CAPÍTULO 21
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A Apoteose de Washinggton - um afresco de 433 metros quadrados
que adorna a cúpula da
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Rotunda do Capitólio - foi concluída em 1865 por Constantino Brumidi.
Conhecido como
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"Michelangelo do Capitólio", Brumidi deixou sua marca
na Rotunda do mesmo modo que
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Michelangelo deixou a sua na Capela Sistina: pintando um afresco
na tela mais sublime do recinto -
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o teto. Assim como Michelangelo, Brumidi fizera alguns de seus
melhores trabalhos dentro do
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Vaticano. No entanto, ao emigrar para os Estados Unidos em 1852,
ele havia trocado o maior altar de
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Deus por um novo altar, o Capitólio dos Estados Unidos, que agora
reluzia com exemplos de sua arte
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- do trompe l'oeil dos Corredores de Brumidi aos frisos do teto
da Sala do Vicepresidente. Mas era
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a gigantesca imagem que pairava sobre a Rotunda do Capitólio que a maioria dos historiadores
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considerava sua obra-prima.
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Robert Langdon ergueu os olhos para o enorme afresco que cobria o
teto. Em geral ele
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apreciava as reações espantadas de seus alunos às bizarras imagens da pintura, mas,
naquele
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momento, sentia-se apenas preso em um pesadelo que ainda
precisava entender.
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A diretora Sato estava parada ao seu lado com as mãos nos quadris, as sobrancelhas
franzidas
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para o teto distante. Langdon sentiu que ela estava tendo a
mesma reação que muitos tinham na
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primeira vez em que paravam para observar a pintura no coração de seu país. Perplexidade total.
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A senhora não é a única, pensou Langdon. Para a maioria
das pessoas, quanto mais se olhava
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para A Apoteose de Washington, mais estranha a pintura
ficava.
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– Aquele ali no painel central é George Washington. - Disse Langdon,
apontando para o meio
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da cúpula quase 60 metros acima. - Como a senhora pode ver, ele está usando vestes brancas e, com
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o auxílio de 13 donzelas, ergue-se acima dos mortais sobre uma nuvem.
Esse é o instante da sua
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apoteose... Da sua transformação em deus. Sato e Anderson não disseram nada.
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– Ao redor dele - prosseguiu Langdon -, vocês podem ver uma estranha e anacrônica série de
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personagens: deuses antigos oferecendo aos nossos pais
fundadores um conhecimento avançado.
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Podemos ver Minerva concedendo inspiração tecnológica aos grandes inventores de nosso
país: Ben
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Franklin, Robert Fulton, Samuel Morse. - Langdon os apontou um a
um. - E ali temos Vulcano nos
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ajudando a construir um motor a vapor. Ao seu lado temos Ceres,
deusa dos grãos e raiz etimológica
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de nossa palavra cereal; ela está sentada sobre a colheitadeira
McCormick, a inovação agrícola que
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permitiu a este país se tornar líder mundial em produção de alimentos. Do lado oposto está Netuno,
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demonstrando como instalar o cabo transatlântico. O afresco retrata de forma
bastante clara os
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Sato. - Conhecimento é poder, e o conhecimento certo
permite ao homem realizar tarefas milagrosas,
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quase divinas. - Sato tornou a baixar os olhos para Langdon e
esfregou o pescoço.
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– Instalar um cabo telefônico é algo muito diferente de ser um
deus.
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– Para os homens modernos, pode até ser. - Retrucou Langdon.
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– Mas, se George Washington soubesse que nós viramos uma raça com o poder de nos
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comunicar através dos oceanos, voar à velocidade da luz e pisar na Lua,
ele iria supor que nós nos
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transformamos em deuses, capazes de tarefas milagrosas. - Ele
fez uma pausa. - Nas palavras do
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futurista Arthur C. Clarke: "Qualquer tecnologia
suficientemente avançada é indistinguível da
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magia."
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Sato franziu os lábios, aparentemente entretida com os
próprios pensamentos. Baixou os olhos
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para a mão e, em seguida, os ergueu de volta para a cúpula, na direção apontada pelo indicador
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esticado.
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– Professor, o senhor foi informado de que Peter iria apontar o
caminho, correto?
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– Sim, senhora, mas...
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– Chefe - disse Sato, virando as costas para Langdon -, pode nos
fazer ver a pintura mais de
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perto?
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Anderson aquiesceu.
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– Sim, há uma passarela que contorna a parte interna da cúpula.
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Langdon olhou bem lá para cima, para a minúscula grade logo abaixo do afresco,
e sentiu o
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corpo se retesar.
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– Não há necessidade de ir até lá em cima. - Ele já subira uma vez naquela passarela
raramente
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visitada, a convite de um senador e sua esposa, e quase
desmaiara por causa da altura estonteante e
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da precariedade da estrutura.
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– Não há necessidade? - Repetiu Sato. - Professor, nós temos um homem que acredita que
esta
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sala contém um portal capaz de transformá-lo em um deus; temos um afresco no
teto que simboliza
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exatamente essa transformação; e temos a mão de alguém apontando direto para essa
pintura. Parece
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que tudo está nos incentivando a subir.
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– Na verdade - interveio Anderson, olhando para cima -, poucas
pessoas sabem disso, mas
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existe um painel hexagonal na cúpula que se abre como um portal e
pelo qual é possível olhar e...
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– Esperem um instante - disse Langdon -, vocês estão entendendo mal. O portal que esse
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homem está procurando é um portal figurado... Que não existe. Quando ele disse
"Peter apontará o
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caminho", estava falando em termos metafóricos. O gesto da mão que aponta, com o indicador e o
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polegar esticados para cima, é um símbolo conhecido dos Antigos Mistérios, e aparece na arte antiga
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Leonardo da Vinci: A Última Ceia, A Adoração dos Magos e São João Batista. É um símbolo da
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conexão mística do homem com Deus. - Assim em cima como embaixo. A bizarra
escolha de
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palavras do louco começava a parecer mais relevante.
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– Nunca vi esse gesto antes - disse Sato.
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É só assistir à ESPN, pensou Langdon, que sempre
achava graça ao ver atletas profissionais
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apontando para o céu para agradecer a Deus depois de um
touchdown ou de um home run.
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Perguntava-se quantos deles sabiam que estavam dando
continuidade a uma tradição mística pré-
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cristã de reconhecer o poder superior que, por um breve instante, os
havia transformado em um deus
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capaz de realizar feitos milagrosos.
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– Não sei se adianta alguma coisa - disse Langdon -, mas a mão de Peter não é a primeira desse
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tipo a aparecer na Rotunda. - Sato olhou para o professor como
se ele estivesse louco.
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– Como é que é?
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Langdon gesticulou na direção do BlackBerry dela.
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– Procure no Google
"George Washington Zeus".
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A diretora fez cara de desconfiada, mas começou a digitar as palavras. Anderson
se aproximou
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dela devagar, olhando por cima de seu ombro com interesse. Langdon
disse:
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– Antigamente, esta Rotunda era dominada por uma gigantesca
escultura de George
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Washington nu da cintura para cima... Retratado como um deus.
Ele estava sentado exatamente na
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mesma posição que Zeus no Panteão, com o peito à mostra, segurando uma espada na mão esquerda
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enquanto a direita se erguia com o polegar e o indicador
esticados.
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Sato, pelo jeito, havia encontrado uma imagem da escultura na
internet, porque Anderson
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encarava o BlackBerry com uma expressão chocada.
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– Esperem aí, esse é George Washington?
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– É. - Respondeu Langdon. - Retratado como Zeus.
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– Olhem para a mão direita dele. - Disse Anderson,
ainda espiando por cima do ombro de Sato.
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- Está exatamente na mesma posição que a do Sr. Solomon.
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Como eu disse, pensou Langdon, a mão de Peter não é a primeira a aparecer nesta sala.
Quando
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a estátua de Horacio Greenough representando George Washington nu foi
exibida pela primeira vez
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na Rotunda, muitos brincaram dizendo que Washington devia estar
levantando a mão numa tentativa
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desesperada de encontrar alguma coisa para vestir. Porém, à medida que os ideais religiosos
norte-
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americanos mudavam, essa crítica jocosa se transformou em polêmica, e a estátua foi removida e
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banida para um barracão no jardim leste. Atualmente,
estava no Museu Nacional de História Norte-
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Americana do Instituto Smithsonian. Quem a via ali não tinha o menor motivo para
desconfiar que se
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tratava de um dos últimos vestígios de uma época em que o pai da nação havia protegido o Capitólio
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como um deus... Assim como Zeus protegia o Panteão.
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Sato começou a digitar um número no BlackBerry, aparentemente
julgando aquele momento
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oportuno para entrar em contato com sua equipe.
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– O que vocês descobriram? - Ela escutou pacientemente.
- Entendi... - Olhou para Langdon,
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depois para a mão de Peter. - Tem certeza? - Ficou
em silêncio por mais um instante. - Tudo bem,
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obrigada. - Sato desligou e tornou a se virar para Langdon. -
Minha equipe de apoio fez algumas
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pesquisas e confirmou a existência da sua suposta Mão dos Mistérios, corroborando tudo o que o
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senhor disse: cinco marcas nas pontas dos dedos, a estrela, o
sol, a chave, a coroa e a lamparina, bem
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como o fato de essa mão representar um antigo convite para
receber um saber secreto.
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– Fico feliz. - Comentou Langdon.
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– Não fique. - Retrucou ela com rispidez. - Parece que agora estamos
em um beco sem saída
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até o senhor compartilhar comigo o que quer que ainda não tenha me contado.
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– Como assim?
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Sato deu um passo em sua direção.
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– Nós voltamos à estaca zero, professor. O senhor não me disse nada que a minha própria
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equipe não pudesse ter me informado. Então, vou lhe perguntar mais uma vez.
Por que o senhor foi
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trazido até aqui hoje? O que o torna tão especial? O que é que só o senhor sabe?
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– Nós já falamos sobre isso. - Devolveu Langdon. - Nem imagino por que
esse cara acha que
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eu sei alguma coisa! - Langdon se sentia inclinado a perguntar
como diabos Sato sabia que ele estava
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no Capitólio naquela noite, mas eles também já tinham falado sobre isso. Sato não vai dizer nada.
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– Se eu soubesse qual é o próximo passo - falou ele -, diria à senhora. Mas não sei.
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Tradicionalmente, a Mão dos Mistérios é oferecida por um professor a um
aluno. Então, pouco
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depois, a mão é seguida por uma série de instruções... Explicações de como chegar a um templo, o
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nome do mestre encarregado do ensinamento... Alguma coisa! Mas
tudo o que esse cara nos deixou
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foram cinco tatuagens! Não chega a... -Langdon se interrompeu
no meio da frase.
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Sato o encarou.
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– O que foi?
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Os olhos de Langdon se voltaram rapidamente para a mão. Cinco tatuagens. Ele percebeu
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naquele instante que o que estava dizendo talvez não fosse inteiramente verdade.
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– Professor? - Insistiu Sato.
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Langdon se aproximou lentamente do objeto medonho. Peter apontará o caminho.
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– Mais cedo, passou pela minha cabeça que talvez esse cara tivesse
deixado algum objeto preso
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– Mas não deixou. - Disse Anderson. - Como o senhor pode ver, os três dedos não estão muito
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apertados.
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– Tem razão. - Disse Langdon. - Mas acaba de me ocorrer que... - Ele então se agachou,
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tentando olhar por debaixo dos dedos para ver a parte escondida
da palma da mão de Peter. - Talvez
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não esteja escrito em papel.
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– Acha que está tatuado? - Indagou Anderson.
Langdon aquiesceu.
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– O senhor está vendo alguma coisa na palma? -
Perguntou Sato.
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Langdon se agachou mais ainda, tentando espiar por debaixo dos
dedos fechados sem muita
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firmeza.
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– Deste ângulo não dá. Não consigo...
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– Ah, pelo amor de Deus! - Disse Sato, movendo-se na sua direção. - Abra essa maldita coisa e
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pronto!
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Anderson se colocou na sua frente.
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– Senhora, nós precisamos realmente esperar pela
perícia antes de...
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– Eu quero respostas. - Disse Sato, empurrando-o para passar.
Ela se agachou, afastando
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Langdon.
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Ele se levantou e ficou olhando, incrédulo, enquanto a diretora tirava uma
caneta do bolso,
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inserindo-a cuidadosamente sob os três dedos dobrados. Então, ela os puxou um a um para cima até a
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mão ficar totalmente aberta, com a palma visível.
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Sato ergueu os olhos para Langdon, e um leve sorriso se espalhou
por seu rosto.
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