ela.”
‘Não, eu não sou!”Ultraje passou pelos seus olhos verdes.
“Ela tinha o poder de cura também.”
Me ouvindo falar sobre isso a chocou. Esse tópico sempre
havia nos cansado, mas nós
praticamente nunca falávamos sobre ele.
“Isso não significa nada.“
“Você não acha que significa? Você conhece mais alguém que
consegue fazer isso? Ou que
consegue usar compulsão em dhampirs e Moroi?”
“Ela nunca usou compulsão desse jeito, “ ela argumentou.
“Ela usou.Ela tentou usar em mim na noite que nós partimos.
Começou a funcionar, mas então
eles a levaram embora antes que ela tivesse terminado.” Ou
será que tinha funcionado? Afinal
de contas, foi apenas um mês depois que eu e Lissa fugimos
da Academia. Eu sempre pensei
que tinha sido idéia minha, mas talvez a sugestão da Sra.
Karp tenha sido a verdadeira
responsável.
Lissa cruzou os braços. Seu rosto parecia desafiante, mas
suas emoções estavam instáveis.
“Otimo. E daí? Então ela é uma aberração como eu. Isso não
significa nada. Ela ficou louca
porque... bom, porque esse era o jeito que ela era. Isso não
tem nada a ver com
absolutamente nada.”
“Mas não é só ela,” eu disse devagar. “Tem mais alguém como
vocês, também. Alguém que eu
descobri.” Eu hesitei. “Você sabe, o Santo Vladimir...”
E foi então que eu finalmente contei tudo. Eu disse a ela
sobre como ela, a Sra. Karp, e o santo
Vladimir podiam curar e usar super compulsão. Embora a
tivesse feito se contorcer, eu contei
a ela como eles ficavam facilmente chateados e como eles se
machucavam.
“Ele tentou se matar,” eu disse, sem encontrar os seus
olhos. “E eu costumava notar marcas na
pele da Sra. Karp – como se ela tivesse arranhado seu
próprio rosto. Ela tentava esconder com
o seu cabelo, mas eu podia ver os antigos arranhões e então
ela fazia novos.”
“Não significa nada,” insistiu Lissa. “É – é tudo
coincidência.”
Ela soava como se ela quisesse acreditar nisso, e dentro
dela, alguma parte dela realmente
acreditava. Mas tinha outra parte dela, uma parte
desesperada que queria a tanto tempo
saber que ela não era uma aberração, que ela não estava
sozinha. E mesmo que as noticias
não fossem boas, ao menos ela sabia que tinham outros iguais
a ela.
“É uma coincidência que nenhum deles parece ter se
especializado em nada?”
Eu contei sobre a minha conversa com a Sra. Carmack e
expliquei minha teoria sobre a
especialização em quatro elementos. Eu também repeti o
comentário da Sra. Carmack sobre
como ele faria a pessoa enlouquecer.
Lissa esfregou seus olhos quando eu terminei, borrando um
pouco da sua maquiagem. Ela me
deu um sorriso fraco. “Eu não sei o que é mais maluco: o que
você está me dizendo ou o fato
de que você realmente leu algo pra descobrir tudo isso.“
Eu fiquei aliviada pelo fato de que ela tinha feito uma
piada. “Hey, eu sei como ler também.”
“Eu sei que você sabe.Eu também sei que você levou um ano
para ler o Código Da Vinci.” Ela
riu.
“Aquilo não foi minha culpa! E não tente mudar de assunto.”
“Eu não estou.” Ela sorriu, então suspirou. “Eu só não sei o
que pensar sobre isso.”
“Não tem nada o que pensar. Só não faça as coisas que te
deixar triste. Lembra quando você
estava no meio termo? Volte a isso. É muito mais fácil pra
você.”
Ela balançou a cabeça.”Eu não posso fazer isso. Ainda não.”
“Porque não? Eu já disse pra você-“ Eu parei, me perguntando
porque eu não tinha entendido
antes. “Não é só a Mia. Você está fazendo isso porque você
sente que é a sua obrigação. Você
ainda está tentando ser o Andre.”
“Meus pais iriam querer que eu-“
“Seus pais iriam querer que você fosse feliz.”
“Não é tão fácil,Rose.Eu não posso ignorar essas pessoas pra
sempre. Eu também sou da
realeza.”
“A maior parte deles são umas merda.”
“E muitos deles vão ajudar a reinar os Moroi. Andre sabia
disso. Ele não era como os outros,
mas ele fazia o que ele tinha que fazer porque ele sabia o
quão importante era.”
Eu me encostei no banco. “Bom, talvez esse seja o problema.
Você está decidindo quem é
‘importante’ baseado apenas na família,então nós acabamos
com essas pessoas problemáticas
tomando as decisões. É por isso que os números dos Moroi
estão caindo e vacas como a
Tatiana são rainhas. Talvez seja necessário um novo sistema
de realeza.”
“Anda, Rose. Isso é do jeito que é; essa é a forma que tem
sido por séculos. Nós temos que
viver desse jeito.”Eu discordei. “Ok, e que tal isso?” ela
continuou. “Você está preocupada
sobre eu ficar igual a eles – como a Sra. Karp e o Santo Vladimir
– certo? Bom, ela disse que eu
não deveria usar meus poderes,que iria fazer as coisas
ficarem piores se eu usasse. E seu eu
simplesmente parasse? Compulsão, cura, tudo.”
Eu estreitei meus olhos. “Você poderia fazer isso?” A
compulsão conveniente, era tudo o que
eu queria que ela fizesse. A sua depressão tinha começado ao
mesmo tempo que seus poderes
emergiram, logo depois do acidente. Eu tinha que acreditar
que eles estavam conectados,
particularmente tendo em vista as evidencias e os avisos da
Sra. Karp.
‘Sim.”
Sua face estava completamente composta, sua expressão seria
e firme. Com o seu cabelo
pálido preso em uma trança francesa e um blazer por cima do
seu vestido, ela parecia que
podia tomar o lugar dos seus pais no conselho agora mesmo.
“Você tem que parar com tudo,’ eu a avisei. “Nada de cura,
não importa o quão fofinho o
animal seja. E nada mais de compulsão e deslumbrar a
realeza.“
Ela concordou seria. “Eu posso fazer isso. Isso vai fazer
você se sentir melhor?”
“Sim, mas eu ia me sentir ainda melhor se você parasse com a
mágica e voltasse a andar com a
Natalie.”
“Eu sei, eu sei. Mas eu não posso parar, ainda não.”
Eu não consegui fazer ela desistir daquele – ainda – mas
saber que ela iria evitar usar seus
poderes já era um alivio para mim.
“Tudo bem,” eu disse, pegando a minha mochila. Eu estava
atrasada para o treino. De novo.
“Você pode continuar brincando com o bando de pirralhos,
desde que você mantenha as
outras coisas sob controle.” Eu hesitei. “E você sabe, você
já fez seu ponto com Aaron e Mia.
Você não tem que o manter por perto pra continuar andando
com os outros da realeza.”
“Porque eu sempre tenho a sensação que você não gosta mais
dele?”
“Eu acho ele ok – o que é tudo que você acha dele. E eu não
acho que você deve ficar quente e
suada com alguém que você só acha ‘ok’”
Lissa escondeu seus olhos num falso espanto. “Isso é Rose
Hathaway falando? Você foi
reformada? Ou você tem alguém que gosta “mais que ok’?”
“Hey“ eu disse desconfortável, “Eu só estou cuidando de
você. Isso, e eu nunca notei o quão
chato Aaron era antes.”
Ela brincou. “Você acha todo mundo chato.”
“O Christian não é.”
Escapou antes que eu pudesse impedir. Ela parou de
sorrir.”Ele é um idiota. Ele simplesmente
parou de falar comigo sem motivo nenhum um dia.”Ela cruzou
os braços. “E você não odeia
ele de qualquer forma?”
“Eu ainda posso odiar ele e achar ele interessante.”
Mas eu também estava começando a pensar que eu tinha
cometido um erro com Christian. Ele
era esquisito e negro e gostava de colocar as pessoas em
chamar, é verdade. Mas por outro
lado, ele era esperto e engraçado – de um jeito maluco – e
de algum jeito ele acalmava Lissa.
Mas eu tinha estragado tudo. Eu deixei minha raiva e inveja
tomar conta de mim e separei
eles. Se eu tivesse deixado ele ira até o jardim aquela
noite, talvez ela não tivesse se cortado.
Talvez eles estivesse juntos agora, longe da política da
escola.
O destino devia estar pensando a mesma coisa, porque 5
minutos depois que eu deixei Lissa,
eu passei por Christian andando na quadra. Nossos olhos se
encontraram por um momento
antes da gente passar. Eu quase continuei andando. Quase.
Respirando fundo, eu parei.
‘Espera... Christian.” Eu o chamei. Droga, eu estava tão
atrasada para o treinamento. Dimitri ia
me matar.
Christian se virou para me encarar, as mãos no bolso do seu
longo casaco preto, sua postura
relaxada e sem se importar.
“Sim?”
“Obrigado pelos livros. “Ele não disse nada. “Aqueles que
você deu para o Mason.”
“Oh, eu pensei que você tinha falado dos outros livros.”
Sabichão.”Você não vai perguntar pra que eles eram?”
“Problema seu. Apenas imaginei que você estava entediada já
que está suspensa.”
“Eu teria que estar muito entediada pra ler livros.”
Ele não riu da minha piada.”O que você quer,Rose?Eu tenho
lugares pra ir.”
Eu sabia que ele estava mentindo, mas meu sarcasmo não
parecia mais engraçado como era.
“Eu quero que você, hum, saia com a Lissa de novo.”
“Você está falando sério?” Ele me estudou de perto, suspeita
o enchendo.”Depois do que você
disse pra mim?”
“Sim, bom... O Mason não te disse?...”
Os lábios de Christian zombaram. “Ele me disse algo.”
“E?”
“E eu não quero ouvir do Mason.” Sua zombação aumentou e eu
o encarei. “Você o mandou
para se desculpar por você. Faça isso você mesma.”
“Você é um idiota.” Eu o informei.
“Sim. E você é uma mentirosa. Eu quero ver você comer o seu
orgulho.”
“Eu tenho comido o meu orgulho a duas semanas,”eu rugi.
Dando nos ombros, ele se virou e começou a ir embora.
“Espere!” Eu chamei, colocando minha mão no ombro dele. Ele
parou e me olhou. “Tá bem, ta
bem. Eu menti sobre como ela se sentia. Ela nunca disse nada
daquilo,ok? Ela gosta de você.
Eu inventei aquilo, porque eu não gosto de você.”
“E ainda sim você quer que eu fale com ela.”
Quando as próximas palavras saíram da minha boca, eu mal
pude acreditar. “Eu acho... que
você pode... ser bom pra ela.”
Nós nos encaramos por alguns momentos.O seu sorriso afetado
diminui um pouco. Não tinha
muita coisa que o surpreendia. Isso surpreendeu.
“Eu sinto muito. Eu não ouvi você. Dá pra repetir?” Ele
finalmente perguntou.
Eu quase soquei a cara dele. “Dá pra você parar? Eu quero que
você saia com ela de novo.”
“Não.”
“Olha, eu disse pra você, eu menti-“
“Não é isso. É ela.Você acha que eu posso falar com ela
agora. Ela é a princesa Lissa de novo.”
Veneno derramou de suas palavras. “Eu não posso chegar perto
dela, não quando ela está
perto de tantos da realeza.”
“Você é da realeza também,” eu disse, mais pra mim mesma do
que pra ele. Eu fico
esquecendo que os Ozera também era uma das doze famílias
reais.
“Não significa muita coisa numa família de Strigoi, né?”
“Mas você não é – espera. É por isso que ela se conecta com
você. “Eu me dei conta.
“Porque eu vou me tornar um Strigoi?” Ele perguntou
falsamente.
“Não...porque você também perdeu seus pais. Vocês dois os
viram morrer.”
“Ela viu os dela morrer. Eu vi os meus serem assassinados.”
Eu recuei. “Eu sei. Eu sinto muito, deve ter sido... bom, eu
não tenho idéia de como deve ter
sido.”
Aqueles olhos azuis cristais ficaram desfocados. “Era como
ver um exercito de invasores da
morte na minha casa.”
“Você quer dizer...seus pais?”
Ele balançou a cabeça. “Os guardiões que vieram para
matá-los. Eu quero dizer, meus pais
eram assustadores, sim, mas eles ainda pareciam meus pais –
um pouco mais pálidos, eu acho.
Seus olhos estavam vermelhos. Mas eles andavam e falavam do
mesmo jeito. Eu não sabia que
tinha alguma coisa errada com eles, mas minha tia sabia. Ela
estava tomando conta de mim
quando eles vieram por mim.“
“Eles iam mudar você?” Eu esqueci minha missão original
aqui, para saber mais sobre a
história.
“Você era bem pequeno.”
“Eu acho que eles iam cuidar de mim até que eu fosse mais
velho, e ainda me transformar.
Minha tia Tasha não deixou eles me levarem. Eles tentaram
ser razoáveis com ela, converter
ela também, mas quando ela não os ouvir, eles tentaram
pega-la a força. Ela lutou com eles –
foi uma bagunça – e então os guardiões apareceram.” Seus
olhos se voltaram pra mim. Ele
sorriu, mas não tinha felicidade ali. “Como eu disse, um
exercito da morte. Eu acho que você é
louca, Rose, mas se você ficar igual ao resto deles, você vai
ser capaz de fazer um serio dano
algum dia. Mesmo eu não vou mexer com você.”
Eu me senti horrível. Ele tinha uma vida miserável, e eu
tinha tirado dele uma das poucas
coisas boas. “Christian, eu sinto muito por estragar as
coisas entre você e Lissa.Foi idiota. Ela
quer estar com você. Eu acho que ela ainda quer.Se você
pudesse só –“
“Eu disse, eu não posso.”
“Eu estou preocupada com ela. Ela se meteu nessa coisa com a
realeza porque ela acha que vai
se vingar da Mia – ela esta fazendo isso por mim.”
“E você não é agradecida?” O sarcasmo retornou.
“Estou preocupada. Ela não agüenta brincar com todos essas
jogos políticos. Não é bom pra
ela, mas ela não me escuta. Eu podia... eu podia usar uma
ajuda.”
“Ela podia usar uma ajuda. Hey, não fique tão surpresa – eu
sabia que tinha algo estranho
acontecendo com ela. E eu não estou nem falando sobre o
negocio dos pulsos dela.”
Eu dei um pulo. “Ela contou pra você?...” Porque não? Ela
contou a ele todo o resto.
“Ela não precisou, ele disse. “Eu tenho olhos.” Eu devia
parecer patética, porque ele suspirou e
colocou a mão no cabelo. “Olha, se eu pegar a Lissa
sozinha... eu vou tentar falar com ela. Mas
honestamente... se você quer mesmo ajuda-la...bom, eu sei
que eu deveria ser contra as
regras, mas você pode conseguir a ajuda que precisa falando
com alguem.Kirova. O seu cara
guardião. Eu não sei. Alguem que saiba algo. Alguem que você
confia.”
“Lissa não gostaria disso.” Eu considerei. “E nem eu.”
“Yeah, bom, todos temos que fazer coisas que não gostamos. É
a vida.”
Eu me assombrei. “O que você é, um especial de depois da
aula?”
Um sorriso fantasmagórico cruzou seu rosto. “Se você não
fosse tão psicótica, você seria legal
de andar junto.”
“Engraçado, eu sinto a mesma coisa em relação a você.”
Ele não disse mais nada, mas o seu sorriso aumentou, e ele
se afastou.
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