CAPÍTULO 33
|
|
O especialista em segurança de sistemas Mark Zoubianis
afundava cada vez mais em seu futon
|
e olhava de cara feia para as informações no monitor de seu laptop. Que
raio de endereço é esse?
|
Suas melhores ferramentas de hacker não estavam surtindo efeito nenhum na
tentativa de
|
acessar o arquivo ou identificar o misterioso endereço de IP de Trish. Dez minutos já haviam se
|
passado e o programa de Zoubianis continuava a lutar em vão contra os firewalls da rede. As
|
esperanças de sucesso pareciam escassas. Não é de espantar que estejam me pagando
mais do que o
|
normal. Ele estava prestes a mudar de ferramenta e usar uma
abordagem diferente quando seu
|
telefone tocou.
|
Trish, pelo amor de Deus, eu disse que ia ligar para você. Ele cortou o som do jogo de
futebol
|
e atendeu.
|
– Oi.
|
– Mark Zoubianis? - Perguntou um homem. - De Kingston Drive,
357, em Washington?
|
Zoubianis pôde ouvir conversas abafadas ao
fundo. Um operador de telemarketing ligando
|
durante o jogo? Eles ficaram malucos?
|
– Deixe-me adivinhar: ganhei uma semana de férias em uma ilha do Caribe?
|
– Não - Respondeu a voz sem nenhum pingo de humor. - Aqui é o departamento de segurança
|
de sistemas da CIA. Gostaríamos de saber por que o senhor está tentando invadir uma das nossas
|
bases de dados confidenciais.
|
|
Três andares acima do segundo subsolo do Capitólio, na ampla área do centro de visitantes, o
|
agente de segurança Nuñez trancou a porta de acesso
principal como fazia toda noite naquela mesma
|
hora. No caminho de volta pelo vasto piso de mármore, pensou no homem tatuado
vestido com o
|
casaco militar.
|
Eu o deixei entrar. Nuñez se perguntava se ainda teria
emprego no dia seguinte.
|
Enquanto andava até a escada rolante, uma súbita batida na porta o fez se virar.
Ele estreitou os
|
olhos na direção da entrada principal e viu um
senhor negro do lado de fora, batendo no vidro com a
|
palma da mão aberta e gesticulando para que ele o deixasse entrar.
|
Nuñez sacudiu a cabeça e apontou para o relógio.
|
O homem tornou a bater no vidro e deu um passo para debaixo da
luz. Estava vestido de forma
|
acelerou. Puta merda. Mesmo de longe, ele reconheceu o homem.
Voltou às pressas para a porta
|
principal, destrancando-a em seguida.
|
– Sinto muito, senhor. Entre, por favor.
|
Warren Bellamy, Arquiteto do Capitólio, cruzou a soleira e agradeceu a
Nuñez com um gesto
|
educado da cabeça. Bellamy era ágil e esbelto, com uma postura ereta
e um olhar penetrante que
|
exalavam segurança. Ali estava um homem que tinha
total controle do ambiente ao seu redor; fazia
|
25 anos que ele trabalhava como supervisor do Capitólio.
|
– Posso ajudá-lo, senhor? - Perguntou Nuñez.
|
– Pode, sim, obrigado. - Bellamy pronunciava as palavras com uma
precisão cristalina. Como
|
havia estudado em uma das universidades de elite do nordeste dos
Estados Unidos, sua dicção era tão
|
distinta que soava quase britânica. - Acabei de saber que houve um
incidente aqui hoje à noite. - Ele
|
parecia muito preocupado.
|
– Sim, senhor, nós tivemos...
|
– Onde está o chefe Anderson?
|
– Lá embaixo, com a diretora Sato, do Escritório de Segurança da CIA.
|
Os olhos de Bellamy se arregalaram.
|
– A CIA está aqui?
|
– Está, sim, senhor. A diretora Sato chegou quase imediatamente depois
do incidente.
|
– Por quê? - Quis saber Bellamy.
|
Nuñez deu de ombros. Como se eu fosse perguntar. Bellamy se
encaminhou direto para as
|
escadas rolantes.
|
– Onde eles estão?
|
– Acabaram de descer para os andares inferiores. - Nuñez pôs-se a segui-lo apressado.
|
Bellamy olhou para trás com uma expressão preocupada.
|
– Para os andares
inferiores? Por quê?
|
– Não sei bem... Só escutei isso no rádio.
|
O Arquiteto passara a andar mais depressa.
|
– Leve-me agora mesmo até onde eles estão.
|
– Sim, senhor.
|
Enquanto os dois cruzavam a passos rápidos o amplo saguão, Nuñez viu de relance um grande
|
anel de ouro no dedo de Bellamy.
|
O segurança sacou o rádio.
|
– Vou avisar ao chefe que o senhor está descendo.
|
Nuñez tinha cometido alguns erros graves naquela noite, mas deixar
de avisar ao chefe
|
Anderson que o Arquiteto estava no prédio seria o seu último.
|
– Senhor? - Indagou ele, pouco à vontade. - Eu acho que o chefe
Anderson iria preferir...
|
– Você tem consciência de que eu sou o patrão do Sr. Anderson? - Atalhou
Bellamy.
|
Nuñez aquiesceu.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário