VINTE E SEIS
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Era quase impossível de
acreditar. Os Strigoi estavam praticamente ao nosso lado, esperando
para o anoitecer para que
pudessem escapar. Aparentemente, no caos do ataque, alguns dos
Strigoi tinham escondido
sua trilha enquanto outros fizeram parecer como se tivessem saído
por vários pontos de saída
do campus. Distraídos com nosso próprio final de luta nenhum de
nós deus atenção. As wards
tinham sido trocadas. Até onde a gente sabia, os Strigoi tinham ido
embora, e era isso que
importava.
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Agora tínhamos uma estranha
situação para resolver. Sob circunstacias normais – não que um
ataque massivo de Strigoi
fosse normal – nunca o perseguiríamos. Aqueles seqüestrados pelos
Strigoi eram normalmente
considerados mortos,e,como minha mãe tinha dito, guardiões
raramente sabiam onde procurar
pelos Strigoi. Dessa vez, no entanto, eu sabia. Os Strigoi
estavam essencialmente
encurralados. Era um dilema interessante.
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Bem, não era um dilema para
mim. Eu honestamente não conseguia descobrir porque não
estávamos naquelas cavernas
agora mesmo, acabando com os Strigoi e procurando por
sobreviventes. Dimitri e eu
nós apressamos para voltar, ansiosos para agir conforme nossas
noticias, mas tínhamos que
esperar até todos os guardiões se reunirem.
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“Não interrompa eles,”
Dimitri me disse quando estávamos prestes a entrar na reunião que
iria decidir nosso próximo
passo. Ficamos perto da porta, falando baixo. “Eu sei como você se
sente. Eu sei o que você
quer fazer. Mas se gritar com eles não vai ajudar você a conseguir o
que quer.”
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“Gritar?” eu exclamei,
esquecendo de falar suavemente.
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“Eu vejo,” ele disse. “O
fogo está em você de novo – você quer fazer pedacinhos de alguém.
Foi o que fez de você tão
mortal na luta. Mas não estamos lutando agora. Os guardiões tem
todas as informações. Eles
irão fazer a escolha certa. Você só tem que ser paciente.”
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Parte do que ele disse era
verdade. Em preparação para o encontro, tínhamos reunido todas
as nossas informações e
feito mais uma pesquisa. A investigação tinha revelado que vários
anos atrás, um dos professores
Moroi tinha ensinado as aulas de geologia e mapeado as
cavernas,nos fornecendo
tudo que precisávamos saber. A entrada era a 8 km da Academia. A
câmera mais cumprida das
cavernas tinha 800 metros, o lado mais cumprido levava para fora
da estrada de chão marcada
no mapa. Eu não acreditei que deslizamentos tinham bloqueado
os dois lados das entradas.
Agora, eu percebi, limpar essas aberturas não seriam difíceis para a
força dos Strigoi.
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Mas eu não tinha certeza se
eu confiava no que Dimitri disse sobre os guardiões tomarem a
decisão certa. Minutos
antes da reunião começar, eu apelei a minha mãe.
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“Por favor,” eu disse a
ela.”Temos que fazer isso.”
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Ela me olhou. “Se houver
resgate, não vai ter “nós.”Você não vai.”
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“Porque? Porque nossos
números são tão superiores da primeira vez que nenhum guardião
nosso morreu?” Ela recuou.
“Você sabe que eu posso ajudar. Você sabe o que eu fiz. Falta uma
semana para meu aniversário
e apenas alguns meses para a formatura. Você acha que algo
mágico vai acontecer antes
disso? Eu tenho mais algumas coisas para aprender, sim, mas eu
não acho que isso seja o
suficiente para me impedir de ajudar. Vocês precisam de máximo de
ajuda, e tem vários novatos
que estão prontos também. Vamos levar Christian, e seremos
invensíveis.”
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“Não,” ela disse
rapidamente. “Não ele. Você nunca deveria ter envolvido um Moroi, muito
menos alguém jovem como
ele.”
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“Mas você viu o que
fizemos.”
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Ela não discutiu. Eu vi a
indecisão no rosto dela. Ela olhava ao redor e encarava. “Me deixe
chegar algo.”
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Eu não sabia onde ela foi,
mas ela estava 15 minutos atrasada para a reunião. Mas então,
Alberta já tinha informado
os guardiões sobre o que sabíamos. Piedosa, ela pulou os detalhes
de onde conseguimos as
informações, então não tínhamos que perder tempo com a parte do
fantasma. As plantas das
cavernas foram examinas detalhadamente. As pessoas fizeram
perguntas. Então a decisão
veio.
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Eu me segurei. Lutar com os
Strigoi sempre significou confiar numa estratégia de defesa.
Atacavamos só quando eles
atacavam. Argumentos anteriores sobre uma ofensiva sempre
falharam. Eu esperava o
mesmo agora.
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Mas não veio.
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Um por um, os guardiões se
levantaram e expressaram seu comprometimento para ir em uma
missão de resgate. Enquanto
eles faziam, eu vi aquele fogo que Dimitri tinha dito. Todos
estavam prontos para lutar.
Eles queriam. Os Strigoi tinham ido longe demais. No nosso
mundo, só tinha uns poucos
lugares que eram seguros: a Corte Real e nossas academias.
Crianças eram mandadas para
lugares com a Academia St. Vladimir com a certeza de que elas
seriam protegidas. Essa
certeza tinha sido despedaçada, e não iríamos agüentar isso,
especialmente se ainda
podíamos salvar vidas. Um desejoso e vitorioso sentimento queimou
em meu peito.
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“Bem, então,” disse
Alberta, olhando ao redor. Eu acho que ela estava tão surpresa quanto eu,
embora tivesse votado ao
favor do resgate. “Vamos planejar a estratégia e partir. Ainda temos
nove horas de luz solar
antes deles fugirem.”
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“Espere,” disse minha mãe,
levantando. Todos os olhos se viraram para ela, mas ela não
recuou. Ela parecia
corajosa e capaz, e eu estava imensamente orgulhosa dela. “Eu acho que
tem outra coisa que
deveríamos considerar. Acho que deveríamos deixar alguns dos veteranos
novatos ir.”
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Isso começou uma pequena
confusão, mas só veio de uma minoria. Minha mãe deu um
argumento similar do que eu
tinha dito a ela. Ela também disse que os novatos não estariam
na primeira linha mas que
iríamos ajudar mais no caso de algum Strigoi escapar. Os guardiões
quase tinham aprovado a sua
idéia quando ela lançou outra bomba.
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“E eu acho que devemos
levar alguns Moroi conosco.”
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Celeste gritou. Ela tinha
um enorme corte do lado do rosto. Fazia o machucado que eu tinha
visto nela o outro dia
parecer uma mordida de mosquito. “O que? Você está louca?”
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Minha mãe fixou um olhar
calmo nela. “Não.Todos sabemos o que Rose e Christian Ozera
fizeram. Um dos maiores
problemas com o Strigoi é passar pela força e velocidade deles para
poder matar. Se levarmos
usuários de fogo, teremos uma distração que nos dará uma
vantagem. Não podemos
cortar eles.”
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Um debate começou. Foi
necessário cada gota de auto-controle para não me juntar a
discussão. Eu lembrei das
palavras de Dimitri sobre não interromper. Ainda sim, enquanto eu
ouvia, eu não consegui
impedir minha frustração. Cada minuto que passava era outro minuto
que não íamos atrás de
Eddie e dos outros. Era outro minuto em que alguém morria.
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Eu virei para onde Dimitri
estava sentado ao meu lado.”Eles estão sendo idiotas,” eu sussurrei.
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Os olhos dele estavam em
Alberta, enquanto ela discutia com um guardião que normalmente
trabalhava no campus do
fundamental. “Não,” murmurou Dimitri. “Observe. Mudança está
acontecendo na frente dos
nossos olhos. As pessoas vão lembrar desse dia como o ponto de
mudança.”
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Ele estava certo. De novo,
os guardiões devagar concordaram com a idéia. Eu acho que era
parte da mesma iniciativa
que os fazia querer lutar pra começo de conversa. Tinhamos que nos
vingar dos Strigoi. Isso
era mais que nossa luta – era dos Moroi também. Então minha mãe
disse que ela conseguiu
vários professores para se voluntarias – eles absolutamente não iriam
permitir alunos nisso – e a
decisão foi tomada. Os guardiões iam atrás dos Strigoi,e novatos e
Moroi iriam com eles.
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Eu senti triunfo e
exaltação. Dimitri estava certo. Esse era o momento em que nosso mundo
iria mudar.
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Mas não por quatro horas.
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“Mais guardiões estão
vindo,” Dimitri me disse quando de novo eu expressei meu ultraje.
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“Em 4 horas, os Strigoi
podem decidir comer!”
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“Precisamos de uma incrível
demonstração de força,” ele disse. “Precisamos de todas as
vantagens possíveis. Sim,
os Strigoi poderiam matar alguns antes de chegarmos lá. Eu não
quero isso, acredite em
mim. Mas se formos despreparados, poderíamos perder muito mais
vidas.”
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Meu sangue ferveu. Eu sabia
que ele tinha razão, e não tinha nada que eu pudesse fazer sobre
isso. Eu odeio isso. Eu
odeio ficar indefesa.
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“Anda,” ele disse,
gesticulando em direção a saída.”Vamos dar uma volta.”
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“Onde?”
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“Não importa. Nós só
precisamos nos acalmar, ou você estará fora de forma para lutar.”
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“Eh?Você esta com medo que
meu possivelmente lado insano se manifeste?”
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“Não, eu tenho medo que o
seu lado normal Rose Hathaway manifeste, aquele que não tem
medo de se atirr quando
acreditar que está fazendo algo certo.”
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Eu dei a ele um olhar seco.
“Tem diferença?”
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“Sim. A segunda me
assusta.”
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Eu resisti a vontade de dar
uma cotovelada nele. Por meio segundo, eu desejei poder fechar
meus olhos e esquecer sobre
toda a magoa e derramamento de sangue ao nosso redor. Eu
queria me jogar na cama com
ele, rindo e provocando, com nenhum de nós se preocupando
com nada a não ser um com o
outro. Isso não era real, no entanto. Isso que estava
acontecendo era.
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“Eles não precisam de você
aqui?” eu perguntei.
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“Não. O que eles estão
fazendo é esperar pelos outros, e eles tem mais que suficiente para
planejar um ataque. Sua mãe
está liderando isso.”
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Eu segui o olhar dele para
onde minha mãe estava, no centro do grupo de guardiões,
apontando com movimentos
rápidos e afiados para o que parecia ser mapas. Eu ainda nunca
sabia direito o que pensar
sobre ela, mas a observando agora, eu não podia deixar de admirar
a dedicação dela. Não tinha
nenhum aborrecimento que eu normalmente experimentava por
aqui.
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“Ok,” eu disse. “Vamos.”
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Ele me levou numa volta
pelo campus, e observamos o lugar depois da luta. A maior parte dos
danos não foi no próprio
campus, é claro. Foi com as pessoas. Ainda sim, podíamos ver alguns
sinais de ataque: danos aos
prédios, manchas de sangue em lugares inesperados, etc. O mais
notável de tudo era o
humor. Mesmo em plena luz do dia, tinha escuridão ao nosso redor,
uma pesada dor que você
quase podia sentir. Eu via no rosto de todos por quem passamos.
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Eu meio que esperava que
Dimitri me levasse para onde os feridos estavam. Ele ficou longe de
lá, no entanto, e eu podia
adivinhar porque. Lissa estava ajudando lá, usando seus poderes em
doses pequenas para curar
ferimentos. Adrian também estava, embora ele não pudesse fazer
muito mais que ela. Eles
finalmente decidiram que valia a pena arriscar sobre todos saberem
sobre o Espírito. A
tragédia aqui era muito grande. Além do mais, tanta coisa sobre Espírito
tinha vazado que era apenas
uma questão de tempo de qualquer forma.
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Dimitri não me queria perto
de Lissa enquanto ela estava usando sua magia, o que eu achei
interessante. Ele ainda não
sabia se eu realmente estava “pegando” a loucura dela, mas ele
aparentemente não queria
arriscar.
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“Você me disse que tinha
uma teoria sobre as wards quebradas,” ele disse. Tínhamos
estendido nossa volta ao
campus, chegando não muito longe de onde a sociedade de Jesse
tinha se reunido ontem a
noite.
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Eu quase esqueci. Quando eu
juntei todas as partes, a razão era perfeitamente obvia. Ninguém
tinha feito muitas
perguntas sobre isso, ainda não. A preocupação imediata era pegar novas
wards e ajudar outras
pessoas. A investigação podia ocorrer mais tarde.
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“O grupo de Jesse estava
fazendo sua iniciação bem aqui perto das wards. Você sabe como as
estacas podem interferir
nas wards porque elas se cancelam? Eu acho que é a mesma coisa. O
processo de iniciação usava
todos os elementos, e eu acho que eles anularam as wards do
mesmo jeito.”
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“Mágica é usada no campus,
no entanto,” apontou Dimitri. “As wards ficavam nas beiradas,
para que os dois não
entrassem em conflito. Também, eu acho que faz diferença a maneira
como os elementos são
usados. Mágica é vida, que é por isso que destrói os Strigoi e porque
eles não podem cruzar por
elas. A mágica nas estacas é usada como arma. Assim como a
mágica nas sessões de
tortura. Quando é usada desse forma negativa, eu acho que cancela a
mágica boa.” Eu tremi,
lembrando daquele sentimento ruim que senti quando Lissa usou
Espírito para atormentar
Jesse. Não tinha sido natural.
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Dimitri encarou as cercas
quebradas que marcavam um dos limites da Academia. “Incrivel. Eu
nunca pensaria que isso era
possível, mas faz sentido. O principio realmente é o mesmo para
as estacas.” Ele sorriu
para mim. “Você pensou muito sobre isso.”
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“Eu não sei. Eu só meio que
juntei isso na minha cabeça.” Eu olhei ao redor, pensando no
grupo idiota de Jesse. Já
era ruim o bastante eles terem feito o que fizeram com Lissa. Isso era
o suficiente para me fazer
querer chutar a bunda deles (mas não mais os matar – eu aprendi
algum controle desde ontem
a noite). Mas isso? Levar os Strigoi para a escola? Como algo tão
estúpido e digno de pena
por parte deles levou a esse desastre? Quase teria sido melhor se
eles tivessem tentando
fazer isso de propósito, mas não. Tinha sido sobre os jogos dele em
busca de gloria. “Idiotas,”
eu murmurei.
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O vento aumentou. Eu tremi,
e dessa vez foi pela baixa temperatura, e não por minha
inquietação. A primavera
pode estar vindo, mas certamente ainda não tinha chego.
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“Vamos voltar para dentro,”
disse Dimitri.
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Nós viramos, e enquanto
andávamos de volta para o coração do campus, eu vi. A cabana.
Nenhum de nós diminuiu a
velocidade ou olhou descaradamente para ela, mas eu sabia que
ele estava tão atento
quanto eu de onde estávamos. Ele provou quando falou um segundo
depois.
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“Rose, sobre o que
aconteceu –“
|
Eu gemi. “Eu sabia. Eu
sabia que isso ia acontecer.”
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Ele olhou para mim
assustado. “O que ia acontecer?”
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“Isso. A parte onde você me
dá um enorme sermão sobre o como o que fizemos foi errado e
como nós nunca deveríamos
ter feito e como nunca vai acontecer de novo.”Até as palavras
saírem da minha boca eu não
percebi o quanto eu temi que ele dissesse isso.
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Ele ainda parecia chocado.
“Porque você acha isso?”
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“Porque é assim que você
é,” eu disse a ele. Eu acho que eu soei um pouco histérica. “Você
sempre quer fazer a coisa
certa. E quando você fez a coisa errada, você tem que consertar e
fazer certo. E eu sei que
você vai dizer que o que nós fizemos não devia ter acontecido e como
você queria – “
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O resto do que eu ia dizer
desapareceu quando Dimitri enrolou seus braços na minha cintura e
me puxou para perto dele na
sombra de uma arvore. Nossos lábios se encontraram, e
enquanto nos beijávamos, eu
esqueci sobre todas as minhas preocupações e medos sobre ele
dizer que o que fizemos foi
errado. E até mesmo – por mais impossível que pudesse parecer –
sobre as mortes e a
destruição causadas pelos Strigoi. Só por um segundo.
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Quando finalmente nos
separamos, ele ainda me manteve perto dele. “Eu não acho que o que
fizemos foi errado,” ele
disse suavemente. “Estou feliz por termos feito. Se pudéssemos voltar
no tempo, eu faria de
novo.”
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Um redemoinho de
sentimentos queimou no meu peito. “Verdade? O que te fez mudar de
idéia?”
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“Porque você é difícil de
resistir,” ele disse, claramente se divertindo com a minha surpresa.
“E... você lembra o que
Rhonda disse?”
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Mais um choque, ouvir ele
mencionar ela. Mas então lembrei do rosto dele quando ele a ouviu
e do que ele me disse sobre
sua avó. Eu tentei lembrar das palavras exatas de Rhonda.
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“Algo sobre você perder
algo...” Eu aparentemente não lembrava tão bem.
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“Você vai perder o que mais
valorisa, então aprecie enquanto você ainda pode.”
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Naturalmente, ele sabia
palavra por palavra. Eu zombei das palavras dequela vez, mas agora
eu tentei decifrar elas. A
principio, eu senti uma alegria: era eu o que ele mais valorizava. E
então eu dei a ele um olhar
assustado. “Espera. Você acha que eu vou morrer? É por isso que
você dormiu comigo?”
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“Não, não, é claro que não.
Eu fiz o que fiz porque... acredite em mim, não era por causa disso.
Independente dos detalhes –
ou de ser verdade – ela estava certa sobre o quão facilmente as
coisas podem mudar.
Tentamos fazer o que é certo, ou menor, o que outros dizem que é
certo. Mas as vezes, quando
isso vai contra você é... você tem que escolher. Mesmo antes do
ataque dos Strigoi, quando
eu vi todos os problemas que você estava passando, eu percebi o
quanto você significa para
mim. Isso mudou tudo. Eu estava preocupado com você – tão, tão
preocupado. Você não tem
idéia. E ficou inútil tentar sequer fingir que eu podia colocar a vida
de qualquer Moroi antes da
sua. Então eu decidi que isso era algo que eu teria que lidar.
Quando eu tomei essa
decisão... não tinha nada para nos segurar.” Ele hesitou, parecendo
relembrar suas palavras
enquanto ele tirava meu cabelo do rosto. “Bem, para me segurar.
Estou falando por mim. Eu
não quis dizer como se eu soubesse exatamente porque você fez
isso.”
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“Eu fiz porque eu te amo,”
eu disse, como se fosse a coisa mais obvia no mundo. E na verdade,
era.
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Ele riu. “Você conseguiu
reunir em uma frase o que eu levei todo um discurso para dizer.”
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“Porque é assim tão
simples. Eu amo você, e eu não continuar fingindo que eu não amo.”
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“Eu também não quero.” As
mãos dele saíram do meu rosto e encontraram minhas mãos.
Nossos dedos se
entrelaçaram, e nós começamos a caminhar de novo. “Eu não quero mais
mentiras.”
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“Então o que acontece
agora? Conosco, eu quero dizer. Quando tudo isso terminar... com os
Strigoi...”
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“Bem, por mais que eu odeie
reforçar seus medos, você estava certa sobre uma coisa. Não
podemos ficar juntos de
novo – pelo resto do ano escolar, quero dizer. Vamos ter que manter
distancia.”
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Eu me senti um pouco
desapontada com isso, mas eu sabia que ele estava certo. Poderiamos
ter chegado em um ponto
onde não corríamos mais o risco de terminar nossa relação, mas
não podíamos nos exibir
enquanto eu ainda fosse uma aluna.
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Nossos pés bateram na lama.
Alguns pássaros cantavam nas arvores, sem duvida surpresos por
ver tanta atividade durante
a luz do dia aqui. Dimitri olhou para o céu, com o rosto pensativo.
“Depois que você se formar
e estiver com Lissa...” Ele não terminou. Levou um segundo, mas
eu percebi o que ele estava
prestes a dizer. Meu coração quase parou.
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“Você vai pedir para ser
dispensado, não vai? Você não vai ser o guardião dela.”
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“É o único jeito de
podermos ficar juntos.”
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“Mas não vamos ficar
realmente juntos,” eu disse.
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“Nós ficarmos com ela nós
da o mesmo problema – eu me preocupando mais com você do que
com ela. Ela precisa de
dois guardiões perfeitamente dedicados a ela. Se eu puder ser enviado
para a Corte, ficaremos
perto um do outro o tempo todo. E em um lugar seguro daqueles, tem
mais flexibilidade com o
horário dos guardiões.”
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Uma parte egoísta de mim
queria imediatamente queria dizer o quão ruim isso era, mas na
verdade, não era. Não havia
opção que tivéssemos que fosse ideal. Cada uma vinha com
escolhas difíceis. Eu sabia
que era difícil para ele desistir de Lissa. Ele se importava com ela e
queria manter ela a salvo
com uma paixão que quase rivalizava com a minha. Mas ele se
importava mais comigo, e
ele tinha que fazer esse sacrifício se ele ainda queria honrar seu
senso de dever.
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“Bem,” eu disse, percebendo
algo, “podemos acabar nos vendo mais se formos guardiões de
pessoas diferentes. Podemos
tirar uma folga juntos. Se ambos estivermos com Lissa, vamos
trocar turnos e sempre
ficar separados.”
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As arvores estavam
diminuindo mais a frente, o que era uma pena, porque eu não queria
largar a mão dele. Ainda
sim, um pouco de esperança e alegria começaram a florescer no meu
peito. Parecia errado visto
tal tragédia, mas eu não podia impedir.
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Depois de todo esse tempo,
depois de todos os problemas, Dimitri e eu iríamos fazer
funcionar. Sempre existia a
possibilidade de sermos designados para longe da Corte, mas
|
mesmo assim, ainda
conseguiríamos tirar algumas férias juntos de vez em quando. O tempo
separados seria uma agonia,
mas podíamos fazer funcionar. E seria melhor do que continuar a
viver uma mentira.
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Sim, isso realmente ia
acontecer. Todas as preocupações de Deirdre sobre mim lutar com
pedaços conflituosos da
minha vida foram por nada. Eu ia ter tudo. Lissa e Dimitri. A idéia de
que eu ficaria com os dois
me faria forte. Eu iria passar por esse ataque de Strigoi. Eu mantive
esse pensamento, como um
amuleto de boa sorte.
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Dimitri e eu não tínhamos
dito mais nada por um tempo. Como sempre, não precisávamos. Eu
sabia que ele estava se
sentindo tão feliz quanto eu, apesar daquele exterior severo.
Estávamos quase fora da
floresta, de novo no campo de visão de outros, quando ele falou de
novo.
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“Você logo terá 18 anos,
mas mesmo assim...” Ele suspirou. “Quando isso vazar, muitas
pessoas não vão ficar
feliz.”
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“É,bem,eles podem lidar com
isso.” Com rumores e fofoca eu podia lidar.
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“Eu também tenho a
impressão que a sua mãe vai ter uma conversa bem feia comigo.”
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“Estamos prestes a encarar
Strigoi, e minha mãe é o que te assusta?”
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Eu podia ver um sorriso se
formando nos lábios dele. “Ela é uma força a ser reconhecida. De
quem você acha que puxou?”
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Eu ri. “É de se admirar que
você se incomode comigo então.”
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“Você vale a pena,
acredite.”
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Nós beijamos de novo,
usando o resto das sombras da floresta para esconder. Em um mundo
normal, essa teria sido uma
feliz, e romântica manhã depois do sexo. Não estaríamos nos
preparando para uma batalha
e se preocupando com nossos seres queridos. Estariamos rindo
e nos provocando enquanto
secretamente planejávamos nossa próxima escapada romântica.
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Não vivíamos em um mundo
normal, é claro, mas nesse beijo, era fácil imaginar que vivíamos.
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Eu e ele relutantemente nos
separamos e saímos da floresta, indo em direção ao prédio dos
guardiões. Tempos negros
estavam na nossa frente, mas com o beijo dele queimando em
meus lábios, eu senti que
eu podia fazer qualquer coisa.
|
Até mesmo enfrentar um
bando de Strigoi.
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