sábado, 22 de dezembro de 2012

Capítulo 27 (O Simbolo Perdido)


CAPÍTULO 27

O especialista em segurança de sistemas Mark Zoubianis sempre se orgulhava da própria
capacidade de desempenhar múltiplas tarefas. Naquele momento, estava sentado em seu futon com
um controle de TV, um telefone sem fio, um laptop, um palm e uma tigela grande de salgadinhos.
Com um olho grudado no jogo dos Redskins - que acabara de colocar no mudo - e outro no laptop,
Zoubianis falava em seu microfone Bluetooth com uma mulher de quem não tinha notícias havia um
ano.
Só Trish Dunne mesmo para ligar na noite de um play-off. Confirmando mais uma vez sua
falta de traquejo social, a ex-colega havia achado que o jogo dos Redskins era o momento perfeito
para passar uma cantada em Zoubianis e lhe pedir um favor. Depois de jogar um pouco de conversa
fora sobre os velhos tempos e sobre como sentia saudades das suas ótimas piadas, Trish disse
finalmente o que queria: estava tentando descobrir um endereço de IP oculto, provavelmente de um
servidor seguro na área de Washington. O servidor continha um pequeno documento de texto que ela
desejava acessar. Se isso não fosse possível, queria informações sobre quem era o dono do arquivo.
Cara certo, hora errada, ele lhe respondera. Trish então o cobriu de elogios, sendo que a
maioria era verdade mesmo, e quando Zoubianis se deu conta já estava digitando em seu laptop um
endereço de IP de aspecto estranho.
Zoubianis deu uma olhada no número e na mesma hora ficou apreensivo.
– Trish, esse IP tem um formato esquisito. Está escrito em um protocolo que ainda nem está
disponível para o público. Provavelmente inteligência do governo ou militar.
– Militar? - Trish riu. - Acredite, eu acabei de acessar um arquivo editado desse servidor, e ele
não era militar. - Zoubianis acessou sua janela de terminal e tentou um traceroute.
– Você disse que o seu rastreador morreu?
– Sim. Duas vezes. No mesmo ponto.
– O meu também. - Ele acessou um programa de diagnóstico e o inicializou. - E o que esse IP
tem de tão interessante?
– Eu executei um delegador que acessou uma ferramenta de busca nesse IP e encontrou um
arquivo editado. Preciso ver o resto desse arquivo. Eu não me importaria de pagar por ele, mas não
consigo descobrir quem é o proprietário do IP nem como acessá-lo.
Zoubianis franziu o cenho para o monitor.
– Tem certeza disso? Estou fazendo um diagnóstico e o código desse firewall parece... Coisa
muito séria.

É por isso que você vai ganhar uma bolada.
Zoubianis pensou um pouco. Era uma fortuna por um trabalho fácil.
– Só uma pergunta, Trish. Por que você está tão interessada nisso?
Trish demorou um pouco para responder.
– Estou fazendo um favor para uma amiga.
– Deve ser uma amiga especial.
É, sim.
Zoubianis deu uma risadinha e segurou a língua. Eu sabia.
– Olhe aqui. - Disse Trish, soando impaciente. - Você é bom o suficiente para identificar esse
IP oculto? Sim ou não?
– Sim, eu sou bom o suficiente. E sim, eu sei que estou na palma da sua mão.
– Quanto tempo vai levar?
– Não muito. - Disse ele, digitando enquanto falava. - Devo precisar de uns 10 minutos mais ou
menos para entrar em uma das máquinas dessa rede. Quando estiver lá dentro e souber o que estou
vendo, ligo de volta.
– Obrigada. E aí, tudo bem com você? - Só agora ela pergunta?
– Trish, pelo amor de Deus, você me liga em noite de play-off e agora quer jogar conversa
fora? Quer que eu entre nesse IP ou não?
– Obrigada, Mark, fico muito agradecida. Aguardo sua ligação.
– Quinze minutos. - Zoubianis desligou, pegou a tigela de salgadinhos e ligou o som da TV.
Mulheres.

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